Roteiro de carro 3 dias Valle Calchaquies, em Salta – Argentina

Partindo da cidade de Salta, Argentina, é possível conhecer algumas das mais belas paisagens da região andina do norte do país. Vários passeios de um dia ou mais são oferecidos pelas agências de turismo da cidade. Porém, quem quiser conhecer melhor a região, uma boa opção é alugar um carro. Um dos roteiros que podem ser feitos de carro é o Valle Calchaquies, uma rota praticamente circular com cenários extraordinários, que fizemos em 3 dias da seguinte forma: de Salta a Cafayate (Quebrada de las Conchas), Cafayate a Cachi (Quebrada de las Flechas) e de Cachi a Salta (Parque Nacional los Cardones).

Estrada Quebrada de Las Conchas
Estrada Quebrada de Las Conchas

Dicas gerais

– O roteiro pelo Valle Calchaquies (Salta-Cafayate-Cachi-Salta) é de pouco mais de 500 km. A maior parte do trajeto é por asfalto, mas há trechos por estrada de terra batida. No entanto, é possível fazer a viagem em carro de passeio simples, preferencialmente, com ar condicionado/aquecedor.

Veja o mapa do roteiro:

https://goo.gl/maps/3jsdTFE1Xur (Carregue offline antes de sair e marque estrelas nos pontos que pretende visitar)

– Em Salta há várias agências de turismo onde é possível alugar o carro e algumas locadoras de carro. No centro da cidade é possível fazer uma rápida pesquisa para encontrar o melhor custo benefício.

– Lembre-se de sair com o tanque cheio, pois no trajeto entre as cidades praticamente não há postos de gasolina.

–  Leve água e comida para os passeios durante o dia, pois nas “Quebradas” não há restaurantes, lanchonetes ou lojas.

– Três dias é o tempo mínimo que recomendo para fazer esse roteiro, mas gostaria de ter passado pelo menos duas noites em Cafayate (lembre-se que o “y” tem som de “x” em espanhol argentino) para ter tempo de conhecer as vinícolas da região.

– Apesar das cidades serem pequenas, como saímos muito cedo e chegávamos à noite em cada cidade, fizemos as reservas das hospedagens com antecedência pelo Booking.com.

Em Cafayate, nos hospedamos no Hostel Casa Arbol e em Cachi no Hotel Pueblo Antiguo.

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Valle Calchaquies – De Salta a Cafayate

Cidadezinha de Alemania, onde começa a Quebrada de las Conchas
Cidadezinha de Alemania, onde começa a Quebrada de las Conchas

O Valle Calchaquies se estende pelas províncias de Catamarca, Tucumán, Jujuy e Salta. Além das paisagens únicas, formada por desertos, montanhas, florestas, o Valle é de grande importância histórica e cultural para a região, tendo sido cenário para a expansão da cultura de Tiahuanaco (650 a 850 dC) e do estado lnca, em meados do século 15. No século 16, veio a colonização espanhola.

Dentro do Calchaquies, há vários vales e “quebradas”. No caminho entre Salta e Cafayate, seguindo pela Ruta 68, fica a “Quebrada de las Conchas” ou “Quebrada de Cafayate”, que tem início na cidade de Alemania, a 107 km da cidade de Salta.  

Garganta del Diablo, Quebrada de Las Conchas
Garganta del Diablo, Quebrada de Las Conchas

A Quebrada de Las Conchas é um profundo vale de 75 km de extensão, que foi formado a mais de 90 milhões de anos, a partir de erosões causadas pelo rompimento de grandes lagos que ficavam entre as montanhas da região.

Las Conchas recebe esse nome porque na região foram descobertas conchas e fósseis de conchas. A paisagem em tons de rosa e ocre se deve ao óxido de ferro presente no solo.  

Entre Salta e Cafayate são 197 km e, sem paradas, levaria cerca de 3h de carro. Porém, como as paisagens da Quebrada de las Conchas merecem várias paradas, o ideal é sair cedo de Salta e reservar o dia inteiro para o passeio. Lembre-se da dica que dei acima de levar comida e água.

Entre os pontos de visitação da “Quebrada de las Conchas” estão:

La Garganta del Diablo (141 km de Salta)

La Garganta del Diablo
La Garganta del Diablo

Essa formação rochosa é Patrimônio Cultural da Comunidade indígena Suri Diaguita Kalchachi e considerada por eles, a Porta para o “Inframundo”.

El Anfiteatro (142 km)

El Anfiteatro, Quebrada de Las Conchas
El Anfiteatro, Quebrada de Las Conchas

Ao lado de La Garganta del Diablo, El Anfiteatro também é considerado Patrimônio Cultural da Comunidade indígena Suri Diaguita Kalchachi, sendo a porta para o “Supramundo”.

Mirador Tres Cruces (153 km)  

Vista Mirador Tres Cruces
Vista Mirador Tres Cruces

Este mirante tem uma das vistas mais bonitas para a Quebrada e para o rio de las Conchas. Recebe esse nome porque tem 3 cruzes de madeira no alto do monte.

El Sapo (153 km) e El Fraile  (155 km)

Encontre El Fraile
Encontre El Fraile

Bem próximo ao mirante das Tres Cruces, quase na estrada, fica a formação do “El Sapo” e do outro lado do rio, lá do alto do mirante, pode-se ver outra figura natural esculpida na rocha, chamada “El Fraile” por se assemelhar a um frade franciscano com os braços cruzados e túnica.

El Obelisco (165 km) e Los Castillos (168 km)

Los Castillos
Com Fred e Julie em Los Castillos

Outras esculturas naturais famosas em Las Conchas são El Obelisco e Los Castillos, este último, a formação mais bonita, na minha opinião. Portanto, parada imperdível.

Todas essas paradas estão sinalizadas por placas na estrada. A maioria delas fica bem próximo a pista ou é necessário andar apenas um pouco.

Cafayate

Gaúchos na festa da Independência em Cafayate
Gaúchos na festa da Independência em Cafayate

A cidade de Cafayate foi a nossa escolha para passar a primeira noite. Mas como disse antes, gostaria de ter passado pelo menos mais um dia para conhecer algumas das vinícolas da região.

Cafayate tem menos de 12 mil habitantes. É uma cidade bem charmosa, com construções coloniais no estilo espanhol. Nos arredores da cidade que faz parte da Ruta del Vino estão dezenas de vinícolas.

Vinhedo em Cafayate
Vinhedo em Cafayate

O cultivo de vinho na região foi introduzido pelos jesuítas no século 18. A altura dos vales (Cafayate fica a 1,683 metros de altitude) e o clima contribuem para a boa qualidade dos vinhos. Entre as uvas tintas produzidas na região estão Cabernet Sauvignon, Malbec, Tannat, Bonarda, Syrah, Barbera e Tempranillo. E para o vinho branco produzido em Cafayate destaca-se a cepa Torrontés.

Como falei, ficamos apenas uma noite em Cafayate (Hostel Casa Arbol), pouco tempo, mas foi suficiente para conhecermos o centrinho da cidade. Na praça principal 20 de Febrero estão a Catedral Nuestra Señora del Rosario, o mercado de artesanatos, restaurantes e algumas bodegas, onde são vendidos os vinhos da região.

Na manhã seguinte também acompanhamos um desfile de 9 de Julio, dia da Independência da Argentina.

Pinturas rupestres na Finca San Isidro
Pinturas rupestres na Finca San Isidro

Outro passeio que fizemos em Cafayate foi visitar a finca San Isidro, onde é possível ver algumas pinturas rupestres em uma pequena caverna. A entrada é gratuita. Lá do alto é possível ter uma bonita vista para as montanhas do entorno de Cafayate.

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Valle Calchaquies – De Cafayate a Cachi

Quebrada de Las Flechas
Quebrada de Las Flechas

De Cafayate seguimos pela Ruta 40 até Cachi. Este trecho é cheio de curvas e boa parte dele é de estrada de barro. São cerca de 160 km que levam cerca de 3h30, sem considerar as paradas. Então, recomendo não sair muito tarde de Cafayate.  

Neste trecho fica a “Quebrada de las Flechas”, que tem uma paisagem muito peculiar. As rochas, esculpidas pelo vento e pelas fortes chuvas de verão, lembram flechas fincadas no chão.

Vista do Mirador El Ventisqueiro
Vista do Mirador El Ventisqueiro

 Uma parada obrigatória é o Mirador El Ventisqueiro em Angastaco, de onde é possível ter uma vista panorâmica de las Flechas.  

Esse trecho é ainda mais desértico do que a Quebrada de las Flechas, com pouquíssimos visitantes, pelo menos, no período que visitamos, que foi o inverno. No caminho quase não há nada. então, lembre-se de levar água e comida para a viagem.

A cidade em que passamos a segunda noite, Cachi fica aos pés do Nevado de Cachi, uma cadeia montanhosa formada por 9 picos, que atraem montanhistas de todo o mundo. O pico mais alto é o Liberador Gral San Martin com 6.380 msnm.

Igreja de Cachi
Igreja de Cachi

Cachi fica a 2.280 metros de altitude e é um pouco menor que Cafayate com aproximadamente 7 mil habitantes. A maioria descendente da cultura Diaguita-Calchaqui com influência incaica.

