Boa parte das pessoas que viaja para Fernando de Noronha compra pacotes que incluem passagens, hospedagem, taxas e passeios. Por um lado esta opção pode trazer mais comodidade e muitas vezes um custo menor do que a viagem por conta própria. Por outro, você fica preso às escolhas da agência. Para nossa viagem de renovação de votos, agora em Janeiro, resolvemos fazer tudo por nossa conta, como já estamos acostumados a fazer. Porém, Noronha tem peculiaridades com relação a outros lugares como taxas e agendamento de visitas para algumas praias. Por isso, é bom se informar para planejar bem a viagem e não perder nada da ilha. E, como sempre, a gente comete aquele errinho clássico para ajudar vocês a acertarem.
Passagens
Existem quatro voos diários de ida e quatro de volta para Noronha. As companhias aéreas que desembarcam na ilha são: Azul, Gol e Trip. Você pode procurar os melhores preços na caixa do Voopter, que fica aqui à direita. Os preços variam bastante de acordo com o período e antecedência da compra. Mas normalmente não são muito baratos.
Quando ir
Imagino que Noronha seja linda o ano todo e ensolarada também. As chuvas são raras, mas caem mais entre Março e Julho. Dezembro e Janeiro são muito badalados e caros. Para quem gosta de águas calmas, dizem que Setembro é o melhor mês. Neste período de verão, a ilha estava bem seca e a vegetação variava entre tons de marrom e cinza. No período de chuva e pós chuva, tudo fica mais verdinho.
Hospedagem
Apesar da ilha ser pequena, Noronha tem muitas opções de hospedagem. As mais econômicas são as chamadas domiciliares, que eram casas de nativos e foram reformadas para receber hóspedes. Há também as chamadas pousadas de charme e outras mais luxuosas. Como tudo em Noronha, o preço da hospedagem é bem acima dos demais destinos do Brasil. Então, a comparação de preços tem que ser sempre entre as pousadas da ilha.
Os lugares mais centrais para ficar são a Vila dos Remédios, Floresta Nova, Floresta Velha e a Vila do Trinta.
Nós ficamos e recomendamos a Beco de Noronha (Leia a review).
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Moeda Local
Como já adiantei acima, tudo em Noronha é mais caro do que em outros destinos brasileiros. Como brincou nosso guia do passeio de barco, a moeda local é o “Barão”, que vale mais do que o Euro. A cotação de 1 barão em real seria de R$ 5,00, que dá para comprar uma água de 500ml! Mas apesar de caro, o destino vale muito a pena!
Fuso horário
Ao chegar em Noronha, lembre-se de adiantar o relógio em 1h com relação ao horário normal de Brasília. Se você mora em algum destino de horário de verão, a hora permanece a mesma somente nesse período. É importante lembrar disso, principalmente, quando for observar o horário da passagem de volta que você poderá pensar que está errada por durar “bem menos” que a ida, pelo menos no relógio.
Taxas
Existem em Noronha duas taxas: a taxa de manutenção da Área de Proteção Ambiental (APA), que atualmente está custando R$ 51,40 por pessoa, por dia de estadia na ilha (noites de hospedagem).
A taxa pode ser paga pela internet aqui. Caso esqueça de pagar pela internet, terá que pegar fila na chegada do aeroporto. A taxa também pode ser pagar com cartão de crédito. Crianças menores de 5 anos não pagam taxa. E, caso se apaixone por Noronha e queira ficar mais do que o planejado, você tem que voltar ao aeroporto para pagar a taxa pelos dias a mais, caso contrário, pagará multa na saída.
