Roteiro de carro 3 dias Valle Calchaquies, em Salta – Argentina

Partindo da cidade de Salta, Argentina, é possível conhecer algumas das mais belas paisagens da região andina do norte do país. Vários passeios de um dia ou mais são oferecidos pelas agências de turismo da cidade. Porém, quem quiser conhecer melhor a região, uma boa opção é alugar um carro. Um dos roteiros que podem ser feitos de carro é o Valle Calchaquies, uma rota praticamente circular com cenários extraordinários, que fizemos em 3 dias da seguinte forma: de Salta a Cafayate (Quebrada de las Conchas), Cafayate a Cachi (Quebrada de las Flechas) e de Cachi a Salta (Parque Nacional los Cardones).

Estrada Quebrada de Las Conchas
Estrada Quebrada de Las Conchas

Dicas gerais

– O roteiro pelo Valle Calchaquies (Salta-Cafayate-Cachi-Salta) é de pouco mais de 500 km. A maior parte do trajeto é por asfalto, mas há trechos por estrada de terra batida. No entanto, é possível fazer a viagem em carro de passeio simples, preferencialmente, com ar condicionado/aquecedor.

Veja o mapa do roteiro:

https://goo.gl/maps/3jsdTFE1Xur (Carregue offline antes de sair e marque estrelas nos pontos que pretende visitar)

– Em Salta há várias agências de turismo onde é possível alugar o carro e algumas locadoras de carro. No centro da cidade é possível fazer uma rápida pesquisa para encontrar o melhor custo benefício.

– Lembre-se de sair com o tanque cheio, pois no trajeto entre as cidades praticamente não há postos de gasolina.

–  Leve água e comida para os passeios durante o dia, pois nas “Quebradas” não há restaurantes, lanchonetes ou lojas.

– Três dias é o tempo mínimo que recomendo para fazer esse roteiro, mas gostaria de ter passado pelo menos duas noites em Cafayate (lembre-se que o “y” tem som de “x” em espanhol argentino) para ter tempo de conhecer as vinícolas da região.

– Apesar das cidades serem pequenas, como saímos muito cedo e chegávamos à noite em cada cidade, fizemos as reservas das hospedagens com antecedência pelo Booking.com.

Em Cafayate, nos hospedamos no Hostel Casa Arbol e em Cachi no Hotel Pueblo Antiguo.

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Valle Calchaquies – De Salta a Cafayate

Cidadezinha de Alemania, onde começa a Quebrada de las Conchas
Cidadezinha de Alemania, onde começa a Quebrada de las Conchas

O Valle Calchaquies se estende pelas províncias de Catamarca, Tucumán, Jujuy e Salta. Além das paisagens únicas, formada por desertos, montanhas, florestas, o Valle é de grande importância histórica e cultural para a região, tendo sido cenário para a expansão da cultura de Tiahuanaco (650 a 850 dC) e do estado lnca, em meados do século 15. No século 16, veio a colonização espanhola.

Dentro do Calchaquies, há vários vales e “quebradas”. No caminho entre Salta e Cafayate, seguindo pela Ruta 68, fica a “Quebrada de las Conchas” ou “Quebrada de Cafayate”, que tem início na cidade de Alemania, a 107 km da cidade de Salta.  

Garganta del Diablo, Quebrada de Las Conchas
Garganta del Diablo, Quebrada de Las Conchas

A Quebrada de Las Conchas é um profundo vale de 75 km de extensão, que foi formado a mais de 90 milhões de anos, a partir de erosões causadas pelo rompimento de grandes lagos que ficavam entre as montanhas da região.

Las Conchas recebe esse nome porque na região foram descobertas conchas e fósseis de conchas. A paisagem em tons de rosa e ocre se deve ao óxido de ferro presente no solo.  

Entre Salta e Cafayate são 197 km e, sem paradas, levaria cerca de 3h de carro. Porém, como as paisagens da Quebrada de las Conchas merecem várias paradas, o ideal é sair cedo de Salta e reservar o dia inteiro para o passeio. Lembre-se da dica que dei acima de levar comida e água.

