Chile: roteiro de 2 dias em Pucón

Nossa viagem de 10 dias de carro pelo Sul do Chile começou por Pucón, que apesar de estar cercada por lagos,  faz parte da região administrativa de Araucanía, e está a 785km de Santiago. Pucón foi uma das cidades que mais me impressionou no Chile. Que lugar lindo e cheio de atrativos, especialmente, para quem gosta de natureza e aventura. Ficamos em Pucón por  3 noites e 2 dias completos, que foram suficientes para conhecer o imperdível, mas a cidade tem opções suficientes para até mais que cinco dias. Mas antes de compartilhar o nosso roteiro de 2 dias em Pucón, vou contar uma historinha sobre a nossa chegada para vocês não passarem a mesma vergonha que a gente! haha

Pucón fica no sopé do vulcão Villarica, um dos mais ativos do Chile. A última erupção do Villarica foi em março de 2015 (depois de 30 anos da erupção anterior) e mais de 3 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Disso eu sabia (mentira, a parte da erupção, pesquisei para escrever este post), mas…

Vulcão Villarrica visto do jardim do Hostal French Andes
Vulcão Villarrica visto do jardim do Hostal French Andes

Depois de quase 8 horas na estrada, chegamos a Pucón à noite, mortos de cansados e com fome. A estrada estava com muita neblina, mas de longe, eu conseguia ver o vulcão Villarrica com algo que parecia ser fogo saindo da cratera, mas nada muito nítido. Quanto mais nos aproximávamos da cidade, mais visível ficava o vulcão e o tal foguinho. Falei para Fred, mas ele não conseguia ver o mesmo que eu, pois estava dirigindo e o vulcão estava do meu lado da janela. Ele pensava que eu estava brincando. Julie seguia dormindo pelas últimas horas no banco de trás! hehe

Chegamos no hostel um pouco assustados (será que o vulcão ia entrar em erupção justo agora que tínhamos viajado 8 horas e estávamos muito cansados? Eu dormiria ali mesmo assim…). Entramos no hostel e fomos logo perguntando a recepcionista: o que está acontecendo com o vulcão que está soltando fogo? A recepcionista tomou um susto e saiu correndo para ver. Lá fora, ao olhar para o vulcão, ela disse: ah, isso? Isso é normal! É quase sempre assim.

Isso mesmo, o povo de Pucón vive tranquilamente na base de um vulcão…E, além do Villarrica, nos arredores de Pucón estão os vulcões Quetrupillan e Lanín (os 3 fazem parte da falha Villarrica e cruzam perpendicularmente a grande falha Liquiñe-Ofqui, formando um dos corredores mais importantes do cinturão de Fogo do Pacífico). Isso é que é viver perigosamente…

Passado o susto, nos demos conta da sorte que tivemos em ter uma visibilidade tão boa do vulcão, em uma época que normalmente é de chuvas (viajamos em maio de 2017). Era noite de lua cheia e o céu estava com uma visibilidade ótima. Aquela foi a única noite das 3 que tivemos uma vista tão nítida do vulcão. Foi nesta noite, que Fred fez a foto que abre o post do jardim do Hostal French Andes, que estava com uma fogueira acesa. Preparamos nosso jantar na cozinha do hostel, compramos um vinho e jantamos apreciando a vista. Tem como não se apaixonar por uma cidade assim?

Agora sim, vamos às dicas e roteiro:

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Como chegar

Como disse, chegamos a Pucón de carro, vindos de Santiago. É um longo trecho, de 785 km, mas quase todo pela Ruta 5, que é duplicada e está em ótimas condições. O problema é que a qualidade da estrada tem um custo. O de inúmeros pedágios! Foram 7 neste trecho, custando entre $ 2.300 e $2.500 CLP, totalizando 16.900 CLP.

Dê preferência para chegar na cidade ainda durante o dia, pois a estrada final tem muitas curvas e pode ter muita neblina também.

Se quiser aproveitar melhor o dia do viagem, uma sugestão é fazer uma uma parada no Cajón del Maipo. Essa era minha ideia inicial, mas acabei deixando para o último dia e no final não deu tempo.

