Já contei para vocês algumas vezes que sou praticante de yoga e meditação. Quando estou viajando é difícil manter a prática regular. Mas, em vários lugares, passada a euforia de fazer as primeiras fotos, dedico alguns instantes à meditação ou, simplesmente, para agradecer por estar ali, desfrutando daquele presente da natureza. Neste post, compartilho alguns lugares incríveis pelo mundo para sentar e meditar.
Machu Picchu é um destino dos sonhos de nove entre dez viajantes. A cidade perdida dos Incas é Patrimônio Mundial da Unesco e principal atração do Peru. Existem várias formas de chegar a Machu Picchu e de vivenciar a visita ao santuário. Antes de ir, havia lido muito sobre outras experiências, inclusive de algumas pessoas que tinham ficado desapontadas, por isso resolvi planejar tudo de forma que nossa visita fosse especial. E saiu tudo tão bem que nosso dia em Machu Picchu está entre os momentos mais marcantes que vivemos pelo mundo.
Neste post, compartilho como foi a nossa visita a Machu Picchu e as outras opções para quem sonha em visitar esta que é uma das 7 maravilhas do Mundo Moderno.
A trilha Salkantay é uma das trilhas alternativas à trilha Inca clássica – que precisa ser reservada com vários meses de antecedência – e foi a nossa opção para chegar a Machu Picchu. Foram 5 dias muito intensos, um total de 72 km de caminhada, alcançando 4.600 m de altitude, com direito a neve, chuva, suor, muitos calos, momentos de emoção e dias para guardar para sempre na memória.
Neste post conto como foi nossa experiência e dou dicas para quem deseja fazer a Salkantay também.
A escolha da trilha e da agência
Quando procuramos informações sobre a trilha Inca clássica já era tarde demais. Não havia vagas pelos próximos cinco meses. Então, decidimos procurar uma das trilhas alternativas. Nos foram oferecidas a Inka Jungle e a Salkantay.
Depois de muita pesquisa, optamos pela Salkantay. A favor desta trilha tinha a paisagem, que todos diziam ser muito bonita, até mais do que a trilha Inca clássica, e o custo benefício, considerando que tinha melhor preço que a trilha clássica e ainda com dias a mais. O ponto contra é que todos diziam que o nível de dificuldade era maior e considerando que nunca tínhamos feito trekking por mais de um dia seguido, esse seria um desafio.
Diferente da trilha Inca clássica, a Salkantay não precisa ser reservada com tanta antecedência, pois não há limite de pessoas por dia. E é até possível fazer por conta própria, porém, isso só deve ser feito por trilheiros muito experientes.
Escolhemos a agência Amazin Adventures, da Marisol e do Saúl, que é muito recomendada por brasileiros. Em todo o atendimento e negociação, eles foram muito atenciosos. Mas o passeio acabou sendo feito junto com o grupo de outra agência e no fim tudo ocorreu muito bem.
Como disse, antes de fazermos a Salkantay não tínhamos experiência nenhuma em trekking com mais de um dia e muito menos na altitude. Então, encaramos os fatos e resolvemos nos preparar um mês antes, com dieta balanceada (Fred precisava perder peso), corrida e musculação, com ajuda de um personal trainer (obrigada, Felipe Veloso).
Para não ter muita dificuldade com a altitude, pois a trilha chega aos 4.600 m, deixamos para fazer a trilha quando já estávamos com 30 dias na região dos Andes, e bem adaptados às alturas. Mesmo assim caminhar na altitude não foi nada fácil.
Imprevisto
Na semana ao nosso primeiro dia na Trilha, tivemos uma intoxicação alimentar, que piorou muito um dia antes. Acionamos o seguro viagem e ficamos o dia todo no hospital e tivemos que assinar um termo de responsabilidade para ter alta antes do previsto. Também recebemos vários remédios, incluindo antibióticos, para tomar nos dias seguintes, em plena trilha. A minha situação era um pouco pior do que a de Fred, pois tive náuseas e febre. Saímos do hospital à meia noite e saímos para trilha com a “cara e a coragem” às 4h.
O que levamos
Cada pessoa tem direito a 5kg de bagagem a ser levado pelos carregadores durante a trilha. Como estávamos em dois, levamos uma mochila grande, com 10 kg e uma menor com 3kg, com objetos de valor e itens que iríamos usar durante a caminhada. Essa mochila pequena íamos alternando durante a trilha, Fred carregava um tempo e eu outro. Vocês não imaginam quanto cada kg parece pesar mais na altitude.