A outra taxa é a do Parnanoronha (Parque Nacional Marinho). A empresa responsável é a mesma que administra a área de visita das Cataratas do Iguaçu e fez em Noronha várias benfeitorias. Essa taxa é necessária para visitar as praias do Sancho, Sueste, Praia do Leão, Baía dos Golfinhos e Atalaia, ou seja, será necessário pagar. Para brasileiros a taxa é de R$ 81,00 e estrangeiros R$ 162,00. Diferente da taxa de preservação, essa taxa vale por 10 dias. Crianças menores de 5 anos não pagam, mas precisam solicitar cartão de acesso. Ao pagar a taxa, todos recebem um cartão de acesso que será necessário para visitar essas praias (sim! você passará por uma roleta com fiscal). Caso esqueça o cartão, basta informar o CPF. O pagamento pode ser feito pelo site do Parnanoronha ou no quiosque da empresa que fica no Bosque dos Flamboyants, bem no centro da ilha.
Transporte
Para se locomover na ilha há opções para quase todos os bolsos. Há quem peça carona, que é uma pratica bem comum na ilha, apesar de não termos visto ninguém pedindo nos dias em que estivemos lá. O ônibus leva a várias partes da ilha e a tarifa é R$ 3,00, em média a espera entre um ônibus e outro é de 30 minutos. Para algumas praias, o ônibus não deixa muito perto e será preciso fazer boas caminhadas por estradas de barro (leia-se levando poeira na cara).
Os táxis levam para todas as partes da ilha, com preço de tabela, que varia de R$ 15,00 a R$ 37,00 a corrida.
Os buggys são os veículos favoritos da ilha e fazem muito sentido, pois as estradas são punks. Foi a nossa opção e no período de alta estação, conseguimos a diária de R$ 170,00. Mas poderia chegar até R$ 220,00. E segundo soube, no Rèveillon chegou a incríveis R$ 600,00!!
Acrescente mais R$ 50,00 por dia para 10 litros de gasolina, quantidade suficiente para rodar o dia. Sim! A gasolina na ilha estava custando singelos R$ 4,99. Só existe um posto de gasolina na ilha que fica um pouco antes do Porto.
Alugando o buggy (nosso cavalo branco – leia o post sobre nossa renovação de votos) por dois dias conseguimos visitar praticamente todas as praias da ilha.
As locadoras também alugam carros 4 X 4 fechados, mas pelo preço do buggy posso imaginar que sejam bem caros.
As praias
Mar de Dentro
Praia do Porto
A primeira praia do Mar de Dentro é a do Porto, de onde saem os passeios de barco. É considerado o porto mais limpo do Brasil. E é mesmo. Nadamos lá e a água é límpida. O mar é bem calminho, com poucas ondas e com snorkel dá para ver muitos tubarões, bem no rasinho. Mas não tenha medo, pois eles têm comida de sobra.
CMC (Cachorro, Meio e Conceição)
São as praias mais centrais, próximo à Vila dos Remédios e podem ser facilmente acessadas a pé se você estiver hospedado nessa região. Elas ficam ao lado direito do famoso Morro do Pico. Na praia do Cachorro, fica o famoso Bar do Cachorro, que tem forró às sextas-feiras. Na Praia do Meio tem o bar do Meio, que é super famoso e na Praia da Conceição, o bar do Duda Rei, também badalado (leia-se bem caro, mas estamos falando de Noronha). Nessa época do ano (janeiro), essas três praias estavam com bastante onda. Mas no segundo semestre as praias do Cachorro e Meio ficam mais calmas.
Já a Praia da Conceição é sempre ponto de surfistas e as ondas são de dar medo. Tentei tomar banho lá e só levei caldo! haha
Boldró, Cacimba do Padre, Baía dos Porcos e Sancho
Do lado esquerdo do Morro do Pico ficam algumas das praias mais famosas de Noronha. As Praias de Boldró e a Cacimba do Padre também são points de surfistas, com ondas de até 5 metros!! Em Boldró, na maré seca, formam-se umas piscinas naturais. A Cacimba é linda, o lugar ideal para ver bem de pertinho os Dois Irmãos. Mas não me arriscaria a entrar no mar ali não. Ficamos só nas fotos para ensaio fotográfico da renovação de votos.
