“E aí? Está ansiosa?” é a pergunta da vez. E antes, em qualquer ocasião, fosse uma viagem de Natal a João Pessoa, eu responderia: sim, muito! Mas, agora, com ajuda de muita yoga e meditação, respondo: “estou tentando me manter tranquila, mas não sei até quando”.

A questão é que para mim a ansiedade não é apenas um estado de espírito, mas algo que me faz muito mal. O ano passado, mais precisamente em novembro, em meio à indecisão se a viagem sairia ou não e entre vários outros problemas, tive uma crise séria de dor generalizada. Eu sequer conseguia levantar os braços para trocar de roupa. Chorava de dor. Passei dois meses entre médicos, injeções, remédios e fisioterapia.

No período da crise, com colar cervical
No período da crise, com colar cervical

E foi uma fisioterapeuta que me ajudou a dar o primeiro passo para mudar a minha postura diante daquela situação. Sim, porque aquelas dores não eram apenas momentâneas, apenas estavam mais intensas. Desde que tenho alguma lembrança, sinto muitas dores em todo corpo, principalmente nas articulações, além de fadiga desde a hora que acordo e que piora ainda mais depois de uma noite de sono. E mesmo assim, quem me conhece, sabe que sou uma pessoa extremamente ativa, pois se eu parar, as dores aumentam ainda mais.

Mas, nada disso, aparece em exame, pois não é nenhum problema físico, e, por isso, nenhum ortopedista identificava o problema. Foi então, que ela me recomendou procurar um reumatologista e já na primeira consulta, ele confirmou o que ela desconfiava: tenho fibromialgia. Em termos gerais, fibromialgia é refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. Uma síndrome que engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono.

O fato é que as dores aumentam ainda mais na ausência de atividade física e com a ansiedade e o estresse. É impressionante, como na fibromialgia, o corpo responde imediatamente a mente, e, pior, com muita dor.

Como vocês devem imaginar a fibromialgia não tem cura e o tratamento passa pela qualidade de vida. Então, eu recorri a prática da yoga, que eu já tinha feito há uns 8 anos, em uma época que também estava com um quadro de muitas dores, e infelizmente acabei parando depois desse período.

A prática de yoga tem me ajudado a me manter calma
A prática de yoga tem me ajudado a me manter calma

A yoga para esse tipo de doença é perfeita justamente porque trabalha corpo e mente. E tive a sorte de encontrar neste caminho mais uma pessoa maravilhosa, a professora Olga Trindade, que tem me ajudado nesses três meses e seguiremos até o dia do embarque a controlar a ansiedade e a diminuir as dores do corpo.

E olha que a viagem não é a única coisa que está acontecendo na minha vida. Antes de partir, tenho que concluir minha pós graduação em Mídias Sociais, que adiantei para viajar, com a entrega de um artigo científico, que ainda estou produzindo. Também tenho que procurar um inquilino para o meu apartamento, cumprir aviso prévio e resolver todos os outros detalhes que faltam para a Volta ao Mundo. É muita coisa para pouco tempo, mas agora eu sei que perder o controle só atrapalha não ajuda em nada. Fiz um check list do que tenho que fazer antes de viajar e estou resolvendo um a um, sem estresse. Sei que vai dar tudo certo, afinal sempre dá.

Também espero poder ao longo da viagem continuar a prática de yoga e meditação que só tem me feito bem. E acredito que terei oportunidade de fazer algumas aulas, principalmente no Sudeste Asiático. Afinal, aprender e relaxar são alguns dos objetivos da viagem.

Namastê!


Comentários