Olá viajantes!
Hoje vamos fazer uma viagem à Oceania! O texto é da querida Damares Lombardo do blog Keviagem sobre sua viagem de um mês à Austrália, realizada em 2009, e será dividido em dois posts: Adelaide e Melbourne, que publico hoje, e Sydney e Queensland que trago amanhã.
Have a nice trip!
Austrália por Damares Lombardo
Adelaide
Aterrissamos no solo australiano depois de dois dias de viagem, com partida da Itália e chegada em Adelaide . A viagem poderia ser mais rápida, mas com nosso voo intercontinental, tivemos uma espera de 12 horas em Kuala Lumpur.
Chegamos muito cedo, num dia invernal de junho na Austrália. Eu como sempre, organizei toda a viagem, reservei os hotéis por internet em Adelaide, Melbourne e Sydney, e um voo interno de Cairns a Melbourne, porque nosso retorno pra Itália sairia de Melbourne. Comprei o voo interno com a Virgin Blue, diretamente no site da companhia. Nosso roteiro era de quatro semanas, fazendo 5000 km de Adelaide até Cairns, ou seja, do sul até o nordeste da Austrália. Tínhamos datas fixas apenas nessas três cidades, depois de Sydney, alugamos um carro para ir até Cairns (3000 km), fazendo o percurso da costa, e parando em várias cidades, livres, leves e soltos.
A Austrália é o sexto país do mundo em extensão (7.617.930 km ²), o maior da Oceania, com uma população de cerca 22.618.521, e com grande concentração de habitantes nas cidades vizinhas à costa. A capital da Austrália é Canberra, está situada na parte interna do país.
O país está localizado no hemisfério sul e é rodeado pelo Oceano Índico a oeste e sul e pelo Pacífico ao leste e foi habitado por aborígenes por mais de 40.000 anos e colonizado pelos britânicos no século 18.
Os australianos, chamados também de “aussie”, é um povo multi-étnico, com influências não só aborígenes e europeias, mas também asiáticas, africanas e americanas.
Ao chegarmos ao hotel, tomamos um banho e caímos na cama, dormimos por 6 horas. Acordamos por volta das 13 h, e fomos em direção ao centro da cidade para colocar algo no estômago. Nosso hotel estava a uns 25 minutos de caminhada do centro, podíamos pegar um bondinho, mas preferimos caminhar, é assim que se conhece bem os lugares.
Antes de tudo, vou explicar porque escolhemos começar nossa viagem por Adelaide. Queríamos conhecer a ilha de Kangaroo Island, que se encontra a 112 km de Adelaide, com animais livres, praias maravilhosas e leões marinhos. Eu, meu marido e minha filha, ficamos apaixonados por essa ilha em nossas pesquisas pela internet, e decidimos ir visitá-la, podíamos passar só um dia, pegando o ferry boat em Adelaide.
O entusiasmo foi tão grande, que compramos a passagem pra Adeliade e só depois com mais pesquisas, fomos descobrir que não valia a pena, porque nem sempre era fácil avistar os animais que se encontram no parque natural na ilha, e os relatos das pessoas que tinham visitado a ilha, diziam que o ideal, seria dormir no lugar por pelo menos duas noites. Além disso, o período invernal era pouco recomendado, porque lá a temperatura era mais baixa do que em Adelaide e com muito vento, então acabamos desistindo. Adelaide é a capital do South Australia, e se encontra no Oceano Índico. Parece uma cidade do interior grande, as ruas são largas e limpas, e já gostamos de cara dos australianos, gente simples, disponível e tranquila.
O que nos encantou foi a quantidade de parques na cidade, depois descobrimos que essa era uma característica do país. Todas as outras cidades que visitamos tinham muitos parques e muito verde.
No dia seguinte, levantamos cedo (como todos os outros dias, o fuso horário era de 8 h avante, então dormíamos cedo, por volta das 22 h e às 6h30 estávamos já acordados), fomos tomar nosso café da manhã no mercado “Central Market”, que se encontrava no caminho para o centro da cidade. Eu adoro os mercados, procuro sempre conhecer aqueles presentes nas cidades que visito.