A Baía dos Porcos é uma pintura feita por Deus. Para chegar lá é preciso fazer trilha pelas pedras na maré seca a partir da Cacimba do Padre. Mas do Mirante do Sancho é possível vê-la lá do alto.
A praia do Sancho foi eleita a “Mais Bonita do Mundo” pelo site Tripadvisor em 2014. Depois farei um post dedicado a ela. Do alto, a vista é de tirar o fôlego. Mas para descer, a coisa é tensa. É preciso passar pelo meio de uma rocha, que tem espessura suficiente para uma pessoa por vez, descendo várias escadinhas. Com snorkel vimos uma infinidade de sardinhas e outros peixes, bem a beira mar.
Baía dos Golfinhos
Como escrevi em outro post, as melhores chances de ver golfinhos em Noronha é fazendo o Passeio de Barco. Mas há também a opção de tentar vê-los do mirante da Baía dos Golfinhos. O acesso ao mirante é feito com trilha de 1km a partir do estacionamento da Praia do Sancho. Para quem quiser tentar o mirante, o ideal é ir pela manhã bem cedo, às 5h da matina para observar o trabalho da equipe do Golfinho Rotador, que é a única autorizada a visitar a baía. De acordo com as informações do site deles, de segunda-feira a sábado, das 5h30min até uma hora após a saída do último golfinho. Saiba mais sobre o trabalho no site do projeto: http://www.golfinhorotador.org.br/
A praia em si não pode ser visitada por turistas.
Mar de Fora
Baía do Sueste
A Praia do Sueste é uma das melhores para snorkel. Lá vimos por conta própria tubarões, tartarugas, muitos peixes e corais. O visual da praia também é muito bonito. Mas só para banho sem snorkel não achei muito legal, pois tem muitas algas.
Praia do Leão
A 1km do Sueste fica a Praia do Leão, que foi a minha queridinha. Difícil explicar como me encantei com a beleza dessa praia, que é deserta e não tem nenhuma estrutura. Leve sua canga e água. O banho foi um dos melhores, com ondas bem fraquinhas. A água é cristalina e também dá pra ver peixinhos até sem snorkel.
Praia da Atalaia
Esta praia, que também é uma das melhores para snorkel, ficou de fora do nosso roteiro porque cometemos o erro de não agendar com antecedência. Sim, para visitar a Atalaia é preciso agendar no ICMBio, que fica em frente ao Projeto Tamar. O problema é que não é possível agendar pela internet e o agendamento mínimo é com 10 dias. Quando fomos procurar só tinha para dois dias depois a trilha curta, que é possível ir por conta própria. Para fazer a trilha longa é preciso ter o guia já na hora do cadastro. E o passeio custa em média R$ 100,00 por pessoa. Se quiser garantir, a trilha longa pode ser agendada junto a sua pousada com antecedência. Fica para outra vez.
Importante: Antes de visitar as praias, alugue máscara com snorkel (R$ 10,00) e colete (R$5,00) e se quiser, nadadeiras. Com estes, você pode ficar até o final do dia (a loja em que alugamos fechava às 21h). O colete é obrigatório para mergulhar na praia do Sueste, por exemplo, e lá custa mais caro (R$ 6,00) e tem que devolver na saída. Existem na ilha várias locadoras de equipamentos. Nós sempre alugávamos na loja que fica na Alameda das Acácias que era a rua da nossa pousada.
Todas essas praias nós visitamos por conta própria com o buggy, mas podem ser visitadas com o Ilha Tour, que é um dos passeios mais populares na ilha e sai em média por R$ 130,00 por pessoa, o dia todo. Nós optamos por não fazer para ficarmos mais livres para escolher aonde ir e o tempo para ficar em cada lugar.
O passeio de barco, no entanto, acho imperdível, especialmente para ver os golfinhos e a ilha a partir do mar. Como já disse, escrevi um post só contando os detalhes desse passeio (leia aqui). Também tem o mergulho com cilindro, que optamos por não fazer.
