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Buenos Aires pela primeira vez: o roteiro (terceiro, quarto e quinto dias)

Olá viajantes,

Publico hoje a segunda parte do meu roteiro em Buenos Aires. Quem não viu a primeira, leia aqui. Lembrando que estou citando apenas os lugares visitados sem incluir os restaurantes, pois nos próximos dias, publicarei um post exclusivamente gastronômico.

Buen viaje!

Terceiro dia (Segunda-feira)

Café Tortoni

Começamos o nosso dia no Banco de La Nación, na Plaza de Mayo, pois foi o lugar que encontramos com a melhor taxa de câmbio depois do aeroporto, R$ 1 por $ 2,20 pesos.

Depois seguimos para mais uma tentativa no Café Tortoni, na Avenida de Mayo. Desta vez, não havia filas. O Tortoni é a Confeitaria Colombo de Buenos Aires. Inaugurado em 1858 é o mais antigo da cidade e era ponto de encontro de compositores, dançarinos e cantores de tango, como Carlos Gardel.

Além do café, no Tortoni há também shows de tango. Achei o ambiente muito agradável. Adoro ir a lugares que fizeram e fazem parte da história e imaginar tudo que já se passou ali.

Café Tortoni
O Tortoni tem mais de 150 anos

Avenida 9 de Julho

Depois seguimos para a Avenida 9 de Julho, que se formos fazer outra comparação com o Brasil, seria a Avenida Paulista de BsAs. São 12 pistas de tráfego!! A noite a avenida fica ainda mais bonita com propagandas luminosas. É lá que fica o tão falado Obelisco, monumento construído para celebrar o 400 anos de fundação de Buenos Aires.

Avenida 9 de Julho e o Obelisco

Teatro Colón

É na Avenida 9 de Julho que fica também o Teatro Cólon. Considerado um dos melhores teatros de ópera do mundo, foi inaugurado em 1908. Fomos até lá, mas não pudemos fazer uma visita guiada, pois faltavam muitas horas para o tour em português. Então, ficamos só na vontade.

Teatro Colón

Puerto Madero

Resolvemos curtir à tarde batendo perna em Puerto Madero. Reservem um bom tempo para isso, pois vale a pena. Aproveitamos para almoçar em uma das dezenas de parrillas que há por lá. Muito boa, por sinal.  Visitamos o Museu Fragata Presidente Sarmiento, que fica no dique III. Entramos por acaso. A visita custa apenas 2 pesos e é bem interessante.

Museu Fragata Presidente Sarmiento

Construída em 1887, a fragata foi aposentada depois de 39 viagens, se transformando em museu em 1964.  Nela há peças de várias épocas, entre as utilizadas pela tripulação, como roupas de mergulho, e lembranças das viagens internacionais feitas ao longo de quase 80 anos, como um pedacinho da Muralha da China! Ah! Lá também tem um cachorro empalhado, que pertencia ao comandante (não curti muito isso)!

Claro que também fizemos muitas fotos na Puente de la Mujer, símbolo de Puerto Madero, compramos alguns vinhos em uma das lojas da rede Winery e passeamos pelas ruas do bairro até parar para descansar em um parque já próximo a Reserva Ecológica Costanera Sur, chamado Parque Mujeres Argentinas.  Foi quando, por um momento, Buenos Aires virou Londres com uma névoa belíssima, que escondia os lindos prédios modernos do bairro.

Puerto Madero
Puente de la Mujer
Parque Mujeres Argentinas
Primavera em Buenos Aires
Névoa londrina em Buenos Aires

Cemitério da Recoleta

Se havia um lugar que eu não pretendia visitar em Buenos Aires era o Cemitério da Recoleta, pois afinal é um cemitério. Mas meu pai fazia questão e um das laterais do cemitério ficava na rua do nosso hotel, apesar de ser várias quadras de distância , então fomos.

Chegamos faltando 15 minutos para fechar e foi o suficiente. E apesar de não ter planejado fazer a visita, achei um experiência interessante. O Cemitério da Recoleta parece mais uma miniatura de cidade, com ruas largas e pequenas casinhas, que são os túmulos. Pois não se tratam de túmulos como estamos acostumados.  São mausoléus incríveis, construídos em mais diversos estilos arquitetônicos. Afinal lá, são enterrados os principais nomes da elite argentina, desde o século 19. O túmulo mais visitado é o de Eva Péron, que na verdade, não é só dela, mas da família toda e é um dos mais simplesinhos.

Ao lado do cemitério, fica a Basílica Nuestra Señora del Pilar, um igreja muito charmosa que merece uns cliques. Do outro lado fica o Recoleta Mall, onde também fizemos um pequeno passeio e como em todo shopping, não achei nada de interessante.

Fachada do Cemitério da Recoleta
O Cemitério da Recoleta parece um pequena cidade
Multidão em frente ao túmulo de Eva Péron
Contraste
Basílica Nuestra Señora del Pilar

Hard Rock Café

Depois do momento mórbido, fomos para o Hard Rock Café, que fica no mesmo quarteirão do cemitério, em um centro comercial chamado Buenos Aires Design.

A visita ao Hard Rock Cafe para mim é como ir a um museu do rock. Fiquei apaixonada pelo de Londres e também curti o de BsAs. Entre as relíquias da “memorabilia”  estão objetos de Michael Jackson, de Paul Mc Cartney, do Megadeth, do Bon Jovi e muitos outros. Mas para mim, a atmosfera do Café é que o máximo, o que não é nada legal são os preços absurdos! Mas recomendo demais a visita ao café e a lojinha no andar de baixo.