Se você não for alugar carro, que será muito útil para aproveitar melhor para conhecer as atrações da cidade, que são quase todas no entorno, tem a opção de ir de ônibus. A viagem dura em média 11h15.

Faça a pesquisa aqui: https://www.busbud.com/pt/onibus-santiago-do-chile-pucon/r/66jcf4-63hbd1

Para quem quiser uma opção mais rápida, porém bem mais cara, Pucón tem também um pequeno aeroporto. Mas os voos não são regulares.

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Pucón é uma cidade muito preparada para o turismo, com muitas opções de hospedagem. Mas dê preferência para ficar próximo ao centro da cidade. Pois assim, você poderá fazer os passeios durante o dia nos arredores (com tour ou carro) e à noite, poderá ir a restaurantes, bares, lojas e supermercados, caminhando. Assim não tem problema se quiser tomar um vinho, por exemplo! =)

Em Pucón, nós ficamos em um dos melhores hostels da nossa viagem pelo Chile e até um dos melhores hostels que já me hospedei na vida.

Nós ficamos no  Hostal French Andes, que tem duas unidades. Nas duas primeiras noites, nós ficamos em um quarto privativo, com banheiro na segunda unidade (que tinha o jardim com a vista para o vulcão).

O hostel é muito organizado. Os quartos são limpos, espaçosos e bem equipados (nosso quarto tinha até um mini jardim). A cozinha também é muito bem equipada e tem todo tipo de utensílio necessário.

Julie ficou num quarto chamado de capsúla, apertadinho, mas que ela podia ficar sozinha. Ela adorou, ainda mais porque este quarto tinha uma clarabóia, que dava para dormir vendo as estrelas.

Na nossa última noite, eu e Fred, tivemos que mudar de quarto (porque inicialmente só tínhamos reservado 2 noites) e ficamos em um quarto maravilhoso, enorme, com vista para o vulcão, banheiro e até cozinha privativa. Infelizmente, nesse dia, o tempo fechou e ficou muito nublado e só tivemos vista pela manhã. Mas no dia que voltar a Pucón, quero voltar ao Hostal French Andes e ficar neste quarto!!!

Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes
Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes

Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes
Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes

Nosso segundo quarto no Hostal French Andes
Nosso segundo quarto no Hostal French Andes

Nosso segundo quarto no Hostal French Andes
Nosso segundo quarto no Hostal French Andes, com vista para o vulcão

Reserve sua hospedagem em Pucón

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O clima do nosso primeiro dia em Pucón, estava maravilhoso, com muito sol e não fazia tanto frio.

Começamos o dia passeando pelo centrinho da cidade, começando pela Plaza de Armas, que é muito bonita e organizada. Sugiro que passe no centro de informações turísticas para pegar um mapa da cidade e receber algumas informações importantes.

Plaza de Armas de Pucón
Plaza de Armas de Pucón

Depois da praça, fomos visitar algumas agências para saber quanto custava subir o vulcão Villarica e agendar a nossa escalada. Mas aquele dia era o único com bom tempo na semana e não teriam passeios pelos próximos dias. Como as agências saem muito cedo, não tínhamos mais como fazer o passeio naquele dia.

Com Julie no vulcão Villarrica
Com Julie no vulcão Villarrica

Então, o funcionário de uma das agências nos explicou que podíamos ir de carro até a base do vulcão. Só seguir para a estação de esqui.

Como já contei em outros posts, nosso carro era um “Peor es Nada”, um  Suzuki Alto, que desconfio que não era nem 1.0! hehe Mas ainda sim, conseguimos chegar até a base do vulcão Villarrica. A estrada, é claro, é toda de subida e com muitas curvas e alguns trechos estavam ruins, mas se deu para chegar com o “Peor es Nada” dá para chegar com qualquer carro. Porém, não sei como fica em períodos de neve.

Julie, Fred e eu no "Peor es Nada", nosso carro, de frente ao vulcão Villarrica
Julie, Fred e eu no “Peor es Nada”, nosso carro, de frente ao vulcão Villarrica

O vulcão Villarrica é coberto por neve o ano todo, o que muda é que quando é verão a neve fica mais no topo e a quantidade vai aumentando até que no inverno está coberto até a base toda, onde funciona a estação de esqui.

