A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com os dados da OMS, até ontem foram registrados 118 mil casos da doença em 114 países e 4.291 pessoas mortas. Em razão disso, alguns países já tomaram medidas mais drásticas para conter o alastramento da doença, proibindo a entrada momentânea de estrangeiros. Fizemos o levantamento desses países aqui*:
Itália
Como publicamos nesta quarta-feira (11) aqui no Compartilhe Viagens, a Itália é um dos países que adotou medidas mais severas para conter o novo coronavírus. A partir desta quinta-feira (12), apenas estabelecimentos de necessidades básicas, como supermercados, farmácias e bancos devem funcionar. A recomendação é para que todos permaneçam em casa e, em caso de necessidade, apenas uma pessoa da família saia. As viagens pelo país, inclusive por italianos, só podem ser feitas com justificativa médica, motivos de trabalho ou familiar ou situações de extrema necessidade. Escolas e universidades vão permanecer fechadas até o dia 3 de abril.
Leia o depoimento da brasileira Adja Medeiros, que publicamos ontem, contando como está a situação por lá.
Também nesta quarta-feira (11), a Índia anunciou o fechamento das fronteiras para turistas estrangeiros de todo o mundo. A restrição começa a valer a partir desta sexta-feira (13) e segue até o dia 15 de abril. Apenas vistos diplomáticos, oficiais, de organizações internacionais, para trabalho ou projetos não foram suspensos.
A Índia registra 60 casos de covid-19, nenhum deles fatal até o momento. O país tem 1,3 bilhão de habitantes.
Viajantes que estiveram na China, Itália, Irã, Coreia do Sul, França, Espanha e Alemanha depois de 15 de fevereiro deverão ficar em quarentena por pelo menos 14 dias.
Os Estados Unidos suspenderam a entrada de viajantes vindos da Europa para os Estados Unidos pelos próximos 30 dias, a partir desta sexta-feira (13). A medida vale para estrangeiros que estiveram nos 26 países da Zona Schengen nos 14 dias anteriores à tentativa de retorno aos EUA. A decisão não é válida para o Reino Unido.
No início do mês (9/03), o governo de Israel passou a exigir que estrangeiros que desembarquem no país e cidadãos ao voltar do exterior se isolem por duas semanas.
O país só está aceitando a entrada de estrangeiros que conseguirem provar que poderão se manter em quarentena de 14 dias. A medida começa a valer a partir desta quinta-feira (12).
Desde o início de março (3), o governo angolano proibiu a entrada de cidadãos vindos de países com surto de covid-19. A lista dos países vetados é atualizada diariamente pelo Ministério da Saúde de Angola. A medida é válida enquanto a epidemia durar.
Atualização 1 (11/03, às 22h13): Hoje o primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, fez um novo pronunciamento, e a partir desta quinta (12), só funcionarão os estabelecimentos de necessidades básicas, como supermercados, farmácias e bancos. Todos os outros estabelecimentos deverão ficar fechados. Além disso, a orientação é para que caso seja necessário resolver algo fora de casa, sai apenas uma pessoa por família por vez. As novas medidas são válidas até 25 de março.
Batemos um papo exclusivo com a Adja Medeiros, brasileira, de Natal/RN, que mora na cidade de Calenzano (província de Florença), e é bolsista de pesquisa na Universidade de Florença e que está vivendo todo este drama por lá. Veja o depoimento dela:
“Em meados de fevereiro deste ano foi onde descobriram o primeiro caso do Novo coronavírus (Covid-19) na Itália, no Norte. E, até então, o vírus foi se propagando até atingir de forma mais alarmante 14 províncias, que eram consideradas zona vermelha e estavam bloqueadas: ninguém podia sair ou entrar de lá, sem alguma justificativa, ou de trabalho ou de saúde. Semana passada, o governo lançou um decreto que as escolas e universidades iriam ficar sem funcionar até o dia 15 de março. E com o decreto de 09 de março, as escolas e universidades continuam sem funcionar até o dia 03 de abril e agora toda a Itália está confinada. Ou seja, ninguém entra ou sai sem uma justificativa. No site oficial do governo tem um modelo de autodeclaração, que quem precisa se movimentar pela Itália deve apresentar com a justificativa e se responsabilizando pelas informações ali contidas. Quem não estiver seguindo as normas do decreto, pode ser multado (até 206 euros) ou até preso (por até três meses) e reclusão de 1 a 12 anos para quem deve estar em quarentena ou se for positivo ao vírus e estiver circulando nas ruas.