Entre os pontos de visitação da “Quebrada de las Conchas” estão:

La Garganta del Diablo (141 km de Salta)

La Garganta del Diablo
La Garganta del Diablo

Essa formação rochosa é Patrimônio Cultural da Comunidade indígena Suri Diaguita Kalchachi e considerada por eles, a Porta para o “Inframundo”.

El Anfiteatro (142 km)

El Anfiteatro, Quebrada de Las Conchas
El Anfiteatro, Quebrada de Las Conchas

Ao lado de La Garganta del Diablo, El Anfiteatro também é considerado Patrimônio Cultural da Comunidade indígena Suri Diaguita Kalchachi, sendo a porta para o “Supramundo”.

Mirador Tres Cruces (153 km)  

Vista Mirador Tres Cruces
Vista Mirador Tres Cruces

Este mirante tem uma das vistas mais bonitas para a Quebrada e para o rio de las Conchas. Recebe esse nome porque tem 3 cruzes de madeira no alto do monte.

El Sapo (153 km) e El Fraile  (155 km)

Encontre El Fraile
Encontre El Fraile

Bem próximo ao mirante das Tres Cruces, quase na estrada, fica a formação do “El Sapo” e do outro lado do rio, lá do alto do mirante, pode-se ver outra figura natural esculpida na rocha, chamada “El Fraile” por se assemelhar a um frade franciscano com os braços cruzados e túnica.

El Obelisco (165 km) e Los Castillos (168 km)

Los Castillos
Com Fred e Julie em Los Castillos

Outras esculturas naturais famosas em Las Conchas são El Obelisco e Los Castillos, este último, a formação mais bonita, na minha opinião. Portanto, parada imperdível.

Todas essas paradas estão sinalizadas por placas na estrada. A maioria delas fica bem próximo a pista ou é necessário andar apenas um pouco.

Cafayate

Gaúchos na festa da Independência em Cafayate
Gaúchos na festa da Independência em Cafayate

A cidade de Cafayate foi a nossa escolha para passar a primeira noite. Mas como disse antes, gostaria de ter passado pelo menos mais um dia para conhecer algumas das vinícolas da região.

Cafayate tem menos de 12 mil habitantes. É uma cidade bem charmosa, com construções coloniais no estilo espanhol. Nos arredores da cidade que faz parte da Ruta del Vino estão dezenas de vinícolas.

Vinhedo em Cafayate
Vinhedo em Cafayate

O cultivo de vinho na região foi introduzido pelos jesuítas no século 18. A altura dos vales (Cafayate fica a 1,683 metros de altitude) e o clima contribuem para a boa qualidade dos vinhos. Entre as uvas tintas produzidas na região estão Cabernet Sauvignon, Malbec, Tannat, Bonarda, Syrah, Barbera e Tempranillo. E para o vinho branco produzido em Cafayate destaca-se a cepa Torrontés.

Como falei, ficamos apenas uma noite em Cafayate (Hostel Casa Arbol), pouco tempo, mas foi suficiente para conhecermos o centrinho da cidade. Na praça principal 20 de Febrero estão a Catedral Nuestra Señora del Rosario, o mercado de artesanatos, restaurantes e algumas bodegas, onde são vendidos os vinhos da região.

Na manhã seguinte também acompanhamos um desfile de 9 de Julio, dia da Independência da Argentina.

Pinturas rupestres na Finca San Isidro
Pinturas rupestres na Finca San Isidro

Outro passeio que fizemos em Cafayate foi visitar a finca San Isidro, onde é possível ver algumas pinturas rupestres em uma pequena caverna. A entrada é gratuita. Lá do alto é possível ter uma bonita vista para as montanhas do entorno de Cafayate.

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Valle Calchaquies – De Cafayate a Cachi

Quebrada de Las Flechas
Quebrada de Las Flechas

De Cafayate seguimos pela Ruta 40 até Cachi. Este trecho é cheio de curvas e boa parte dele é de estrada de barro. São cerca de 160 km que levam cerca de 3h30, sem considerar as paradas. Então, recomendo não sair muito tarde de Cafayate.  

