Olá viajantes!

Finalmente vou ter o que falar sobre a cidade que tanto querem saber. Mas antes tenho que confessar, Buenos Aires não estava nos meus planos. Pretendia ir a Santiago, no Chile. Mas o acaso acabou me levando à capital portenha. A ocasião era o aniversário do marido-companheiro de viagens, Fred Santos. Fomos acompanhados dos meus pais, Carlos e Socorro. Então, a minha missão seria traçar um roteiro que agradasse aos quatro. E parece que deu certo. Sobre os nossos cinco dias em Buenos Aires, escreverei de um modo diferente, não irei relatar a viagem dia a dia, como normalmente faço, mas a dividirei em vários posts mais explicativos que espero que ajudem aqueles que sonham em conhecer BsAs.

Grupo de viagem: Fred, eu, painho (Carlos) e mainha (Socorro)
Grupo de viagem: Fred, eu, painho (Carlos) e mainha (Socorro)


Para começar, vou listar algumas coisas que quem vai a Buenos Aires pela primeira vez precisa saber:

Buenos Aires não é Paris

Todo mundo diz que Buenos Aires é a cidade mais europeia da América Latina, que é a Paris sul-americana. Conheci Paris antes de conhecer Buenos Aires e sinceramente, as duas cidades guardam semelhanças, mas são bem diferentes uma da outra. O que tem de Paris em Buenos Aires principalmente é a arquitetura, muitos prédios da capital portenha seguem o estilo parisiense, e os cafés. No mais, acho que comparações de modo geral só atrapalham. Cada destino tem que ser curtido de forma única e com o que oferece. Então se quer conhecer Paris, vá à França. Mas se vai a Buenos Aires, aproveite a cidade!

Prédios com estilo parisiense são responsáveis pela comparação de Buenos Aires com  Paris
Prédios com estilo parisiense são responsáveis pela comparação de Buenos Aires com Paris
Prédios com estilo parisiense podem ser encontrados por quase todos centro histórico de BsAs
Prédios com estilo parisiense podem ser encontrados por quase todos centro histórico de BsAs

Buenos Aires já não é mais tão barata

Por quase uma década, Buenos Aires foi o paraíso para os brasileiros. Mas hoje o país enfrenta uma dura inflação, que, segundo os economistas, já chega aos 25%, apesar da presidente Cristina Kirchner negar. O fato é que hoje, mesmo 1 peso valendo em torno de 0,43 real, os preços praticados na capital estão equivalentes aos praticados no Brasil e, para algumas coisas, até mais caro. A água mineral, por exemplo, tanto em restaurantes quanto em supermercados tem um preço bem salgado. Ainda assim é possível praticar um turismo mais barato do que no Brasil, pois a hotelaria pratica preços menos abusivos, o preço da locomoção é mais em conta e a maioria das atrações é gratuita. Mas esqueça das compras! Dificilmente, elas vão valer a pena.

Um sorvete de Dulce de Leche da rede Freddo sai pela "bagatela" de 29 pesos!
Um sorvete de Dulce de Leche da rede Freddo sai pela “bagatela” de 29 pesos!

Português e espanhol são duas línguas diferentes

Muitos brasileiros também escolhem viajar para Buenos Aires porque acham que a comunicação será mais fácil, pois é só falar o tal portunhol. O fato é que português e espanhol são duas línguas bem diferentes e o espanhol falado em Buenos Aires ainda mais, pois não é o mesmo falado na Espanha nem o que estudamos na escola. Então, não se irrite se não entender o que alguém está falando ou se não lhe entenderem, não é por mal. Para mim, o que vale é o seguinte, quem chega é quem tem que se adaptar. Então, aprenda pelo menos a usar as palavrinhas mágicas: hola, por favor (lá o “v” tem som de “b”), gracias, perdón, e por aí vai. E se não estiver entendendo pergunte sempre ¿Puede hablar más despacio, por favor? (Pode falar mais devagar, por favor?). Mas com boa vontade, você vai pegando as palavras rapidinho e o uso das mímicas sempre ajuda.

Argentinos são diferentes dos brasileiros

A maior reclamação que escuto dos brasileiros com relação à Argentina é quanto aos argentinos. A queixa é de que eles são muito grossos. Isso também já ouvi sobre os franceses, dos londrinos entre tantos outros. Para mim, gente é gente em todo lugar do mundo e da mesma forma que há pessoas simpáticas, antipáticas, bem humoradas, mal humoradas, bem amadas e mal amadas no Brasil há lá também e nesses outros países. A diferença é que eles são argentinos e nós somos brasileiros, ou seja, cada um tem seu jeito de ser. Eles são mais ásperos e nós mais acolhedores? Pode até ser, mas cabe à gente entender essas diferenças e não ficar o tempo todo fazendo comparações. Lá encontrei sim, argentinos grossos, mas também outros muito simpáticos. A recepcionista do hotel, por exemplo, dava vontade de apertar as bochechas de tão fofa. Outra coisa: prestei atenção no seguinte, se eles fossem ásperos só com os turistas ou brasileiros, aí eu entenderia como algo pessoal, mas entre eles mesmos, em um diálogo normal, muitas vezes, já nos parece uma briga. Então, o que fazer? Relevar.

