Muita gente acha que no Brasil não tem vulcão, mas tem sim. Todos extintos, claro. Mas o único vulcão extinto do Brasil que mantém a forma original fica no estado do Rio Grande do Norte. O Pico do Cabugi fica a 141 km de Natal e pertence ao município de Angicos. Aproveitamos que a última sexta-feira (3) foi feriado aqui no RN, e decidimos organizar uma pequena expedição com alguns familiares para subir o Pico, o que há muito tempo já estava na nossa lista. Veja como foi:
Para escalar o Pico do Cabugi, o ideal é que a subida seja feita antes do sol nascer ou próximo ao por do sol para evitar o sol escaldante do sertão. Para quem opta por fazer a escalada ao amanhecer, o ideal é dormir a noite anterior no município de Lajes, que fica vizinho a Angicos, mas que é mais próximo ao Pico. Quem quiser fazer no final da tarde, também pode acampar no alto do Pico e ver o amanhecer, mas isso exige mais preparo e mais estrutura.
Nós fizemos a primeira opção e dormimos na noite anterior em Lajes. A viagem entre Natal e Lajes, dura em torno de 2h30, é tranquila e é praticamente toda pela BR 304, que está em boas condições.
Escolhemos a Pousada Cabugi, que fica no centro da cidadezinha, para passar a noite. A estrutura é simples, como qualquer pousada de interior pequeno, mas tudo muito limpo, os quartos com banheiro privativo, tv, ar condicionado e wi-fi. Também fica próxima a farmácia, mercadinho, lanchonetes e restaurantes.
Para escalar o Pico do Cabugi é fundamental contratar os serviços de trilheiros. Pois, a subida pode ser arriscada se não forem seguidos os caminhos corretos e não forem tomados os devidos cuidados, inclusive, já houve vítimas fatais no lugar.
Nós contratamos o grupo Trilheiros da Caatinga e nos surpreendemos com o serviço. Nos acompanharam não apenas um trilheiro, mas quatro para um grupo de sete pessoas. Os trilheiros são todos da região, são bem preparados, com muito conhecimento para passar (alguns são formados em geografia, outros estudantes) e nos passaram uma série de instruções e sempre tomavam os maiores cuidados para que nenhum acidente nos acontecesse. E como eles eram vários, não tinha problema se alguém cansasse, pois sempre tinha um trilheiro para acompanhar. O que foi o meu caso, várias vezes.
Lá de baixo, o Pico do Cabugi parece um desafio muito fácil. Mas basta começar a trilha para perceber que não é bem assim. O pico tem 590 metros de altitude e a trilha cerca de 2,5 km. A subida é feita em média de 2h de duração e o mesmo tempo para a descida, que ao contrário do normal, não é mais fácil.
Toda a subida é bem íngreme. E a segunda parte é bem mais difícil, pois é preciso equilibrar-se em meio a rochas soltas e é aí que está o perigo da trilha ser feita sem a orientação de trilheiros.
Para fazer a trilha é preciso ter mais de 18 anos ou 16 anos, acompanhado dos responsáveis, e algum preparo. Eu, por exemplo, subi o primeiro trecho com dificuldade, sentindo falta de ar (o que me acontece com frequência! hehe).
Mas a sensação de chegar lá no alto é maravilhosa e a vista muito bonita. Para quem tem a oportunidade de ver o nascer do sol ou o por do sol lá do alto, então, deve ser ainda melhor. Nós chegamos um pouco atrasados e vimos o amanhecer na estrada e, mesmo assim, estava lindo.
Lá embaixo, na base do Pico, tem um restaurante-bar para tomar uma água de coco ou uma cervejinha como recompensa, após a subida.
Para a escalada não esqueça de levar muita água, caprichar no protetor solar, usar roupas leves e que cubram todo o corpo, boné, frutas e barras de cereal para comer durante a trilha.
Serviços:
Pousada Cabugi
Praça Mosenhor Vicente
Tel: (84) 3532-2140
Trilheiros da Caatinga
http://trilheirosdacaatinga.blogspot.com.br/
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