Neste trecho fica a “Quebrada de las Flechas”, que tem uma paisagem muito peculiar. As rochas, esculpidas pelo vento e pelas fortes chuvas de verão, lembram flechas fincadas no chão.

Vista do Mirador El Ventisqueiro
Vista do Mirador El Ventisqueiro

 Uma parada obrigatória é o Mirador El Ventisqueiro em Angastaco, de onde é possível ter uma vista panorâmica de las Flechas.  

Esse trecho é ainda mais desértico do que a Quebrada de las Flechas, com pouquíssimos visitantes, pelo menos, no período que visitamos, que foi o inverno. No caminho quase não há nada. então, lembre-se de levar água e comida para a viagem.

A cidade em que passamos a segunda noite, Cachi fica aos pés do Nevado de Cachi, uma cadeia montanhosa formada por 9 picos, que atraem montanhistas de todo o mundo. O pico mais alto é o Liberador Gral San Martin com 6.380 msnm.

Igreja de Cachi
Igreja de Cachi

Cachi fica a 2.280 metros de altitude e é um pouco menor que Cafayate com aproximadamente 7 mil habitantes. A maioria descendente da cultura Diaguita-Calchaqui com influência incaica.

Conhecemos apenas a praça principal de Cachi e a igreja de San José, Monumento Histórico Nacional, construído no século 18. Além da igreja, na praça principal da cidade fica o Museu Arqueológico Pío Pablo Díaz, que não chegamos a visitar,  e também restaurantes e lojinhas.

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Valle Calchaquies – De Cachi a Salta

Nevado de Cachi
Nevado de Cachi

No terceiro e último dia da viagem de carro pelo Valle Calchaquies, visitamos uma das atrações mais famosas da província de Salta, o Parque Nacional los Cardones.

Os cardones são um tipo de cactos que chegam a 10 metros de altura. Na verdade, os sobreviventes, pois nos primeiros 8 ou 10 anos, os Cardones chegam a apenas 5 cm e tem pouca capacidade de armazenar água e , por isso, podem morrer.

Eu tenho 1,74m. Os cardones chegam a 10 metros de altura
Eu tenho 1,74m. Os cardones chegam a 10 metros de altura

Antes de chegar ao parque, pudemos admirar a beleza dos picos do Nevado de Cachi.  

O Parque Nacional los Cardones ocupa uma área de 65 mil hectares. E a entrada é gratuita.

Existem alguns mirantes em que é possível ver o parque do alto e ter uma visão melhor da imensidão de Los Cardones.

Parque Nacional Los Cardones
Parque Nacional Los Cardones

Depois do parque, no caminho de volta até Salta, fizemos poucas paradas, uma delas na Piedra del Mollino, a 3.457 metros de altitude, onde fica a capela de San Rafael. O lugar é tão alto que não dava para ver nada lá embaixo, com tudo coberto por névoa.

Llamas no caminho
Llamas no caminho

A estrada depois desse ponto é bem estreita e sinuosa, além de vários trechos estarem com neblina, devido a altitude. Então, atenção redobrada neste trecho.

Capela de San Rafael
Capela de San Rafael

De Cachi a Salta são 160 km, cerca de 3h de carro sem contar as paradas. Recomendo, então, se organizar para devolver o carro apenas no dia seguinte para aproveitar o dia com mais calma.

Estrada de Cachi a Salta
Estrada de Cachi a Salta

Lembro que Salta é uma cidade muito bonita e interessante, então, não esqueça de reservar no mínimo um dia (foi o tempo que ficamos, mas recomendo mais também) para conhecê-la. O nosso roteiro na cidade já está aqui no blog:

Argentina: Roteiro de 1 dia em Salta com free walking tour


Argentina: Roteiro de 1 dia em Salta com free walking tour

A cidade de Salta, capital da província argentina de mesmo nome, é escolhida, por muitos viajantes, como base para conhecer a região andina no Norte do país. Em quéchua, a língua dos Incas, “Sarta”, como era chamada por eles, significa “A Linda”. O nome faz jus a bela cidade colonial, cercada por montanhas. Nós dedicamos 1 dia para conhecer o centro histórico de Salta e acompanhamos um free walking tour, que considero uma ótima maneira de conhecer cidades em um curto tempo.

