Arequipa foi a última cidade a entrar em nosso roteiro no Peru, e no fim, foi a nossa preferida. A segunda maior cidade do país fica a uma altitude de 2.300 m, e não chega a causar mal de altitude; o clima costuma ser sempre agradável, com sol e brisa fresca; e o seu centro histórico é muito bem conservado, com prédios de arquitetura notadamente espanhola. Arequipa tem um charme de cidade européia.
A cidade fica em um vale rodeado por montanhas das cordilheiras dos Andes, com vista para os vulcões Misti, Chachani e Pichu Pichu. Chamada de “ciudad blanca”, pois a maioria das suas construções são em pedra vulcânica de cor branca, é Patrimônio Mundial da Unesco. Para ficar ainda mais completa, Arequipa tem uma das melhores gastronomias do Peru, com pratos a base de frutos do mar, quínua e alpaca.
Do lado peruano, a cidade de Puno é a principal base para conhecer o Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo. A 143 km de Copacabana, na fronteira da Bolívia, Puno é normalmente incluída no roteiro de quem viaja pelos dois países. A cidade, em si, não é bonita e não tem muito a oferecer. O principal atrativo está no lago: as ilhas flutuantes de Uros, que remontam ao período pré-colombiano.
Do centrinho de San Pedro de Atacama, no Chile, é possível ver uma gigantesca e surpreendente formação geológica em meio ao deserto plano. São os Valles de La Luna e de La Muerte. Lugares imperdíveis para quem visita o Deserto do Atacama.
Declarado como Santuário da Natureza, o Vale de La Luna é considerado o lugar mais inóspito da Terra, sem presença de vida animal e vegetal. O vale faz parte da Cordillera de la Sal e seu nome deve-se à formação semelhante à superfície lunar, causada por estratificações de sal.
A Bolívia não tem um mar para chamar de seu, mas tem o Lago Titicaca. Considerado o lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca tem 8.300 km2 e está situado a 3.821 metros acima do nível do mar. O lago fica na fronteira da Bolívia com o Peru, país ao qual também pertence. Ao longo do lago, nos dois países, estão várias praias e mais de 40 ilhas. Do lado boliviano, as mais conhecidas são a praia de Copacabana e a Isla del Sol.
O Lago Titicaca é de grande importância para o povo dos dois países, pois foi de suas águas que nasceu a civilização Inca. Por isso, também ao seu redor e em suas ilhas estão diversos sítios arqueológicos. O Titicaca é abastecido pela água das chuvas e do degelo da neve que vem das montanhas do altiplano. Para os povos indígenas dos dois países, as montanhas também são consideradas sagradas.
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Copacabana
A praia brasileira de Copacabana pode até ser mais famosa, mas ganhou este nome em homenagem a praia boliviana. A Copacabana boliviana é a principal cidade às margens do Titicaca, de onde saem os barcos para a Isla del Sol. Além do lago, a cidade também é conhecida pela Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira da Bolívia.
É possível chegar em Copacabana de ônibus vindo de La Paz, na Bolívia ou Puno, no Peru. Para quem sai da Bolívia, a viagem dura entre 3h ou 4h. Os ônibus saem da rua lateral do cemitério de La Paz e, algumas vezes, param para conseguir mais passageiros em El Alto. Por isso, pode se atrasar um pouco mais. Em um trecho do caminho é preciso descer do ônibus e pegar um barco. A travessia de barco não está inclusa na passagem do ônibus, mas custa um valor irrisório de 2 bolivianos. Para quem sai de Puno, a viagem também dura cerca de 3 horas e inclui a parada nas imigrações do Peru e Bolívia. Os ônibus saem da rodoviária da cidade.
Uma noite é suficiente para conhecer Copacabana. Apesar de muito pequena, a cidade oferece muitas opções de hospedagem. As melhores e mais caras ficam na orla (Av. Costanera) de frente para o Titicaca. As mais econômicas ficam próximas da igreja ou na rua em frente a âncora (Av. 6 de Agosto). Nessas duas ruas também estão a maior parte dos restaurantes. Não deixe de provar os pratos de “Trucha”.
A Basílica de Nossa Senhora de Copacabana é o principal ponto turístico da cidade. A igreja é enorme e muito bem conservada. A entrada é gratuita. Em frente à igreja fica a Plaza 2 de Febrero. Outro ponto visitado é o Cerro Calvario, de onde se tem uma vista para a cidade e o Lago Titicaca.
Na Orla são oferecidos passeios de pedalinho, caiaque e de barco. Copacabana é a base para quem quer conhecer a Isla del Sol.