Como fomos em maio, ainda não era temporada de esqui e a neve quase chegava a base, mas não o suficiente que a gente pudesse chegar perto. Nós tentamos começar uma caminhada até onde tinha neve, mas fazia muuuuuito vento e como não tínhamos saído com roupa apropriada para neve, estávamos com muito frio.

Estação de esqui, vulcão Villarrica
Estação de esqui, vulcão Villarrica

Quando estávamos ainda na tentativa, iam descendo um casal do vulcão. Eles nos disseram que tinham contratado a agência para fazer a subida do Villarica, mas que só tinham conseguido chegar até a primeira base do teleférico. E que até onde tinha neve era umas 14h de caminhada.

Decidimos, então, que não era seguro subir sem guia e sem roupa apropriada e nos contentamos em fazer várias fotos no vulcão e também da vista panorâmica incrível para os lagos que se tem lá do alto. Como estava uma ventania muito forte e era baixa estação, o teleférico também não estava funcionando.

Para quem estiver planejando subir o vulcão, recomendo ir em uma época menos fria e com menos neve, preferencialmente, no verão. Também é preciso ter um certo preparo, pois são várias horas de subida e quanto mais neve, mas difícil a trilha. O Villarrica está a uma altitude de 2.847 m e tem uma proeminência de 1.575 m.

Também é um passeio bem caro, então, acredito que só vale a pena, se você tiver preparo para ir até o fim. Na época em que fomos (maio de 2017), o passeio custava entre $ 80.000 e 90.000 CLP, dependendo da negociação.

A Camila do blog Viaggiando tem um relato sobre sua experiência na subida do Villarrica: http://www.viaggiando.com.br/2012/07/subida-ao-vulcao-villarrica.html

Quem for a Pucón no inverno e planeja esquiar, pode conferir as informações no site da estação de esqui: http://www.skipucon.cl/

Depois de muitas fotos do vulcão e lagos, tomamos um chocolate quente (para mim), cerveja (para Fred), chá (pra Julie) para nos esquentar no El Castillo, um restaurante/café muito bonito que fica no início da subida para o vulcão. Vale a pena parar lá, na ida ou na volta.

Lagos de Pucón, vistos do Villarrica
Lagos de Pucón, vistos do Villarrica

Depois do vulcão Villarrica, pegamos o carro e fomos ao Salto Ojos de Caburgua, que fica em uma propriedade privada. A entrada custa apenas $ 1.000 CLP por pessoa (05/2017).  

Salto Ojos de Caburgua
Salto Ojos de Caburgua

Pucón tem inúmeras cachoeiras (saltos). O Ojos de Caburgua é uma delas, mas também um olho d´água. A água é bem cristalina, mas o horário que fomos já tinha muita sombra e a cor da água não realçava tão bem. Também as quedas d´água são bem baixinhas. Ainda assim, é um lugar bem bonito e, como a entrada custa menos de R$ 5, vale a pena. =)

Como quase todos os lugares em Pucón, a propriedade tem também uma vista para o vulcão. Escolhemos uma sombra debaixo de uma árvore (Julie, como boa europeia, ficou no sol) para fazer um lanche.

Do Ojos de Caburgua seguimos para o Lago Caburgua, onde estão as Playas Negra e Blanca. Os nomes se devem a cor da areia. A negra, com areia escura, e a blanca, com areia mais clara. Como fomos na baixa estação, no início do inverno, a praia estava deserta. Mas no verão, as praias de Pucón costumam ser bem movimentadas.

Playa Blanca
Playa Blanca

Fechamos o nosso primeiro dia de Pucón com o pôr do sol na Playa Grande, no Lago Villarrica, que fica a uma curta caminhada do centro de Pucón. Mesmo sendo baixa temporada, nesta praia, tinha bem mais pessoas, especialmente, porque é frequentada também pelos moradores da cidade. Dizem que no verão ela fica completamente lotada!

