La Paz foi considerada a capital mais econômica para viajar da América Latina em 2014, em pesquisa realizada pelo site Tripadvisor. Mas, além da grande vantagem da economia, a capital administrativa da Bolívia é uma cidade cheia de atrativos. Há quem diga também que se você não for a La Paz não conheceu bem a Bolívia. A cidade é a mais populosa e multicultural do país, e por isso, é a mais representativa.
Desembarcar direto em La Paz pode ter um incoveniente: o mal te altitude. A cidade fica 3.640 m de altitude e o aeroporto fica na cidade de El Alto, que, como o nome sugere, é ainda mais alta, 4 mil metros. A recomendação é não comer nas primeiras horas, andar devagar e tomar chá de coca até aclimatar-se.
Seguindo de El Alto a La Paz é possível observar que a cidade fica em um vale profundo rodeado por montanhas da Cordilheira dos Andes. Muitas casas não tem o lado externo só no tijolo, sem reboco ou pintura, mas essa é uma estratégia para pagar impostos mais baratos. Pois uma casa em construção paga imposto menor do que uma casa concluída.
A cidade toda tem muitas ladeiras, é difícil encontrar uma rua plana. Então, caminhar é uma opção apenas para curtas distâncias. De transporte público, a opções de micros e bus que, normalmente, são vans e ônibus bem velhos, mas com passagens muito baratas entre 1 e 1,50 bolivianos. Os táxis também cobram corridas bem acessíveis, entre 10 e 15 bolivianos. E há ainda moderníssimos e novos teleféricos, em três linhas: vermelha, amarela e verde. E a promessa é que sejam construídas mas outras 18 linhas. O bilhete custa apenas 3 bolivianos e é possível percorrer longas distâncias.
Segundo a pesquisa do Tripadvisor, o custo médio por noite na cidade é de R$ 270. Mas é possível gastar muito menos. Há opções de hospedagens desde R$ 15, em lugares dignos. Em Laz Paz tivemos uma das melhores hospedagens de nosso mochilão pela Bolívia, Chile e Peru. Ficamos no Landscape – Bolivian Home B&B, no bairro residencial de Sopocachi, que fica perto do centro e é super tranquilo. Depois irei escrever a resenha sobre o Landscape, mas adianto que a estadia, o atendimento e os preços foram ótimos.
Para quem quer ficar mais próximo de tudo, a Zona Central e San Pedro são as mais recomendáveis, porém menos tranquilas. Ficam bem na área de comércio, com muito movimento durante o dia.
Se você tiver poucos dias em Laz Paz, é preciso priorizar o que visitar, pois a cidade e o entorno oferecem opções para vários dias de visita. Nós ficamos 4 dias e ainda não foi o suficiente para vermos tudo. Recomendo começar pela belíssima igreja de São Francisco. Construída no século 18, por fora é imponente, mas é dentro que impressiona. Sem dúvida, umas das mais bonitas da América do Sul. A igreja é o principal monumento colonial da cidade, a entrada é gratuita, mas dentro não pode ser fotografada. Mas para visitar o convento que fica ao lado tem que pagar 20 bolivianos, com um tour guiado. O convento também é uma construção importante e ainda mais antigo que a igreja, do século 16. Durante o tour é contada a história da fundação de La Paz. Dentro do convento, que também é um museu, estão obras de artes e peças importantes para história da Bolívia. A visita inclui também a subida até as torres da igreja, com uma vista para a cidade.
Da igreja é possível seguir para a Zona Central da cidade pela Calle Sagánaga, rua lateral da igreja com várias lojinhas de artesanato. Na Calle Jimenez, uma rua perpendicular a ela, fica o Mercado das Bruxas, lojinhas que vendem ingredientes para rituais indígenas. Há coisas macabras, como filhotes de llamas mortos, mas também há artesanatos, roupas etc. Mais acima fica o comércio popular de La Paz, muitas lojas, feiras, barracas. É possível encontrar de tudo.
Do outro lado da zona Central está a Plaza Murillo, onde estão a Catedral e o Palacio Quemado, sede do governo executivo boliviano e também o parlamento da Bolívia. Próximo da praça, na Calle Ingavi, está o Museo Nacional de Etnografia Y Folklore, com entrada a 20 bolivianos, que fica em um prédio histórico e guarda peças de cerâmica, têxtil, máscaras, feitas com plumas, de várias épocas.
A pequena Calle Jaen é uma das mais famosas da cidade e que preserva melhor os prédios do período colonial. Nesta rua estão cinco pequenos museus (Museu do Litoral Boliviano, Museu dos Instrumentos Musicais, Museu dos Metais Preciosos, Museu Casa de Murillo e Museu Costumbrista Juan de Vargas), que podem ser visitados com um ticket único, que custa 4 bolivianos. Mesmo que você não tenha interesse ou tempo de visitar os museus, a rua por si só, vale a visita.
Em La Paz também há bonitas praças e parques, como a Plaza Avaroa, Mirador Montículo e Plaza España, que podem ser visitadas para um descanso ou um lanche. Mas imperdível mesmo é fazer um passeio de teleférico e ver a cidade do alto. A melhor linha para fazer isso é a vermelha.
A 1h30 de carro de La Paz está o sítio arqueológico de Tiwanaku, Patrimônio Mundial da Unesco. Tiwanaku foi uma civilização pré-Inca, que teria existido entre 400 a.C a 1.100 d.C. Leia também: Bate volta de La Paz a Tiwanaku, as ruínas pré Incas
No entorno da cidade, também está o Valle de la Luna.
Para os mais aventureiros, La Paz oferece opções empolgantes, como a descida de bicicleta na Estrada da Morte e a escalada do Huayna Potosí, montanha da Cordilheira dos Andes, vista de La Paz, que tem 6.088 de altitude. Na zona Central de La Paz várias agências oferecem esses e outros passeios.
Como se vê, em La Paz não falta o que fazer, por isso, reserve pelo menos 4 noites na cidade. La Paz também é o melhor ponto de partida para ir a Copacabana e Isla del Sol e conhecer o famoso Lago Titicaca.