Os supermercados estão funcionando normalmente, mas com o novo decreto muitas pessoas estão com medo e estão indo ao supermercado para poder estocar comida e água. Por causa dessa grande movimentação de pessoas nos supermercados e por causa das normas do novo decreto, dependendo do tamanho do estabelecimento, entra uma certa quantidade de pessoas em um determinado período de tempo. Por exemplo, em um supermercado grande aqui perto de casa, estavam entrando 50 pessoas a cada 15 minutos. Mas na farmácia, que é bem pequena, só estava entrando uma pessoa de cada vez. A fila era do lado de fora e cada pessoa mantendo um metro de distância da outra.
Eu sou bolsista de pesquisa na Universidade de Florença e até 09 de março nós estávamos indo trabalhar normalmente, só mantendo a distância de pelo menos um metro entre as pessoas, sem cumprimentar com beijos e abraços e lavando sempre as mãos. A partir do anúncio do novo decreto, a minha Professora nos orientou para trabalharmos de casa, escrevendo artigos e realizando pesquisa bibliográfica. Mas para professores e pesquisadores ainda está autorizado ir trabalhar, só não vamos porque temos a opção de trabalharmos de casa.
Então, a recomendação é só sair de casa para trabalhar ou comprar o essencial, que é comida ou itens essenciais, como lâmpada, caso tenha queimado. Lojas, supermercados, estão funcionando. Bares e restaurantes só podem funcionar até às 18:00 e os estabelecimentos devem organizar para que as pessoas mantenham sempre um metro de distância.
Hoje fomos a um supermercado grande e tinha fila do lado de fora, todos seguindo a recomendação de distância e resolvemos tentar ir em outro supermercado, menor. Ao chegarmos lá, não tinha fila e tinham poucas pessoas no interior. O supermercado estava bem abastecido de frutas, carnes e todos os itens essenciais de higiene. Inclusive, encontramos, por acaso, álcool em gel para as mãos, que é um item raro de se ver hoje em dia. Mas vale salientar que cada local vivencia situações diferentes. Nós somos privilegiados porque aqui fica em um local estratégico, perto de autoestrada e onde tem distribuidoras alimentícias. Pode ser que em outras cidades, as pessoas estejam enfrentando dificuldades maiores.
A recomendação é ficar em casa, mas se quiser aproveitar o sol e dar uma caminhada perto de casa, levar cachorro para dar uma volta, é permitido. Só devemos todos ter consciência da gravidade da situação, pela velocidade da propagação do vírus e cada um fazer a sua parte para conter essa propagação, para que o sistema sanitário do país consiga atender todas as demandas.
Que eu saiba só uma parte do aeroporto de Milão está fechada. Alguns voos continuam operando por lá. Os outros estão funcionando normalmente. Mas muitos voos estão sendo cancelados. Então, quem vai viajar, deve ficar sempre olhando o estado do voo, para ver se foi cancelado ou não. Mas a orientação é de só viajar se for extremamente necessário. Se for turismo, a recomendação é adiar. E quem for entrar ou sair da Itália ou até mesmo viajar pela Itália, entre diferentes províncias, deve apresentar essa autodeclaração, justificando a viagem.
Em um grupo do Facebook de brasileiros na Itália, do qual faço parte, tem um relato de uma pessoa que não está conseguindo voltar pro Brasil, pois o voo dela foi cancelado. Então até o dia 03 de abril, que é a validade desse decreto, acho bem difícil alguém conseguir viajar para dentro ou fora da Itália.”
Foto em destaque: Fila na frente de supermercado em Sesto Fiorentino, província de Florença. Foto: Adja Medeiros.
Para algumas pessoas, na hora de escolher um destino para viajar, tão importante quanto belas paisagens, atrações interessantes e povo receptivo, é a gastronomia. Este post é resultado de uma pesquisa do Instituto Compartilhe Viagens de Pesquisa, ou seja, com base nos países em que eu e Fred mais gostamos da comida! haha São 9 países para quem gosta de comer bem. E não estou falando de restaurantes caros. Mas de países onde é possível comer bem até mesmo em barraquinhas de rua e restaurantes baratinhos. Os países estão na ordem de nossa preferência gastronômica!
Roma é uma das cidades mais visitadas da Europa e do Mundo. E há tanto o que ver e visitar que acho que nem em uma vida é possível conhecer tudo. Por isso, é importante planejar bem a viagem para lá. E foi exatamente o que não fizemos! hehe Chegamos lá em pleno feriadão nacional e a cidade mais parecia um carnaval fora de época. Tivemos que ficar em um camping distante, por falta de hospedagem, e depois num cafofo. Mas é pra isso que serve o blog, a gente erra para ajudar a vocês a acertarem! 🙂
Neste post organizei um roteiro em Roma e Vaticano para 3 dias, visitando o que há de mais imperdível na cidade.