Conhecemos apenas a praça principal de Cachi e a igreja de San José, Monumento Histórico Nacional, construído no século 18. Além da igreja, na praça principal da cidade fica o Museu Arqueológico Pío Pablo Díaz, que não chegamos a visitar,  e também restaurantes e lojinhas.

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Valle Calchaquies – De Cachi a Salta

Nevado de Cachi
Nevado de Cachi

No terceiro e último dia da viagem de carro pelo Valle Calchaquies, visitamos uma das atrações mais famosas da província de Salta, o Parque Nacional los Cardones.

Os cardones são um tipo de cactos que chegam a 10 metros de altura. Na verdade, os sobreviventes, pois nos primeiros 8 ou 10 anos, os Cardones chegam a apenas 5 cm e tem pouca capacidade de armazenar água e , por isso, podem morrer.

Eu tenho 1,74m. Os cardones chegam a 10 metros de altura
Eu tenho 1,74m. Os cardones chegam a 10 metros de altura

Antes de chegar ao parque, pudemos admirar a beleza dos picos do Nevado de Cachi.  

O Parque Nacional los Cardones ocupa uma área de 65 mil hectares. E a entrada é gratuita.

Existem alguns mirantes em que é possível ver o parque do alto e ter uma visão melhor da imensidão de Los Cardones.

Parque Nacional Los Cardones
Parque Nacional Los Cardones

Depois do parque, no caminho de volta até Salta, fizemos poucas paradas, uma delas na Piedra del Mollino, a 3.457 metros de altitude, onde fica a capela de San Rafael. O lugar é tão alto que não dava para ver nada lá embaixo, com tudo coberto por névoa.

Llamas no caminho
Llamas no caminho

A estrada depois desse ponto é bem estreita e sinuosa, além de vários trechos estarem com neblina, devido a altitude. Então, atenção redobrada neste trecho.

Capela de San Rafael
Capela de San Rafael

De Cachi a Salta são 160 km, cerca de 3h de carro sem contar as paradas. Recomendo, então, se organizar para devolver o carro apenas no dia seguinte para aproveitar o dia com mais calma.

Estrada de Cachi a Salta
Estrada de Cachi a Salta

Lembro que Salta é uma cidade muito bonita e interessante, então, não esqueça de reservar no mínimo um dia (foi o tempo que ficamos, mas recomendo mais também) para conhecê-la. O nosso roteiro na cidade já está aqui no blog:

Argentina: Roteiro de 1 dia em Salta com free walking tour


Argentina: Roteiro de 1 dia em Salta com free walking tour

A cidade de Salta, capital da província argentina de mesmo nome, é escolhida, por muitos viajantes, como base para conhecer a região andina no Norte do país. Em quéchua, a língua dos Incas, “Sarta”, como era chamada por eles, significa “A Linda”. O nome faz jus a bela cidade colonial, cercada por montanhas. Nós dedicamos 1 dia para conhecer o centro histórico de Salta e acompanhamos um free walking tour, que considero uma ótima maneira de conhecer cidades em um curto tempo.

A Catedral de Salta é o ponto de partida do free walking tour
A Catedral de Salta é o ponto de partida do free walking tour

O free walking tour de Salta, sai às 10h, de segunda a sábado, de frente a Catedral. São 2 horas de passeio com guia em dois grupos: inglês e espanhol. A empresa que oferece o passeio é a Salta Free Walks. Nós fizemos o tour com o guia Homero, que deu ótimas explicações, enquanto apresentava a cidade.

Plaza 9 de Julio
Plaza 9 de Julio

Começamos o tour no Parque Plaza 9 de Julio, onde estão a Catedral Basílica de Salta, o Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arqueologia de Alta Montanha e o Cabildo. Esses dois últimos visitamos depois do walking tour.

Nosso guia, Homero e o grupo do free walking tour
Nosso guia, Homero e o grupo do free walking tour
Plaquinha com o nome da rua em Salta
Plaquinha com o nome da rua em Salta

No período colonial, Salta fazia parte da rota Camino Real dos espanhóis e era uma cidade estratégica, por estar na metade entre Lima e Buenos Aires. A cidade era dividida entre os ricos, que viviam ao Norte do centro, e os pobres, ao Sul. A Plaza 9 de Julio é o ponto central da cidade, onde começam os números dos prédios, a partir do 0, contando de Norte a Sul e de 500, de Leste a Oeste.

A Calle Caseros, que fica em uma das laterais da praça, era a antiga Calle do Comércio, o centro da movimentação comercial de Salta no período colonial. Se vocês observarem nas ruas do centro histórico de Salta

Azulejos nas calçadas indicam rota turística em Salta
Azulejos nas calçadas indicam rota turística em Salta

tem plaquinhas com o nome atual e o antigo e uma breve explicação sobre os nomes. Nas calçadas, também tem plaquinhas com setas, que indicam uma rota turística que pode ser feita por conta própria. Mas como são pisadas o tempo todo, nem todas estão em boas condições.

Depois da praça principal, seguimos para a Igreja de São Francisco, um dos prédios mais antigos da cidade. Os espanhóis sempre que fundavam uma cidade, construíam primeiramente uma igreja franciscana ou jesuíta.

 

Igreja de São Francisco de Salta
Igreja de São Francisco de Salta

A Igreja de São Francisco de Salta tem uma torre independente, que mede 54 metros de altura, sendo o campanário mais alto da América do Sul. Esta igreja tem uma bela fachada e um interior muito bonito também. Durante o tour, é dado um tempo para visitá-la.

Ao lado da igreja fica o Convento San Bernardo, que foi o primeiro hospital da cidade. Hoje funcionam como um claustro, onde vivem 19 freiras enclausuradas. A mais nova tem 30 anos e entrou há 12 anos. Depois que as freiras entram no Convento, não podem sair, nem para visitar as pessoas de fora. Antigamente, elas não podiam falar com ninguém. Mas hoje em dia, elas podem conversar entre elas e falar com outras pessoas pelas janelas. Também hoje em dia é permitido desistir da vida enclausurada.

Convento San Bernardo
Convento San Bernardo

A porta do Convento foi toda feita a mão por nativos, em 1762, e foi doada por uma família rica da cidade. Na porta estão talhadas imagens que representam o ciclo da vida. A porta também tem abertura que permitia a entrada de carruagens.

 Avenida General Güemes
Avenida General Güemes

Depois do Convento, caminhamos em direção a avenida General Güemes, uma rua muito bonita, cheia de casarões, até chegarmos ao Monumento General Martín Miguel de Güemes, um importante personagem da independência argentina.

Monumento General Martín Miguel de Güemes
Monumento General Martín Miguel de Güemes

O general Güemes, era criollo (descendente de espanhol nascido na América Latina), nascido em Salta, e criou uma guerrilha para lutar na revolução contra os espanhóis pela independência da Argentina.

O monumento em sua homenagem que fica em um parque, em uma parte alta de Salta, celebra a comunhão entre a guerrilha de Güemes e o exército de Manuel Belgrano, outro militar independentista, que foi o criador da bandeira argentina.

Aliás, a Argentina comemora a Independência em duas datas, 25 de maio, data que marca a Revolução de Maio, quando em 1810, os argentinos declararam independência, começando uma guerra contra a Espanha e 19 julho, quando em 1816, houve de fato o reconhecimento da independência.

O free walking tour termina na Plaza Manuel Belgrano, onde fica o prédio onde funcionou a primeira cadeia de Salta, no século 17, que atualmente funciona como um prédio administrativo da Polícia.

Como todo free walking tour não é cobrado um valor fixo, mas é esperado que se pague uma gorjeta ao guia no final. Como comentei, Homero deu ótimas explicações e o tour foi uma boa maneira de começar a conhecer a cidade.

Se quiser almoçar antes de passear mais pela cidade, os restaurantes que nos foram recomendados por Homero foram o Viracocha e o Doña Salta. Este último fica próximo a igreja São Francisco e foi a nossa escolha, pois nos disseram que tinha as melhores empanadas da cidade. O restaurante é bem chiquezinho e o preço não é tão acessível, mas os pratos são bem saborosos. Se você procura algo mais em conta, pode ir também ao Mercado Municipal San Miguel, que tem vários restaurantes com pratos regionais.

Também há muitos restaurantes na chamada região Macrocentro, que fica nos arredores do centro histórico, e é considerada o Palermo de Salta.

Museu de Arqueologia de Alta Montanha
Museu de Arqueologia de Alta Montanha

Para completar o roteiro de 1 dia em Salta, visitamos o Museu de Arqueologia de Alta Montanha. O museu funciona de terça a domingo, das 11h às 19h30.

O MAAM preserva a descoberta arqueológica chamada de Filhos do Llullaillaco, que são crianças que foram sacrificadas há mais de 500 anos, em cerimônias incas, no alto do vulcão Llullaillaco, que fica na fronteira entre Argentina e Chile. Em 1999, uma expedição arqueológica descobriu as múmias dessas crianças e objetos que foram enterrados junto com elas, que estão hoje em exibição no museu. A descoberta foi fundamental para os cientistas estudarem esses rituais incas.

Devido às condições climáticas da montanha, as múmias são consideradas as mais bem preservadas do mundo. As múmias do museu são La Doncella, de 15 anos de idade; El Niño, de 7 anos de idade; e La Niña del Rayo, de 6 anos, que foi chamada assim porque caiu um raio em cima dela e queimou parte do rosto, braços e sua roupa. As múmias não ficam todas em exposição ao mesmo tempo.