Na mochila grande levamos: blusa e calças térmicas para usar como segunda pele, suéter de lã, casaco fleece, camisetas dry fit, roupas íntimas, meias de lã, toalha, chinelos e kit de higiene pessoal, com pequenas quantidades. Na mochila menor: gorro, luvas, protetor solar, repelente, água mineral, chocolates, papel higiênico, lanterna e capa de chuva.
E já saímos com as botas de trekking, calças e casacos cortaventos, blusas segunda pele e cachecol. Todos esses itens são fundamentais. Em alguns dias da trilha faz muuito frio e é preciso estar bem agasalhado. Invista também em uma boa capa de chuva. Em Cusco é possível encontrar em várias lojas.
Leve também comprimidos para dor de cabeça, esparadrapo e band aids.
A água pode ser comprada nos acampamentos, mas, claro que o preço é bem mais alto do que em Cusco. Importante lembrar também de levar dinheiro extra para comprar água, lanches, pagar banhos e outras pequenas despesas que surgem no caminho.
O saco de dormir também não está incluso no pacote e tivemos que alugar com a agência.
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A trilha
Dia 1
O guia nos pegou no hostel às 4h da madruga e depois de reunirmos todo o grupo, saímos de carro por volta das 5h em direção ao povoado de Mollepata, onde chegamos por volta das 06h30 e tomamos café da manhã.
Durante esse trajeto começou uma chuva muito forte e parte do trajeto que deveríamos fazer até Soraypampa ficou comprometido. O guia sugeriu fazermos uma mudança no roteiro. Iríamos parte do trajeto da trilha de carro até Soraypampa e, de lá, caminharíamos até uma laguna e no final reduziríamos o trajeto do dia em apenas 4km. Todos concordaram e pagamos 10 pesos a mais por isso.
O percurso que substituímos pelo carro era de muita subida e não tinha nada de impressionante, então, valeu a pena a troca. Quando chegamos ao local onde começaríamos a caminhar, a chuva diminuiu e começamos propriamente a trilha.
Esta parte do caminho até chegar em Soraypampa é muito bonita, com muitas montanhas e cachoeiras. Paisagens realmente impressionantes. Chegamos no acampamento a tempo de almoçar e depois de descansarmos um pouco, subimos para a laguna. Na subida para a laguna, que era bastante íngreme, senti muito os efeitos da altitude e ainda me sentia muito mal por causa da intoxicação alimentar. Com muito esforço, consegui chegar. Todo caminho e laguna também eram muito bonitos.
Voltamos para o acampamento, lanchamos e esperamos a hora do jantar. Para dormir, tivemos que nos agasalhar da melhor forma possível, com quase toda a roupa que levamos, pois Soraypampa fica a 3.650 m de altitude e isso ao ar livre e dormindo em uma barraca, resulta em muiiito frio.
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Dia 2
O segundo dia de Salkantay é considerado o mais difícil da trilha, pois é o dia de muita subida, onde chega-se ao ponto mais alto da trilha. Fomos acordados às 4h30 pelo cozinheiro com chá de coca e depois fomos todos tomar café da manhã.
Como ainda estava fraca e tinha cansado muito na subida do dia anterior, o guia me sugeriu que fizesse a subida de mula, pois no ponto alto da subida fazia muito frio e o restante do grupo não poderia me esperar se eu ficasse para trás. Concordei para não atrapalhar o grupo. Fred subiu caminhando e, por isso, saiu antes de mim.
O aluguel da mula foi pago à parte e incluía um guia. Eu já havia andado de camelo, de elefante, mas nunca de cavalo, burro ou mula. Antes de trazerem a mula que iria montar, vi as outras mulas que levavam as bagagens e na hora de serem preparadas, elas davam muitos coices.
Saí quase 1h após o grupo, acompanhada do guia e uma outra menina. Subir a montanha com a mula pode até ser mais fácil fisicamente, mas não psicologicamente, pois a danada só pisa no limite dos penhascos e muitas vezes me assustava tanto que preferia fechar os olhos. O guia ia caminhando, puxando a mula na maior velocidade e não parou nem para tomar água nas quase 3h de subida. Com mais de 60 anos, mas aparência de mais velho, ele parecia incasável. Durante o trajeto íamos passando de alguns trilheiros até que consegui ver onde Fred estava e fiquei mais calma por ele estar indo bem.