Siena e San Gimignano são as pérolas da Toscana: pequenas e preciosas. As duas cidades são Patrimônio Mundial da UNESCO e têm verdadeiras jóias arquitetônicas em seus centro históricos. Para quem tem pouco tempo de viagem, dá para aproveitar um dia para conhecer as duas cidades, assim como fizemos com Pisa e Lucca. Para este bate-volta montamos base em Florença, mas também é viável hospedando-se em Siena. Mas para quem tem mais tempo, eu recomendaria passar uma noite em San Gimignano, o que deve ser mágico.
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Como ir de uma cidade a outra
Se você preferir hospedar em Florença, pode pegar o trem pela manhã cedo. É possível comprar os tickets direto na estação ou se preferir no site da RailEurope. Só escolher a opção Firenze S. M Novella- Siena. A viagem pode durar de 1h30 a 1h45.
Chegando em Siena, você irá descer bem próximo ao centro histórico e poderá ir caminhando ou pegar um ônibus de linha.
Para ir de Siena a San Gimignano é preciso pegar o ônibus 130, em direção a S.Gimignano Strada (Arrivo). E descer em San Gimignano Piazzale Montemaggio, que é justamente na porta da cidade, literalmente. A viagem leva 1h15. É fácil de comprar diretamente em Siena, mas é bom conferir antes os horários de partida.
E depois, na volta de San Gimignano para Florença é preciso fazer um combinado de ônibus e trem. É só pegar o mesmo ônibus 130, no mesmo lugar onde desceu, na S.Gimignano P.S.Giovanni, em direção a P.Gramsci. São 20 min. A descida é em Poggibonsi Fs (Arrivo). E lá é possível pegar o trem para “Firenze – Siena – Grosseto (Piombino)” em direção a Firenze Santa Maria Novela. Ou seja, o trem para Firenze. Serão 1 h 4 min. Também é bom ficar atento aos horários do ônibus e dos trens.
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O que fazer em Siena
Siena é uma jóia. O Duomo (Catedral) de Siena é uma das igrejas mais lindas de toda Itália e, sendo os italianos especialistas em construir igrejas, é simplesmente deslumbrante. A praça do Campo é a principal da cidade e é onde são realizados os famosos Palios de Siena, tradicional corrida de cavalos realizada duas vezes no ano. O centro histórico de Siena tem ainda outras tantas igrejas, a praça do mercado, o palácio público, os muros medievais. Para conhecer bem a cidade é preciso otimizar o tempo, escolher as prioridades e se, possível, comprar bilhetes com antecedência.
O que é imperdível na cidade:
Atrações gratuitas
Piazza del Campo
A Piazza del Campo tem um formato bem diferente, com o centro baixo e as bordas mais elevadas. Desde 1300 é o centro da vida de Siena, funcionando como mercado, ponto de encontro para todos os moradores da cidade, inclusive, para momentos políticos importantes ou festas. É nesta praça que duas vezes por ano, acontece o Palio de Siena, corrida de cavalos.
Dois pontos são importantes nesta praça a Torre del Mangia e o Palazzo Pubblico. No topo da Piazza há a “fonte Gaia “ uma das mais belas fontes de Siena, esculpida por Jacopo della Quercia entre o 1409 e 1419. A que está hoje no local é uma réplica
Na Piazza del Campo sempre tem muita gente sentada ou deitada no chão, descansando, observando melhor a arquitetura e também fazendo um lanchinho.
A praça, obviamente é gratuita, mas quem quiser visitar a Torre del Mangia e o Palazzo Pubblico é preciso pagar entrada.
A torre funciona das 10h às 18h15. O bilhetes : 7 € ou 12 €, o bilhete que compreende a visita ao Museu Cívico também.
O horário do museu é das 10h às 18h30. O ingresso custa 7,50 euros.
Piazza del Mercato
Por trás da Piazza del Campo fica a Piazza del Mercato. Menos conhecida, mais escondidinha, mas esta praça também tem um significado importante para Siena. Antes mesmo da Piazza del Campo ser contruída, na Piazza del Mercato já funcionavam a Casa da Moeda e a Casa do Mercado de Siena.
A Praça do Mercado tem uma forma clássica retangular, em volta estão vários edifícios importantes. Atualmente, no centro da praça, está um estacionamento para carros.
Basílica de San Francisco
Esta é uma das igrejas mais importantes de Siena. Uma construção do século 13, em estilo romântico. O interior da igreja parece um pouco vazio, mas isso ocorreu devido a um incêndio de 1655, pois antes a igreja tinha um interior parecido com a da Catedral de Siena. A basílica possui janelas góticas com vitrais, ao longo da nave, que foram refeitas logo após a Segunda Guerra Mundial, quando foram destruídas pelos bombardeios.