Além da coleção, o MAAM traz explicações sobre o mundo andino e a cultura Inca. A entrada custa 130 ARS para adultos. Não é permitido fotografar dentro do museu.

Crianças vestidas com roupas de personagens da história argentina no Cabildo
Crianças vestidas com roupas de personagens da história argentina, em visita escolar ao Cabildo

Depois do museu visitamos ainda o Cabildo, prédio da antiga prefeitura de Salta, que funciona hoje como um museu com peças históricas, quadros, móveis, objetos que pertenceram ao General Martín Miguel de Güemes e a sua família e também do Gral. Manuel Belgrano, como uniformes, armas e objetos pessoais. No andar de baixo, tem ainda uma exposição de carruagens. E da varanda do Cabildo é possível ter uma vista para a praça principal. Funciona de terça à sexta (das 9h30 às 13h30 e das 15h30 às 20h30), sábados (16h30 às 20h30) e domingos (das 9h30 às 13h30). Entrada gratuita.

Varanda do Cabildo
Varanda do Cabildo

Para fechar o dia em Salta é imperdível fazer o passeio de teleférico no Cerro San Bernardo. É possível subir o cerro caminhando, mas é uma boa subida. Por isso, recomendo ir mesmo de teleférico. Funciona todos os dias, das 10h às 18h30. O bilhete ida e volta custa 200 ARS por adulto. O endereço de partida do teleférico é: Av. San Martín esquina com Hipólito Irigoyen.

Vista do alto do Morro San Bernardo
Vista do alto do Morro San Bernardo

O cerro está a 1471,92 metros de altitude e a cidade de Salta, a 1187 metros. Além da vista incrível para a cidade e para as montanhas, lá no alto do Cerro tem jardins, uma fonte artificial, lojas de artesanato, anfiteatro.

A cidade se iluminando após o pôr do sol
A cidade iluminada após o pôr do sol

Recomendo ir no fim da tarde para ver o pôr do sol e o anoitecer lá do alto. Um fim de dia perfeito.

Onde ficar em Salta

Coloria Hostel
Coloria Hostel

O ideal em Salta é ficar o mais próximo possível do centro histórico e da praça principal. Nós nos hospedamos no Coloria Hostel, que fica a 200 metros da praça principal. O hostel é grande com quartos compartilhados e privativo, com banheiro compartilhado. Tem uma área de uso comum bem espaçosa e jardim com piscina. O café da manhã está incluído na diária.

Eles oferecem transfer para o aeroporto (pago a parte), e opções passeios para os arredores de Salta e também tem parcerias com locadora de carro, que deixam o carro lá. Nós alugamos o carro com eles e ocorreu tudo bem.

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No Deserto do Atacama são tantas opções de passeios em cada lugar mais bonito que outro, que fica difícil escolher, já que nem todo mundo tem o tempo nem a grana para fazer todos. Mas um passeio imperdível, na minha opinião, é o das Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas, que inclui algumas das mais belas paisagens que vimos no deserto e também no Chile.

Salar de Talar
Salar de Talar

Fizemos o tour à convite da Ayllu Atacama* e irei compartilhar com vocês como foi a experiência e dar também algumas dicas para vocês terem o melhor aproveitamento deste passeio, que é incrível.

* O tour das Lagunas Altiplánicas e Piedras Rojas foi uma cortesia da Ayllu ao Compartilhe Viagens, com o compromisso de que toda a opinião emitida no texto fosse verdadeira e autêntica, como em todos os posts que escrevemos.

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O passeio

O passeio das Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas é realizado pelas agências no período da manhã e começa bem cedo. Às 5h da manhã, as vans começam a pegar os passageiros em sua hospedagem (neste dia, saímos um pouco atrasados, o que era de se esperar em um tour de brasileiros! hehe). De madrugada e pela manhã no Atacama, o frio é muuuuito grande, então, saia bem agasalhado, independente da estação. Mais abaixo darei algumas dicas do que levar.

Igreja velha de Socaire
Igreja velha de Socaire

De San Pedro de Atacama partimos para a primeira parada, o povoado de Socaire, a 86 km. No caminho, vamos vendo o sol surgindo sobre as montanhas e vulcões no deserto. Vale a pena se esforçar para se manter acordado nesta parte do trajeto, pois a paisagem fica ainda mais linda com as cores do amanhecer.

Socaire é a última cidadezinha, na Ruta CH-23, antes da Argentina. Como chegamos muito cedo, parece que o pequeno vilarejo ainda seguia dormindo. E o principal atrativo do pueblo é a iglesia vieja, com arquitetura atacamenha, construída com tijolos de barro e telhado em palha. A igreja estava fechada, então, paramos apenas para uma foto externa e ir ao banheiro (que nesse dia, teve que ser ao ar livre! hehe Mas, normalmente, eles fazem uma parada em um dos estabelecimentos do caminho. Mesmo assim, aproveite, pois no Atacama não há muito onde ir ao banheiro ao ar livre e a próxima parada para banheiro vai demorar).

Depois da rápida parada em Socaire, seguimos para o Salar de Talar. Não confundir com o Salar de Tara, que é outro passeio. Continue se esforçando para manter-se acordado, pois no caminho, é possível ver alguns animais, como vicuñas e guanacos, que são tipos de camelídeo, assim como as llamas e alpacas, só que são, exclusivamente, selvagens. Preste bem atenção, pois eles se camuflam muito bem na vegetação do Atacama. Aproveite para ir bebendo água para não passar mal com a altitude.

Laguna Tuyacto
Laguna Tuyacto

O Salar de Talar fica a uma altitude de 3.950 msnm e ocupa uma área de 46km quadrados. É neste Salar que ficam as famosas Piedras Rojas e a Laguna Tuyacto, que foi a nossa primeira parada.

A Tuyacto tem uma água em um tom leitoso, devido ao sal. Em algumas épocas do ano, tem uma grande concentração de sal em volta e fica ainda mais bonita. Mas quando fomos, não tinha tanto. Por outro lado, o espelho d´água estava perfeito, refletindo as montanhas.

A Laguna Tuyacto fica a alguns quilômetros das Piedras Rojas para onde fomos em seguida. Durante o trajeto, o nosso guia, Dani, nos explicou com detalhes a formação geológica desta região e o porquê da cor vermelho intenso das pedras, que é devido a grande concentração de ferro, oriunda de lava vulcânica. Dani, aliás, é um excelente guia. Super divertido e com explicações muito embasadas. Além de sempre ajudar, fazendo ótimas fotos! =)

Piedras Rojas
Piedras Rojas

Como a Ayllu é especializada em atender brasileiros e o grupo era quase todo de brasileiros (exceto por Julie, que é alemã, mas fala português), a explicação foi toda em portunhol. Dani entende muito bem português, então, nos comunicamos todos assim. Toda a explicação é feita no trajeto de carro para que a gente possa passar o tempo fora, apreciando a paisagem e fazendo fotos. E também para não congelarmos!

Com o Gui, do Quero Viajar Mais, que estava no outro grupo
Com o Gui, do Quero Viajar Mais, que estava no outro grupo

Mais uma vez, digo e repito, vá preparado para o frio, que varia entre abaixo de zero a 10 graus e a ventania, que é muito forte em Piedras Rojas. Fizemos o passeio no final de maio e a temperatura estava abaixo de zero. Também evite tirar as luvas para fotografar para não ter “queimaduras de frio” nas mãos, o que aconteceu comigo.

Quando chegamos a Piedras Rojas, só tinha o nosso e outro grupo da agência no local, o que era muito bom porque podíamos fazer boas fotos. Os grupos da Ayllu são de no máximo 10 pessoas por carro, o que é ótimo porque podemos conhecer melhor as pessoas (o nosso grupo era bem bacana) e o guia consegue explicar tudo sem ser interrompido.

Piedras Rojas, Salar de Talar
Piedras Rojas, Salar de Talar

Enquanto tiramos fotos e contemplamos a paisagem (que é melhor descrita pelas fotos do que por palavras), a equipe da Ayllu prepara a estrutura para o café da manhã, de frente para uma das lagunas em Piedras Rojas. O café da manhã oferecido é bem completo, com frutas, pães, biscoitos, chá, café, nutella… e todo mundo vai se servindo à vontade. Acho que esse foi o lugar mais bonito que já tomei café da manhã na vida! Mas comemos rapidinho, pois o frio tava bem difícil de suportar.

Depois do café, fomos para as Lagunas Altiplánicas, e quando você pensa que a paisagem não pode ser tão bonita quanto a das Piedras Rojas, se surpreende com a beleza dessas lagoas.

As Lagunas Altiplánicas que visitamos, Miskanti e Miñiques, estão dentro da Reserva Nacional Los Flamencos. E a entrada de $ 3.000 CLP por pessoa (maio de 2017) é paga a parte.

Laguna Miskanti
Laguna Miskanti

A primeira lagoa, a Miskanti, é a maior e a mais bonita, na minha opinião. Com uma água bem azul e tranquila, rodeada pelo vulcão e cerro de mesmo nome e outras montanhas, que, no final de maio, estavam com um contraste muito bonito entre o branco da neve e a cor escura das formações rochosas, além do amarelo esverdeado da vegetação do Atacama. A lagoa tem um formato semelhante a um coração, que pode ser melhor percebido olhando no mapa: https://goo.gl/maps/hSzifaTzUvz.