A Catedral de Salta é o ponto de partida do free walking tour
A Catedral de Salta é o ponto de partida do free walking tour

O free walking tour de Salta, sai às 10h, de segunda a sábado, de frente a Catedral. São 2 horas de passeio com guia em dois grupos: inglês e espanhol. A empresa que oferece o passeio é a Salta Free Walks. Nós fizemos o tour com o guia Homero, que deu ótimas explicações, enquanto apresentava a cidade.

Plaza 9 de Julio
Plaza 9 de Julio

Começamos o tour no Parque Plaza 9 de Julio, onde estão a Catedral Basílica de Salta, o Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arqueologia de Alta Montanha e o Cabildo. Esses dois últimos visitamos depois do walking tour.

Nosso guia, Homero e o grupo do free walking tour
Nosso guia, Homero e o grupo do free walking tour
Plaquinha com o nome da rua em Salta
Plaquinha com o nome da rua em Salta

No período colonial, Salta fazia parte da rota Camino Real dos espanhóis e era uma cidade estratégica, por estar na metade entre Lima e Buenos Aires. A cidade era dividida entre os ricos, que viviam ao Norte do centro, e os pobres, ao Sul. A Plaza 9 de Julio é o ponto central da cidade, onde começam os números dos prédios, a partir do 0, contando de Norte a Sul e de 500, de Leste a Oeste.

A Calle Caseros, que fica em uma das laterais da praça, era a antiga Calle do Comércio, o centro da movimentação comercial de Salta no período colonial. Se vocês observarem nas ruas do centro histórico de Salta

Azulejos nas calçadas indicam rota turística em Salta
Azulejos nas calçadas indicam rota turística em Salta

tem plaquinhas com o nome atual e o antigo e uma breve explicação sobre os nomes. Nas calçadas, também tem plaquinhas com setas, que indicam uma rota turística que pode ser feita por conta própria. Mas como são pisadas o tempo todo, nem todas estão em boas condições.

Depois da praça principal, seguimos para a Igreja de São Francisco, um dos prédios mais antigos da cidade. Os espanhóis sempre que fundavam uma cidade, construíam primeiramente uma igreja franciscana ou jesuíta.

 

Igreja de São Francisco de Salta
Igreja de São Francisco de Salta

A Igreja de São Francisco de Salta tem uma torre independente, que mede 54 metros de altura, sendo o campanário mais alto da América do Sul. Esta igreja tem uma bela fachada e um interior muito bonito também. Durante o tour, é dado um tempo para visitá-la.

Ao lado da igreja fica o Convento San Bernardo, que foi o primeiro hospital da cidade. Hoje funcionam como um claustro, onde vivem 19 freiras enclausuradas. A mais nova tem 30 anos e entrou há 12 anos. Depois que as freiras entram no Convento, não podem sair, nem para visitar as pessoas de fora. Antigamente, elas não podiam falar com ninguém. Mas hoje em dia, elas podem conversar entre elas e falar com outras pessoas pelas janelas. Também hoje em dia é permitido desistir da vida enclausurada.

Convento San Bernardo
Convento San Bernardo

A porta do Convento foi toda feita a mão por nativos, em 1762, e foi doada por uma família rica da cidade. Na porta estão talhadas imagens que representam o ciclo da vida. A porta também tem abertura que permitia a entrada de carruagens.

 Avenida General Güemes
Avenida General Güemes

Depois do Convento, caminhamos em direção a avenida General Güemes, uma rua muito bonita, cheia de casarões, até chegarmos ao Monumento General Martín Miguel de Güemes, um importante personagem da independência argentina.

Monumento General Martín Miguel de Güemes
Monumento General Martín Miguel de Güemes

O general Güemes, era criollo (descendente de espanhol nascido na América Latina), nascido em Salta, e criou uma guerrilha para lutar na revolução contra os espanhóis pela independência da Argentina.

O monumento em sua homenagem que fica em um parque, em uma parte alta de Salta, celebra a comunhão entre a guerrilha de Güemes e o exército de Manuel Belgrano, outro militar independentista, que foi o criador da bandeira argentina.