O mais interessante da ida a Basília, na minha opinião, é dar uma voltinha no seu entorno do lado de fora e observar a paisagem de Siena, uma bela vista (foto de abertura do post).
Horário: das 7h30 às 12h; 15h30 às 19h
Entrada gratuita
Atrações pagas
Catedral de Siena
O Duomo de Siena ou Catedral de Santa Maria del Fiori é o principal símbolo da arte, história e tradição da cidade. É uma das mais belas catedrais da Itália e um dos exemplos mais representativos do estilo romântico-gótico italiano. A catedral foi consagrada em 1179, na presença do Papa Alessandro III Bardinelli de Siena, após o tratado de paz assinado com o Sacro Imperador Romano Frederico I, conhecido como Barbarossa. O edifício atual foi construído entre 1215 e 1263. O Duomo tem obras valiosas de grandes nomes da arte italiana como Pisano, Donatello, Michelangelo e Pinturicchio.
Dentro do complexo da Catedral é possível visitar também a Biblioteca Piccolomini, é um dos grandes tesouros, construída pelo Papa Pio III para abrigar os livros de seu tio, Enea Silvio Piccolomini, que se tornou o Papa Pio II; o Museu dell´Opera, um dos mais antigos museus privados da Itália e que preserva obras de arte e elementos decorativos do complexo do Duomo; a Cripta, onde está uma das descobertas arqueológicas mais importantes dos últimos vinte anos, uma sala decorada com um ciclo de pinturas executadas por uma série de artistas ativos em Siena durante a segunda metade do século XIII; o Batistério, igreja paroquial de São João Batista; e o Panorama, ponto final de observação do Duomo. São 131 degraus por uma escada estreita até o topo do Duomo Novo. Do alto é possível ter uma vista de Siena de tirar o fôlego.
O ticket completo inclui a Catedral, a biblioteca Piccolomini, o Museu, o Panorama, a Cripta e o Batistério e custa 12 euros de 1 de março a 31 de outubro e 8 euros de 1 de novembro a 28 de fevereiro. Se não quiser tudo incluso tem as seguintes opções: Catedral + Biblioteca Piccolomini: € 4,00 desde para a catedral e € 2,00 para a Biblioteca. De 1 novembro a 28 fevereiro, entrada gratuita. Museo e Panorama € 7,00; Cripta € 6,00 (€ 8,00 em caso de eventos extraordinários); Batistério € 4,00.
San Gimignano é uma comuna da província de Siena. O seu centro histórico cercado por muralhas é minúsculo. Mas como tamanho não é documento, a cidade tem um rico patrimônio arquitetônico, que lhe rendeu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO. Por ficar mais no alto, San Gimignano tem incríveis panorâmicas da paisagem da Toscana. É uma delícia de cidade.
Atrações gratuitas
Piazza della Cisterna
É a praça mais bonita da San Gimignano. No meio há um poço, que dá nome a praça, tendo sido construído em 1273 e ampliado em 1346 por Guccio Podestà dei Malavolti , cujo brasão de armas, uma escada, está gravado nas paredes de pedra do poço.
A praça tem um piso de tijolos vermelhos com formas triangulares que leva a Via del Castelo. Estão no entorno da praça Pallazzo Tortoli, a Torre da Corte, , o Hotel Cisterna, o Palazzo Ridolfi , Palazzo Pellari, o Palazzo Ardinghelli e o Palazzo Lupi com sua Torre del Diavolo, a maior parte deles foram residências de tradicionais famílias italianas.
Também fica na Piazza della Cisterna a melhor gelateria do mundo, a Gelateria di Piazza ou Dondoli. Asorveteria é mencionado nos guias mundiais mais importantes e é continuamente visitada por televisões nacionais e internacionais. Bem que eu gostaria de saber disso antes de visitar San Gimignano. Como não soube, não provei e agora peço que, por favor, não esqueçam! E quando estiverem provando esta delícia lembrem de mim! 🙂
Piazza Duomo
Logo ao lado da Piazza della Cisterna está a Piazza del Duomo. Nesta praça estão o Palazzo Comunale, a Basílica Colegiada de Santa Maria Assunta, o Palazzo Chigi – Useppi e o Palazzo Vecchio del Podestà , com a sua Torre Rognosa que foi usado como prisão até o fim do século 14.
Para visitar o Duomo é cobrada entrada.
A catedral está aberta de segunda a sábado, das 10h às 17h e aos domingos das 12h30 às 17h. O ingresso da custa 4 euros. Para a catedral + museu de arte sacra, 6 euros.
