Chile: roteiro de 2 dias em Pucón

Nossa viagem de 10 dias de carro pelo Sul do Chile começou por Pucón, que apesar de estar cercada por lagos,  faz parte da região administrativa de Araucanía, e está a 785km de Santiago. Pucón foi uma das cidades que mais me impressionou no Chile. Que lugar lindo e cheio de atrativos, especialmente, para quem gosta de natureza e aventura. Ficamos em Pucón por  3 noites e 2 dias completos, que foram suficientes para conhecer o imperdível, mas a cidade tem opções suficientes para até mais que cinco dias. Mas antes de compartilhar o nosso roteiro de 2 dias em Pucón, vou contar uma historinha sobre a nossa chegada para vocês não passarem a mesma vergonha que a gente! haha

Pucón fica no sopé do vulcão Villarica, um dos mais ativos do Chile. A última erupção do Villarica foi em março de 2015 (depois de 30 anos da erupção anterior) e mais de 3 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Disso eu sabia (mentira, a parte da erupção, pesquisei para escrever este post), mas…

Vulcão Villarrica visto do jardim do Hostal French Andes
Vulcão Villarrica visto do jardim do Hostal French Andes

Depois de quase 8 horas na estrada, chegamos a Pucón à noite, mortos de cansados e com fome. A estrada estava com muita neblina, mas de longe, eu conseguia ver o vulcão Villarrica com algo que parecia ser fogo saindo da cratera, mas nada muito nítido. Quanto mais nos aproximávamos da cidade, mais visível ficava o vulcão e o tal foguinho. Falei para Fred, mas ele não conseguia ver o mesmo que eu, pois estava dirigindo e o vulcão estava do meu lado da janela. Ele pensava que eu estava brincando. Julie seguia dormindo pelas últimas horas no banco de trás! hehe

Chegamos no hostel um pouco assustados (será que o vulcão ia entrar em erupção justo agora que tínhamos viajado 8 horas e estávamos muito cansados? Eu dormiria ali mesmo assim…). Entramos no hostel e fomos logo perguntando a recepcionista: o que está acontecendo com o vulcão que está soltando fogo? A recepcionista tomou um susto e saiu correndo para ver. Lá fora, ao olhar para o vulcão, ela disse: ah, isso? Isso é normal! É quase sempre assim.

Isso mesmo, o povo de Pucón vive tranquilamente na base de um vulcão…E, além do Villarrica, nos arredores de Pucón estão os vulcões Quetrupillan e Lanín (os 3 fazem parte da falha Villarrica e cruzam perpendicularmente a grande falha Liquiñe-Ofqui, formando um dos corredores mais importantes do cinturão de Fogo do Pacífico). Isso é que é viver perigosamente…

Passado o susto, nos demos conta da sorte que tivemos em ter uma visibilidade tão boa do vulcão, em uma época que normalmente é de chuvas (viajamos em maio de 2017). Era noite de lua cheia e o céu estava com uma visibilidade ótima. Aquela foi a única noite das 3 que tivemos uma vista tão nítida do vulcão. Foi nesta noite, que Fred fez a foto que abre o post do jardim do Hostal French Andes, que estava com uma fogueira acesa. Preparamos nosso jantar na cozinha do hostel, compramos um vinho e jantamos apreciando a vista. Tem como não se apaixonar por uma cidade assim?

Agora sim, vamos às dicas e roteiro:

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Como chegar

Como disse, chegamos a Pucón de carro, vindos de Santiago. É um longo trecho, de 785 km, mas quase todo pela Ruta 5, que é duplicada e está em ótimas condições. O problema é que a qualidade da estrada tem um custo. O de inúmeros pedágios! Foram 7 neste trecho, custando entre $ 2.300 e $2.500 CLP, totalizando 16.900 CLP.

Dê preferência para chegar na cidade ainda durante o dia, pois a estrada final tem muitas curvas e pode ter muita neblina também.

Se quiser aproveitar melhor o dia do viagem, uma sugestão é fazer uma uma parada no Cajón del Maipo. Essa era minha ideia inicial, mas acabei deixando para o último dia e no final não deu tempo.

Se você não for alugar carro, que será muito útil para aproveitar melhor para conhecer as atrações da cidade, que são quase todas no entorno, tem a opção de ir de ônibus. A viagem dura em média 11h15.

Faça a pesquisa aqui: https://www.busbud.com/pt/onibus-santiago-do-chile-pucon/r/66jcf4-63hbd1

Para quem quiser uma opção mais rápida, porém bem mais cara, Pucón tem também um pequeno aeroporto. Mas os voos não são regulares.