Aliás, a Argentina comemora a Independência em duas datas, 25 de maio, data que marca a Revolução de Maio, quando em 1810, os argentinos declararam independência, começando uma guerra contra a Espanha e 19 julho, quando em 1816, houve de fato o reconhecimento da independência.

O free walking tour termina na Plaza Manuel Belgrano, onde fica o prédio onde funcionou a primeira cadeia de Salta, no século 17, que atualmente funciona como um prédio administrativo da Polícia.

Como todo free walking tour não é cobrado um valor fixo, mas é esperado que se pague uma gorjeta ao guia no final. Como comentei, Homero deu ótimas explicações e o tour foi uma boa maneira de começar a conhecer a cidade.

Se quiser almoçar antes de passear mais pela cidade, os restaurantes que nos foram recomendados por Homero foram o Viracocha e o Doña Salta. Este último fica próximo a igreja São Francisco e foi a nossa escolha, pois nos disseram que tinha as melhores empanadas da cidade. O restaurante é bem chiquezinho e o preço não é tão acessível, mas os pratos são bem saborosos. Se você procura algo mais em conta, pode ir também ao Mercado Municipal San Miguel, que tem vários restaurantes com pratos regionais.

Também há muitos restaurantes na chamada região Macrocentro, que fica nos arredores do centro histórico, e é considerada o Palermo de Salta.

Museu de Arqueologia de Alta Montanha
Museu de Arqueologia de Alta Montanha

Para completar o roteiro de 1 dia em Salta, visitamos o Museu de Arqueologia de Alta Montanha. O museu funciona de terça a domingo, das 11h às 19h30.

O MAAM preserva a descoberta arqueológica chamada de Filhos do Llullaillaco, que são crianças que foram sacrificadas há mais de 500 anos, em cerimônias incas, no alto do vulcão Llullaillaco, que fica na fronteira entre Argentina e Chile. Em 1999, uma expedição arqueológica descobriu as múmias dessas crianças e objetos que foram enterrados junto com elas, que estão hoje em exibição no museu. A descoberta foi fundamental para os cientistas estudarem esses rituais incas.

Devido às condições climáticas da montanha, as múmias são consideradas as mais bem preservadas do mundo. As múmias do museu são La Doncella, de 15 anos de idade; El Niño, de 7 anos de idade; e La Niña del Rayo, de 6 anos, que foi chamada assim porque caiu um raio em cima dela e queimou parte do rosto, braços e sua roupa. As múmias não ficam todas em exposição ao mesmo tempo.

Além da coleção, o MAAM traz explicações sobre o mundo andino e a cultura Inca. A entrada custa 130 ARS para adultos. Não é permitido fotografar dentro do museu.

Crianças vestidas com roupas de personagens da história argentina no Cabildo
Crianças vestidas com roupas de personagens da história argentina, em visita escolar ao Cabildo

Depois do museu visitamos ainda o Cabildo, prédio da antiga prefeitura de Salta, que funciona hoje como um museu com peças históricas, quadros, móveis, objetos que pertenceram ao General Martín Miguel de Güemes e a sua família e também do Gral. Manuel Belgrano, como uniformes, armas e objetos pessoais. No andar de baixo, tem ainda uma exposição de carruagens. E da varanda do Cabildo é possível ter uma vista para a praça principal. Funciona de terça à sexta (das 9h30 às 13h30 e das 15h30 às 20h30), sábados (16h30 às 20h30) e domingos (das 9h30 às 13h30). Entrada gratuita.

Varanda do Cabildo
Varanda do Cabildo

Para fechar o dia em Salta é imperdível fazer o passeio de teleférico no Cerro San Bernardo. É possível subir o cerro caminhando, mas é uma boa subida. Por isso, recomendo ir mesmo de teleférico. Funciona todos os dias, das 10h às 18h30. O bilhete ida e volta custa 200 ARS por adulto. O endereço de partida do teleférico é: Av. San Martín esquina com Hipólito Irigoyen.

Vista do alto do Morro San Bernardo
Vista do alto do Morro San Bernardo

O cerro está a 1471,92 metros de altitude e a cidade de Salta, a 1187 metros. Além da vista incrível para a cidade e para as montanhas, lá no alto do Cerro tem jardins, uma fonte artificial, lojas de artesanato, anfiteatro.