Rocca di Montestaffoli
A Rocca foi um antigo castelo de Lombard Astolfo e mais tarde um convento dominicano. Esta fortaleza foi construída pelos florentinos em 1353 , quando a cidade era submetida a Florença para protegê-la de possíveis ataques de Siena. Hoje, restam apenas uma das torres antigas que é aberta aos visitantes, e oferece vistas deslumbrantes sobre o centro histórico, com suas torres únicas e paisagem circundante. Do alto da Rocca é possível fazer algumas das melhores fotos panorâmicas da cidade e ver a quantidade de torres da cidade. San Gimignano é conhecida como a cidade das torres. Alguns historiadores acreditam que, na Idade Média, 72 delas dominavam a paisagem local, mas apenas 14 foram oficialmente preservadas até hoje.
Porta San Giovanni
É a porta mais importante das muralhas da cidade de San Gimignano. Fica ao ponto mais ao sul da cidade com acesso para quem vem de Siena. Foi concluída em 1262 e é o mais majestoso dos portões da cidade.
Ao visitar as duas cidades o mais importante a fazer é caminhar pelas suas ruas, observando cada detalhe e deliciando-se com a beleza da região, o que pode ser feito acompanhado de um gelatto. Não esqueçam também de fazer uma pausa para tomar um bom vinho!
A Toscana é uma das regiões mais bonitas e mais visitadas da Itália. São tantas cidades lindas que fica difícil escolher quais visitar, principalmente quando se tem pouco tempo de viagem. Mas, ainda bem, que as cidades são pequenas e com planejamento dá para visitar até duas por dia. Foi o que fizemos com Pisa e Lucca e Siena e San Gimignano. Para o primeiro bate-volta, montamos base em Pisa e o segundo em Florença. Neste post, conto como fazer para dividir um dia entre Pisa e Lucca.
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Onde ficar
Onde ficar
Pisa e Lucca são cidades praticamente do mesmo tamanho. Porém, em Pisa tem aeroporto que recebe, inclusive, voos da Ryanair, companhia low cost muito usada na Europa. Também em Pisa há mais opções de hospedagem do que em Lucca. Nós decidimos ficar em Pisa. Mas independente da cidade em que escolher passar a noite, comece o dia pela outra, pois no fim você terá mais tempo para aproveitar nas duas.
É possível ir de Pisa a Lucca ou vice-versa de trem ou ônibus. Mas o trem é a opção mais rápida e também muito prática.
Você pode pesquisar no site da RailEurope ou no site da Trenitalia, escolha a opção “Tutti i Treni”, de Pisa Centrale a Lucca, trem Regionale. A viagem dura 30 minutos e o trem sai em vários horários. O valor do bilhete custa 3,40 euros o trecho.
A viagem de ônibus ao meu ver não vale a pena, pois além de mais demorada é preciso pegar mais de um ônibus, que seriam o R008 e o LAM Rossa.
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Onde ficar
O que fazer em Lucca
Lucca é uma das cidades mais bonitas e bem preservadas da Toscana. O centro histórico da cidade fica dentro de imponentes muralhas renascentistas de 4 km de extensão e 12 metros de altura, uma das mais bem preservadas da região, com mais de 400 anos. Do alto da fortificação é possível ver as cidades vizinhas.
Dentro da cidade murada, as ruas de paralelepípedos ainda preservam o plano de ruas romano. O centro histórico, como um todo é um charme, com belas praças e passeios sombreados, cafés, restaurantes e mercados.
Vestígios de um antigo anfiteatro romano ainda podem ser observados na Piazza dell´Anfiteatro, um espaço oval delimitado por casarões. Ao longo séculos, Lucca foi dominada por Ostrogodos, Bizantinos até ser finalmente conquistada pelos Lombardos provavelmente em 570. A cidade é também terra natal do compositor de ópera Giacomo Puccini, autor de Madame Butterfly e Tosca. Sua casa é aberta a visitas.
Assim como todas as cidades da Toscana, Lucca deve ser descoberta com uma deliciosa caminhada pelo Centro Histórico da cidade, o que também pode ser feito de bicicleta.
O que é imperdível na cidade:
Atrações gratuitas
Igreja de San Michele in Foro
A Igreja de San Michele in Forúm foi a primeira construção em estilo romântico desenvolvido em Lucca. A igreja foi construída onde funcionava o antigo fórum da cidade romana. Sua construção foi ordenada pelo Papa Alexandre II em 1070.
A igreja funciona das 07h40 às 12h e das 15h às 18h. A entrada é gratuita.
Muralha
A muralha medieval circunda o centro histórico de Lucca e é o símbolo da cidade. O maior exemplo na Europa de fortificação moderna. É possível caminhar por cima dela, observar a cidade e as cidades vizinhas. Do alto da muralha é possível ver os jardins do Palazzo Pfanner.