Família reunida em frente ao Hard Rock Café Buenos Aires
Hard Rock Café Buenos Aires: bar em formato de guitarra

 

Quarto dia (Terça-feira)

O quarto dia de viagem me ensinou uma lição: tenha sempre uma programação em caso de chuva! Pois é, a chuva caiu insistente nesse dia e nada que eu pensasse em fazer era viável debaixo d´água, mesmo assim passeamos a pé e ficamos iguais a pintos molhados. Além do frio.

Floralis Genérica

Primeiro de tudo: não pergunte a um argentino onde fica a Floralis Genérica ou peça ao taxista para levar até ela. Eles não faziam ideia do que era e só entendiam quando eu mostrava foto. Pois eles, a chamam simplesmente de a “Rosa”, capriche no “rrrr”. Porque é isso que ela é, uma escultura de alumínio em forma de flor que abre às 8h e fecha a noite. É bonita, mas não tem nada em volta, apenas a tal rosa. Então, é chegar, tirar uma foto e tchau! Portanto, só vale a pena ir quando estiver por perto, o que não era nosso caso.

Floralis Genérica ou a Rosa

Palermo  

Em meio à chuva, pedimos ao taxista para que nos levasse a um lugar coberto em Palermo e fomos parar no Alto Palermo Shopping. Já falei que não curto passear em shopping, muito menos em viagem. Mas era o jeito. Os preços em Buenos Aires estão todos caríssimos e não compensa comprar nada. Paramos para tomar um café na Starbucks e depois pensamos para onde ir debaixo da chuva. Como ninguém era de açúcar, decidimos “passear” mesmo se molhando! Haha E o melhor sem destino.

Jardim Botânico Carlos Thays

Fomos parar no Jardim Botânico e éramos os únicos visitantes naquele dia chuvoso.  E não tinha muito o que ver em uma área aberta em meio a chuva. E me desculpem o excesso de comparações, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é bem mais bonito.

Dali, podíamos ir ao zoológico, que também não era um programa interessante em dia de chuva, pensei em ir ao Malba – Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, mas justo na terça-feira era fechado.

Então pedi ao táxi para nos levar a um barzinho em Palermo Hollywood que tinha visto em uma indicação em um guia de viagens . E o infeliz nos levou até lá para darmos de cara com um bar que pelo que parecia não funciona há anos! Descemos lá, e a região nos parecia meio deprimente. Paramos em um lugar para comer (painho, mainha e Fred, eu não comi), que foi a pior comida da viagem!

Fomos andando pelas ruas do bairro até chegarmos na Plaza Palermo Viejo e lá nos parecia uma área bem melhor, mas já estávamos cansados de andar. Tarde demais!

Jardim Botânico
Jardim Botânico em dia chuvoso
Esculturas no Jardim Botânico

 Casino Puerto Madero

O dia foi salvo à noite. Quando fomos ao Casino Puerto Madero. O interessante é que a lei da cidade de Buenos Aires proíbe cassinos e para burlá-la o cassino fica em dois barcos no Rio da Prata, mas só a parte da jogatina. O restaurante, bar e loja ficam em terra firme.

A entrada é gratuita. E além das mesas de carteado e outros jogos de profissionais, o cassino tem inúmeros caça-níqueis e a diversão é garantida a partir de 2 pesos, que rendem um tempão de jogo. Só não vale torrar a grana toda. Ah! As fotos na área de jogos não são permitidas.

Depois de alguns pesos gastos nos caça-níqueis, acho que menos de R$ 10 para nós quatro, isso porque no finalzinho, mainha conseguiu recuperar boa parte do dinheiro gasto, fomos jantar no restaurante do Cassino. E adivinhem? Era noite de música baiana!

O jantar com buffet livre (parrilla, sushi, massas, sobremesa), cerveja e refrigerante rodados saiu por 130 pesos por pessoa e incluía o show de música baiana que foi exatamente do jeito que os turistas tem no imaginário sobre o que é o Brasil! Dançarinas com roupas de passistas, rebolando ao som de “Aí, se eu te pego”! Os gringos “pira”! Mas foi bem divertido.

Casino Puerto Madero

Quinto dia (Quarta-feira)

Museu do Holocausto de Buenos Aires

O quinto dia, na verdade, foi um meio dia. Pois nosso voo era às 15h50 e tínhamos que estar no aeroporto às 13h50. Mas ainda deu tempo de aproveitar muito bem as últimas horas na cidade. Começamos o passeio pela Avenida Santa Fé e estávamos andando a toa quando dei de cara com o Museo del Holocausto. Aqui repito, por mais que se planeje uma viagem é no acaso que estão as melhores surpresas.

Museo del Holocausto

A visita ao museu foi emocionante. Estar ali cara a cara com uma história tão recente e tão absurda da humanidade, que fez em torno de 6 milhões de vítimas, é surreal. O museu é o único do gênero na América Latina e guarda objetos das vítimas do holocausto, uniformes usados nos campos de concentração, fotografias, inclusive de eventos nazistas realizados em Buenos Aires, documentos. É de arrepiar. E o que me chamou mais atenção foi a mensagem: “No olvidar para que no se repita”, que significa “Não esquecer para que não se repita”. Que fique a lição!

Museo del Holocausto
Uniformes originais dos campos de concentração
Fotografia de evento nazista realizado em Buenos Aires
Boneca de criança prisioneira de campo de concentração
Os objetos contam a história que não querem ou não podem recordar
“Não esquecer para que não se repita”

O museu abre apenas em dias de semana. A entrada custa 10 pesos e é necessário apresentar identidade ou passaporte.

A despedida de Buenos Aires foi feita admirando a grandiosidade do Rio da Prata, que mais parece um mar, apesar da calmaria.

Rio da Prata em frente ao Aeroparque