Pôr do sol, na Playa Grande
Pôr do sol, na Playa Grande

Durante o verão também há mais opções de atividades nas praias, como stand up paddle, caiaque…

Playa Grande, Pucón
Playa Grande, Pucón

Para noite, Pucón tem também várias opções de restaurantes e bares. Mas na baixa temporada, tudo estava bem tranquilo, sem badalações. Nós jantamos no  Mama e Tapas, que nos foi recomendado por uns amigos chilenos de Julie.

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Roteiro em Pucón – Dia 2

O nosso segundo e último dia em Pucón, fizemos a trilha no Parque Nacional Huerquehue (mais conhecido pelos brasileiros como huehue brbr! haha). Se eu tivesse que escolher uma única coisa para fazer em Pucón seria esta trilha.

Vista do mirante Parque Huerquehue
Vista do mirante Parque Huerquehue

O Parque fica a 36km do centro de Pucón, cerca de 1h de carro. Existe um ônibus que saem do Terminal de Buses Caburgua às 08h30, 13h00 e às 16h (durante todo o ano) e às 18h20 (em janeiro e fevereiro). E retorna ao centro às 09h30, 14h10, 17h10 h (durante todo el año) e às 19h30 (janeiro e fevereiro).

O parque funciona das 08h30 às 20h, na alta temporada, e das 08h30 às 18h, na baixa temporada. A entrada para estrangeiros custa $ 5.000 CLP, na alta temporada, e $2.500, na baixa.  

Para fazer a trilha principal completa, recomendo chegar bem cedo no parque. O parque tem várias trilhas, que vão desde nível fácil a difícil. Nós fizemos a trilha “Los Lagos”. A trilha completa tem 12km. E tem um tempo de ida de 3h30. O caminho é todo de subida, mas o nível é médio. Vimos até crianças fazendo.

Cachoeira no Parque Huerquehue
Cachoeira no Parque Huerquehue

Esta trilha passa pelo Lago Tinquilco, cachoeiras Nido de Águilas e Trufulco. Tem também dois mirantes com uma vista espetacular para o Lago Tinquilco e o vulcão Villarrica. O final da trilha é nos chamados lagos chicos (lagos Verde, Chico, Toro y Huerquehue).

Como chegamos muito tarde no parque, por volta das 12h não fizemos a trilha completa e fomos até o segundo mirante, sem fazer os lagos chicos. Mesmo assim, levamos umas 5h de trilha, incluindo, as paradas para as centenas de fotos e valeu muito a pena, pois as paisagens do parque são incríveis.

Lá no alto da floresta, onde estão os mirantes tem árvores araucárias gigantescas e centenárias.

Para quem for fazer a trilha, recomendo ir com sapatos apropriados (tênis ou botas de trilha), levar bastante água (mesmo no inverno) e comida (pois, durante a trilha, não tem onde comer).

Aproveita também para ir ao banheiro, sempre que tiver um, pois não são muitos.

Para quem quiser visitar o parque com mais calma e fazer as trilhas mais longas, no Huerquehue tem algumas opções de campings, chalés e hostel.

Mais informações sobre o parque, você encontra aqui: http://parque-huerquehue.blogspot.com.br/

Para fechar o último dia em Pucón e relaxar da caminhada, recomendo ir a uma das várias termais de Pucón.

Nós tivemos muita sorte, pois quando estávamos saindo do Parque Huerquehue , vimos duas meninas pedindo carona. As duas eram russas e uma delas falava português muito bem. Em pouco tempo, elas nos pediram para descer do carro e para gente dar carona a dois meninos que estavam um pouco mais na frente na estrada.

Eles eram chilenos, moravam em Pucón, e estavam hospedando elas pelo Couchsurfing. Como um deles tinha pressa porque ia receber uma encomenda para uma obra na casa dele, elas pediram para levar eles primeiro. No caminho fomos conversando e ele perguntou aonde pensávamos em ir depois dali, falamos que queríamos ir a uma termal. Foi então, que ele disse que trabalhava em uma e poderia nos dar cortesias! =)

A termal era a Termas Trancura, que é maravilhosa, que tem 14 piscinas de água 100% natural (segundo a placa do anúncio deles, outras termais esquentam a água artificialmente) que são descobertas, semi-cobertas ou fechadas, e uma vista incrível para o vulcão Villarrica. A entrada custa 10.000 CLP por pessoa. Eu até acredito em kharma, mas nunca tinha tido um retorno tão rápido! hehe

Nossos dias em Pucón foram muito bem aproveitados, mas foram suficientes só para deixar com vontade de voltar. Para quem tem mais tempo, Pucón oferece várias outras opções de passeios, como rafting no rio Trancura, várias trilhas e vulcões para escalar, cachoeiras, passeios a cavalo etc.