Ao longo dos seus mais de quatro quilômetros formam um parque urbano grande e impressionante. A presença de árvores antigas no entorno da muralha deixa tudo ainda mais bonito e agradável.
Basílica de San Frediano
Fridianus (Frediano) foi um bispo irlandês ativo em Lucca na primeira metade do século VI. Ele mandou erguer uma igreja neste local dedicada a São Vicente, São Lourenço e Santo Estêvão. Ao seu redor, cresceu uma comunidade de monges. Entre os século VIII e IX, a igreja foi ampliada e rededicada ao seu atual patrono, recebendo suas relíquias.
O horário de funcionamento é de 9h às 12h e de 15h às 18h.
Piazza dell´Anfiteatro
A Praça do Anfiteatro é a jóia da cidade de Lucca. A praça foi um antigo anfiteatro romano, palco de luta de gladiadores, e hoje tem casarões medievais, onde funcionam residências, restaurantes acolhedores e algumas lojas.
A construção é do século 1. E tornou-se praça na Idade Média e local de assembleias populares. Quando foi construído para espetáculos e jogos de gladiadores, o anfiteatro de Lucca era uma estrutura imponente, com 54 arcos e uma cavea capaz de segurar até dez mil espectadores. Hoje, restam alguns dos vestígios romanos nos edifícios que limitam a praça. O mais baixo dos quatro arcos que levam até ela é o único que restou da estrutura antiga.
Atrações pagas
Casa Natale di Puccini
A casa em que nasceu em 22 de dezembro de 1858 Giacomo Puccini, compositor de algumas das óperas mais famosas como Madame Butterfly e Tosca foi transformada, em 1974, em museu, com móveis, pinturas, documentos e objetos do compositor doados pela família.
O horário para visitas de 1 de abril a 31 de outubro é das 10h às 18h. E de 1 de novembro a 31 de março, das 10h às 13h, de segunda,quarta e quinta e sexta, sábado e domingo, das 10h às 16h. Fecha às terças-feiras. A bilheteria fica piazza Cittadella, 5.
Esta é a torre mais importante de Lucca e um das poucas remanescentes das mais de 250 torres que haviam na cidade no período medieval. Sua principal característica é o seu jardim suspenso no telhado da torre, onde estão carvalhos seculares. A torre foi doada ao governo local pelos descendentes da família Guinigi.
Do alto da torre, que tem 44 metros, é possível ter uma visão 360 graus da cidade. Mas para chegar até lá é preciso encarar 230 degraus.
Horários: Janeiro-Fevereiro: 9h30 às 16h30; Março: 9h30 às 17h30; Abril-Maio: 9h30 às 18h30; Junho-setembro: 9h30 às 19h30; Outubro: 9h30 às 17h30; Novembro-Dezembro: 9h30 às 16h30.
Ingressos: 4,00 € bilhete inteiro com a admissão ao MUST Museum
6,00 € entrada cumulativa Torre Guinigi, Clock Tower e Jardim Botânico
Torre dell´Orologio
A Torre do Relógio de Lucca tem 50 metros de altura e é a mais alta das 130 torres no cidade desde a Idade Média até hoje. No entanto, para visitar a Torre Guinigi é mais interessante, por causa do jardim. Para subir são 207 degraus.
Horário: Janeiro-Fevereiro: Fechado; Março: das 9h30 às 17h30; Abril-Maio: das 9h30 às 18h30; Junho-setembro: das 9h30 às 19h30; Outubro: das 9h30 às 17h 30; Novembro-Dezembro: Fechado.
Tarifas visitas às torres medievais:
4,00 € bilhete inteiro com a admissão ao MUST Museum
6,00 € entrada cumulativa Torre Guinigi, Clock Tower e Jardim Botânico
Duomo di San Martino
A Catedral de Lucca é dedicada a São Martin. Sua arquitetura é bastante significativa e no seu interior há uma impressionante quantidade de obras de arte.
A primeira igreja de St. Martin foi construída a mando de S. Frediano, bispo de Lucca, na segunda metade do ano 500. No século 9 , a arquitetura da catedral sofreu as primeiras mudanças que , desde 1060, levaram à sua reconstrução completa.
A Catedral Lucca foi consagrada em 1070. A sua fachada é baseada na da Catedral de Pisa.
Na Catedral há também um Museu Arqueológico.