O programa do dia era ir visitar o Wildlife, que estava fora de Adelaide, porque nossa filha estava desesperada pra ver os koalas e cangurus. Infelizmente chegando ao ponto de ônibus, descobrimos que tínhamos acabado de perdê-lo e o próximo passava somente no começo da tarde (isso porque era inverno, mas no verão, o ônibus passava com mais frequência), então desistimos e fomos para o zoológico, que estava dentro da cidade. Vimos um koala que estava dormindo e alguns pequenos cangurus, mas ainda tínhamos muitos lugares pra visitar, e cangurus e koalas não iriam faltar.
No terceiro dia, fomos conhecer a praia mais frequentada pelos habitantes de Adelaide: Glenelg. A praia fica a apenas 30 minutos de bondinho do centro. A cidade era uma gracinha, com bares, lojas, restaurantes e uma praia de areia fininha e branca.
A atmosfera era invernal, com 13°C e bastante vento, mas o visual e o pôr do sol no mar, muito bonito. Mas esse pôr do sol era só o primeiro de muitos que pudemos apreciar durante nossa viagem.
Ficamos apenas duas noites e três dias em Adelaide. No terceiro dia, pegamos o ônibus noturno para Melbourne, compramos o bilhete diretamente no terminal de ônibus dois dias antes. Na estação, tinham várias companhias de ônibus, então passamos por algumas para saber o preço, e conseguimos pegar uma promoção com uma delas com ótimo desconto. A viagem durou 10 horas. Isso pode ser uma ideia para economizar no transporte (o voo custava bem mais caro, é claro) e viajando a noite, pode-se economizar uma diária de hotel. Na Austrália, como no Brasil, viaja-se muito de ônibus, apesar de ter também uma boa rede ferroviária.
Melbourne
Chegamos a Melbourne às 6h15, muito cedo, pegamos um taxi e nos dirigimos ao hotel. Não reservei hotel no centro porque custava muito caro, mas peguei um que estava localizado bem próximo, apenas 15 minutos de ônibus (o ponto de ônibus ficava bem na frente do hotel), estávamos bem no centrão. Os hotéis mais baratos que se encontravam no centro eram de duas estrelas, não quis arriscar, por isso preferi um três estrelas, mesmo não estando no meio da muvuca. Descobri que tinha feito muito bem, porque tivemos que dormir uma noite em Melbourne antes de voltar pra Itália, e reservei um de duas estrelas no centro (só pra uma noite dava pra arriscar) e era péssimo.
O clima estava parecido com o de Adelaide, entre 12°C e 15°C, e com muito vento. Melbourne é a capital do estado de Victoria e é banhada pelo Oceano Índico e Pacífico e atravessada pelo rio Yarra, no qual é possível fazer passeios de barco no verão, o que proporciona uma linda vista da cidade.
Merlbourne é uma cidade bem interessante, digamos que seria a São Paulo ou a Milão da Austrália, chique, alternativa e com grande oferta cultural.
Se você estiver visitando a cidade no verão, nos meses de dezembro e janeiro, vai poder assistir a um filme, ou beber um drink, ou jantar ao ar livre em cima do teto de um prédio. Esses lugares se encontram na Bourke Street. Nós não pudemos curtir essa situação, porque estávamos viajando em pleno inverno.
Durante nossa permanência em Melbourne, fizemos algumas visitas. Aconselho sempre a visitar em primeiro lugar o centro da cidade, para ter uma ideia melhor do lugar. Um bondinho marrom fazia um circuito turístico da cidade (City Circle) e era grátis. Ele passava no centro, na frente da estação de trem (Flinders Station), rodava na parte central e em alguns bairros, passava no estádio de rugby e ia até um shopping center aberto, o “Harbour Town”.
O centro apresenta avenidas largas, ruas para pedestres e belos shoppings centers. Em alguns bairros centrais da cidade, as casas ainda são em estilo vitoriano, me senti na Inglaterra. A presença da herança arquitetônica europeia, ainda é bastante forte na Austrália, e achei que em Melbourne, isso era muito marcado.