Deixe de lado as comparações! Os argentinos têm Maradona e nós temos Pelé! E todo mundo sabe quem é o Rei! :P
Deixe de lado as comparações! Os argentinos têm Maradona e nós temos Pelé! E todo mundo sabe quem é o Rei! 😛

Só é enrolado quem não toma cuidado

Em todos os lugares que lia sobre Buenos Aires via avisos para tomar cuidado para não ser enrolado, principalmente por taxistas, que segundo contam, costumam passar notas falsas. Minha experiência com o golpe do metrô em Paris me fez ficar mais atenta e passei ilesa a golpistas em Buenos Aires. O fato é que, diferente do Brasil, onde em muitos lugares você está passível a qualquer momento a um assalto a mão armada, principalmente se for turista, em BsAs o máximo que pode acontecer, pelo que vi e sei, é um furto ou golpe, ou seja, se você der bobeira. O segredo é andar sempre com dinheiro trocado para evitar trocos falsos e se tiver de passar notas grandes, passe em restaurantes e lugares de mais credibilidade. E sempre mostre que você está atento. No caso dos taxistas, preste atenção no taxímetro e sempre diga para eles e mostre direitinho quanto está pagando. Na rua, fique atento na hora de tirar fotos e, no caso das mulheres, à bolsa, evitando pendurá-la na cadeira em restaurantes. Feito isso, provavelmente, você também passará ileso. Aliás, esses cuidados não devem ser tomados apenas em BsAs, mas em qualquer lugar. Afinal, ninguém merece fazer o turista bobo.

Táxi, metrô ou ônibus?

Bem, já que falei dos polêmicos táxis portenhos, vou entrar no assunto da locomoção. Mesmo com tantos alertas, optamos por nos locomover na maior parte do tempo de táxi, pois estávamos em quatro pessoas. Pegamos o metrô e o ônibus apenas uma vez cada.

O metrô (para eles, subte ou metro) custa 2,50 pesos o trecho por pessoa e, pelo que entendi, as linhas são bem fáceis. É só pegar o mapa. As estações e o metrô em si não são lá essas coisas e da vez que andamos, estava bem lotado, mas o preço e a facilidade podem ser bem compensadores. Pelo que soube não tinha bilhete para um dia ou dias para turistas, apenas para argentinos. Nesse caso, o bilhete tem que ser comprado a cada trecho.

Já os ônibus são uma opção que não gosto muito de usar, pois, diferente do metrô, não dá para saber com certeza onde descer. Mas quando andamos, com ajuda de um casal de Belo Horizonte, que conhecemos no La Bombonera, me pareceu bem fácil. A passagem custa 2 pesos e é paga exclusivamente com moedas. Nos ônibus têm escrito os lugares por onde passa, mas é bom sempre perguntar. E para descer no lugar certo, tem que pedir ao motorista para avisar.

Os táxis para nós teve um custo benefício bom, pois dividíamos por quatro pessoas. Como os lugares são próximos, as corridas custavam em média entre 20 a 30 pesos, ou seja menos de 10 ou 15 reais.

Quanto aos táxis uma dica é muito importante: pegue sempre os táxis que têm a indicação de “rádio táxi” e evite táxis piratas. Do banco de trás, você vai ver que há a identificação do motorista com nome e foto e orientações para os passageiros, como o valor das bandeiras 1 e 2.

Mas a nossa principal forma de locomoção em BsAs foram as nossas pernas. Pois é caminhando que se conhece mais e melhor a cidade.

Explicações para o passageiro no banco do táxi, além disso, há também identificação do motorista com nome e foto
Explicações para o passageiro no banco do táxi, além disso, há também identificação do motorista com nome e foto

Olhe bem onde pisa

Eu nunca tinha visto uma cidade com tantos cachorros. Nem mesmo São Paulo ou Paris. Por todo lado, em Buenos Aires tem alguém levando um cachorrinho (ou muitos) para passear, como no caso dos passeadores de cão (vi muitos por lá). O problema é que as pessoas levam seus cachorros para fazerem seu “serviço” na rua e não apanham. Então, todo cuidado é pouco ao andar nas ruas da cidade para não pisar num cocôzinho de cachorro. 😛

A cachorrada reunida
A cachorrada reunida

Bem, essas foram as minhas primeiras impressões e que transformei em dicas para quem vai para Buenos Aires pela primeira vez. Nos próximos posts falarei sobre hospedagem, câmbio, atrações e passeios e, claro, gastronomia!


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