Museu: a partir de 15 março a 2 novembro; das 10h às 18h; de 3 novembro a 14 março, de segunda a sexta-feira, das 10h às 14h; sábado e domingo, das 10h às 18h
Catedral: a partir de 15 março a 2 novembro, de segunda à sexta, das 9h30 às 17h45; sábado, das 9h30 às 18h45; domingo, das 9h às 10h15 e das 11h30 às 18h; a partir de 3 novembro a 14 março, de segunda à sexta-feira, das 9h30 às 16h45; sábado, das 9h30 às 18h45; domingo, das 9h30 às 10h15 e das 11h30 às 17h.
Ingresso Catedral: 3 euros.
Ingresso Museu: 4 euros.
Ingresso cumulativo: Catedral, Museu e Reparata 7 euros.
http://www.museocattedralelucca.it/
O que fazer em Pisa
A cidade de Pisa é mundialmente famosa por sua torre torta. A torre que é o campanário da catedral da cidade não foi projetada para se pendente. Mas a inclinação começou logo no início da construção, em 1173. A explicação mais óbvia para a inclinação é uma fundação mal construída. Mas há hipóteses que a inclinação também se deva ao fato de que em Pisa ter existido mar ou um estuário maior que o atual. Descobertas arqueológicas recentes revelaram a existência de um grande porto fluvial da época romana no seu subsolo. Nessas descobertas foram encontradas mais de 30 embarcações de vários modelos, algumas delas intactas e ainda com a mercadoria que transportavam. Também existe uma crença de que foi no Porto de Pisa que São Pedro desembarcou para pregar o Evangelho, tendo daí seguido para Roma.
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O que fazer em Pisa
Piazza dei Miracoli
A Piazza dei Miracoli ou Praça dos Milagres é o principal espaço público da cidade. As atrações de Pisa se concentram nesta praça, onde estão a Catedral, a Torre de Pisa, o Batistério e o Camposanto. A Piazza dei Miracoli é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Catedral de Pisa
O Duomo de Pisa foi fundado em 1064. A catedral foi construída em duas etapas, uma pelo arquiteto Buscheto e outra por Reinaldo. O edifício não foi concluído até o século 12 , quando folhas de bronze foram colocados na porta central, que mais tarde foram destruídas por um incêndio em 1595, assim como outras obras que depois foram substituídas. No entanto, algumas obras medievais originais ainda estão na Catedral, que tem um interior belíssimo, ricamente ornamentado.
Horário: das 10h às 22h
A entrada é gratuita. Mas tem que pegar senha na bilheteria.
Torre de Pisa
Não é só sua famosa inclinação que faz da Torre de Pisa um prédio muito incomum. A localização peculiar também deu a torre um valor histórico e artístico a mais. Normalmente os campanários ficam ao lado da fachada igreja, no mesmo prédio. A Torre de Pisa fica atrás da catedral.
de suas formas e devido à sua localização peculiar, dentro dessa vasta e igualmente única área que é a Piazza dei Miracoli.
A torre foi restaurada várias vezes ao longo dos séculos, principalmente para reduzir o risco de que ela pudesse ruir.
Até hoje, as razões para a inclinação do edifício são ainda bastante misteriosas.
O monumento é 58,36 metros de altura na base e mais de 55 metros acima do chão. Seu peso foi calculado em 14.453 toneladas.
Horário: De abril a setembro, das 8h30 às 20h30; de 17 junho a 31 agosto, das 8h30 às 22h; de 1 de setembro a abril, das 09h às 21h; de 19 abril a 3 maio, das 09h às 22h.
Battistero
O Batistério de São João foi fundado em 15 de agosto de 1152, o dia do Santo Padroeiro. Foi erguido a partir dos resquícios de um batistério octogonal que remonta ao século 5 ou 6. É o maior Batistério na Itália com 107,24 metros de circunferência. A altura é de 54 metros.
Horário: das 8h às 20h
Camposanto – Cemitério
O camposanto ou cemitério foi fundado em 1277 para acomodar o sarcófagos romanos que até então estavam espalhados por toda a Catedral e foram reutilizados para enterrar os nobres locais.É uma das mais antigas construções medievais cristãs para a devoção dos mortos.
No início, o sarcófagos foram colocados na área central descoberta que segundo a tradição contém, como um grande relicário, terra do Gólgota (onde Cristo foi crucificado) trazida da Palestina pelo Arcebispo Ubaldo Lanfranchi ( 1108-1178 ) na época da segunda Cruzada (1146). Sepulturas humildes foram enterradas debaixo do chão nos corredores laterais.
Os afrescos do Camposanto foram quase completamente destruídos por um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial. Em 27 de julho de 1944, aviões americanos lançaram um grande ataque aéreo contra Pisa, que ainda estava sob domínio dos nazistas. O teto de madeira pegou fogo, seus painéis de chumbo foram derretidos e o metal quente correu por todos os afrescos.