Pucón, I´ll be back! =)

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Viagem de carro no Chile – Dicas, Custos e Roteiro de 10 dias por Pucón, região dos Lagos e Isla de Chiloé

Nosso roteiro de 20 dias no Chile incluiu uma viagem de carro durante 10 dias, saindo e retornando a Santiago, que incluiu Pucón, região dos Lagos Andinos, Isla de Chiloé e uma parada de uma noite em Valdívia. Foram mais de 3 mil km de viagem por paisagens espetaculares. O Chile é um ótimo país para viajar de carro, seguro e com uma boa infra-estrutura.

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Um roteiro de 07 dias em Santiago do Chile e regiões vizinhas

ATUALIZAÇÃO: Publiquei um post novo (19/06/2017) com dicas práticas e roteiro de 4 a 6 dias em Santiago e arredores. Leia aqui:

Olá viajantes!

Buenos Aires tem sido a queridinha dos brasileiros na América do Sul. Mas Santiago do Chile também tem se destacado na lista dos destinos de férias preferidos dos turistas brasileiros. O Chile, aliás, tem uma grande vantagem de ser um país estreito, então em uma pequena distância você consegue ir à cidade, à praia, às montanhas e às estações de esqui. Por esse motivo, a dentista Mariana Melo, potiguar residente em Brasília (DF), escolheu o Chile como seu primeiro destino internacional com o marido. No post de hoje, ela detalha o roteiro de 7 dias que fez em janeiro de 2011 em Santiago e nos arredores. Em uma outra oportunidade, ela compartilhará com a gente sua experiência nos Lagos Chilenos.

Buen viaje!

Santiago (CHL) por Mariana Melo

Eu e meu marido decidimos que nossa primeira viagem internacional juntos seria para o Chile, pois já tínhamos ouvido falar muito bem da capital chilena, Santiago. Mas como queríamos passar uns doze dias viajando decidimos ir além e descer 700 km para o sul para conhecer também a região dos Lagos Chilenos. Além do Sul, vimos que no Chile também tem praia e pensamos “por que não conhecer uma praia do Pacífico também?” E estava formado nosso roteiro, que incluía Santiago, Valparaíso, Viña Del Mar, Pucón e Puerto Varas. Reservamos todos os hotéis pela internet e nos informamos também sobre nosso deslocamento pelo Chile. Com tudo organizado era só arrumar as malas e esperar.

Primeiro dia

Pegamos o voo em Natal, com escala no Rio de Janeiro e de lá para Santiago. No total foram 16h de viagem, bastante cansativo. Chegamos ao Hotel em Santiago às três da tarde e já fomos direto almoçar. Nos hospedamos no Cesar Business, um hotel novo, com quartos amplos, internet sem fio, preço justo e bem localizado.

Como o hotel ficava no centro da cidade resolvemos dar uma volta pelo centro histórico e almoçar no Mercado Central. O Mercado de Santiago é uma atração imperdível pra quem vai conhecer a capital. Lá é possível encontrar frutos do mar fresquíssimos, alguns que eu nem sabia que existia. Em Santiago não tem como fugir dos vinhos e frutos do mar, que aliás são uma atração à parte. Recomendo o ceviche e vinhos brancos para as tarde quentes.

No centro há vários prédios históricos que merecem visitação. Na Praça das Armas se encontram a Catedral e a prefeitura da cidade. Também merece visitação o Palácio da Moeda. No centro também fica o Passeio Ahumada, que é como se fosse o “camelô” de lá, nada muito diferente do Brasil.