Aproveitei para tirar muitas fotos, apesar de ir chacoalhando e não poder usar as duas mãos. A paisagem desse segundo dia é belíssima, com vistas para as montanhas de Humantay e Salkantay, que dá o nome a trilha. Parte da trilha estava coberta de neve, mesmo sendo início do outono.
O condutor da mula nos deixou um pouco antes do ponto alto e fomos caminhando até o topo da montanha, aos 4.650 m. Fiquei aguardando Fred e o restante do grupo chegar. E começou a nevar forte. Quando o vi chegando, fiquei realmente emocionada. A parte mais difícil já tinha passado.
O grupo todo fez algumas fotos e o guia nos ensinou a fazer alguns antigos rituais sagrados de agradecimentos.
Depois daí, o restante do dia era só descida. Como estava mais descansada, caminhei o restante do dia sem dificuldades.
O acampamento do segundo dia, em Chaullay é melhor estruturado do que o da primeira noite. É possível tomar banho, pagando 2 soles pelo banho frio ou 10 pelo banho quente. Também tem uma lojinha, onde é possível comprar água, refrigerante e até cerveja.
O grupo aproveitou para “tomar uma” nesta noite, mas nós não podíamos porque ainda estávamos tomando antibióticos.
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Dia 3
Colocar as botas no terceiro dia não foi tão fácil, pois todos estavam com os pés calejados e bastante doloridos, Fred especialmente. Neste dia, a caminhada é um pouco mais fácil, sem grandes subidas ou descidas, seguindo o curso do rio Salkantay até chegarmos ao povoado de Sahuayaco, onde paramos para almoçar e eu fiquei brincando com algumas crianças, com quem dividi alguns biscoitos e ganhei outros de presente.
Depois do almoço, seguimos de carro até Santa Teresa. Essa parte do trajeto é feita de carro, pois a estrada é muito estreita e fica em um penhasco.
No acampamento de Santa Teresa, vários grupos se encontraram. Todo mundo aproveitou para ir para as piscinas termais da cidade, que são as melhores que encontramos no Peru. O trajeto de carro e a entrada nas piscinas foram pagos a parte.
À noite, o pessoal do acampamento preparou uma festa, com fogueira, música e jogos de luz. Aproveitamos um pouquinho da noite, mas fomos dormir cedo, pois estávamos muito cansados e ainda restavam mais dois dias de trilha.
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Dia 4
No quarto dia, o grupo se dividiu. A maioria das pessoas tinha optado para fazer parte do trajeto até a hidroelétrica de tirolesa. Mas nós decidimos ir caminhando. Apesar de plano, o trajeto desse dia também é cansativo, pois além do cansaço acumulado e de ter que carregar as duas mochilas (pois os carregadores se despediram no dia anterior), até chegar a hidroelétrica, a paisagem é bem repetitiva.
Na hidroelétrica, fizemos a parada para o almoço (o cozinheiro já havia se despedido e entregou uma marmita para cada um neste dia) e esperamos o restante do grupo. Quando eles chegaram, seguimos pelo trilho do trem até chegar em Águas Calientes.
No finalzinho do caminho, já na chegada em Águas Calientes é possível ver um pedacinho de Machu Picchu e, ao chegar na cidade, a alegria é inevitável, pois a trilha estava quase no fim.
A quarta noite em Águas Calientes, passamos em um hostel, com quarto e banheiro privativo. O jantar do grupo nessa noite é em um restaurante da cidade.
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Dia 5
O quinto e último dia é dedicado a Machu Picchu. Para ir de águas calientes até a cidade sagrada é possível ir caminhando ou de ônibus. Como fechamos com outra agência, nós éramos os únicos do grupo a ter um ticket de ônibus incluído, que optamos por usar na subida. O restante do grupo fez a subida caminhando e, por isso, tiveram que começar a caminhada às 4h da manhã, pois todos tínhamos que nos encontrar na entrada às 6h. Como fomos de ônibus, saímos às 5h30. O guia subiu de ônibus com a gente e quem foi caminhando foi por conta.
