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Viajando sozinha por 6 meses: “a 26 horas de distância”

Lembram da Julie, nossa amiga alemã, que se tornou personagem do meu livro “Dois no Mundo”? Ela já apareceu aqui no blog algumas vezes e esta semana irá partir para uma viagem sozinha de 6 meses pelo mundo. Os relatos de sua aventura, ela irá compartilhar com a gente aqui no blog. Sim, o Compartilhe Viagens agora tem correspondente internacional! (Chic, né? haha). Julie irá enviar os textos em inglês (que serão publicados no menu English) e irei fazer a tradução para português. Para começar, ela escreveu um primeiro post, explicando como tomou a decisão de viajar sozinha e os planos para sua viagem. Já neste post, você vão sentir como a Julie é uma pessoa muito querida e especial.

Seja bem-vinda ao CV, Julie! E tenha certeza de que você não estará só. Nós também iremos viajar com você, pelo menos, através dos seus textos! 😉

Antes que eu esqueça, em nossas redes sociais (IG: @compviagens, FB: https://www.facebook.com/compartilheviagens/), também faremos publicações sobre a viagem de Julie, que começa por Bali.

Vamos ao texto dela:

Meu mapa de viagens na minha sala de estar, marcando os países que já visitei

Em dois dias, sairei para viajar pelo mundo por cerca de 6 meses. Sozinha. Como uma mulher. Quando eu falo sobre isso para as pessoas, as reações variam de: “Uau, você é muito corajosa. Queria poder fazer o mesmo, mas eu acho que não tenho força para fazer isso” a “Você é louca?”. Isso reflete muito bem os meus próprios sentimentos nas últimas semanas. Um dia, eu acredito que essa é a melhor coisa de tudo que já fiz e no dia seguinte (especialmente quando eu tenho que dizer “tchau” para a minha família e amigos), acho que fiquei louca quando decidi deixar minha cidade, Berlim, para viajar “daqui a 26 horas” (como meu amigo Dave diria) para Bali, Malásia, Austrália, Nova Zelândia…e onde mais o dinheiro da minha conta bancária me permitir ir. 😉

Meus planos de viagens no globo

Entretanto, eu terei que deixar para traz minha casa, minha família, meus amigos, minha cidade, em dois dias… para ver o mundo, para encontrar pessoas diferentes e conhecer outras culturas. Meu primeiro passo para essa jornada foi comprar a passagem aérea de Berlim a Bali (para falar a verdade: de Berlim a Istambul, Istambul para Jakarta e, finalmente, de Jakarta para Bali, viajando cerca de 26 horas). Irei deixar Berlim nesta quarta-feira (19).

Esta não será a minha primeira viagem para tão longe de casa. Eu já viajei pelo mundo, como o mapa da minha sala de estar mostra.

Mas dessa vez é diferente, não estarei em uma única cidade o tempo inteiro, para estudar ou trabalhar… eu estarei, simplesmente, viajando, conversando com as pessoas, aprendendo sobre outras culturas, por seis meses seguidos.

Por que eu decidi viajar sozinha? A verdade é que faz 4 anos que eu quero ir sozinha para a Austrália para participar do programa “Work & Travel”, mas eu nunca fui por causa dos meus estudos, trabalho, namorado. Eu sempre tinha desculpas.

Então, o que mudou? Eu terminei minha faculdade de medicina neste verão e recebi meu diploma duas semanas atrás, pedi demissão e me tornei freelancer e meu namorado e eu nos separamos há sete semanas.

Com um dos meus melhores amigos, Felix, no dia da minha graduação

Portanto, nada mais me segura e eu sei que eu tenho que viajar – agora ou nunca. Então, tive que fazer uma escolha: viajar sozinha ou ficar em casa? E a escolha foi feita rapidamente e escolhi ir ver o mundo sozinha. Eu queria estar livre para tomar minhas decisões. Por isso, eu eu não queria planejar muito. Ter a oportunidade de escutar conselhos dos moradores do lugar e fazer o que quero fazer em cada momento da viagem. Portanto, eu apenas comprei a minha passagem para a Indonésia com o prazo para ficar até 30 dias após a chegada para obter a minha “Visita com isenção de visto”. De lá, o voo mais barato que eu poderia encontrar foi de Lombok, ilha próxima a Bali, para Kuala Lumpur, na Malásia, por 80 euros, incluindo, uma bagagem de 20kg.

Desde ontem, eu também sei que tenho que ir para Nova Zelândia em 20 de dezembro. Não porque já comprei passagens para mim, mas porque minha irmã mais velha irá me visitar lá para as três semanas de Natal e Ano Novo. Eu já estou muito animada de viajar com ela e aproveitar esse período especial do ano com minha família”. Eu ainda tenho que descobrir como e de onde vou partir para chegar em Christchurch, mas encontrarei um jeito. Eu falei para ela ontem que “mesmo se eu tiver que nadar até a Nova Zelândia, mesmo assim, eu estarei lá, com certeza”.

Para todo o período da viagem, estou planejando gastar 40 euros por dia, incluindo tudo: acomodação, comida, atividade, transporte, vistos etc. Vou ver e conto para vocês se está dando certo.

Conversando com um amigo australiano, Jeff, pelo WhatsApp há algumas semanas, abri meus olhos para o que realmente importa para mim enquanto eu estou viajando. Ele me perguntou: “Qual aventura você faria amanhã se você pudesse?”

Eu estava sentada em um ônibus em Berlim, lendo sobre essa pergunta e a primeira resposta que veio à minha cabeça foi:

“Eu iria me me teletransportar (ou Scotty poderia fazer isso por mim ^^) para vê-lo e conversar pessoalmente”. Lá no fundo, eu senti que, para mim, o mais importante é poder conversar com as pessoas pessoalmente, dividir momentos especiais com eles, mais do que ver uma paisagem bonita ou algo espetacular. Jeff ficou surpreso com a minha resposta e me perguntou novamente: “Então, de tudo no mundo que você poderia fazer…Cruzar o deserto, ver a Aurora Boreal, escalar o Everest, etc. Você iria querer vir aqui para me ver?”. Sim, de fato. Porque na minha vida, eu não preciso cruzar todos os desertos, não preciso ver todas as praias mais bonitas e não tenho que escalar todas as montanhas porque elas estão lá. O que realmente é mais importante para mim, enquanto viajo e na minha vida em geral é o contato com as pessoas, falar com elas pessoalmente, ouvir suas histórias e entender suas culturas.

Para ter contato com os moradores de um lugar, tentarei viajar o máximo possível fazendo “Couchsurfing”. Essa rede social mostra perfis de pessoas interessantes, com suas referências e já dá uma sensação do que você terá com elas. Planejei minhas primeiras dez noites em Bali com três couchsurfers diferentes. Já entrei em contato com eles pelo WhatsApp e estou muito animada para encontrá-los pessoalmente. Minha primeira anfitriã será Anastasia, que irá me pegar no aeroporto. Que maneira prazerosa de chegar em um novo país! Por essa razão que acredito que estarei viajando sozinha, mas, provavelmente, na maior parte do tempo, não estarei só.

Você tem alguma experiência parecida para me dar dicas? Deixe nos comentários abaixo para mim!

Sua entusiasmada viajante,

Julie

Fatos sobre os meus planos de viagem até agora:

O que já reservei:

Vistos:

Dinheiro:

Planos de viagens:

Texto escrito por Juliane Boll