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Pucón é uma cidade muito preparada para o turismo, com muitas opções de hospedagem. Mas dê preferência para ficar próximo ao centro da cidade. Pois assim, você poderá fazer os passeios durante o dia nos arredores (com tour ou carro) e à noite, poderá ir a restaurantes, bares, lojas e supermercados, caminhando. Assim não tem problema se quiser tomar um vinho, por exemplo! =)

Em Pucón, nós ficamos em um dos melhores hostels da nossa viagem pelo Chile e até um dos melhores hostels que já me hospedei na vida.

Nós ficamos no  Hostal French Andes, que tem duas unidades. Nas duas primeiras noites, nós ficamos em um quarto privativo, com banheiro na segunda unidade (que tinha o jardim com a vista para o vulcão).

O hostel é muito organizado. Os quartos são limpos, espaçosos e bem equipados (nosso quarto tinha até um mini jardim). A cozinha também é muito bem equipada e tem todo tipo de utensílio necessário.

Julie ficou num quarto chamado de capsúla, apertadinho, mas que ela podia ficar sozinha. Ela adorou, ainda mais porque este quarto tinha uma clarabóia, que dava para dormir vendo as estrelas.

Na nossa última noite, eu e Fred, tivemos que mudar de quarto (porque inicialmente só tínhamos reservado 2 noites) e ficamos em um quarto maravilhoso, enorme, com vista para o vulcão, banheiro e até cozinha privativa. Infelizmente, nesse dia, o tempo fechou e ficou muito nublado e só tivemos vista pela manhã. Mas no dia que voltar a Pucón, quero voltar ao Hostal French Andes e ficar neste quarto!!!

Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes
Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes

Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes
Nosso primeiro quarto no Hostal French Andes

Nosso segundo quarto no Hostal French Andes
Nosso segundo quarto no Hostal French Andes

Nosso segundo quarto no Hostal French Andes
Nosso segundo quarto no Hostal French Andes, com vista para o vulcão

Reserve sua hospedagem em Pucón

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O clima do nosso primeiro dia em Pucón, estava maravilhoso, com muito sol e não fazia tanto frio.

Começamos o dia passeando pelo centrinho da cidade, começando pela Plaza de Armas, que é muito bonita e organizada. Sugiro que passe no centro de informações turísticas para pegar um mapa da cidade e receber algumas informações importantes.

Plaza de Armas de Pucón
Plaza de Armas de Pucón

Depois da praça, fomos visitar algumas agências para saber quanto custava subir o vulcão Villarica e agendar a nossa escalada. Mas aquele dia era o único com bom tempo na semana e não teriam passeios pelos próximos dias. Como as agências saem muito cedo, não tínhamos mais como fazer o passeio naquele dia.

Com Julie no vulcão Villarrica
Com Julie no vulcão Villarrica

Então, o funcionário de uma das agências nos explicou que podíamos ir de carro até a base do vulcão. Só seguir para a estação de esqui.

Como já contei em outros posts, nosso carro era um “Peor es Nada”, um  Suzuki Alto, que desconfio que não era nem 1.0! hehe Mas ainda sim, conseguimos chegar até a base do vulcão Villarrica. A estrada, é claro, é toda de subida e com muitas curvas e alguns trechos estavam ruins, mas se deu para chegar com o “Peor es Nada” dá para chegar com qualquer carro. Porém, não sei como fica em períodos de neve.

Julie, Fred e eu no "Peor es Nada", nosso carro, de frente ao vulcão Villarrica
Julie, Fred e eu no “Peor es Nada”, nosso carro, de frente ao vulcão Villarrica

O vulcão Villarrica é coberto por neve o ano todo, o que muda é que quando é verão a neve fica mais no topo e a quantidade vai aumentando até que no inverno está coberto até a base toda, onde funciona a estação de esqui.

Como fomos em maio, ainda não era temporada de esqui e a neve quase chegava a base, mas não o suficiente que a gente pudesse chegar perto. Nós tentamos começar uma caminhada até onde tinha neve, mas fazia muuuuuito vento e como não tínhamos saído com roupa apropriada para neve, estávamos com muito frio.

Estação de esqui, vulcão Villarrica
Estação de esqui, vulcão Villarrica

Quando estávamos ainda na tentativa, iam descendo um casal do vulcão. Eles nos disseram que tinham contratado a agência para fazer a subida do Villarica, mas que só tinham conseguido chegar até a primeira base do teleférico. E que até onde tinha neve era umas 14h de caminhada.

