Das coisas que deveríamos aprender na escola, mas só descobrimos viajando: a Bolívia tem duas capitais. Uma constitucional, que é Sucre, e uma administrativa, que é onde o presidente vive e trabalha, que é La Paz, e é só esta que normalmente vemos nos mapas e decoramos o nome na época da escola. O fato é que, por ser a capital desde a criação da República da Bolívia, Sucre conserva um belíssimo centro histórico, que desde 1991 é Patrimônio Mundial da UNESCO. Boa parte das construções tem a cor branca, o que também lhe rendeu o título de “La ciudad blanca”. Sucre é, na minha opinião, a cidade mais charmosa do país e reúne importantes atrativos turísticos. Vale a pena reservar pelo menos dois dias inteiros para conhecê-la. Veja o que fazer na cidade:

Suprema Corte de Justiça
Suprema Corte de Justiça

Casa de la Libertad

Um dos museus mais importantes da Bolívia. Foi lá que foi a República foi fundada por Simón Bolívar, em 1822, e também onde foi escrita a Constituição Boliviana. Durante a visita guiada, toda esta história é contada de forma muito interessante. O museu guarda peças e documentos importantes não só para a história do país quanto da América do Sul.

Casa de La Libertad: sala onde foi proclamada a República da Bolívia
Casa de La Libertad: sala onde foi proclamada a República da Bolívia

Entrada: 15 bolivianos.

Endereço: Plaza 25 de Mayo No.11

Horário: Segunda a sexta, das 09 às 12h30 e das 14h30 às 18h. Sábados e domingos, das 09h30 às 12h30.

http://www.casadelalibertad.org.bo/

Plaza 25 de Mayo

Catedral de Sucre
Catedral de Sucre
Prédio da Prefeitura de Sucre
Prédio da Prefeitura de Sucre

A Casa de La Libertad fica na Plaza 25 de Mayo, que é a principal da cidade. Aí também estão os prédios da Prefeitura de Sucre e a Catedral Metropolitana, uma construção de 1551, que mescla os estilos renascentistas e barroco. A catedral só está aberta à visita nos domingos, das 9h às 10h.

Parque Bolívar

Parque infantil ao lado do Parque Bolívar
Parque infantil ao lado do Parque Bolívar

No centro histórico da cidade também se encontra o belíssimo parque Simón Bolívar, uma grande área arborizada e muito frequentado pelos locais para descansar, lanchar e praticar atividades físicas. Em volta do parque há muitas barraquinhas de alimentos e artesanatos. Ao lado do Simón Bolívar também há um parque infantil com vários brinquedos com o tema dinossauros, já que na região de Sucre foram encontradas várias pegadas fossilizadas de dinossauros. O parque é super organizado e bem conservado, vale muito a visita para quem viaja com crianças.

Em frente ao Parque Bolívar está também a sede da Suprema Corte de Justiça da Bolívia, que é atualmente o único dos 3 poderes que continua com a sede em Sucre.

Recoleta

Recoleta
Recoleta

Na parte alta de Sucre, na Recoleta, estão o Museu de Arte Indígena e o Museu La Recoleta, além de um mirante para a cidade. O museu de Arte Indígena, apesar de não ter um tour guiado, é auto explicativo e é bem interessante para aprender um pouco mais sobre o processo de fabricação de artesanato indígena, especialmente têxtil e entender que por trás de cada desenho há muito significado. Já o Museu Recoleta trata-se de um Convento Franciscano, que fuciona desde 1601, mas o prédio também já funcionou como quartel e prisão e guarda muita história da cidade e do país.