Próximo a esta lagoa tem banheiros (ufa!) e também uma trilha para quem quiser caminhar mais em volta da lagoa, respeitando o limite marcado por pedras. Também nesta lagoa há flamingos (que vimos só de longe) e vicuñas.

Vicuña nas Lagunas Altiplânicas
Vicuña nas Lagunas Altiplânicas

De carro, fomos até a lagoa Miñiques, que fica ao lado da Miskanti, mas distante para ir caminhando. Aliás, as duas lagoas foram separadas por lava petrificada de uma erupção do vulcão Miñiques. Sim, como era de se esperar no Atacama, ao lado da lagoa Miñiques tem outro vulcão.

Laguna Miñiques
Laguna Miñiques

A Miñiques é bem menor que a Miskanti e o vulcão não estava com tanta neve como o outro, por isso, achei a primeira mais bonita. Mas as duas são lindas!

Na volta das Lagunas Altiplánicas, vimos ainda mais animais entre vicuñas e guanacos (difícil diferenciar um do outro) e também uma raposa (zorro culpeo), uma espécie típica dos países da América do Sul.

Raposa no deserto do Atacama
Raposa no deserto do Atacama

Ao longo do passeio, o sol vai começando a esquentar, e a altitude vai diminuindo, assim como os ventos. Então, dá para aproveitar a paisagem melhor e por mais tempo.

Vicuña na estrada e a dúvida de sempre do Atacama: é neve ou sal?
Vicuña na estrada e a dúvida de sempre do Atacama: é neve ou sal?

A última parada antes do almoço é no Trópico de Capricórnio, paralelo ao Sul da linha do Equador. Uma placa na Ruta CH- 23 marca o local onde passa a linha imaginária.

Com Fred e Julie no Trópico de Capricórnio
Com Fred e Julie no Trópico de Capricórnio

Voltamos a San Pedro de Atacama, por volta das 14h, para o almoço no restaurante da Ayllu. O almoço foi com buffet livre, também bem completo (tinha até feijoada!), inclusive, com bastante opção para mim, que sou vegetariana. E de bebida para acompanhar, tinha suco, refrigerante, vinho branco e tinto.

Almoço no restaurante da Ayllu
Almoço no restaurante da Ayllu

Um passeio perfeito do início ao fim! <3

Paisagem na estrada
Paisagem na estrada

Como é um passeio de meio período, algumas pessoas fazem dois passeios por dia. Mas acho bem cansativo, já que você terá acordado pelo menos umas 4h30 da manhã. Se quiser fazer isso, dê preferência a um tour que saia mais tarde possível pela tarde, também para ter uma margem de hora para um eventual atraso do primeiro passeio.

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O que levar

Como já mencionei várias vezes, faz um frio danado nesse passeio. Então, garanta que você estará bem agasalhado com calça e casaco (de preferência corta vento) e que esquentem bem, gorro, luvas, sapato fechado (de preferência bota, porque, geralmente, entra vento pelo tênis), cachecol e meias bem quentinhas. Eu usei várias camadas de cada coisa dessas e ainda sim, quase congelei! hehe

Vista-se em camadas porque assim você pode ir diminuindo as roupas durante o passeio
Vista-se em camadas porque assim você pode ir diminuindo as roupas durante o passeio

Mas, não se engane, mesmo com o frio, geralmente, o sol é muito forte no Atacama, então não esqueça o protetor solar e os óculos de sol. Leve também sua garrafinha de água.

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A Ayllu

Em San Pedro de Atacama tem uma infinidade de agências, por isso, é preciso escolher bem para o barato não sair caro. A Ayllu é uma agência com 15 anos de atuação no Atacama e tem focado no público brasileiro e também no conceito de luxo.

Vans da Ayllu e o nosso café da manhã em Piedras Rojas
Vans da Ayllu e o nosso café da manhã em Piedras Rojas

Por isso, os guias falam bem portunhol (não aquela coisa enrolada que não dá para entender), além da equipe de atendimento ser de brasileiros.

A agência oferece os principais passeios pelo Atacama sempre para grupos pequenos de, no máximo, 10 pessoas para deixar a experiência mais intimista e exclusiva. Aliás, uma curiosidade que eu sempre tive, Ayllu significa “comunidade ou grupo familiar”, no dialeto Kunza.

Além do tour das Lagunas Altiplánicas e Piedras Rojas, fizemos o passeio das Lagunas Escondidas com a Ayullu, que contarei como foi em um próximo post.

Ayllu Atacama

Calle Toconao #479, San Pedro de Atacama

http://www.aylluatacama.com.br/

contacto@ayllu.cl

+56 94021-2535 (Whatsapp)

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Roteiro de 20 dias no Chile: Santiago, Pucón, Lagos Andinos, Isla de Chiloé e Atacama

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Chile: Roteiro de 2 dias na região dos Lagos Andinos (Puerto Varas, Frutillar, Cochamó)

Os Lagos Andinos estavam entre os 10 principais lugares do mundo da minha Bucket List e, finalmente, consegui riscá-lo da lista (não completamente porque ainda quero voltar! =P), este ano, em nossa viagem de 20 dias pelo Chile. Fizemos um roteiro de 2 dias de carro pelas cidades no entorno do  Lago Llanquihue: Puerto Varas, Frutillar, Puerto Octay e demos uma esticadinha até Cochamó, um lugar lindo que fica às margens de um fiorde no Pacífico.

Cochamó, Chile
Cochamó, Chile

A época que fomos, maio, não era a mais recomendada, pois era período de chuvas, e de tão nublado nem conseguimos ver o Vulcão Osorno, mesmo assim não tem como não se encantar com a região dos Lagos Andinos. O melhor período seria no verão (entre dezembro e março), que faz menos frio e tem menos chances de chuva.

A região dos Lagos Andinos pode ser um destino muito romântico, perfeito para lua de mel, mas também atende muito bem aos anseios de viajantes que buscam contato com a natureza e atividades de aventura. E dá para mochilar por lá também! =)  

Mas quem puder, recomendo alugar um carro, pois é muito mais prático, dá para conhecer muito mais em menos tempo e dependendo da quantidade de pessoas, fica mais barato do que fazer tours diários.

Nós fomos com o nosso “Peor es Nada” (Suzuky Alto 1.0), que alugamos para a nossa viagem de carro de 10 dias pelo Sul do Chile e conseguimos ir com ele até a base do Vulcão Osorno. Ou seja, dá para alugar o carro mais barato da locadora tranquilamente! =P

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Ilha de Chiloé (Chile): como chegar, onde ficar e o que fazer em 4 dias

Chiloé foi uma grata surpresa em nossa viagem para o Chile. O lugar ainda não faz parte do roteiro da maioria dos brasileiros que viaja ao país. Mas, acredito, que não vai demorar para isso mudar. A Ilha foi escolhida para as gravações no exterior da supersérie global “Os Dias Eram Assim”, que está no ar agora, e talvez este seja o empurrãozinho que faltava para os turistas brasileiros descobrirem de vez a Ilha de Chiloé, que parece mesmo cenário de filme ou novela.

Vista do ferry na chegada em Chiloé
Vista do ferry na chegada em Chiloé

A natureza foi generosa com Chiloé que é, na verdade, um arquipélago com mais de 30 ilhas, no mar do Pacífico sul do Chile, ao Norte da Patagônia. Além das praias e ilhas, Chiloé tem montanhas, lagos, fiordes e muitos animais, como leões marinhos, pinguins (entre setembro e março), gaivotas (na língua indígena Chiloé significa “lugar de gaivotas”), patos, cisnes de pescoço negro, flamingos, golfinhos e até baleias aparecem por lá, em algumas épocas do ano. E muuitas ovelhas, vacas e outros animais de pasto nos campos, que são muito verdes, devido ao clima úmido e chuvoso em boa parte do ano. Por tudo isso, as paisagens de Chiloé me lembraram demais a Irlanda.   

Ovelhas, pastando nos campos de Chiloé
Ovelhas, pastando nos campos de Chiloé

Mas o homem também fez a sua parte para deixar a ilha mais encantadora. Chiloé tem dezenas de igrejas construídas durante as missões jesuíticas, entre os séculos 17 e 18 e pelos franciscanos, no século 19, sendo que  16 delas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco, no ano 2000.

Igreja de Tenaún, Chiloé
Igreja de Tenaún, Chiloé

As igrejas têm uma arquitetura muito peculiar, que alia os conhecimentos em construção, da época, dos europeus e dos indígenas da ilha, que por não conhecerem o metal, construíam encaixando as madeiras, sem precisar usar prego. Esses pedaços de madeira, chamados de tejuelas, são usados nas fachadas e nos tetos (que parece telhas ou, para mim, escamas de peixe) e protegem as construções da umidade. A madeira utilizada nas igrejas mais antigas, o alerce, também é bem resistente a umidade e ajudou a preservar as construções. No entanto, hoje em dia, está proibido o uso desta madeira, devido a ameaça de extinção da espécie.   