O que ver mais
Além das praias, é legal fazer um passeio na Vila dos Remédios que é o centrinho histórico da ilha; visitar o Forte dos Remédios; a capela de São Pedro e o Air France, que fica ao lado e tem uma vista linda. Quem quiser também pode assistir as palestras diárias do Projeto Tamar, que não tivemos tempo de fazer, mas imagino que sejam bem interessantes. As palestras são realizadas todos os dias, às 20h, na sede do Projeto e é uma das poucas coisas gratuitas em Noronha. 🙂
Para comer
Se tudo em Noronha é caro, os restaurantes não seriam diferentes. Mas pelo menos come-se muito bem e o nível da gastronomia local é bem alto. Se quiser economizar, há duas opções de self-service. O Flamboyants e o Empório São Miguel e o kg sai por pouco mais de R$ 50,00.
Para jantares a la carte, fomos ao Cacimba do Padre, que é um bistrô bem famoso, inclusive o chef de lá apareceu dia desses no programa Estrelas, mas apesar do lugar ser bem charmosinho e atendimento ótimo, achei a comida muito boa, mas nada sensacional. Os que mais gostamos foram o Xica da Silva, que é muito bom, e o restaurante da pousada Triboju, nossa escolha para comemorar a renovação de votos e meu aniversário e foi o melhor que visitamos em Noronha na minha opinião. Ambiente, atendimento e comida maravilhosos.
Na praia da Cacimba, comemos um peixinho frito na folha da bananeira muito gostoso na Barraca das Gêmeas. Simples, mas uma delícia.
A minha única decepção gastronômica ficou justamente por conta da pousada mais badalada, a Maravilha. Primeiro é preciso fazer reserva, mas só quando chegamos lá, no horário combinado avisaram que não hóspedes não poderiam sentar do lado de fora com vista (e fomos lá principalmente pela vista, que é incrível), o atendimento foi demorado (esperamos 1h pelo prato), e a comida sinceramente não tinha absolutamente nada de mais, estava até sem gosto. Uma pena, pois tinha muita expectativa. E olha, essa foi a brincadeira mais cara da ilha, pois o cardápio de lá é bem salgado até para os padrões noronhenses. Pode ter sido falta de sorte, mas sinceramente não recomendo.
Pôr do sol
Em Noronha todos os dias você tem um compromisso no final da tarde para apreciar o pôr do sol. Mas escolha cada dia um lugar diferente. Os melhores lugares são o Forte dos Remédios, menos gente e vista para o Morro do Pico e os Dois Irmãos; o Forte Boldró, um dos mais concorridos e tem vista mais próxima dos Dois Irmãos; a Praia do Cacimba é de onde se vêem os Dois Irmãos de pertinho e o sol se pôr no mar e têm também a capela de São Pedro, de onde é possível ver o Morro do Pico e nesse horário tem celebração.
Para a noite
Quando viajamos, nós priorizamos sempre os passeios de dia e não somos muito de sair à noite. Mas em Noronha tem basicamente duas opções de “baladas”, o forró do Bar do Cachorro na sexta e o reggae da pizzaria Muzenza no sábado. Nós chegamos a ir na sexta para o Bar do Cachorro, mas o forró começa muito tarde, às 23h e como apesar de nordestinos não dançamos nadinha de forró, desistimos. Já para o reggae, chegamos na hora certa, 23h e curtimos bastante. A entrada é R$ 20,00 e o público é bem misturado entre ilhéus e turistas.
A tal pizzaria fica ao lado da igreja da Vila dos Remédios e tem programação musical praticamente todo dia, mas o dia que “bomba” mesmo é o sábado.
Nós ficamos 3 noites e 4 dias em Noronha, deu para conhecer bastante coisa, mas não tudo. Mais motivos para voltar. Da próxima quero ficar pelo menos umas 5 noites. Mas dessa vez, vou tentar ir num período que não seja altíssima estação para a grana render mais. Quem sabe um Setembro desses para comemorar o aniversário de Fred. 🙂