Em alguns dias, viajaremos para Cuba. Um sonho antigo e creio que vamos em um momento único, quando o país está no limite da transição do antes e depois de retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos. O papa Francisco, que foi uma das peças importantes para essa reaproximação entre os dois países também estará visitando a ilha. Estou ansiosíssima. Mas uma coisa tem me preopado: a internet. Se fosse há um ano, isso não faria a menor importância, pois viajávamos quando estávamos de férias, ou no caso da Volta ao Mundo, em um período sabático. Mas agora é diferente. Estamos viajando e trabalhando. E quando você se torna um nômade digital, tem a liberdade de viajar desde que tenha internet.
A depedência de uma boa conexão da internet é uma das coisas que mudou em nossa forma de viajar desde que nos tornamos nômades digitais. Saiba o que mais temos que fazer para conciliar viagem e trabalho:
– Diminuir o ritmo
Se você acha que “X” dias é suficiente para conhecer uma cidade, quando você se torna um nômade digital terá que ficar “2X”, pois lembre-se terá que dividir o seu dia entre o trabalho e conhecer a cidade.
O ideal seria poder ficar muito tempo em cada lugar, morar mesmo. Mas, se você, é ansioso para conhecer o mundo como eu e quer enfrentar um mochilão ou mudança de lugares, mesmo trabalhando, fique pelo menos mais dias do que seria suficiente para conhecer cada lugar.
– Ter muita disciplina
Se trabalhar em home office exige disciplina, ser um nômade digital, ainda mais. Imagine quantas tentações você terá (passeios, restaurantes, baladas, colegas de viagem) para deixar o trabalho para depois.
Mas há tipos e tipos de trabalhos digitais. O meu, por exemplo, que sou autônoma permite que eu trabalhe quase sempre o horário que eu quiser e quando quiser. Mas já o de Fred, que é contratado, exige cumprir carga horária (8h diárias) e tem uma reunião todos os dias com hora marcada (no fuso horário do Brasil).
Então, para conciliar viagem e trabalho, acordamos bem cedo (algumas vezes, antes de 6h) para trabalhar pela manhã e poder passear a tarde e à noite.
Quando é um passeio de dia todo, ou deslocamento entre cidades ou países longos, deixamos, quase sempre, para os fins de semana.
Também aproveitamos esses longos deslocamentos para trabalhar. Não é nada confortável, mas tempo é dinheiro.
– Escolher bem a hospedagem
A sua hospedagem agora passa ser a sua casa e seu local de trabalho. Então, é preciso escolher melhor. Claro, que viajando não dá para ter o mesmo padrão que você teria na sua casa, por exemplo. Mas é preciso ser um pouco melhor do que seria em um mochilão sem trabalho.
Nós, antes ficávamos mais em hostels, muitas vezes, em países caros em quartos compartilhados. Mas aí, você tem que dormir para acordar cedo no dia seguinte, chega a galera da balada, fazendo aquele barulho…e não dá né.
Então, estamos optando mais por ficar em quartos privados em guest houses, pousadas e até em hotéis, quando o orçamento permite. Quando optamos por hostels, vemos se não faz o estilo balada.
O item número um na hora da escolha é a qualidade da wi-fi (sempre leia os comentários e verifique as notas sobre esse item).
– Ficar de olho na cotação
Desde que nos tornamos nômades digitais, acordamos e dormimos acompanhando a cotação das moedas estrangeiras. Pois este é um fator determinante para escolher os destinos e o tempo de viagem. O ideal é que ao se tornar nômade digital, você viaje por países que tenham moeda mais desvalorizada do que a moeda em que você ganha.
– Tirar alguns dias só para trabalho ou para descanso
Não se engane, trabalhar e viajar, pode ser bem cansativo. Então, permita-se ter um dia só para trabalhar ou só para descansar, deixando a viagem “de lado”. Um dia sem ter que visitar atrações ou cumprir roteiros.
– Não engessar a viagem
Por fim, a última coisa que mudou em nossa forma de viajar para poder conciliar com trabalho é que tentamos não engessar a viagem. Isso é, não compramos todos os voos com muita antecedência, nem fazemos reservas. Para a viagem pela América, que estamos fazendo agora, saímos sem as passagens de volta e só com a reserva da primeira semana e à medida em que vamos vendo se será possível continuar e para onde queremos ir que vamos fazendo reservas e comprando voos.
Estamos agora com quase 3 meses de viagem, estamos em nosso sexto país, o que seria uma média boa para um mochilão normal. Mas ainda estamos muito rápidos para uma vida nômade. Da próxima, vamos ainda mais com calma. Afinal, agora, podemos viajar quando bem entendermos, desde que tenhamos dinheiro. Por isso, bora trabalhar! 🙂