As casas da ilha, chamadas de casas chilotas, ainda são construídas em madeira, no mesmo estilo das igrejas, e a maioria são bem coloridas. Parecem ter saído de um livro infantil. <3

Chiloé é também cheia de mistérios e lendas, talvez pela influência indígena, ou por ser uma ilha de pescadores.

Chiloé
Chiloé

Mas os meus últimos argumentos para convencer vocês a irem de vez para Chiloé são: o custo da ilha é mais baixo do que o de outros destinos mais turísticos do Chile e o povo chilota me pareceu bem genuíno e gentil.

Convencidos? Agora, vou ajudá-los a planejar a viagem para lá com as dicas de como chegar, onde ficar, custos e nosso roteiro de 4 dias.

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Como chegar

Chiloé, administrativamente faz parte da região dos Lagos, a mesma de Puerto Montt e Puerto Varas, por exemplo. Por que falei que tinha sido uma surpresa na nossa viagem? Porque inicialmente a nossa ideia era conhecer os lagos andinos do lado chileno e, depois, o lado argentino, indo até Bariloche, Villa La Angostura, San Martín de los Andes. Só que como alugamos o carro em Santiago para descer até os lagos, o custo do seguro para cruzar para Argentina era de $ 159.000 por 25 dias e $ 199.000 por 60 dias, o que dobraria o custo da nossa viagem. Então, resolvemos focar a nossa viagem no Chile e escolhemos quase de última hora Chiloé. E acho que foi uma ótima decisão.

Estrada em Chiloé
Estrada em Chiloé

Por ser uma ilha, Chiloé tem várias possibilidades de chegada de barco. Mas o porto principal para quem vem da região dos Lagos ou de Santiago fica em Pargua, no final da Ruta 5 no continente (o final mesmo fica na ilha). No nosso roteiro de 10 dias de carro pelo Chile, nós encaixamos Chiloé entre Pucón e Puerto Varas.  

O ferry de Pargua até Chacao leva em torno de 30 minutos e custa  $ 12.200 (maio/2017) pelo carro, o trecho. A paisagem vista do barco é muito bonita, prepare a câmera. Do lado do continente, podemos ver a Cordilheira dos Andes e do lado da ilha, as praias, montanhas, faróis e construções em madeira. Na água, ou tomando um sol em bóias, vimos muito leões marinhos. Mas, se você tiver sorte pode ver também golfinhos e até baleias. E no céu, muitas gaivotas.

Leões marinhos, vistos do ferry
Leões marinhos, vistos do ferry

De Chacao até Castro, que é capital da província de Chiloé, e provavelmente onde você irá se hospedar é um longo caminho, de mais de 1h30 de carro. Por isso também, recomendo ir a Chiloé de carro, pois a ilha principal é bem grande, com uma área de 8.394 km² e 180 km de comprimento.

Aproveite o caminho até Castro para já ir visitando os lugares do seu primeiro dia de roteiro na ilha.

Chegada em Chiloé, vista do ferry
Chegada em Chiloé, vista do ferry

Para quem optar ir de ônibus,  pode pesquisar os destinos de origem, horários e valores aqui: https://www.recorrido.cl/es/bus/trans-chiloe-pasajes

Chiloé também recebe voos de outras cidades do Chile no aeroporto de  Mocopulli, em Castro.

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Castro é a capital da província de Chiloé e o lugar mais recomendado para se hospedar na ilha. A localização da cidade é bem central para visitar as demais atrações, tem mais oferta de hospedagem e de restaurantes, supermercados, bares, lojinhas. É também mais acessível para quem quer conhecer a ilha de transporte público.

Nós nos hospedamos em Castro no La Minga Hostel, da brasileira Camila Lisboa, do blog O Melhor Mês do Ano, à convite dela.  

Fred, eu, Camila e Julie na frente do La Minga Hostel
Fred, eu, Camila e Julie na frente do La Minga Hostel

O hostel fica em uma ótima localização em Castro, a poucos metros da Plaza de Armas e catedral e também muito próximo dos famosos palafitos de Gamboa. Restaurantes, cafés, bares e mercados também estão a uma curta caminhada do hostel.  

Nosso quarto de casal no La Minga Hostel
Nosso quarto de casal no La Minga Hostel

Ficamos hospedados 4 noites no La Minga, eu e Fred, em quarto privativo com cama de casal e Julie, em um quarto compartilhado. Ambos com banheiro compartilhado.

O quarto compartilhado de Julie, no La Minga Hostel
O quarto compartilhado de Julie, no La Minga Hostel

O hostel funciona em uma típica casa chilota de madeira, muito charmosa. Como está funcionando a menos de um ano, a estrutura do hostel, como camas, lockers, equipamentos da cozinha, sala de tv é toda novinha. A casa também passou por uma reforma e Camila também já tem planos de um dia aumentar o hostel. A casa também é bem aquecidinha por uma lareira modernosa, que não sei como se chama. =P

A Camila criou uma atmosfera no hostel que faz a gente se sentir realmente em casa, inclusive fazendo o papel de mãe e colocando ordem na casa, que tem lei do silêncio a partir da 00h até às 08h, o que achei ótimo porque podíamos ter uma noite tranquila de sono. Mas isso não significa que não tem diversão no hostel, muito pelo contrário, até meia noite está liberado karaokê (foi super animado na nossa primeira noite lá), assistir Netflix, tocar violão, brincar de jogos de tabuleiro e até tomar uns bons drinks. E depois quem quiser curtir mais à noite, pode ir em algum bar ou baladinha na cidade, podendo chegar a qualquer hora, pois ficamos com a chave da frente também.

Camis também ajuda muito aos hóspedes com dicas preciosas. Nós, por exemplo, fomos para Chiloé sem ter nem ideia do que fazer e ela foi nos ajudando a montar o roteiro e acabamos conhecendo bastante coisa em 4 dias. E vimos ela fazendo isso com todo mundo lá e se preocupando em saber como foi o dia de cada um.

O nome do La Minga, aliás, tem tudo a ver com a proposta do hostel e com a ilha. Segundo Camila explicou no blog, “Minga: é uma tradição precolombiana de trabalho comunitário ou coletivo voluntário com fins social ou de caráter recíproco. Em Chiloé, a Minga mais conhecida é a de tiradura onde, acreditem, casas INTEIRAS são movidas de um lado pra outro da ilha. Mar ou terra”. Ela me mostrou uma foto disso e é a coisa mais louca que já vi, queria muito ter visto ao vivo! hehe.

Nossa experiência no La Minga muito bacana e tenho certeza que fez toda a diferença na nossa estadia em Chiloé, por isso, recomendo o hostel, que também tem um ótimo custo benefício. A diária do La Minga inclui café da manhã, que é muito farto e completo para os padrões de hostel, com frutas, cereais, leite, café, pães, chá.  

Por ser épocas de chuvas e baixa temporada em Chiloé e também para Camila tirar um tempo para viajar, o hostel está fechado entre meados de junho até 1 de setembro.

 Quem quiser se hospedar no La Minga, pode fazer a reserva aqui: La Minga Hostel

Camila, muito obrigada por receber a gente tão bem! <3

E quem tiver curiosidade em saber como a Camila foi parar em Chiloé e abriu um hostel por lá, ela escreveu sobre isso aqui: http://www.omelhormesdoano.com/la-minga-hostel-no-chile/

Ela também escreveu sobre como conseguiu visto para viver no Chile neste post:

http://www.omelhormesdoano.com/trabalhar-no-chile-visto-chileno/

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Roteiro de 4 dias em Chiloé

Dia 1

Quemchi, Chiloé
Quemchi, Chiloé

Chegamos na Ilha de Chiloé, vindos de Pucón, que fica a 505km da ilha, incluindo o trecho de ferry.  Saímos de Pucón às 9h e chegamos às 13h50 em Pargua, onde pegamos o ferry para Chacao (Chiloé).

O trajeto de barco é bem bonito e leva em torno de 30 minutos. Prepare a câmera, pois as chances de ver animais, como leões marinhos e golfinhos são grandes. E com muita sorte, você pode ver baleia também. Quando estávamos no ferry, um dos tripulantes nos avisou que tinha uma baleia por perto mas, infelizmente, ela não deu as caras na superfície.

Igreja de Quemchi
Igreja de Quemchi

Como já comentei, a ilha de Chiloé é bem grande e entre Chacao e Castro são mais de 100 km. Então, aproveitamos o caminho para conhecer alguns vilarejos da ilha. No primeiro dia, fomos a Quemchi e Isla Aucar.

Isla Aucar, Quemchi
Isla Aucar, Quemchi

Quemchi é um das comunas da Ilha Grande de Chiloé. No centrinho da comuna tem uma igreja em madeira, bem colorida, em verde-amarelado e vermelho. Mas estava fechada na hora que visitamos.

Como já era por volta das 15h quando chegamos em Quemchi, aproveitamos para almoçar em um restaurante na Costanera (El Chejo) e tivemos uma refeição muito saborosa, bem servida e por um bom preço. Para quem gosta de peixe e frutos do mar, Chiloé é um ótimo lugar para comer.

