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Caribe Colombiano: conheça o paradisíaco Parque Nacional Tayrona

Na região do Caribe colombiano, a 34 km de Santa Marta, o Parque Tayrona é um dos parques nacionais mais visitados do país. As praias, as trilhas pela floresta e povoados indígenas, que habitam a reserva desde o século 5, são os principais atrativos do Tayrona. Declarado pela Unesco como uma reserva da biosfera, o parque possui 27 espécies de fauna e flora que são únicas da região, além de proteger mais 56 espécies que se encontram em perigo de extinção.

Cabo de San Juan del Guia

Como chegar

É possível ir ao Parque Tayrona saindo de Santa Marta ou de Taganga. Optamos por Taganga como nossa base antes de ir ao parque, apesar da praia não ser uma das mais bonitas, é um povoado tranquilo e encontra-se tudo em uma única rua: hostels, restaurantes e mercadinhos. E também não tínhamos encontrado nada de interessante para fazer em Santa Marta. Uma coisa boa que fizemos foi deixar a mochila grande com as coisas mais pesadas no hostel de Taganga e ir para o parque apenas com o que iríamos usar lá.

Trilha no Parque Tayrona

Tanto de Taganga quanto de Santa Marta existem quatro opções para ir ao Parque: passeio de barco, transfer de van, táxi ou transporte público.

Os passeios de barco saindo de Taganga custam cerca de 90.000 COP ida e volta e é oferecido por várias agências de Taganga. Os táxis cobram 60.000 COP, um trajeto. Já para ir de transporte público, é preciso pegar um ônibus até o mercado de Santa Marta, que custa 1.400 COP, e de lá pegar o ônibus ao Parque Tayrona, que custa 9.000 COP e na entrada do parque ainda tem uma outra van que leva até o início da trilha e que custa 3.000 COP. Desta forma, gastaríamos 13.400 COP. Quando estávamos indo pegar o primeiro ônibus, encontramos uma van que ofereceu o trajeto completo por 15.000 COP. Esse foi um ótimo preço, pois as vans normalmente cobram entre 18.000 e 20.000 COP. Por isso, lembre-se sempre de pechinchar.

Ingresso no parque

Existem três entradas para o parque: Palangana (entrada para Neguanje, Playa Cristal e Playa Gayraca); Calabazo (entrada para pueblito Chairama, Cabo San Juan, Piscina Natural e Arrecifes); e a última e mais popular delas Zaíno (acesso a Cañaveral, Arrecifes e Cabo San Juan).

Escolhemos a entrada por Zaíno e o percurso de van desde Taganga durou cerca de 40 minutos.

A entrada no parque para estrangeiros custa 39.500 COP e não é limitada a quantidade de dias. É necessário apresentar documento. Na entrada, lembre-se de pegar um mapa do parque.

A van que leva da entrada até o início da trilha, e que custa de 3.000 COP, é opcional e o trajeto pode ser feito a pé, só que a distância é mais de 1 km.

O horário de entrada e saída do parque é das 8h às 17h.

Setores de alojamento

Em Zaíno há três setores de alojamento: Cañaveral, Arrecifes e Cabo de San Juan del Guia.

Cañaveral

Cañaveral é o primeiro deles e fica a cerca de 30 a 40 minutos de caminhada da entrada. Lá estão as opções de hospedagens com mais comodidade e conforto, claro, pagando bem mais caro por isso. São 14 Ecohab, com opções para acomodar até 4 pessoas. No entanto, nesse setor também há uma zona de camping. Na praia de Cañaveral não é permitido banho, pois as ondas são muito fortes. Cañaveral é tão chique, comparado aos outros setores, que conta até com Spa.

La Piscina

Em Arrecifes é possível chegar depois de 40 minutos a 1h de caminhada. Neste setor existem 6 cabanas, que podem abrigar até 5 pessoas e também um alojamento de 60 redes com mosquiteiros e espaço para camping. Assim como Cañaveral, também não é uma praia para banhistas, porém bem próxima está La Piscina, uma praia muito bonita onde é possível tomar banho.

Em Cañaveral e Arrecifes há restaurantes mais requintados, com menus variados.

O setor mais procurado pelos mochileiros é Cabo de San Juan del Guía, que é também a praia mais icônica do parque, que aparece em quase todas as fotos.