Escultura na Plaza de Armas
Escultura na Plaza de Armas

À noite fomos curtir os barzinhos do Barrio Bellavista. É um bairro com vida noturna bem agitada, vários bares e mesinhas nas calçadas. Como fomos num dia de semana não tinha tanto movimento. Pra quem gosta de provar comidas e bebidas típicas dos locais visitados recomendo provar as emapanadas com pisco souer. O pisco é a bebida típica chilena, como se fosse a caipinha deles. Eu particularmente não gostei muito, mas tem muita gente que gosta.

Segundo dia

Mais descansados. Foi o dia de bater perna. Pela manhã fomos ao mesmo bairro que tínhamos ido na noite anterior. É que nele fica localizado o Cerro San Cristóbal, que é um morro, como se fosse o Corcovado do Rio. No Cerro há um plano inclinado pra chegar lá em cima. No alto existe uma imagem da Imaculada Conceição e uma capela. A vista lá de cima é linda, dá pra ver Santiago toda. Só não é melhor porque a cidade é muito poluída e você tem aquela impressão de que tá o tempo inteiro nublado. No mesmo bairro, bem pertinho do Cerro fica uma das casas que foi de Pablo Neruda, e hoje abriga um interessante Museu sobre o escritor. Vale a pena a visita. O almoço pode ser feito em um dos vários restaurantes do bairro.

Imagem da Imaculada Conceição em Cérro San Cristóbal
Imagem da Imaculada Conceição em Cérro San Cristóbal

Santiago vista do alto do Cérro Sán Cristóbal
Santiago vista do alto do Cérro Sán Cristóbal

À noite fomos jantar em um restaurante interessantíssimo chamado Giratorio, que fica no bairro Las Condes. Ele fica localizado, se não me engano, no último andar de um prédio de 17 andares e o restaurante simplesmente fica girando. As paredes são de vidro e você vê a cidade quase toda lá do alto. O giro não é rápido a ponto de ficar tonto, mas durante um jantar da pra dar um giro de 360 graus. E o preço não é tão caro para os padrões chilenos. Recomendo.

Terceiro dia
Foi o dia que fomos mais longe. Até então tínhamos andado praticamente tudo a pé, mas nesse dia pegamos o metrô e só fomos descer na estação final. Fomos a uma vilazinha de artesanato chamada Pueblito de los Dominicos. É um centro de artesanato que imita um povoado chileno, com as fachadas das casinhas coloridas, tudo muito lindo. Pra quem gosta de comprar artesanato, ou apenas olhar coisas bonitas, é um prato cheio, tem de tudo, couro, joias, comidinhas, etc.

Saindo de Pueblito pegamos o metrô novamente e descemos no bairro de Providencia para visitar o Parque de las Esculturas. É um museu a céu aberto e de entrada franca. No parque estão espalhadas esculturas de vários artistas chilenos. Pra completar o bairro é repleto de opções para um bom almoço.

Feira de artesanato Pueblito de los Dominicos
Feira de artesanato Pueblito de los Dominicos

Praça das esculturas
Praça das esculturas

Quarto dia

Dia de se despedir temporariamente de Santiago e pegar o ônibus em direção ao litoral. Uma hora e meia de estrada depois chegamos a Viña Del Mar. Esta cidade praiana é o balneário dos chilenos. Tem vida diurna e noturna agitadas. Vale a pena passar por lá pra conhecer o Cassino Viña Del Mar, que foi inaugurado em 1929 e funciona até hoje dentro do Hotel Viña Del Mar. Eu não tive sorte e não ganhei nada no cassino, mas quem quiser tentar… Ou até quem não quiser jogar tem que visitar o Cassino.

A praia da cidade não é feia, mas a água e o vento frios espantam qualquer vontade de ficar por lá de biquíni. Isso para os brasileiros porque os chilenos adoram e tomam banho como se água estivesse morninha. Passamos a tarde inteira só passeando pela cidade. Destaco para conhecer o Castelo que fica na beira mar e o relógio de flores que fica no centro da cidade.

Oceano Pacífico ao fundo (Viña del Mar)
Oceano Pacífico ao fundo (Viña del Mar)

 Relógio de flores no centro de Viña del Mar
Relógio de flores no centro de Viña del Mar

Castelo em Viña del Mar
Castelo em Viña del Mar

A noite de Viña é agitadíssima, muito carro e muita gente circulando pelas ruas. Tem ótimos restaurantes. Uma boa pedida é jantar e depois ir ao Cassino.