A cidade se iluminando após o pôr do sol
A cidade iluminada após o pôr do sol

Recomendo ir no fim da tarde para ver o pôr do sol e o anoitecer lá do alto. Um fim de dia perfeito.

Onde ficar em Salta

Coloria Hostel
Coloria Hostel

O ideal em Salta é ficar o mais próximo possível do centro histórico e da praça principal. Nós nos hospedamos no Coloria Hostel, que fica a 200 metros da praça principal. O hostel é grande com quartos compartilhados e privativo, com banheiro compartilhado. Tem uma área de uso comum bem espaçosa e jardim com piscina. O café da manhã está incluído na diária.

Eles oferecem transfer para o aeroporto (pago a parte), e opções passeios para os arredores de Salta e também tem parcerias com locadora de carro, que deixam o carro lá. Nós alugamos o carro com eles e ocorreu tudo bem.

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San Pedro de Atacama a Salta: a viagem de ônibus mais bonita que já fizemos

A viagem de San Pedro de Atacama, no Chile, até Salta, na Argentina foi a mais bonita que já fizemos de ônibus. A estrada é impressionante, cheia de curvas, passa pelos Andes, por paisagens desérticas, por um salar, por regiões habitadas por indígenas e belíssimas paisagens. A nossa viagem foi ainda mais incrível e tensa, pois pegamos uma nevasca na saída do Atacama até chegar na Argentina.

Estrada na saída de San Pedro de Atacama
Estrada na saída de San Pedro de Atacama

Praticamente todos os dias, exceto sábado, tem saídas de ônibus de San Pedro de Atacama para Salta, com diferentes empresas. Todos partem pela manhã, entre 08h30 e 09h30. A princípio ficamos sem entender porque uma viagem tão longa, entre de 8 a 9h, não havia uma opção para viajar à noite. Mas, depois, entendemos o porquê. A estrada é cheia de curvas e bem perigosa e passa horas sem passar por uma viva alma. Também como a paisagem é realmente muito bonita, vale a pena passar o dia dentro de um ônibus.

Rodoviária San Pedro de Atacama
Rodoviária San Pedro de Atacama

Viajamos com a Pullman Bus e saímos por volta das 08h30 da rodoviária de San Pedro, onde também havíamos comprado as passagens com antecedência. A passagem custou 18.000 CLP por pessoa (maio/2017). Em San Pedro de Atacama, depois de dias de muito sol e céu azul, o tempo estava nublado e dava para ver que no pico dos vulcões e montanhas estava nevando.

Nosso ônibus da Pullman Bus
Nosso ônibus da Pullman Bus

No Atacama há sempre aquela dúvida se é sal ou neve, já que em alguns lugares, como no Valle de la Luna, existe uma alta concentração de sal. Então, logo na primeira hora de viagem, quando começamos a ver que a estrada começava a ficar branca, a princípio, ficamos na dúvida, mas logo percebemos que se tratava de neve. Em pouco tempo, começou a nevar e a estrada ficava com uma quantidade ainda maior de neve.

Estrada no Atacama
Estrada no Atacama

Chegamos a um ponto em que tinham vários carros, caminhões e vans parados. Era final de maio e aquela quantidade de neve não era esperada. Eu queria descer para fazer fotos na neve, fazer bonecos e todas essas coisas que brasileiros sonham em fazer. Mas estávamos em um ônibus de viagem tradicional e não de turismo. Além disso, a coisa começou a ficar tensa. O nosso ônibus quase bateu em um caminhão cegonha que estava na estrada. Depois disso, o ajudante do motorista teve que descer e com uma manta, pois não havia correntes, teve que ajudar o motorista passar o ponto mais crítico de neve, cuidadosamente, inúmeras vezes. Isso levou um tempão. Enquanto eu estava feliz em ver a neve, depois de tanto procurando no Chile (em 20 dias, passamos por várias estações de esqui e ainda não tinha neve suficiente), Julie, que viajava com a gente, estava muito preocupada, pois ela sabia que podíamos ficar ali por horas e não tínhamos nem comida nem água suficientes.