Decidimos, então, que não era seguro subir sem guia e sem roupa apropriada e nos contentamos em fazer várias fotos no vulcão e também da vista panorâmica incrível para os lagos que se tem lá do alto. Como estava uma ventania muito forte e era baixa estação, o teleférico também não estava funcionando.

Para quem estiver planejando subir o vulcão, recomendo ir em uma época menos fria e com menos neve, preferencialmente, no verão. Também é preciso ter um certo preparo, pois são várias horas de subida e quanto mais neve, mas difícil a trilha. O Villarrica está a uma altitude de 2.847 m e tem uma proeminência de 1.575 m.

Também é um passeio bem caro, então, acredito que só vale a pena, se você tiver preparo para ir até o fim. Na época em que fomos (maio de 2017), o passeio custava entre $ 80.000 e 90.000 CLP, dependendo da negociação.

A Camila do blog Viaggiando tem um relato sobre sua experiência na subida do Villarrica: http://www.viaggiando.com.br/2012/07/subida-ao-vulcao-villarrica.html

Quem for a Pucón no inverno e planeja esquiar, pode conferir as informações no site da estação de esqui: http://www.skipucon.cl/

Depois de muitas fotos do vulcão e lagos, tomamos um chocolate quente (para mim), cerveja (para Fred), chá (pra Julie) para nos esquentar no El Castillo, um restaurante/café muito bonito que fica no início da subida para o vulcão. Vale a pena parar lá, na ida ou na volta.

Lagos de Pucón, vistos do Villarrica
Lagos de Pucón, vistos do Villarrica

Depois do vulcão Villarrica, pegamos o carro e fomos ao Salto Ojos de Caburgua, que fica em uma propriedade privada. A entrada custa apenas $ 1.000 CLP por pessoa (05/2017).  

Salto Ojos de Caburgua
Salto Ojos de Caburgua

Pucón tem inúmeras cachoeiras (saltos). O Ojos de Caburgua é uma delas, mas também um olho d´água. A água é bem cristalina, mas o horário que fomos já tinha muita sombra e a cor da água não realçava tão bem. Também as quedas d´água são bem baixinhas. Ainda assim, é um lugar bem bonito e, como a entrada custa menos de R$ 5, vale a pena. =)

Como quase todos os lugares em Pucón, a propriedade tem também uma vista para o vulcão. Escolhemos uma sombra debaixo de uma árvore (Julie, como boa europeia, ficou no sol) para fazer um lanche.

Do Ojos de Caburgua seguimos para o Lago Caburgua, onde estão as Playas Negra e Blanca. Os nomes se devem a cor da areia. A negra, com areia escura, e a blanca, com areia mais clara. Como fomos na baixa estação, no início do inverno, a praia estava deserta. Mas no verão, as praias de Pucón costumam ser bem movimentadas.

Playa Blanca
Playa Blanca

Fechamos o nosso primeiro dia de Pucón com o pôr do sol na Playa Grande, no Lago Villarrica, que fica a uma curta caminhada do centro de Pucón. Mesmo sendo baixa temporada, nesta praia, tinha bem mais pessoas, especialmente, porque é frequentada também pelos moradores da cidade. Dizem que no verão ela fica completamente lotada!

Pôr do sol, na Playa Grande
Pôr do sol, na Playa Grande

Durante o verão também há mais opções de atividades nas praias, como stand up paddle, caiaque…

Playa Grande, Pucón
Playa Grande, Pucón

Para noite, Pucón tem também várias opções de restaurantes e bares. Mas na baixa temporada, tudo estava bem tranquilo, sem badalações. Nós jantamos no  Mama e Tapas, que nos foi recomendado por uns amigos chilenos de Julie.

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Roteiro em Pucón – Dia 2

O nosso segundo e último dia em Pucón, fizemos a trilha no Parque Nacional Huerquehue (mais conhecido pelos brasileiros como huehue brbr! haha). Se eu tivesse que escolher uma única coisa para fazer em Pucón seria esta trilha.

Vista do mirante Parque Huerquehue
Vista do mirante Parque Huerquehue

O Parque fica a 36km do centro de Pucón, cerca de 1h de carro. Existe um ônibus que saem do Terminal de Buses Caburgua às 08h30, 13h00 e às 16h (durante todo o ano) e às 18h20 (em janeiro e fevereiro). E retorna ao centro às 09h30, 14h10, 17h10 h (durante todo el año) e às 19h30 (janeiro e fevereiro).