Quinto dia

Como já tínhamos conhecido a praia de Viña Del Mar fomos passar o dia em uma cidade vizinha chamada Valparaíso. Ela fica bem perto de Viña e tem ônibus toda hora indo pra lá. Valparaíso é tombada como patrimônio histórico da humanidade, tem aquelas ruazinhas estreitas, casinhas coloridas e muita ladeira, quem quiser andar por lá tem que ter preparo físico. A cidade só não está tão bem conservada por causa dos diversos terremotos que a região enfrenta. Uma pedida interessante é fazer um passeio de barquinho (há vários no porto da cidade) para ir ver de perto os leões marinhos que ficam se exibindo no mar e depois subir um dos planos inclinados para apreciar a vista lá de cima. Como é uma região portuária a melhor opção para o almoço mais uma vez são os frutos do mar. E confesso que nesse dia fiz a melhor refeição no Chile, e num restaurante que ninguém dava nada por ele. Não lembro o nome, mas fica na região portuária mesmo, e eu comi uma massa com frutos do mar que lembro até hoje do gosto.

Casas tombadas como patrimônio histórico em Valparaíso
Casas tombadas como patrimônio histórico em Valparaíso

 Mar de Valparaíso ao fundo
Mar de Valparaíso ao fundo

Sexto dia
Ainda estávamos hospedados em Viña e no próprio Hotel em que estávamos contratamos um pacote pra conhecer uma vinícola.

O Chile tem regiões muito famosas por produzirem bons vinhos e hoje em dia já existe roteiro de viagem só para conhecer vinícolas, tem até algumas que possuem hotel e pousadas dentro delas. A vã dom passeio foi nos pegar no hotel que estávamos e depois de mais ou menos uma hora de estrada chegamos a uma região linda, cheia de plantações de uvas. Entramos na vinícola para fazer um tour e aprender sobre as fases de produção do vinho. Muito interessante pra quem gosta de vinho e até pra quem não gosta. No final veio a melhor parte: a da degustação. Recebíamos quatro tipos de vinho, todos dessa vinícola, pra apreciar. Depois dessa vinícola ainda fomos conhecer outra. Agora uma dica pra quem curte vinho como eu. No Chile os melhores vinhos são os da uva Carmenere e os brancos.

Vista dos vinhedos
Vista dos vinhedos

Uvas para produção de vinho
Uvas para produção de vinho

Sétimo dia
Voltamos para Santiago pra passar o último dia na cidade. Aproveitamos para ir assistir a troca da guarda que acontece em dias alternados sempre às 10h da manhã em frente ao Palácio da Moeda. Achei bem interessante, as crianças adoram, lembra os desfiles de 07 de setembro, guardadas as proporções.

Palácio de la Moneda
Palácio de la Moneda

Desfile da troca da guarda
Desfile da troca da guarda

Depois da troca da guarda fomos visitar mais um Cerro, desta vez o Cerro Santa Lúcia, que é uma construção como se fosse um castelo que fica no alto de um morro. Detalhe: só vá a esse passeio se estiver com preparo físico. Quando eu fui o plano inclinado que leva para o alto estava quebrado e subimos de escada. Foi bem cansativo, mas mais uma vez a vista compensou.

Cérro Santa Lúcia
Cérro Santa Lúcia

Depois do Cerro pegamos um táxi e fomos conhecer um shopping da cidade. Fomos ao bairro moderno e chique de Santiago, que se chama Las Condes e o shopping se chama Alto Las Condes. Pra quem gosta de comprinhas baratas como eu aí vai uma dica: nesse shopping tem uma loja da Ellus com calças baratíssimas, além de ter várias lojas de departamento, uma delas, a Falabella vende até Topshop. E pra quem gosta de compras caras pode ir à Avenida Alonso de Córdova, a Oscar Freire de lá, que fica no bairro vizinho, Vitacura.
À noite fomos pegar o ônibus para ir ao Sul do Chile, mas isso fica para os próximos capítulos.

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