Igreja da Isla Aucar e pássaro Quemchi
Igreja da Isla Aucar e pássaro Quemchi

Do outro lado da Costanera, podíamos ver uma pequena ilha, a Isla Aucar também faz parte da comuna de Quemchi. É uma ilha minúscula, onde é possível chegar caminhando por uma ponte de madeira. Chamada pelo escritor Francisco Coloane, nascido em Quemchi, de  “A Ilha das Almas Navegantes”, em Aucar tem uma capela com fachada de tejuelas, dedicada a Nossa Senhora de La Merced, um cemitério (onde, provavelmente, foram enterrados muitos pescadores, daí o nome “almas navegantes”) e um pequeno jardim botânico. É um dos lugares mais bonitos que vimos em Chiloé. Estivemos na ilha no fim da tarde e os raios do sol no mar deixou o lugar ainda mais especial.

Na caminhada da volta, vimos o pássaro “Quemchi”, que dá nome a comuna, pousado na ponte, sem se preocupar muito com a nossa presença. É uma ave bem bonita nas cores cinza, branco e laranja.

No caminho até Castro, paramos ainda para visitar a igreja de Quicaví, que também faz parte da comuna de Quemchi, mas fica em um povoado afastado do centro.

Igreja de Quicavi
Igreja de Quicavi

Quemchi tem uma das igrejas Patrimônio Mundial da Unesco, e a igreja de Santo Antonio de Colo, que fica no povoado de Colo e foi construída em 1890. Tentamos visitá-la também, mas como já era quase noite, acabamos perdendo a entrada e não encontramos mais. =( Mas recomendo para quem chegar mais cedo, fazer a visita.

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Roteiro Dia 2

Igreja e paisagens de Achao
Igreja e paisagens de Achao

Em nosso segundo dia, seguimos o “Circuito das Igrejas de Chiloé”, começando pela igreja de Achao. A igreja fica na ilha de Quinchao e para chegarmos lá, pegamos um ferry (2.500 CLP o trecho – maio/2017), mas o trajeto é bem curto.

A igreja dedicada a Santa Maria de Loreto de Achao foi construída em 1730 e é a mais antiga igreja do arquipélago que permanece de pé. É também a igreja em madeira mais antiga do Chile.  

O horário de visitas é de terça a sábado, das 11h às 15h e domingos das 12h às 15h. Pela importância histórica da igreja e por ser uma das maiores do arquipélago, vale a pena ir no horário em que a igreja está aberta.

Igreja de Quinchao
Igreja de Quinchao

Também na ilha de Quinchao estão mais duas igrejas Patrimônio da Unesco, a igreja de Quinchao e de Caguach.

A igreja de Nuestra Señora de Gracia de Quinchao chama atenção pelo seu tamanho enorme, comparado com o número de casas do vilarejo, que não deve chegar a dez. E o lugar de tão tranquilo, parece abandonado.

Além das igrejas, as paisagens de Quinchao são muito bonitas, com várias praias e campos com ovelhas. Na ilha tem alguns mirantes, de onde é possível ter belas panorâmicas de Quinchao e outras ilhas em volta.

Igreja de Dalcahue
Igreja de Dalcahue

Do outro lado de Quinchao, cruzando de ferry, está a comuna de Dalcahue. Na praça principal fica a igreja de Nuestra Señora de Los Dolores, que também está entre as 16 que são patrimônio da Unesco. Achei essa uma das igrejas mais bonitas. Como todas as outras, ela também foi construída em madeiras, mas tem o exterior pintado de branco e cinza. A praça onde está a igreja é também bem bonitinha, cercada de casas coloridas. Na rua de trás, tem uma casa super curiosa, construída no estilo chilota, mas propositadamente torta.

Casa torta de Dalcahue
Casa torta de Dalcahue

Deixamos para visitar Dalcahue a tarde para almoçarmos na Cocinería, uma espécie de mercado público, com vários quiosques de restaurantes. Por indicação de Camila, almoçamos no puesto 7.

Cocineria de Dalcahue
Cocineria de Dalcahue e eu tomando um café frio

A Cocineria de Dalcahue funciona em um prédio de madeira, no formato de um barco, com janelas redondas, que imitam escotilhas. O ideal é pegar uma mesa de frente para as janelas, preferencialmente em um posto onde possa ter vista para o mar.  Fred e Julie provaram o prato tradicional da ilha, o curanto, uma mistura de carnes com mariscos.

Praça de Dacalhue
Praça de Dacalhue

Outra dica da Camila é que na Cocinería não é permitido vender bebidas alcoólicas, mas com um jeitinho chilota você pode tomar um vinho para acompanhar o almoço. É só pedir café frio para vinho tinto e thé frio para vinho branco. A bebida é servida realmente em uma xícara.

Para fechar o segundo dia, fomos ver os famosos palafitos de Gamboa,que são construções em madeira dentro do mar. No caminho, ainda encontramos outros palafitos, que na maré cheia, estava com um espelho d´água muito bonito.

Palafitos em Chiloé
Palafitos em Chiloé

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Igreja San Francisco, em Castro
Igreja San Francisco, em Castro

Só no nosso terceiro em dia de Chiloé, conhecemos melhor Castro, a cidade onde estávamos hospedados e mais duas das igrejas Patrimônio da Humanidade, a Igreja de São Francisco e a igreja de Rilán.

A igreja de São Francisco foi construída entre 1910 e 1912, depois que o templo que precedia ela foi destruído em um incêndio em 1902. É uma das maiores do arquipélago e uma das poucas com duas torres. Tem um exterior bem colorido, pintado em amarelo, branco e roxo. O interior é todo em madeira também, porém na cor original, sem nenhuma pintura. Esta igreja também vale a pena ir quando está aberta.

A igreja fica na Plaza de Armas de Castro, onde tem também um anfiteatro feito de mosaico, também bem colorido, e a estátua da Pincoya, uma das criaturas da mitologia de Chiloé.

Interior da igreja de Castro, Pincoya e anfiteatro
Interior da igreja de Castro, Pincoya e anfiteatro

A Pincoya seria uma criatura marinha, com um corpo de mulher, cabelos loiros, muito bonita, vestida com “roupas de sargaço”. Segundo a lenda, ela aparece, dançando nas praias e de acordo com a dança, ela indica se a pesca será abundante ou escassa na temporada que se aproxima.

Ainda na comuna de Castro, na Península de Rilán, visitamos a igreja de mesmo nome, que também patrimônio da Unesco.

A igreja de Rilán tem como patrona  Nossa Senhora de Lourdes. Documentos históricos indicam que havia uma igreja de Rilán desde  1658, mas o prédio atual é contemporâneo da igreja de São Francisco e foi construída entre 1908 e 1920. A igreja tem fachada, teto e torres em cores azul e branca e laterais em tejuelas, em madeira sem pintura.

Cisnes de Pescoço Negro, na Península de Rilán
Cisnes de Pescoço Negro, na Península de Rilán

Na península de Rilán, passeamos um pouco pelo Senda Viejo, um caminho que leva uma praia,  que fica por trás da igreja, onde havia muitos cisnes do pescoço negro e também algumas ovelhas pastando.

Neste dia choveu muito, era início de tarde e não sabíamos mais o que fazer debaixo de tanta chuva, quando já estávamos voltando para Castro, encontramos uma placa indicando o “Marion´s Café Alemán”.

Marion´s Café Alemán
Marion´s Café Alemán

Como estávamos viajando com Julie, que é alemã e estava viajando há 7 meses pelo mundo, ela quis ir até o café, que além de tudo tinha o nome muito parecido com o do pai dela. Foi assim que descobrimos um dos lugares mais legais de Chiloé.

Vista da janela do Marion´s
Vista da janela do Marion´s

Seguimos as placas e chegamos a uma casa (em Chañihue, península de Rilán), que mais parecia a do conto de João e Maria ou uma casa de bonecas, de tão fofo, por fora e por dentro.  O café tem um cardápio com comidas típicas alemãs e kuchen (torta). Muitas tortas deliciosas.

Quando chegamos, a primeira coisa que Marion disse foi: “achei que ninguém fosse aparecer hoje!”

No dia seguinte seria Dia das Mães e ela estava preparando muitas tortas. Nós tivemos um almoço saboroso, com sobremesas ainda mais deliciosas.

O café funciona em uma fazenda que tem ovelhas, patos e até alpacas fofíneas, que Jörg, marido da Marion nos levou para conhecer. Para completar, o café tem uma bela vista para o mar e para a cidade de Castro (quando faz sol).

Alpacas e vista do Marion´s
Alpacas e vista do Marion´s

Nós gostamos tanto que ficamos umas lá por umas 3h, pois foi o melhor lugar para passar um dia de chuva em Chiloé.

Em dias de sol, também tem um passeio de barco que sai de Castro e leva até o Marion´s. Para saber os horários e fazer reservas para o passeio é preciso entrar em contato pelo telefone +56 9 8352 4342.

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Em nosso dia de despedida de Chiloé, aproveitamos o trajeto de Castro até Chacao, onde pegamos o ferry, para conhecermos um pouco mais o arquipélago. Por sorte, fazia um dia de sol lindo. Fizemos o check in cedo e fomos novamente nos Palafitos de Gamboa (foto em destaque), desta vez para fazer uma foto com sol.