O parque funciona das 08h30 às 20h, na alta temporada, e das 08h30 às 18h, na baixa temporada. A entrada para estrangeiros custa $ 5.000 CLP, na alta temporada, e $2.500, na baixa.  

Para fazer a trilha principal completa, recomendo chegar bem cedo no parque. O parque tem várias trilhas, que vão desde nível fácil a difícil. Nós fizemos a trilha “Los Lagos”. A trilha completa tem 12km. E tem um tempo de ida de 3h30. O caminho é todo de subida, mas o nível é médio. Vimos até crianças fazendo.

Cachoeira no Parque Huerquehue
Cachoeira no Parque Huerquehue

Esta trilha passa pelo Lago Tinquilco, cachoeiras Nido de Águilas e Trufulco. Tem também dois mirantes com uma vista espetacular para o Lago Tinquilco e o vulcão Villarrica. O final da trilha é nos chamados lagos chicos (lagos Verde, Chico, Toro y Huerquehue).

Como chegamos muito tarde no parque, por volta das 12h não fizemos a trilha completa e fomos até o segundo mirante, sem fazer os lagos chicos. Mesmo assim, levamos umas 5h de trilha, incluindo, as paradas para as centenas de fotos e valeu muito a pena, pois as paisagens do parque são incríveis.

Lá no alto da floresta, onde estão os mirantes tem árvores araucárias gigantescas e centenárias.

Para quem for fazer a trilha, recomendo ir com sapatos apropriados (tênis ou botas de trilha), levar bastante água (mesmo no inverno) e comida (pois, durante a trilha, não tem onde comer).

Aproveita também para ir ao banheiro, sempre que tiver um, pois não são muitos.

Para quem quiser visitar o parque com mais calma e fazer as trilhas mais longas, no Huerquehue tem algumas opções de campings, chalés e hostel.

Mais informações sobre o parque, você encontra aqui: http://parque-huerquehue.blogspot.com.br/

Para fechar o último dia em Pucón e relaxar da caminhada, recomendo ir a uma das várias termais de Pucón.

Nós tivemos muita sorte, pois quando estávamos saindo do Parque Huerquehue , vimos duas meninas pedindo carona. As duas eram russas e uma delas falava português muito bem. Em pouco tempo, elas nos pediram para descer do carro e para gente dar carona a dois meninos que estavam um pouco mais na frente na estrada.

Eles eram chilenos, moravam em Pucón, e estavam hospedando elas pelo Couchsurfing. Como um deles tinha pressa porque ia receber uma encomenda para uma obra na casa dele, elas pediram para levar eles primeiro. No caminho fomos conversando e ele perguntou aonde pensávamos em ir depois dali, falamos que queríamos ir a uma termal. Foi então, que ele disse que trabalhava em uma e poderia nos dar cortesias! =)

A termal era a Termas Trancura, que é maravilhosa, que tem 14 piscinas de água 100% natural (segundo a placa do anúncio deles, outras termais esquentam a água artificialmente) que são descobertas, semi-cobertas ou fechadas, e uma vista incrível para o vulcão Villarrica. A entrada custa 10.000 CLP por pessoa. Eu até acredito em kharma, mas nunca tinha tido um retorno tão rápido! hehe

Nossos dias em Pucón foram muito bem aproveitados, mas foram suficientes só para deixar com vontade de voltar. Para quem tem mais tempo, Pucón oferece várias outras opções de passeios, como rafting no rio Trancura, várias trilhas e vulcões para escalar, cachoeiras, passeios a cavalo etc.

Pucón, I´ll be back! =)

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Viagem de carro no Chile – Dicas, Custos e Roteiro de 10 dias por Pucón, região dos Lagos e Isla de Chiloé

Nosso roteiro de 20 dias no Chile incluiu uma viagem de carro durante 10 dias, saindo e retornando a Santiago, que incluiu Pucón, região dos Lagos Andinos, Isla de Chiloé e uma parada de uma noite em Valdívia. Foram mais de 3 mil km de viagem por paisagens espetaculares. O Chile é um ótimo país para viajar de carro, seguro e com uma boa infra-estrutura.

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Andes Panorâmico – Tour para Farellones e Valle Nevado fora da temporada de esqui

Muitos brasileiros quando decidem viajar para o Chile pensam em neve e esqui. Acontece que a temporada de esqui é curta, geralmente, dura em torno de 2 meses (entre meados de junho agosto mais ou menos. Este ano, começou mais cedo, em maio). Então para quem viaja fora desse período, vale a pena conhecer o Valle Nevado e/ou outras estações de esqui? Na minha opinião, sim. A maioria das agências de Santiago oferece o chamado tour Andes Panorâmico, que inclui paradas nas estações Farellones e Valle Nevado.

