O grande dilema de quem viaja para o Deserto do Atacama é escolher que passeios fazer, dentro do seu tempo e orçamento. Como já comentei em outro post, o passeio número 1, na minha opinião, é o Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas. Mas um passeio que, para mim, foi surpreendente é o das Lagunas Escondidas, um dos mais novos do Atacama e que ainda é oferecido por poucas agências. Nós fizemos o passeio à convite da Ayllu Atacama* e foi um dia lindo, com paisagens fascinantes, e com “a cara da ryqueza” para ficar na memória.
San Pedro do Atacama é uma cidade que vive, praticamente, em função do turismo. O centrinho da cidade é quase todo de pousadas, agências de viagem, restaurantes, bares e lojas de souvenir. O movimento de turistas é grande por lá, de dia e à noite. Com tantas opções, é difícil escolher onde se hospedar. Nas duas vezes em que estivemos no Atacama, em 2015 e, agora em 2017, não ficamos hospedados no centro, mas um pouco mais afastados, o que é ótimo para quem procura mais sossego e quer ficar mais em contato com a natureza e, também, na maioria dos casos, mais barato. Nesta nossa última ida, em maio de 2017, nos hospedamos na Casa Sorbac*, um Bed & Breakfast, com quartos privativos e compartilhados, que fica a menos de 3km do centrinho de San Pedro e tem vista para a Pukará de Quitor (foto destaque). Neste post, vou fazer um review sobre a nossa experiência lá. Continue reading Onde ficar no Atacama – Casa Sorbac, B&B com vista para Pukará de Quitor
Pedalar é uma ótima maneira de conhecer os arredores de San Pedro de Atacama, sem estar preso aos horários dos tours e sem gastar muito. A maioria das pousadas, hostels e agências da cidade dispõe de aluguel de bicicleta e os preços variam de um lugar para o outro e do tipo da bike e acessórios. Pedalando é possível se deslocar melhor dentro da cidade e também conhecer algumas atrações que ficam nos arredores como o Valle de la Muerte, Valle de la Luna e a Pukará de Quitor. Nós fizemos isso no nosso primeiro dia no Atacama e tivemos um cachorro como nosso guia. =) Apesar de cansativo, foi um dia incrível, com paisagens impressionantes em nosso caminho.
No Deserto do Atacama são tantas opções de passeios em cada lugar mais bonito que outro, que fica difícil escolher, já que nem todo mundo tem o tempo nem a grana para fazer todos. Mas um passeio imperdível, na minha opinião, é o das Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas, que inclui algumas das mais belas paisagens que vimos no deserto e também no Chile.
Fizemos o tour à convite da Ayllu Atacama* e irei compartilhar com vocês como foi a experiência e dar também algumas dicas para vocês terem o melhor aproveitamento deste passeio, que é incrível.
* O tour das Lagunas Altiplánicas e Piedras Rojas foi uma cortesia da Ayllu ao Compartilhe Viagens, com o compromisso de que toda a opinião emitida no texto fosse verdadeira e autêntica, como em todos os posts que escrevemos.
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O passeio
O passeio das Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas é realizado pelas agências no período da manhã e começa bem cedo. Às 5h da manhã, as vans começam a pegar os passageiros em sua hospedagem (neste dia, saímos um pouco atrasados, o que era de se esperar em um tour de brasileiros! hehe). De madrugada e pela manhã no Atacama, o frio é muuuuito grande, então, saia bem agasalhado, independente da estação. Mais abaixo darei algumas dicas do que levar.
De San Pedro de Atacama partimos para a primeira parada, o povoado de Socaire, a 86 km. No caminho, vamos vendo o sol surgindo sobre as montanhas e vulcões no deserto. Vale a pena se esforçar para se manter acordado nesta parte do trajeto, pois a paisagem fica ainda mais linda com as cores do amanhecer.
Socaire é a última cidadezinha, na Ruta CH-23, antes da Argentina. Como chegamos muito cedo, parece que o pequeno vilarejo ainda seguia dormindo. E o principal atrativo do pueblo é a iglesia vieja, com arquitetura atacamenha, construída com tijolos de barro e telhado em palha. A igreja estava fechada, então, paramos apenas para uma foto externa e ir ao banheiro (que nesse dia, teve que ser ao ar livre! hehe Mas, normalmente, eles fazem uma parada em um dos estabelecimentos do caminho. Mesmo assim, aproveite, pois no Atacama não há muito onde ir ao banheiro ao ar livre e a próxima parada para banheiro vai demorar).