Tenaún
Tenaún

Depois seguimos para igreja de Nuestra Señora del Patrocinio de Tenaún (foto da introdução do post), construída em 1845 e também Patrimônio da Unesco. Camila tinha dito que essa a igreja que ela achava mais bonita, por isso, deixamos para o final. E é realmente linda. No idioma huilliche, Tenaún significa “três montes” e, provavelmente, o nome da igreja se deve as suas três torres, que atualmente, estão pintadas em azul e amarelo. A fachada está em branco e azul, e tem o desenho de duas estrelas.  

Interior da igreja de Tenaún
Interior da igreja de Tenaún

Por dentro da torre da igreja de Tenaún
Por dentro da torre da igreja de Tenaún

Quando chegamos, a igreja estava fechada, mas havia um aviso de que quem quisesse visitá-la era só chamar a responsável, uma senhora que morava na rua que fica em frente a igreja. Fomos chamá-la e pudemos visitar a Tenaún e subir até o topo da torre. Além da vista da cidadezinha e para a praia, o mais interessante em subir a torre estava em ver por dentro, a construção da igreja toda em madeira.

Pela visita, tivemos que dar apenas uma pequena contribuição, que a senhora colocou no baú de doações para a igreja.

Assim como a maioria dos vilarejos de Chiloé, Tenaún é bem pequena e tem pouquíssimas casas. O curioso é que a igreja fica em praça, como as demais, mas não está de frente para ela, mas sim, voltada para o mar.

Estátua de criatura folclórica na Plaza de Armas de Ancud
Estátua de criatura folclórica na Plaza de Armas de Ancud

A última cidade que visitamos foi Ancud. Visitamos a Catedral da cidade, que tem um estilo moderno bem diferente das igrejas tradicionais de Chiloé. Mas em frente a ela, fica a Plaza de Armas, com esculturas das principais criaturas do folclore da ilha, com suas explicações. É bem interessante para conhecer um pouco mais da cultura chilota.  

Também visitamos o Forte San Antonio (aberto das 09h às 21h), que tem entrada gratuita. A construção está quase toda em ruínas. Mas a vista compensa a ida até lá.

Almoçamos em um restaurante na Costanera e seguimos para Chacao, parando em algumas praias.

Forte San Antonio, em Ancud
Forte San Antonio, em Ancud

Praia de Ancud
Praia de Ancud

Nos despedimos de Chiloé com um grande arco-íris que vimos do ferry. E seguimos viagem para Puerto Varas, que fica a cerca de 85 km ao Norte.

Como falei, os nossos 4 dias em Chiloé foram suficientes para ver o imperdível, mas não conhecemos nem metade da Ilha Grande e muito menos do arquipélago todo.

Para quem tem a possibilidade de ficar mais tempo, Chiloé tem muito mais a oferecer, como trilhas no Parque Nacional e no Parque Tantauco, e o passeio para Las Pinguineras de Puñihuil para ver os pinguins que aparecem na ilha de novembro a março. Aliás, esta é a melhor época para ir a Chiloé, durante os meses de verão, onde o frio e as chuvas são mais amenos.

Fizemos todo esse roteiro de carro, mas boa parte dele é possível fazer também de transporte público. As passagens de ônibus em Chiloé custam entre $1.800 e 2.000 CLP.

Arco-íris na nossa despedida de Chiloé
Arco-íris na nossa despedida de Chiloé

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Viagem de carro no Chile – Dicas, Custos e Roteiro de 10 dias por Pucón, região dos Lagos e Isla de Chiloé

Nosso roteiro de 20 dias no Chile incluiu uma viagem de carro durante 10 dias, saindo e retornando a Santiago, que incluiu Pucón, região dos Lagos Andinos, Isla de Chiloé e uma parada de uma noite em Valdívia. Foram mais de 3 mil km de viagem por paisagens espetaculares. O Chile é um ótimo país para viajar de carro, seguro e com uma boa infra-estrutura.

Continue reading Viagem de carro no Chile – Dicas, Custos e Roteiro de 10 dias por Pucón, região dos Lagos e Isla de Chiloé


Pessoas fazem a diferença

Deixei a Alemanha em 19 de outubro de 2016 com uma bagagem de cerca de 15kg e oito meses depois, em 11 de junho de 2017 voltei com 18kg. Não mudou muito porque eu não comprei muitas coisas durante a viagem, cruzando nove países. Entretanto, eu trouxe muitas memórias comigo.

Antes de deixar Berlim, eu sabia que iria aprender alguma coisa sobre mim viajando sozinha por meses. No entanto, eu não só me conheço melhor, como vejo o mundo de maneira diferente. Não somente pelos lugares que eu visitei, mas pelas conversas que eu tive com pessoas de diferentes culturas. No meu primeiro post da série Worldlust (Viajando sozinha por 6 meses), eu já disse “No fundo, eu sentia que para mim é mais importante conversar com as pessoas pessoalmente, dividir momentos especiais com elas do que ver uma paisagem bonita ou fazer algo espetacular”. Quero agradecer a cada uma dessas pessoas que transformaram a minha na jornada mais incrível da minha vida. Quero agradecer a cada um de vocês pelas risadas, lágrimas (de alegria ou tristeza), conversas interessantes que tivemos e todos os momentos maravilhosos que tivemos juntos! Quero compartilhar alguns exemplos do que aprendi com todos vocês. Continue reading Pessoas fazem a diferença


Bate-volta saindo de Santiago: Visita a Valparaíso e Viña del Mar por conta própria


Uma visita clássica nos arredores de Santiago do Chile é a casadinha Valparaíso e Viña del Mar, cidades litorâneas que ficam a, respectivamente, 116km e 122km da capital. No nosso post, Dicas práticas e roteiro de 4 a 6 dias em Santiago do Chile, sugerimos fazer um bate-volta por conta própria. Agora, vou explicar como chegar nessas duas cidades e o que fazer em cada uma delas.

Como chegar

Em Santiago existem duas opções de estações para pegar o ônibus para Valparaíso e/ou Viña del Mar: a estação Alameda (estação de metrô Universidad de Santiago) e a Estação Pajaritos. Normalmente, o ônibus sai da Alameda e, depois, para na Pajaritos.

Optamos por ir primeiro para Valparaíso e de lá seguir para Viña del Mar. Se você for fazer o bate-volta é recomendável sair bem cedo de Santiago e voltar o mais tarde possível, pois há muito o que fazer nas duas cidades.

Chegando em uma dessas duas estações, você, provavelmente, será abordado por vendedores de tour, dizendo que estão fazendo promoção, que vale muito mais a pena o passeio. Mas continue em direção ao guichê das empresas e procure o próximo ônibus.

Porém, se quiser economizar mais, comprando com antecedência, a passagem sai bem mais barata. Também sai mais barato comprar logo ida e volta (mesmo que seja ida Valparaíso e volta Viña del Mar, basta fazer a compra separada). Caímos no erro de comprar separado e paguei quase o dobro do preço na volta e ainda tivemos que esperar muito para embarcar. Também nos finais de semana, a passagem custa mais caro.

A companhia que tem vários horários para o trajeto é a Turbus, que dispõe de venda pela internet. A passagem custa a partir de $ 2.000 CLP. Comprando direto na estação, pagamos $ 3.300 CLP. Na estação, vimos que a Pullman Bus também faz o trecho, mas pelo site aparece como não disponível. E nós voltamos com a Condor, mas também não está com a opção de compra disponível pela internet.

A viagem de Santiago a Valparaíso dura entre 1h30 a 1h55, dependendo da estação em que você irá sair de Santiago. A viagem de Viña del Mar a Santiago leva em torno de 2h.

Para ir de Valparaíso a Viña del Mar basta pegar o ônibus convencional. O número depende do local onde você estiver, mas pode ser o 105, 601, 602, 603, 612, 704. Também há a opção de ir de metrô. Nós pegamos o ônibus 612, da La Sebastiana, em Valparaíso até Viña del Mar e custou $ 470 CLP para cada.

Para se deslocar entre os pontos turísticos de Valparaíso, você pode optar entre o transporte público ônibus ou metrô e também Uber.

Em Viña del Mar fizemos tudo a pé, mas alguns trechos foram bem longos, então, também dá para fazer do mesmo jeito de transporte público ou Uber.

Para fazer as contas se vale mais ir de conta própria ou tour, basta saber que, em Santiago, o tour mais barato que encontramos para Valparaíso e Viña del Mar saia por $ 32.000 CLP. Claro que incluía o transporte de ida e volta para as cidades, o transporte entre as atrações lá e o guia. Então, vai da opção de cada um.

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O que fazer em Valparaíso

Valparaíso vista de La Sebastiana
Valparaíso vista de La Sebastiana

Valparaíso é uma cidade portuária, mas cheia de arte e cultura. É conhecida por suas casas coloridas e murais de grafites. Desde 2003, o seu centro histórico foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

A cidade litorânea é cercada por morros, são 42 ao todo. Alguns deles, juntamente com o centro histórico, estão entre os principais atrativos da cidade, especialmente por seus mirantes. Os ascensores (elevadores) que levam até os cerros também fazem parte das atrações de Valparaíso.

Casa colorida em Valparaíso
Casa colorida em Valparaíso

Valpo tem forte influência de imigrantes vindos, principalmente, da Inglaterra, Alemanha e Itália e isto fica bem visível na arquitetura de alguns prédios antigos e casas.