Cabo de San Juan del Guia. As redes de cima ficam na palhoça (no alto) entre as duas praias

Para chegar até Cabo de San Juan, a caminhada é de até 2h. Em Cabo há três opções de hospedagem: camping (25.000 COP, levando a barraca), redes “de baixo” sem mosquiteiro (20.000 COP), que ficam ao lado do camping; e as redes “de cima” (25.000 COP).

Camping de Cabo San Juan

Escolhemos as redes de cima, que ficam praticamente dentro do mar, em uma rocha, entre as duas praias. Essas redes são as mais disputadas, pois são apenas 20 e têm a melhor vista. As reservas para essas redes começam às 13h e é preciso chegar com antecedência.

Redes de cima

Tivemos a sorte de pegar as redes com as melhores vistas, mas também o azar. Pois durante todo o dia, as pessoas que estavam na praia subiam para ver a vista lá de cima e fazer fotos e deitavam em nossas redes na maior cara de pau e ainda todos molhados! Também logo cedo fui acordada pelos visitantes, que passavam em baixo das nossas redes (noção, para quê?!).

Minha rede de frente para o mar do Caribe

O maior problema, no entanto, foi na hora de dormir. Pois o aluguel só dá direito à rede, nada de cobertores e não tínhamos nenhum e durante a madrugada fez muito frio, mesmo estando com calça e casaco. As redes de cima também não têm mosquiteiros. Então, dicas importantíssimas: levar repelente, cobertor e roupas para encarar o frio!

Pôr do sol em Cabo San Juan

O alojamento conta ainda com lockers gratuitos (mas precisa levar o cadeado), banheiros e chuveiros, um bar e um restaurante.

O bar e restaurante só aceitam pagamento em dinheiro e as refeições saem a partir de 15.000 COP. A água pequena custa 3.000 COP e a cerveja 4.000 COP.

No alojamento tem energia apenas por gerador, por isso, não tem onde carregar equipamentos eletrônicos (leve tudo carregado). Também é interessante levar uma lanterna.

O que fazer

As trilhas no parque são praticamente uma atividade obrigatória, já que é preciso fazê-las para chegar aos alojamentos. Os trajetos são todos bem sinalizados e o caminho é relativamente fácil (se torna um pouquinho mais difícil pelo calor abafado da floresta), mas tinha até crianças bem pequenas fazendo, a paisagem ao longo do percurso é muito bonita, com toda vegetação, as praias e animais que surgem no caminho.

Uma opção para quem não quer fazer as trilhas a pé é alugar um cavalo, que estão disponíveis logo na entrada do parque.

As praias de Zaíno são todas muito bonitas, mas definitivamente Cabo de San Juan tem a melhor paisagem. Para tomar banho, as praias indicadas são Cabo de San Juan e La Piscina. As praias têm água de cor azul, mas não chegam a ser cristalinas, pois a água não é tão calminha.

Depois de Cabo de San Juan, Playa Brava é uma área reservada para nudistas.

Durante a trilha, encontramos alguns indígenas que vivem na área do parque, vendendo água de coco e suco de laranja. Eles não são de muita conversa, aliás só alguns falavam espanhol e avisavam logo que não queriam foto.

Existe uma trilha para chegar ao Pueblito Chairama, considerado um lugar sagrado para os indígenas da região e onde alguns deles vivem até hoje em cabanas. No Pueblieto há também vestígios de construções antigas, como templos, feitas pelos índios. A trilha leva 2h desde Cabo San Juan, mas infelizmente, não tivemos tempo de fazer.

Recomendo muitíssimo passar pelo menos uma noite no parque, pois em um bate-volta fica quase impossível aproveitar o dia, considerando as horas de trilha.

Recomendações e proibições

Para visitar o Parque Tayrona é recomendável estar vacinado contra febra amarela (veja como conseguir o certificado nacional da vacina). Entre as proibições estão a entrada de animais domésticos, de bebidas alcoólicas e drogas e instrumentos musicais. Também não é permitido caçar ou pescar.

Veja quem já escreveu sobre o Parque Tayorona:

Mochilão Trips: PARQUE TAYRONA – TRILHAS, NATUREZA E PRAIAS ESPETACULARES