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Bate-volta saindo de Santiago: Visita a Valparaíso e Viña del Mar por conta própria


Uma visita clássica nos arredores de Santiago do Chile é a casadinha Valparaíso e Viña del Mar, cidades litorâneas que ficam a, respectivamente, 116km e 122km da capital. No nosso post, Dicas práticas e roteiro de 4 a 6 dias em Santiago do Chile, sugerimos fazer um bate-volta por conta própria. Agora, vou explicar como chegar nessas duas cidades e o que fazer em cada uma delas.

Como chegar

Em Santiago existem duas opções de estações para pegar o ônibus para Valparaíso e/ou Viña del Mar: a estação Alameda (estação de metrô Universidad de Santiago) e a Estação Pajaritos. Normalmente, o ônibus sai da Alameda e, depois, para na Pajaritos.

Optamos por ir primeiro para Valparaíso e de lá seguir para Viña del Mar. Se você for fazer o bate-volta é recomendável sair bem cedo de Santiago e voltar o mais tarde possível, pois há muito o que fazer nas duas cidades.

Chegando em uma dessas duas estações, você, provavelmente, será abordado por vendedores de tour, dizendo que estão fazendo promoção, que vale muito mais a pena o passeio. Mas continue em direção ao guichê das empresas e procure o próximo ônibus.

Porém, se quiser economizar mais, comprando com antecedência, a passagem sai bem mais barata. Também sai mais barato comprar logo ida e volta (mesmo que seja ida Valparaíso e volta Viña del Mar, basta fazer a compra separada). Caímos no erro de comprar separado e paguei quase o dobro do preço na volta e ainda tivemos que esperar muito para embarcar. Também nos finais de semana, a passagem custa mais caro.

A companhia que tem vários horários para o trajeto é a Turbus, que dispõe de venda pela internet. A passagem custa a partir de $ 2.000 CLP. Comprando direto na estação, pagamos $ 3.300 CLP. Na estação, vimos que a Pullman Bus também faz o trecho, mas pelo site aparece como não disponível. E nós voltamos com a Condor, mas também não está com a opção de compra disponível pela internet.

A viagem de Santiago a Valparaíso dura entre 1h30 a 1h55, dependendo da estação em que você irá sair de Santiago. A viagem de Viña del Mar a Santiago leva em torno de 2h.

Para ir de Valparaíso a Viña del Mar basta pegar o ônibus convencional. O número depende do local onde você estiver, mas pode ser o 105, 601, 602, 603, 612, 704. Também há a opção de ir de metrô. Nós pegamos o ônibus 612, da La Sebastiana, em Valparaíso até Viña del Mar e custou $ 470 CLP para cada.

Para se deslocar entre os pontos turísticos de Valparaíso, você pode optar entre o transporte público ônibus ou metrô e também Uber.

Em Viña del Mar fizemos tudo a pé, mas alguns trechos foram bem longos, então, também dá para fazer do mesmo jeito de transporte público ou Uber.

Para fazer as contas se vale mais ir de conta própria ou tour, basta saber que, em Santiago, o tour mais barato que encontramos para Valparaíso e Viña del Mar saia por $ 32.000 CLP. Claro que incluía o transporte de ida e volta para as cidades, o transporte entre as atrações lá e o guia. Então, vai da opção de cada um.

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O que fazer em Valparaíso

Valparaíso vista de La Sebastiana
Valparaíso vista de La Sebastiana

Valparaíso é uma cidade portuária, mas cheia de arte e cultura. É conhecida por suas casas coloridas e murais de grafites. Desde 2003, o seu centro histórico foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

A cidade litorânea é cercada por morros, são 42 ao todo. Alguns deles, juntamente com o centro histórico, estão entre os principais atrativos da cidade, especialmente por seus mirantes. Os ascensores (elevadores) que levam até os cerros também fazem parte das atrações de Valparaíso.

Casa colorida em Valparaíso
Casa colorida em Valparaíso

Valpo tem forte influência de imigrantes vindos, principalmente, da Inglaterra, Alemanha e Itália e isto fica bem visível na arquitetura de alguns prédios antigos e casas.