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Isla del Sol
A Isla del Sol é, sem dúvida, a mais famosa das 41 ilhas do Lago Titicaca, pois teria sido nela que os Incas começaram o seu império. Por isso, também, é considerada sagrada.
Os barcos para a Isla del Sol saem de Copacabana duas vezes por dia. O ticket pode ser comprado no próprio cais e custa 20 ou 25 bolivianos, dependendo da negociação e do lado da ilha em que você pretende descer.
A ilha é dividida em lado Norte e Sul e em pequenos vilarejos. O lado Sul é o mais próximo de Copacabana e oferece mais opções de hospedagens. Mas para conhecer toda a ilha é interessante descer primeiro no lado Norte, conhecer os sítios arqueológicos desse lado e ir caminhando até o Sul. O trajeto de barco de Copacabana até o lado Norte dura 2 horas.
O barco deixa primeiro os passageiros do lado Sul, depois faz uma parada no centro da ilha até chegar ao Norte. Neste lado, normalmente, os turistas são recebidos por um local que oferece um tour guiado pelos sítios arqueológicos e depois indica o caminho da trilha para o lado Sul.
Importante: cada povoado da Ilha cobra uma “taxa de visita”. Muitas vezes os turistas não são informados dessas taxas até se deparar com o “pedágio”. Os locais informam que essas taxas são do governo. Mas na Isla del Sol não há nenhuma presença governamental, nenhum funcionário ou polícia. Então, espera-se que as taxas sejam revertidas em benefícios para as comunidades.
No lado Norte, “Comunidade Challapampa”, combram 10 bolivianos; no Centro, “Comunidade Challa”, 15 bolivianos; e no Sul, “Comunidade Yumani”, 5 bolivianos.
A parte chata é que uma comunidade não informa da taxa da outra. Então, você sempre pensa que aquela é a última taxa. Mas eles são bem organizados e entregam recibos bem elaborados, que teoricamente, você teria que apresentar a um “fiscal”. Mas isso não existe.
Na visita guiada no lado Norte, depois de pagar a taxa de entrada, são visitados o Museu de Ouro da Cidade Submersa, a Pedra Sagrada, o Templo del Inca, a Mesa de Sacrifício e o templo Chincana. Durante a caminhada, que leva cerca de 40 min, o guia local explica sobre a história da ilha, o significado dos templos, como funciona a agricultura na ilha, como as comunidades se organizam, entre outras coisas. É interessante para entender a importância da Isla del Sol para os Incas e o povo indígena.
O único problema é que no início do tour o guia não fala em quanto custa o passeio e ao final cobra “propina” (gorjeta) para os turistas, no valor de 20 bolivianos por pessoa. Mas cada um acaba pagando quanto pode e quer.
O guia também indica o caminho do Norte para o lado Sul, que começa próximo a “Roca Sagrada”. Eles dizem que o trajeto pode ser feito em 1h30 a 2h para quem tem um bom ritmo. Mas com paradas para descanso e fotos pode levar até 3h ou 4h. Para quem pretende voltar a Copacabana no mesmo dia é preciso apressar o passo, pois os barcos do lado Sul saem às 15h.
A trilha é de nível fácil, com algumas subidas e descidas. O maior problema, no entanto, é que a Isla del Sol fica a 4 mil metros de altitude, então, sente-se muito cansaço durante a caminhada. É importante levar água e lanche para fazer o trajeto, pois no caminho há apenas algumas barraquinhas, que nem sempre estão abertas. Leve também doces ou dinheiro trocado, pois eventualmente, surgem algumas crianças pedindo chocolates ou trocados.
A paisagem ao longo da trilha é belíssima. Como a trilha fica na parte mais alta e bem no meio da trilha, é possível ter uma visão panorâmica de todos os lados.
Ao chegar no lado Sul há várias opções de pousadas e hostels, baratas ou caras, algumas oferecem até internet. Como ficam muito próximas uma das outras, faça pesquisa ao chegar lá. Também recomendo pagar um pouco mais por um quarto com uma boa vista. Importante lembrar que a maioria das pousadas só recebe dinheiro em espécie.
Vale muito a pena passar uma noite na ilha para apreciar o pôr do sol, as estrelas, a lua, a tranquilidade e energia do lugar. No dia seguinte, você pode pegar o barco no cais do lado Sul, pela manhã ou tarde. A viagem demora 1h30 e, se sair pela manhã, você pode chegar a tempo de pegar o ônibus de volta para La Paz ou para o Peru.