Museu de Arte Indígena
Museu de Arte Indígena
Museu La Recoleta
Museu La Recoleta
Mirante da Recoleta
Mirante da Recoleta

No mirante tem um restaurante, que é bem turístico, incluindo os preços. Mas vale a pena tomar um vinhozinho e uma cerveja enquanto aprecia a vista. 🙂

Museu de Arte Indígena

Entrada: 22 bolivianos

Endereço: Pasaje Iturricha, 314

Horário: Segunda a sábado, das 8h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h

Museu La Recoleta

Entrada: 15 bolivianos

Endereço: Polanco, 162

Horário: Segunda a sábado, das 08h30 às 11h30, das 14h30 às 17h30 e domingos, das 15h às 17h30

Castillo de La Glorieta

No entorno da cidade, a cerca de 5km do centro, fica o Castillo de la Glorieta. Um castelo do século 19, construído em estilo eclético, propriedade de Don Francisco de Argandoña e Dona Clotilde Urioste de Argandoña. Don Francisco recebeu do Papa León XIII o título de Príncipe de La Glorieta.

Para chegar ao Castelo é possível pegar um ônibus de linha número 4, na Av. Hernando Siles, por trás do mercado no centro de Sucre. A visita, no entanto, não considero muito interessante, pois dentro do Castelo há pouquíssimos móveis e peças e a maior parte dos cômodos estão vazios. A visita também não é guiada.

Entrada: 10 bolivianos

Horários: de terça a domingo, das 09h às 16h30

Endereço: San Alberto,  413

Parque Cretácico

Como já tinha adiantado acima, na região de Sucre foram encontrados fósseis e pegadas de dinossauros. São mais de 5.055 pegadas de pelo menos 8 espécies, que podem ser vistas em uma visita ao Parque Cretácico, que fica a poucos minutos do Centro de Sucre de ônibus ou carro. Da cidade saem tours todos os dias para o parque. Também é possível pegar um ônibus na Plaza 25 de Mayo, em frente a Catedral. No Parque, além das pegadas, há um pequeno museu e restaurante.

Entrada: 30 bolivianos

Horários: de segunda a sexta, das 09h às 17h. Sábados, das 10h às 20h e domingos e feriados, das 10h às 17h. Tour para visitar as pegadas, das 12h às 13h. É preciso usar sapato fechado e plano.

Endereço: Estrada de Cachabamba, Sucre

Igrejas e Mercado

Igreja São Francisco
Igreja São Francisco

Em Sucre há muitas igrejas belíssimas e que merecem ser visitadas. Há pelo menos 16 delas no centro da Cidade. Ao lado da Igreja São Francisco existem arcos que lembram os Arcos da Lapa, no Rio. Por trás desta igreja está o Mercado Central da cidade, onde é possível encontrar de tudo, de alimentos a roupas e artesanatos.

Ruas de Sucre
Ruas de Sucre

Bom saber:

Sucre está a 2. 710 metros de altitude, sendo uma das cidades mais altas da América do Sul, por isso, o clima é normalmente frio (média de 18 graus), e é possível que se sintam alguns sintomas de Soroche.  No post, Mochilão na Bolívia: 10 coisas que você precisa saber antes de ir, dei umas dicas de como evitar o mal de altitude. O período de chuvas vai de novembro a fevereiro.

Como chegar:

Para quem vem de Santa Cruz é possível chegar a Sucre de ônibus, mas em uma longa viagem noturna de 16 horas, por uma estrada perigosa. Por isso, recomendo ir de avião. A viagem dura apenas 30 minutos e comprando com antecedência custa em torno de R$ 100 pela Boliviana de Aviación (Boa).  Saindo de Potosí, a viagem de ônibus é mais tranquila, dura em torno de 3h e custa 20 bolivianos.

Onde se hospedar:

O ideal em Sucre é se hospedar no Centro, próximo a Plaza 25 de Mayo. Nós nos hospedamos na calle Grau, na Casa Solariega, um hostel que funciona em um bonito casarão antigo. Gostamos bastante da atenção dos funcionários, o café da manhã era satisfatório e o quarto confortável. O hostel fica bem próximo da praça principal, de restaurantes, bares, mercadinhos e principais atrações turísticas.

Como se locomover:

O centro histórico da cidade é possível conhecer facilmente a pé. As atrações mais distantes ficam na Recoleta, mas que é possível também chegar a pé. Para lugares mais distantes, como o Castillo de la Glorieta e a rodoviária há opções de micro por 1,50 bolivianos ou táxis, que também são muito baratos. Como não existe taxímetro, combine sempre o preço da corrida antes.


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