Grafite de Neruda próximo a La Sebastiana
Grafite de Neruda próximo a La Sebastiana

A cidade está entre as maiores do Chile, com uma população 278 mil habitantes (Censo de 2002). A primeira vista, Valparaíso passa uma ideia de cidade bem desgastada, com prédios antigos e mal cuidados, mas depois você vai encontrando charme na cidade, com seu colorido e grafites.

Infelizmente, no dia que fizemos o bate-volta choveu torrencialmente e como os atrativos de Valparaíso ficam mais espalhados dos que os de Viña del Mar, priorizamos Viña.

Em Valpo, tivemos a chance de visitar apenas a “La Sebastiana”, a casa do prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda.

Por isso, para quem quiser saber mais sobre o que fazer na cidade, recomendo o post da Camila Lisboa do blog O Melhor Mês do Ano:

http://www.omelhormesdoano.com/o-que-fazer-em-valparaiso/

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La Sebastiana, a casa de Neruda em Valparaíso

La Sebastiana
La Sebastiana

“Sinto o cansaço de Santiago. Quero em Valparaíso uma casinha para viver e escrever tranquilo. Tenho que impor algumas condições. Não pode ser muito em cima nem muito abaixo, deve ser solitária, mas não em excesso. Vizinhos, oxalá, invisíveis. Não deve ver-se nem escutar-se. Original, mas que não seja incômoda. Nem muito grande, nem muito pequena. Longe, mas próxima da movimentação. Independente, mas com comércio próximo. Além do mais, tem que ser muito barata. Acredita que pode encontrar uma casa assim em Valparaíso?”

Este foi o pedido que Pablo Neruda fez as suas amigas Sara Vial e Marie Martner para procurarem uma casa para ele em Valparaíso, em 1959.

A casa encontrada por elas fica no cerro Florida e tinha começado a ser construída pelo arquiteto espanhol Sebastião Collado, que havia morrido em 1949, antes de terminá-la.

Neruda decidiu comprar a casa e em 3 anos terminou de construí-la e lhe deu o nome de “La Sebastiana”, em homenagem ao antigo dono da casa. A inauguração foi em 1961, com uma grande festa. O escritor também fez um poema dedicado a casa, que está no livro “Plenos Poderes”.

Olhando pela mesma janela que inspirava Neruda
Olhando pela mesma janela que inspirava Neruda

Achei esta casa de Neruda ainda mais interessante do que “La Chascona”, em Santiago. Com 5 andares, é decorada com muitos mapas, objetos náuticos, pinturas, objetos que Neruda trazia de suas viagens, inclusive, um cavalo em madeira de um carrossel, que ele trouxe de Paris. Eu amo carrosseis e fiquei apaixonada por essa peça e fiquei pensando que viajante básico era Neruda. “Vou levar uma lembrancinha de Paris… ah! Pode ser esse cavalo do carrossel”. haha

Escotilha em La Sebastiana
Escotilha em La Sebastiana

O que também encanta na La Sebastiana são as vistas das janelas, que ocupam grande parte de todos os cômodos. Delas, Neruda podia fazer o mar e as casas coloridas de Valparaíso. Aliás, o escritor era um apaixonado pelo mar e deixa isso claro, em vários itens da casa, inclusive, uma das janelas é uma escotilha (as janelinhas circulares dos navios).

Pablo Neruda tinha o hábito de receber frequentemente os amigos para almoços e jantares na casa, por isso, tem cômodos bem aconchegantes para receber as visitas. E um bar bem pitoresco!

Durante o período da ditadura militar, que teve início em 1973, a casa sofreu vandalismo e só foi restaurada em 1991. Em 1992, foi aberta para visitação.

A visita a La Sebastiana é feita com sistema de áudio guia, que explica a história de cada cômodo e objetos. A opção em português também está disponível. O ingresso custa $ 7.000 CLP por pessoa e inclui o áudio guia. Estudantes com carteira internacional pagam $ 2.500 CLP. A visita leva em torno de 1h.

É possível chegar até a La Sebastiana de transporte público, com o ônibus 612 (a passagem custa $ 470 CLP.

Não são permitidas fotos dentro da casa, apenas fotos das janelas.

La Sebastiana

Endereço: Ferrari 692, Valparaíso.

Horário:

De março a dezembro, terça a domingo, das 10h às 18h

Janeiro e fevereiro, de terça a domingo, das 10h às 19h

Fechado às segundas-feiras

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O que fazer em Viña del Mar

Na metade do século 20, Valparaíso sofreu um declínio e muitas famílias ricas se mudaram para Viña del Mar. Apesar de serem vizinhas, Viña é bem diferente de Valparaíso. A cidade não seguiu a vocação portuária de Valparaíso e é um popular destino de férias dos chilenos.

Relógio de Flores de Viña del Mar
Relógio de Flores de Viña del Mar

Conhecida como “Cidade Jardim”, Viña é bem mais organiza que Valparaíso (não posso falar muito, pois não conheci bem Valparaíso, mas a impressão que tive foi essa). Cheia de jardins, bonitos hotéis, tem também castelos (sim, isso mesmo!), cassino e ruas repletas de restaurantes, bares e cafés. As praias de Viña del Mar são o grande atrativo para os chilenos, mas acredito que não seja o principal interesse dos brasileiros na cidade. Mas vale um passeio pela orla. Ou talvez, se for no verão, aproveitar um pouco mais.

Como disse, no dia do bate-volta chovia muito em Valparaíso e em Viña del Mar, mas com os guarda-chuvas que compramos logo quando descemos no terminal de ônibus, deu para conhecer nossos principais pontos de interesse em Viña só caminhando.

No Castelo Wulff, debaixo de chuva
No Castelo Wulff, debaixo de chuva

Descemos do ônibus, vindo de Valparaíso, próximo ao Relógio de Flores (Reloj de Flores), que fica em frente a Playa Caleta Abarca, desta praia tem uma bonita vista para Valparaíso. Dela, fomos caminhando pela avenida La Marina até chegar no Castelo Wulff, construído em estilo francês-alemão entre 1905 e 1906. O castelo foi construído pelo empresário Gustavo Wulff para ser sua residência, mas atualmente, pertence ao município e funciona como “Unidad de Patrimonio de la Municipalidad de Viña del Mar”. No caminho passamos em frente a outro castelo, o Ross, construído em 1912 para ser residência do político e empresário Gustavo Ross Santa Maria e, hoje, funciona como Club Unión Árabe.

Viña del Mar
Viña del Mar, Castelo Brunet lá no alto

Continuamos caminhando pela La Marina, margeando o rio, até chegar ao Cassino de Viña del Mar. Do lado direito é possível ver no alto, o Castelo Brunet, construído em 1923, também para ser uma residência. Parece que era modinha viver em castelos no início do século 20 em Viña del Mar! hehe O prédio hoje pertence aos Carabineros de Chile e funciona como um centro de eventos e espaço para receber visitas ilustres.

Já o Cassino de Viña del Mar pertence ao município. Foi construído em 1930, sendo o primeiro centro de jogos do país. O prédio é bem bonito por fora e por dentro, tem também bonitos jardins, um pequeno teatro, espaço de diversão para crianças, bar. A entrada é gratuita e vale a visita, mesmo que você não vá fazer nenhuma aposta. Para nós, foi uma boa escapada da chuva também! =)

A avenida em frente ao cassino se chama San Martin e está repleta de bares, restaurantes, cafés, lanchonetes. O díficil é escolher um. Encerramos nosso dia com um almoço, lá pelas 16h, no Kaiser, que tem uma comida muito saborosa e um delicioso pisco sour! =)

Outono em Viña del Mar
Outono em Viña del Mar

Depois fizemos uma longa caminhada (mas deveríamos ter pego um ônibus) até o terminal de ônibus de Viña del Mar e regressamos para Santiago já à noite.

Bem, isso foi o que deu para conhecer em meio dia, chuvoso. Mas em Viña del Mar tem muito mais o que visitar, como o Museu de Arqueologia e História Francisco Fonk, que tem ao lado da sua fachada o único Moai original, fora da Ilha de Páscoa. Morri de arrependimento por não termos ido até lá. =( Mas, na hora que chegamos em Viña, o museu já estava fechado e eu pensava que o Moai ficava dentro! kkkk Só escrevendo o post para vocês que descobri que é do lado de fora! =/

Viña tem ainda outras praias, museus, parques. Enfim, se você tiver mais tempo de viagem e tiver a sorte pegar um melhor tempo que nós, recomendo passar pelo menos uma noite em Viña del Mar ou Valparaíso para aproveitar melhor essas duas cidades.

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* No Chile, nos mantivemos conectados com internet ilimitada do plano de dados da T-Mobile, com o chip enviado pela EasySim4u. Foi muito útil, principalmente, durante nossa viagem de carro, pois podíamos carregar bem os mapas, procurar restaurantes próximos e até fazer reservas de hospedagem de última hora. O legal da EasySim4u é que eles enviam o chip para o seu endereço no Brasil e você chega no país conectado. O plano de dados deles funciona em até 140 países e com o mesmo chip, nos mantivemos conectados ainda na Argentina e Paraguai.

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* O Chile não tem um sistema de saúde gratuito e o atendimento médico lá pode sair bem caro, portanto, é imprescindível fazer um seguro viagem para visitar o país.

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