Grafite de Neruda próximo a La Sebastiana
Grafite de Neruda próximo a La Sebastiana

A cidade está entre as maiores do Chile, com uma população 278 mil habitantes (Censo de 2002). A primeira vista, Valparaíso passa uma ideia de cidade bem desgastada, com prédios antigos e mal cuidados, mas depois você vai encontrando charme na cidade, com seu colorido e grafites.

Infelizmente, no dia que fizemos o bate-volta choveu torrencialmente e como os atrativos de Valparaíso ficam mais espalhados dos que os de Viña del Mar, priorizamos Viña.

Em Valpo, tivemos a chance de visitar apenas a “La Sebastiana”, a casa do prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda.

Por isso, para quem quiser saber mais sobre o que fazer na cidade, recomendo o post da Camila Lisboa do blog O Melhor Mês do Ano:

http://www.omelhormesdoano.com/o-que-fazer-em-valparaiso/

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La Sebastiana, a casa de Neruda em Valparaíso

La Sebastiana
La Sebastiana

“Sinto o cansaço de Santiago. Quero em Valparaíso uma casinha para viver e escrever tranquilo. Tenho que impor algumas condições. Não pode ser muito em cima nem muito abaixo, deve ser solitária, mas não em excesso. Vizinhos, oxalá, invisíveis. Não deve ver-se nem escutar-se. Original, mas que não seja incômoda. Nem muito grande, nem muito pequena. Longe, mas próxima da movimentação. Independente, mas com comércio próximo. Além do mais, tem que ser muito barata. Acredita que pode encontrar uma casa assim em Valparaíso?”

Este foi o pedido que Pablo Neruda fez as suas amigas Sara Vial e Marie Martner para procurarem uma casa para ele em Valparaíso, em 1959.

A casa encontrada por elas fica no cerro Florida e tinha começado a ser construída pelo arquiteto espanhol Sebastião Collado, que havia morrido em 1949, antes de terminá-la.

Neruda decidiu comprar a casa e em 3 anos terminou de construí-la e lhe deu o nome de “La Sebastiana”, em homenagem ao antigo dono da casa. A inauguração foi em 1961, com uma grande festa. O escritor também fez um poema dedicado a casa, que está no livro “Plenos Poderes”.

Olhando pela mesma janela que inspirava Neruda
Olhando pela mesma janela que inspirava Neruda

Achei esta casa de Neruda ainda mais interessante do que “La Chascona”, em Santiago. Com 5 andares, é decorada com muitos mapas, objetos náuticos, pinturas, objetos que Neruda trazia de suas viagens, inclusive, um cavalo em madeira de um carrossel, que ele trouxe de Paris. Eu amo carrosseis e fiquei apaixonada por essa peça e fiquei pensando que viajante básico era Neruda. “Vou levar uma lembrancinha de Paris… ah! Pode ser esse cavalo do carrossel”. haha

Escotilha em La Sebastiana
Escotilha em La Sebastiana

O que também encanta na La Sebastiana são as vistas das janelas, que ocupam grande parte de todos os cômodos. Delas, Neruda podia fazer o mar e as casas coloridas de Valparaíso. Aliás, o escritor era um apaixonado pelo mar e deixa isso claro, em vários itens da casa, inclusive, uma das janelas é uma escotilha (as janelinhas circulares dos navios).

Pablo Neruda tinha o hábito de receber frequentemente os amigos para almoços e jantares na casa, por isso, tem cômodos bem aconchegantes para receber as visitas. E um bar bem pitoresco!

Durante o período da ditadura militar, que teve início em 1973, a casa sofreu vandalismo e só foi restaurada em 1991. Em 1992, foi aberta para visitação.

A visita a La Sebastiana é feita com sistema de áudio guia, que explica a história de cada cômodo e objetos. A opção em português também está disponível. O ingresso custa $ 7.000 CLP por pessoa e inclui o áudio guia. Estudantes com carteira internacional pagam $ 2.500 CLP. A visita leva em torno de 1h.

É possível chegar até a La Sebastiana de transporte público, com o ônibus 612 (a passagem custa $ 470 CLP.

Não são permitidas fotos dentro da casa, apenas fotos das janelas.

La Sebastiana

Endereço: Ferrari 692, Valparaíso.

Horário:

De março a dezembro, terça a domingo, das 10h às 18h

Janeiro e fevereiro, de terça a domingo, das 10h às 19h

Fechado às segundas-feiras

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O que fazer em Viña del Mar

Na metade do século 20, Valparaíso sofreu um declínio e muitas famílias ricas se mudaram para Viña del Mar. Apesar de serem vizinhas, Viña é bem diferente de Valparaíso. A cidade não seguiu a vocação portuária de Valparaíso e é um popular destino de férias dos chilenos.