Depois disso, o Camposanto foi totalmente restaurado e a maioria dos afrescos que restaram foram transferidos para o Museo delle Sinopie em Pisa.
Horário: das 8h às 20h; de 17 junho a 31 agosto, das 8h às 22h
Ingressos:
1 monumento / museu: 5 euros
2 monumentos / museus : 7 euros ( em vez de 10 euros)
3 monumentos / museus : 8 euros ( em vez de 15 euros)
4 monumentos / museus : 9 euros ( em vez de 20 euros)
Você pode escolher entre o Batistério , o Cemitério Monumental, o Museu Opera del Duomo e do Museu Sinopie .
Torre de Pisa : 18 euros
Borgo Stretto
Em Pisa, também vale a pena visitar a Borgo Stretto, a rua mais elegante e mais cara da cidade. Uma zona de pedestres que começa na Piazza Garibaldi, onde há uma escultura de madeira linda da Santíssima Virgem.
Na rua, há boutiques, alguns bares e uma pastelaria popular chamado Salza. O Caffè Settimelli marca o local de nascimento de Galileu Galilei.
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Chegamos na Itália por Pisa, vindos de Fez, no Marrocos. Já estávamos com mais de 6 meses de viagem, era nosso 18º país da Volta ao Mundo e a essa altura não fazíamos mais planos ou roteiros, apenas íamos aonde o destino nos levasse ou aonde desse vontade no dia ou na hora. Mas eu tinha apenas uma exigência na Itália: não poderia sair de lá sem conhecer Veneza. Nem que fosse por um único dia. Em 10 dias no país, conhecemos as principais cidades da Toscana, passamos por Roma e fomos convidados para ir à Milão. Deixamos para o final, o último dia, a ida à Veneza. Eu geralmente faço isso com coisas que quero muito, ou deixo para o final ou adio um pouco, como quem guarda a sobremesa preferida cuidadosamente para o final de um banquete.
Adiamos até o último momento a compra do bilhete do trem da Trenitalia e acabamos pagando mais caro por isso. Pegamos o trem em uma manhã bem cedo de novembro de 2013. A viagem completou um ano e eu já deveria ter escrito sobre ela há muito tempo. Mas fiquei esperando o momento certo de comer a sobremesa. E, de repente, esses dias me deu uma saudade de Veneza. E ontem, assistindo a mais um filme (“Apenas uma chance“. Está disponível no Netflix. Assistam!) que tem a cidade como cenário, decidi que de hoje não passava. Continue reading Um dia em Veneza
Para o Grão-Duque Cosme I De’ Medici não era prudente deixar-se ver nas ruas de Florença em 1565. Após o golpe de estado de Cosme o Velho que, em 1434, tinha posto fim à República Florentina – embora mantendo formalmente suas instituições comunais – e transformado a cidade numa Signoria (monarquia hereditária) sob o controle da dinastia dos Medici[1], o representante de turno da família mandatária não era muito apreciado e a história ensinava que as ruas da cidade não eram um lugar seguro para seus governantes. A Conspiração dos Pazzi de 1478 contra Juliano e Lourenço De’ Medici, que tinha custado a vida do primeiro, estava – entre outros sangrentos episódios – lá para lembrá-lo. Como fazer, então, para mover-se com segurança e sem ser visto entre a sede do governo, o Palazzo Vecchio, e sua residência particular, o Palazzo Pitti? E para celebrar umas bodas seguras entre seu filho, Francisco, e Joana de Habsburgo, casamento que selaria uma importante aliança com a dinastia no poder na Áustria?
A solução lhe foi apresentada pelo arquiteto Giorgio Vasari, artista poliédrico – como a grande maioria de sua época, não dominada pela hiper-especialização contemporânea dos saberes e das habilidades – responsável pelo projeto da Galleria degli Uffizzi, pintor de várias obras nos salões do poder do Palazzo Vecchio e autor de Vidas dos Artistas, obra inaugural da história da arte ainda hoje seminal para o estudo da arte renascentista. Vasari concebeu e fez construir em apenas cinco meses um corredor sobrelevado que liga o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti passando por dentro da Galleria degli Uffizzi, ladeando o Rio Arno, atravessando o Ponte Vecchio, contornando a Torre dei Mannelli – residência de outra família poderosa, que se recusou a deixá-la abater e se mudar para outro lugar – e passando por dentro da Igreja de Santa Felicita. Em homenagem ao seu criador, a obra ficou conhecida como Corredor Vasariano.
Hoje o Corredor Vasariano – cuja estrutura seria incapaz de suportar visitas diárias de milhares de pessoas, comuns nos museus e igrejas florentinas – fica a maior parte do tempo fechado, às vezes durante anos, muito raramente abrindo por curtos períodos para visitações agendadas.