Quer viajar para a Bolívia? Confira estas promoções que encontramos para você!
La Paz foi considerada a capital mais econômica para viajar da América Latina em 2014, em pesquisa realizada pelo site Tripadvisor. Mas, além da grande vantagem da economia, a capital administrativa da Bolívia é uma cidade cheia de atrativos. Há quem diga também que se você não for a La Paz não conheceu bem a Bolívia. A cidade é a mais populosa e multicultural do país, e por isso, é a mais representativa.
A Bolívia foi o nosso 25° país. Já tínhamos visto muitos lugares incríveis por esse Mundo, mas o que vimos nos três dias de tour pelo Salar de Uyuni e região de Lipez parece coisa de outro planeta. O Salar de Uyuni é a atração número 1 do país. É a maior planície de sal do mundo, com 10.582 quilômetros quadrados, a 3.656 metros de altitude, isso em um país que sequer tem mar. Um imenso chão branco a perder de vista, que por vezes, reflete o azul e as nuvens do céu e proporciona uma sensação de estarmos mesmo em um paraíso. Ao visitar o Salar, é difícil de acreditar que os lugares que visitaremos nos dias seguintes irá nos impressionar. Mas a região de Lipez surpreende ao reunir Lagunas Altiplánicas, vulcões, montanhas, geysers, árvores de pedra, desertos e piscinas termais. Ao final dos três dias, você ainda pode escolher se retorna a Uyuni ou se cruza a fronteira com o Chile até San Pedro de Atacama.
Quando a gente é criança, a gente sempre se pergunta de onde vêm as coisas ou como são feitas. Mas depois que nos tornamos adultos, parece que nós ligamos o piloto automático e não nos preocupamos muito em saber se aquela roupa baratinha que compramos pela internet foi costurada por trabalhadores em condições análogas a escravidão na Ásia ou sobre todo o trabalho que alguém ou muitas pessoas tiveram para um vegetal chegar à nossa mesa e a gente simplesmente decidir que não tá afim de comer e jogá-lo fora no lixo. Essas são situações que, normalmente, não temos tempo para parar e refletir em nosso corrido dia a dia. Eu, por exemplo, nunca tinha parado para pensar sobre todo o risco, trabalho e sofrimento que alguém pode passar para que eu use três delicados anéis em minhas mãos. Não até estar me esforçando para puxar o pouco de ar que tinha para dividir com outras oito pessoas em um apertado buraco em uma mina de prata em Potosí, na Bolívia.
Um país cheio de belezas naturais e culturalmente rico. Vizinho do Brasil, barato para viajar e que não exige visto para os países do Mercosul. Assim é a Bolívia. No entanto, o país ainda está fora da lista dos destinos mais visitados pelos turistas brasileiros, que na América do Sul, inclui Chile e Argentina. Talvez porque a Bolívia tenha fama de “durona”. Você sempre irá ouvir alguém dizer que é um país difícil de viajar. Para os mochileiros, no entanto, esse pode ser um atrativo a mais. Um desafio. Mas não é para tanto. Você só precisa saber de algumas coisas antes de ir e poderá tirar a viagem pelo país “de letra” e, certamente, irá se surpreender. Neste post, listei as 10 principais coisas que você precisa saber para planejar o seu mochilão pela Bolívia.
1- Viaje com milhas
É possível viajar para Bolívia com a mesma quantidade de milhas necessárias para viajar pelo Brasil. Com 10 mil milhas por trecho é possível emitir uma passagem para o país. Em geral, os trechos com milhas são oferecidos para Santa Cruz de la Sierra. Para quem é da região sul e sudeste também há muitas promoções de passagens que podem compensar mais do que usar as milhas.
2- É muito barato
Em tempos de alta de dólar, todo mundo está buscando por destinos mais baratos e a Bolívia é um deles. Apesar de o real também ter se desvalorizado com relação ao Boliviano (veja aqui a cotação atual), o custo de viajar pelo país é ainda muito baixo. É possível ficar em um quarto compartilhado, pagando R$ 15, na capital La Paz; pagar em torno de R$ 5 por uma refeição com entrada, prato principal e suco; e menos de R$ 0,50 em uma passagem de transporte público.
3- É um país cheio de belezas
Alguns dos lugares mais bonitos que já vimos no Mundo (Salar de Uyuni, Lipez e Isla del Sol) ficam na Bolívia. O país tem muitas belezas e o melhor é que algumas delas ainda não são tão exploradas. Mas da mesma forma também não estão preparadas para receber os turistas mais exigentes, porém satisfazem bem as necessidades de um mochileiro.