Relógio de Flores de Viña del Mar
Relógio de Flores de Viña del Mar

Conhecida como “Cidade Jardim”, Viña é bem mais organiza que Valparaíso (não posso falar muito, pois não conheci bem Valparaíso, mas a impressão que tive foi essa). Cheia de jardins, bonitos hotéis, tem também castelos (sim, isso mesmo!), cassino e ruas repletas de restaurantes, bares e cafés. As praias de Viña del Mar são o grande atrativo para os chilenos, mas acredito que não seja o principal interesse dos brasileiros na cidade. Mas vale um passeio pela orla. Ou talvez, se for no verão, aproveitar um pouco mais.

Como disse, no dia do bate-volta chovia muito em Valparaíso e em Viña del Mar, mas com os guarda-chuvas que compramos logo quando descemos no terminal de ônibus, deu para conhecer nossos principais pontos de interesse em Viña só caminhando.

No Castelo Wulff, debaixo de chuva
No Castelo Wulff, debaixo de chuva

Descemos do ônibus, vindo de Valparaíso, próximo ao Relógio de Flores (Reloj de Flores), que fica em frente a Playa Caleta Abarca, desta praia tem uma bonita vista para Valparaíso. Dela, fomos caminhando pela avenida La Marina até chegar no Castelo Wulff, construído em estilo francês-alemão entre 1905 e 1906. O castelo foi construído pelo empresário Gustavo Wulff para ser sua residência, mas atualmente, pertence ao município e funciona como “Unidad de Patrimonio de la Municipalidad de Viña del Mar”. No caminho passamos em frente a outro castelo, o Ross, construído em 1912 para ser residência do político e empresário Gustavo Ross Santa Maria e, hoje, funciona como Club Unión Árabe.

Viña del Mar
Viña del Mar, Castelo Brunet lá no alto

Continuamos caminhando pela La Marina, margeando o rio, até chegar ao Cassino de Viña del Mar. Do lado direito é possível ver no alto, o Castelo Brunet, construído em 1923, também para ser uma residência. Parece que era modinha viver em castelos no início do século 20 em Viña del Mar! hehe O prédio hoje pertence aos Carabineros de Chile e funciona como um centro de eventos e espaço para receber visitas ilustres.

Já o Cassino de Viña del Mar pertence ao município. Foi construído em 1930, sendo o primeiro centro de jogos do país. O prédio é bem bonito por fora e por dentro, tem também bonitos jardins, um pequeno teatro, espaço de diversão para crianças, bar. A entrada é gratuita e vale a visita, mesmo que você não vá fazer nenhuma aposta. Para nós, foi uma boa escapada da chuva também! =)

A avenida em frente ao cassino se chama San Martin e está repleta de bares, restaurantes, cafés, lanchonetes. O díficil é escolher um. Encerramos nosso dia com um almoço, lá pelas 16h, no Kaiser, que tem uma comida muito saborosa e um delicioso pisco sour! =)

Outono em Viña del Mar
Outono em Viña del Mar

Depois fizemos uma longa caminhada (mas deveríamos ter pego um ônibus) até o terminal de ônibus de Viña del Mar e regressamos para Santiago já à noite.

Bem, isso foi o que deu para conhecer em meio dia, chuvoso. Mas em Viña del Mar tem muito mais o que visitar, como o Museu de Arqueologia e História Francisco Fonk, que tem ao lado da sua fachada o único Moai original, fora da Ilha de Páscoa. Morri de arrependimento por não termos ido até lá. =( Mas, na hora que chegamos em Viña, o museu já estava fechado e eu pensava que o Moai ficava dentro! kkkk Só escrevendo o post para vocês que descobri que é do lado de fora! =/

Viña tem ainda outras praias, museus, parques. Enfim, se você tiver mais tempo de viagem e tiver a sorte pegar um melhor tempo que nós, recomendo passar pelo menos uma noite em Viña del Mar ou Valparaíso para aproveitar melhor essas duas cidades.

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* No Chile, nos mantivemos conectados com internet ilimitada do plano de dados da T-Mobile, com o chip enviado pela EasySim4u. Foi muito útil, principalmente, durante nossa viagem de carro, pois podíamos carregar bem os mapas, procurar restaurantes próximos e até fazer reservas de hospedagem de última hora. O legal da EasySim4u é que eles enviam o chip para o seu endereço no Brasil e você chega no país conectado. O plano de dados deles funciona em até 140 países e com o mesmo chip, nos mantivemos conectados ainda na Argentina e Paraguai.