A neve deixou vários caminhões parados na estrada. Quase batemos nessa cegonha.
A neve deixou vários caminhões parados na estrada. Quase batemos nessa cegonha.

É engraçado como o Atacama nos surpreende. Já contei outras vezes que na nossa primeira viagem para lá em 2015, pegamos o que disseram ser a maior chuva dos últimos 50 anos, que levou o Norte do Chile a decretar estado de calamidade e a gente a ficar uma semana sem fazer praticamente nada. E, desta vez, pegamos uma neve, totalmente inesperada. Isso no deserto mais árido do mundo!

De olho na neve, doida pra descer do ônibus
De olho na neve, doida pra descer do ônibus

Passamos a parte mais crítica da neve. E, depois do sufoco, chegamos à imigração da Argentina, no Paso Internacional Jama. Continuava nevando e tivemos que descer com toda a nossa bagagem. A emigração do Chile e a imigração na Argentina são feitas no mesmo posto. A fila estava enorme e tinha muita gente com sacolas enormes, pois muitas pessoas de países vizinhos viajam ao Chile para fazer compras.

Neve no Chile
Neve no Chile

Entramos na Argentina, sem problemas, e continuamos viagem com algumas horas de atraso. Agora a estrada não estava mais com neve, por outro lado, com um tempo começaram as curvas da Ruta Nacional 52 da Argentina.

Paso Internacional Jama - emigração do Chile e imigração da Argentina
Paso Internacional Jama – emigração do Chile e imigração da Argentina

A estrada muito bonita e a cada curva a paisagem vai ficando ainda mais. Mas quem costuma ficar enjoado em viagem de ônibus é bom garantir um saquinho, um remédio para enjoo e bastante água. A passagem de ônibus inclui um lanche, e nós recebemos um suco e biscoito. Se for levar comida, certifique-se que irá comer antes de entrar na Argentina, pois não é permitido entrar com nenhum alimento no país. Também no caminho não é feita nenhuma parada para comer ou comprar algo.

RN 52, Argentina
RN 52, Argentina

A rodovia cruza as províncias argentinas de Jujuy e Salta e passa por alguns locais de interesse turístico da região que podemos ver da janela do ônibus, como as Salinas Grande, um deserto de sal; o Cerro de Los 7 Colores e o pueblo de Purmamarca. Também vimos alguns indígenas com animais da região, como llamas e alpacas.

Plantações às margens da RN 52
Plantações às margens da RN 52

O ônibus faz paradas, apenas para deixar passageiros, em Purmamarca, San Salvador de Jujuy e Salta. Nós ficamos em Salta que era a última parada e chegamos já à noite.

Purmarmaca
Cerro de los 7 colores, Purmarmaca

De Salta é possível fazer passeios de bate-volta para esses locais que citei, mas quem tiver mais tempo, acho válido passar uma noite em Purmamarca para conhecer melhor a região, que ainda tem a Quebrada de Humahuaca, um vale na província de Jujuy, e Tilcara, outro povoado.

Como nós tivemos poucos dias em Salta e já tínhamos visto bastante coisa nesta viagem de ônibus, apesar de não termos a chance de parar em nenhum desses lugares, aproveitamos os outros dias para conhecer o Sul de Salta, mais precisamente, os Valles Calchaquíes, que também têm paisagens impressionantes.

O Norte da Argentina nos impressionou bastante. Ficamos 4 dias, mas gostaria e recomendo ficar pelo menos uns 7 dias.

Alguns dias depois da nossa viagem de ônibus de San Pedro de Atacama a Salta, assistimos no noticiário, que esta rota havia sido fechada no mesmo dia que viajamos, temporariamente, devido à grande quantidade de neve! Foi tanta neve no Chile nesta época, que as estações de esqui começaram a funcionar com um mês de antecedência do período normal.

Reserve sua hospedagem em San Pedro de Atacama

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O Chile não tem um sistema de saúde gratuito e o atendimento médico lá pode sair bem caro, portanto, é imprescindível fazer um seguro viagem para visitar o país.

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