Fazendo o caminho a pé “Golden Mile Walk”, podemos presenciar a evolução da cidade, com prédios altos e modernos ao lado de antigas mansões vitorianas. Melbourne é famosa por haver um enorme número de restaurantes com grande variedade, mas achei caros. Adorei o bairro alternativo de Fitzgerald, com restaurantes, bares e lojas muito transados. Encontramos uma loja de discos vinil, entramos e demos um pulinho no passado. Só saudades!
O bairro dos italianos se chama e encontra-se perto a Fitzgerald, dois pontos de ônibus apenas. O bairro era realmente dos italianos, cheio de lojas e restaurantes típicos e gente nas ruas falando em italiano.
Claro que eu não podia deixar de conhecer o mercado da cidade, se chama Queen Victoria, está perto do centro. Encontramos frutas e verduras que tem também no Brasil, como a jaca (que já havia visto no mercado de Adelaide), goiaba, manga, carambola, tamarindo, xuxu e outros. Essas frutas e verduras, chegam dos países asiáticos que se encontram muito perto da Austrália. Na verdade, a Austrália não tem uma agricultura muito forte e a maior parte das frutas e verduras, chegam do exterior. O aquário de Melbourne é um dos mais famosos do mundo, e acredito que seja mesmo, sua construção foi muito bem pensada. Tem um túnel de vidro onde as pessoas passam debaixo dele, admirando os peixes em cima de suas cabeças. Tiramos essas fotos das arraias em cima de nossas cabeças, parece atè que fizeram pose para a foto. Elas não são lindas?
Visitamos também o jardim botânico, um lindo jardim gigante bem perto do centro, com plantas e árvores incríveis, a entrada era grátis.
A praça “Federation Square” é um arraso, apresenta uma arquitetura moderna em forma ondulada, com espaço para mostras, palco para shows e vários tipos de espetáculos e um super telão. Nessa praça, se concentram bares, restaurantes, museus e o centro de informações turísticas. Pegamos uma mostra muito interessante na Federation Square, vinha da Inglaterra. Uma câmera colocada na parte alta de um prédio, captava o movimento das pessoas, e o transformava em luzes coloridas, com várias tonalidades, dependendo do movimento.
A estação de trem “Flinders Station” se encontra do lado da Federation Square, foi construída no século 19 e permanece com suas características antigas, é uma das belas atrações da cidade.
A maior comunidade estrangeira da Austrália no momento é a chinesa, o chinês é a segunda língua mais falada no país e em todas as grandes cidades. Encontramos uma Chinatown nas três maiores cidades que visitamos.
Visitamos o bairro de Santa Kilda, que fica na praia e deve ser muito interessante à noite, principalmente no verão, cheio de bares com mesas nas calçadas.
No nosso último dia, fomos pela manhã cedo até a estação de trem Southern Cross (compramos nosso bilhete 2 dias antes de partir de Melbourne) para fazer o check in de nossas malas. Que organização fantástica, nosso trem partia às19h55, mas podíamos fazer o check in durante o dia (igual no aeroporto), e pegar as malas somente em Sydney, e assim fizemos, ganhando um dia inteiro pra passear e conhecer mais lugares.
Aproveitamos para conhecer outro bairro que ficava na praia, Beacon Cove (do porto dessa praia, partem os navios para Tasmânia), pegamos um bondinho no centro, e chegamos lá em uns 25 minutos.
Fizemos uma bela caminhada na beira mar, paramos pra almoçar, e conhecemos uma garota americana que morou no Rio de Janeiro por alguns anos, falava português muito bem, e agora estava morando em Melbourne, em Beacon Cove, de frente para o mar.
Beacon Cove além de ser um lugar onde residem algumas pessoas, é também a praia de verão dos moradores de classe media alta de Melbourne.
Aqui vai uma dica gastronômica de Melbourne. Meu marido e minha filha comeram o melhor hambúrguer da vida deles (claro que ainda temos que visitar os EUA pra confirmar isso), o lugar se chama Rednine e fica no centro, 15 Degraves Street.
Aliás, a comida na Austrália não é o máximo, como em todos os países colonizados pela Inglaterra, não tem uma forte cultura do food. Ainda bem que encontrei um lugarzinho bem legal, onde faziam tudo natural, era perto do Rednine, então enquanto eles comiam hambúrguer, eu ia comer minha natureba.