Depois da rápida parada em Socaire, seguimos para o Salar de Talar. Não confundir com o Salar de Tara, que é outro passeio. Continue se esforçando para manter-se acordado, pois no caminho, é possível ver alguns animais, como vicuñas e guanacos, que são tipos de camelídeo, assim como as llamas e alpacas, só que são, exclusivamente, selvagens. Preste bem atenção, pois eles se camuflam muito bem na vegetação do Atacama. Aproveite para ir bebendo água para não passar mal com a altitude.
O Salar de Talar fica a uma altitude de 3.950 msnm e ocupa uma área de 46km quadrados. É neste Salar que ficam as famosas Piedras Rojas e a Laguna Tuyacto, que foi a nossa primeira parada.
A Tuyacto tem uma água em um tom leitoso, devido ao sal. Em algumas épocas do ano, tem uma grande concentração de sal em volta e fica ainda mais bonita. Mas quando fomos, não tinha tanto. Por outro lado, o espelho d´água estava perfeito, refletindo as montanhas.
A Laguna Tuyacto fica a alguns quilômetros das Piedras Rojas para onde fomos em seguida. Durante o trajeto, o nosso guia, Dani, nos explicou com detalhes a formação geológica desta região e o porquê da cor vermelho intenso das pedras, que é devido a grande concentração de ferro, oriunda de lava vulcânica. Dani, aliás, é um excelente guia. Super divertido e com explicações muito embasadas. Além de sempre ajudar, fazendo ótimas fotos! =)
Como a Ayllu é especializada em atender brasileiros e o grupo era quase todo de brasileiros (exceto por Julie, que é alemã, mas fala português), a explicação foi toda em portunhol. Dani entende muito bem português, então, nos comunicamos todos assim. Toda a explicação é feita no trajeto de carro para que a gente possa passar o tempo fora, apreciando a paisagem e fazendo fotos. E também para não congelarmos!
Mais uma vez, digo e repito, vá preparado para o frio, que varia entre abaixo de zero a 10 graus e a ventania, que é muito forte em Piedras Rojas. Fizemos o passeio no final de maio e a temperatura estava abaixo de zero. Também evite tirar as luvas para fotografar para não ter “queimaduras de frio” nas mãos, o que aconteceu comigo.
Quando chegamos a Piedras Rojas, só tinha o nosso e outro grupo da agência no local, o que era muito bom porque podíamos fazer boas fotos. Os grupos da Ayllu são de no máximo 10 pessoas por carro, o que é ótimo porque podemos conhecer melhor as pessoas (o nosso grupo era bem bacana) e o guia consegue explicar tudo sem ser interrompido.
Enquanto tiramos fotos e contemplamos a paisagem (que é melhor descrita pelas fotos do que por palavras), a equipe da Ayllu prepara a estrutura para o café da manhã, de frente para uma das lagunas em Piedras Rojas. O café da manhã oferecido é bem completo, com frutas, pães, biscoitos, chá, café, nutella… e todo mundo vai se servindo à vontade. Acho que esse foi o lugar mais bonito que já tomei café da manhã na vida! Mas comemos rapidinho, pois o frio tava bem difícil de suportar.
Depois do café, fomos para as Lagunas Altiplánicas, e quando você pensa que a paisagem não pode ser tão bonita quanto a das Piedras Rojas, se surpreende com a beleza dessas lagoas.
As Lagunas Altiplánicas que visitamos, Miskanti e Miñiques, estão dentro da Reserva Nacional Los Flamencos. E a entrada de $ 3.000 CLP por pessoa (maio de 2017) é paga a parte.
A primeira lagoa, a Miskanti, é a maior e a mais bonita, na minha opinião. Com uma água bem azul e tranquila, rodeada pelo vulcão e cerro de mesmo nome e outras montanhas, que, no final de maio, estavam com um contraste muito bonito entre o branco da neve e a cor escura das formações rochosas, além do amarelo esverdeado da vegetação do Atacama. A lagoa tem um formato semelhante a um coração, que pode ser melhor percebido olhando no mapa: https://goo.gl/maps/hSzifaTzUvz.
Próximo a esta lagoa tem banheiros (ufa!) e também uma trilha para quem quiser caminhar mais em volta da lagoa, respeitando o limite marcado por pedras. Também nesta lagoa há flamingos (que vimos só de longe) e vicuñas.
De carro, fomos até a lagoa Miñiques, que fica ao lado da Miskanti, mas distante para ir caminhando. Aliás, as duas lagoas foram separadas por lava petrificada de uma erupção do vulcão Miñiques. Sim, como era de se esperar no Atacama, ao lado da lagoa Miñiques tem outro vulcão.
A Miñiques é bem menor que a Miskanti e o vulcão não estava com tanta neve como o outro, por isso, achei a primeira mais bonita. Mas as duas são lindas!