Veja os planos deles aqui.

* O Chile não tem um sistema de saúde gratuito e o atendimento médico lá pode sair bem caro, portanto, é imprescindível fazer um seguro viagem para visitar o país.

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Bate-volta a partir de Santiago: Visita à vinícola Concha y Toro com transporte público

O vinho é a minha bebida preferida, apesar de não entender muita coisa sobre o assunto, e gosto, especialmente, dos vinhos chilenos. Então, em Santiago do Chile não poderíamos perder a oportunidade de conhecer uma das vinícolas que ficam nos arredores. Escolhemos visitar uma das mais famosas, que é a Concha y Toro. Fizemos o bate-volta, a partir de Santiago, com transporte público. Foi super fácil e pagamos a metade do preço do que sairia se tivéssemos ido em um tour por uma agência.

Somente no Chile, a Concha y Toro possui 54 vinhedos, a empresa possui ainda vinhedos na Argentina e Estados Unidos. A vinícola nos arredores de Santiago, aberta à visitação turística, fica em Pirque, Região Metropolitana, a uns 30 km da capital.

Entrada da vinícola Concha y Toro
Entrada da vinícola Concha y Toro

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Dicas práticas e roteiro de 4 a 6 dias em Santiago do Chile

Santiago do Chile é a cidade preferida dos nossos leitores. E, finalmente, fomos descobrir o porquê. A capital chilena foi o nosso ponto de partida para o nosso roteiro de 20 dias no Chile e confirmamos tudo o que já tínhamos ouvíamos falar sobre ela. A cidade causa deslumbre desde a chegada, quando ainda do avião, vemos a belíssima Cordilheira dos Andes, que a cerca e aos poucos vai conquistando o visitante. Santiago tem pontos que entusiasmam qualquer turista: é uma cidade bonita, moderna, organizada, segura e cheia de atrativos. E, ainda tem no seu entorno famosos destinos turísticos chilenos, para os quais é possível fazer bate-voltas. Fizemos um roteiro de 6 dias em Santiago e arredores, que compartilho com agora vocês. Mas as sugestões também podem ser usadas para quem tem menos tempo na cidade, a partir de 4 dias.

Cordilheira dos Andes, na chegada em Santiago
Cordilheira dos Andes, na chegada em Santiago

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Roteiro de 20 dias no Chile: Santiago, Pucón, Lagos Andinos, Isla de Chiloé e Atacama

Dois anos após a nossa primeira viagem ao Chile, voltamos para fazer as pazes. Isso porque, em abril de 2015, quando viajamos pelo Norte do país, pegamos uma semana inteira de fortes chuvas, a ponto de o governo decretar estado de calamidade na região. Desta vez, queríamos aproveitar o máximo, mas levando em considerando o clima da época (maio), por isso, adiamos o sonho de conhecer a Patagônia e planejamos nossos 20 dias entre Santiago e arredores, Lagos Andinos, Isla de Chiloé e Atacama. Por sorte, a primeira impressão não ficou e saímos do Chile enamorados pelo país. Continue reading Roteiro de 20 dias no Chile: Santiago, Pucón, Lagos Andinos, Isla de Chiloé e Atacama


De Santiago ao Rio de Janeiro – dia 1º embarcaremos para um novo mochilão pela América do Sul

Segunda-feira (1), embarcaremos para Santiago do Chile para o nosso próximo mochilão. Que saudades que estou de colocar a mochila nas costas! Nossas últimas viagens não foram exatamente mochilões e apesar de terem sido maravilhosas, a sensação de mochilar é completamente diferente.

A começar que tudo que sabemos é que chegaremos por Santiago e voltaremos pelo Rio de Janeiro. O rolé vai ser grande! haha A princípio, não íamos comprar passagem de volta, mas Fred tem prazos do mestrado a cumprir, por isso, deveremos voltar no início de junho. Então, serão aproximadamente 40 dias de mochilão e teremos a companhia maravilhosa de Juliane Boll, a alemã mais brasileira que você respeita, que estará encerrando sua viagem de volta ao mundo de 8 meses. Para quem não sabe, Julie assina a série #Worldlust aqui no Compartilhe Viagens e é nossa sócia na versão do blog em inglês Share Journeys. Continue reading De Santiago ao Rio de Janeiro – dia 1º embarcaremos para um novo mochilão pela América do Sul