O nosso grupo foi o primeiro a entrar em Machu Picchu neste dia. E chegar ao santuário, depois de tudo que tínhamos passado, foi emocionante. Acredito que o santuário ganha um significado ainda mais especial para quem chega a partir de uma das trilhas.
O nosso guia nos levou aos melhores lugares para tirar fotos, antes que o parque lotasse, e também foi nos explicando tudo sobre Machu Picchu. Por volta das 6h30, vimos o sol nascer. Mais um momento mágico. Um pouco depois o guia se despediu de nós e cada um ficou à vontade para aproveitar o restante do dia.
Os nossos bilhetes de trem, que também estavam incluídos, estavam marcados para o final da tarde.
Ficamos em Machu Picchu até umas 10h e depois fizemos a descida caminhando. A maior parte do caminho é de escadas e esta última caminhada só fez aumentar as dores do nosso corpo. 1h30 depois, pois fomos bem devagar, chegamos a Águas Calientes, aproveitamos para ter um bom almoço, conhecer a cidade e fazer algumas compras até a hora do trem, às 18h.
Depois de pegar o trem, pegamos uma van em Ollantaytambo até voltarmos a Cusco, quase 22h. Exaustos, fomos descansar para pegarmos o voo na manhã seguinte para Lima.
* O pacote que fechamos com a agência incluiu o transporte até Mollepata, 4 cafés da manhã, 4 almoços, lanches e 4 jantares, serviço de guia, barracas e isolantes, carregadores que levam as barracas e alimentação, transporte local na rota, hospedagem em Águas Calientes, ônibus de subida para Machu Picchu, Ingresso de Machu Picchu, trem e van de volta para Cusco.
Nosso grupo
O nosso grupo era formado por dez pessoas: três inglesas, dois casais de alemães, um americano e nós dois. Todos eram muito bacanas, só o senhor americano, que por muitos momentos tirou a paciência de quase todo mundo.
O nosso guia, Rudy Condorhuacho, foi maravilhoso, nos ajudando em tudo que precisávamos, nos passando informações importantes sobre a trilha, lugares em que passamos e todo o contexto histórico envolvido. Também foi muito paciente com todo o grupo.
O nosso cozinheiro, apesar de muito reservado e com cara fechada, preparava delícias nos acampamentos.
Enfim, a experiência na trilha Salkantay foi maravilhosa e inesquecível. E, mais do que as palavras, as fotos revelam melhor esses cinco dias incríveis que vivemos.
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Em quéchua, língua indígena andina, Qusqu significa “umbigo do Mundo”. E de fato era, pelo menos, para os Incas. Pois a cidade foi o berço da civilização criada por Manco Capac entre os séculos 11 e 12. Com a chegada dos espanhóis, em 1532, Qusqu tornou-se Cusco. E no lugar dos templos sagrados Incas foram construídas igrejas cristãs. Hoje, Cusco preserva esses dois passados e é um dos Patrimônios Culturais da Humanidade, declarado pela Unesco desde a década de 1980. Parada obrigatória para quem viaja ao Peru, Cusco é a base para conhecer o Vale Sagrado e Machu Picchu.
Uma “Bucket List” é nada mais nada menos do que uma lista de coisas para fazer antes de morrer, ou melhor, antes de partir, como foi chamado em português o filme com Morgan Freeman e Jack Nicholson. Só para ficar claro, eu não pretendo morrer tão cedo e não sei de nada que me leve a isso em breve, como uma doença, ou algo do tipo. Mas a verdade é que nunca se sabe. Bem, vamos deixar o papo mórbido de lado que o tema do post são os lugares do mundo que fazem parte da minha Bucket List de viagens. E como não sou boba nem nada, a cada lugar riscado da lista, ou seja, que já visitei, como Paris, trato logo de acrescentar outro! 🙂 Vou deixar o Brasil de fora dessa lista, pois depois farei uma apenas com os recantos do nosso país que quero muito conhecer.
1- Grécia
O primeiro lugar disparado na minha Bucket List é a Grécia. Atenas e as ilhas gregas, principalmente Santorini. Um fato curioso é que meu segundo nome, Larissa, é o nome de uma cidade grega, mas não sei do seu potencial turístico. Também sempre fui apaixonada por história e ir a Grécia para mim vai ser demais!!