Na volta das Lagunas Altiplánicas, vimos ainda mais animais entre vicuñas e guanacos (difícil diferenciar um do outro) e também uma raposa (zorro culpeo), uma espécie típica dos países da América do Sul.
Ao longo do passeio, o sol vai começando a esquentar, e a altitude vai diminuindo, assim como os ventos. Então, dá para aproveitar a paisagem melhor e por mais tempo.
A última parada antes do almoço é no Trópico de Capricórnio, paralelo ao Sul da linha do Equador. Uma placa na Ruta CH- 23 marca o local onde passa a linha imaginária.
Voltamos a San Pedro de Atacama, por volta das 14h, para o almoço no restaurante da Ayllu. O almoço foi com buffet livre, também bem completo (tinha até feijoada!), inclusive, com bastante opção para mim, que sou vegetariana. E de bebida para acompanhar, tinha suco, refrigerante, vinho branco e tinto.
Um passeio perfeito do início ao fim! <3
Como é um passeio de meio período, algumas pessoas fazem dois passeios por dia. Mas acho bem cansativo, já que você terá acordado pelo menos umas 4h30 da manhã. Se quiser fazer isso, dê preferência a um tour que saia mais tarde possível pela tarde, também para ter uma margem de hora para um eventual atraso do primeiro passeio.
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O que levar
Como já mencionei várias vezes, faz um frio danado nesse passeio. Então, garanta que você estará bem agasalhado com calça e casaco (de preferência corta vento) e que esquentem bem, gorro, luvas, sapato fechado (de preferência bota, porque, geralmente, entra vento pelo tênis), cachecol e meias bem quentinhas. Eu usei várias camadas de cada coisa dessas e ainda sim, quase congelei! hehe
Mas, não se engane, mesmo com o frio, geralmente, o sol é muito forte no Atacama, então não esqueça o protetor solar e os óculos de sol. Leve também sua garrafinha de água.
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A Ayllu
Em San Pedro de Atacama tem uma infinidade de agências, por isso, é preciso escolher bem para o barato não sair caro. A Ayllu é uma agência com 15 anos de atuação no Atacama e tem focado no público brasileiro e também no conceito de luxo.
Por isso, os guias falam bem portunhol (não aquela coisa enrolada que não dá para entender), além da equipe de atendimento ser de brasileiros.
A agência oferece os principais passeios pelo Atacama sempre para grupos pequenos de, no máximo, 10 pessoas para deixar a experiência mais intimista e exclusiva. Aliás, uma curiosidade que eu sempre tive, Ayllu significa “comunidade ou grupo familiar”, no dialeto Kunza.
Além do tour das Lagunas Altiplánicas e Piedras Rojas, fizemos o passeio das Lagunas Escondidas com a Ayullu, que contarei como foi em um próximo post.
No Chile, nos mantivemos conectados com internet ilimitada do plano de dados da T-Mobile, com o chip enviado pela EasySim4u. Foi muito útil durante a viagem de carro, pois podíamos carregar bem os mapas, procurar restaurantes próximos e até fazer reservas de hospedagem de última hora. O legal da EasySim4u é que eles enviam o chip para o seu endereço no Brasil e você chega no país conectado. O plano de dados deles funciona em até 140 países e com o mesmo chip, nos mantivemos conectados ainda na Argentina e Paraguai.
O Chile não tem um sistema de saúde gratuito e o atendimento médico lá pode sair bem caro, portanto, é imprescindível fazer um seguro viagem para visitar o país.
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Do centrinho de San Pedro de Atacama, no Chile, é possível ver uma gigantesca e surpreendente formação geológica em meio ao deserto plano. São os Valles de La Luna e de La Muerte. Lugares imperdíveis para quem visita o Deserto do Atacama.
Declarado como Santuário da Natureza, o Vale de La Luna é considerado o lugar mais inóspito da Terra, sem presença de vida animal e vegetal. O vale faz parte da Cordillera de la Sal e seu nome deve-se à formação semelhante à superfície lunar, causada por estratificações de sal.
San Pedro de Atacama é a base para quem quer conhecer o Deserto do Atacama, no Chile. A cidade fica no Norte do país, próximo à fronteira com a Bolívia. Um óasis no meio do deserto mais árido e mais alto do Mundo. A 2.400 m de altitude, San Pedro vive do turismo e é uma cidade preparada para isto. À primeira vista, parece uma cidade cenográfica, com chão de terra batida, casas brancas ou cor de barro com janelas e portas em amarelo, azul ou branco. Mas em San Pedro há várias opções de hospedagem, de hotéis luxuosos a hostels; bons restaurantes; muitas lojas e agências de turismo, que oferecem excursões para o deserto e lagunas altiplánicas.