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San Pedro de Atacama (Chile): quando ir, como chegar, onde se hospedar e como escolher os passeios

San Pedro de Atacama é a base para quem quer conhecer o Deserto do Atacama, no Chile. A cidade fica no Norte do país, próximo à fronteira com a Bolívia. Um óasis no meio do deserto mais árido e mais alto do Mundo. A 2.400 m de altitude, San Pedro vive do turismo e é uma cidade preparada para isto. À primeira vista, parece uma cidade cenográfica, com chão de terra batida, casas brancas ou cor de barro com janelas e portas em amarelo, azul ou branco. Mas em San Pedro há várias opções de hospedagem, de hotéis luxuosos a hostels; bons restaurantes; muitas lojas e agências de turismo, que oferecem excursões para o deserto e lagunas altiplánicas.

San Pedro de Atacama

Quando ir

Por ser o deserto mais árido do Mundo, o Atacama, em geral, tem temperaturas elevadas e poucas chuvas. Nós, no entanto, enfretamos as maiores chuvas do últimos 50 anos, provocadas pelo fenômeno El Niño e que causaram inundações em toda região.

As épocas mais indicadas para visitar o Atacama são primavera (entre setembro e novembro) e no outono (entre março e maio), que têm temperaturas mais amenas. Lembrando que, como todo deserto, a temperatura cai bastante à noite. Muitos dos passeios que saem de San Pedro também são para regiões altas e mais distantes, onde faz muito frio. É preciso estar preparado (com roupas apropriadas) para as mudanças de temperatura.

Como chegar

Quem sai de Santiago pode pegar um voo até o Aeroporto de Calama, a 102 km de San Pedro. De Calama a San Pedro são 3h de carro ou ônibus. Há vários horários e empresas de ônibus que fazem o trajeto entre as duas cidades. Em Calama, não é necessário passar nenhuma noite, pois não é uma cidade com atrativos turísticos.

Quem vem da Bolívia pode fazer uma casadinha do tour de 3 dias do Salar de Uyuni com o Deserto do Atacama. Para isto, basta informar à agência com a qual irá fazer o tour pelo Salar que deseja fazer o transfer até San Pedro. Da fronteira da Bolívia até San Pedro são apenas 30 minutos e é preciso passar pela imigração dos dois países. Do lado boliviano, os políciais são bastante corruptos e algumas vezes cobram propina para quem deixa o país, alegando ser uma taxa.

Onde se hospedar

San Pedro é uma cidade pequena. Então, não é difícil encontrar hospedagens bem localizadas. A maior parte dos hotéis e hostels ficam próximos das ruas Caracoles e Toconao. Já os hotéis mais luxuosos ficam um pouco mais afastados do centro, com vistas para as montanhas e deserto. A cidade como um todo tem um custo muito alto e encontrar hospedagens com bons preços não é tarefa fácil. Nós nos hospedamos na Villa Los Algarrobos, uns 10 minutos de caminhada da Caracoles, no Hostal Casa Huéspedes Turipite, que recomendo muito, pois tem um ótimo custo benefício.

Caracoles
Toconao
Nosso quarto no Hostal Casa Huéspedes Turipite

A maioria dos hotéis e hostels alugam bicicletas para quem quer percorrer distâncias maiores pela cidade, como o Valle de la Luna e de la Muerte.

O que fazer e que passeios contratar

Na cidade, em si, há pouco o que ver: a Igreja de San Pedro, de 1641; o Museu de Arqueologia Gustavo Le Paige; o Museu do Meteorito e o Centro de Artesanato.

Praça Central. Pelas ruas de San Pedro há muitos cachorros soltos
A Igreja de San Pedro estava passando por uma restauração
Museu de Arqueologia Gustavo Le Paige

Já no entorno, há muito o que ver e opções de passeios para vários dias. No centro de San Pedro há muitas agências que oferecem praticamente os mesmos passeios e todos os dias. Não é preciso reservar com muita antecedência, mas vale fazer a pesquisa e pechinchar. Os preços dos cartazes e panfletos nunca são os preços finais. Alguns passeios saem pela manhã, outros à tarde e alguns duram o dia todo. Dependendo da combinação, dá até para fazer dois passeios em um dia.

Centro de Artesanato

Veja quais são os passeios oferecidos pela maioria das agências:

Valle de la Luna e de la Muerte

O mais famoso e imperdível deles. Geralmente sai no final da tarde, por volta das 15h ou 16h. Custo em torno de 10 mil CLP + 2 mil de entrada. Também é possível fazer por conta própria, indo de bicicleta, nesse caso, paga-se apenas a entrada do Valle de la Luna.

Leia também:

Deserto do Atacama: Valles de la Luna e de La Muerte

Valle de la Luna

Geyser del Tatio

Um campo geotérmico de origem vulcânica, com piscinas termais e gêiseres que jorram água e vapor entre as 6h e 8h. Por isso, este passeio sai muito cedo, por volta das 04h30, e faz muito frio, pois chega-se a 4.200 m de altitude. O passeio tem duração de uma manhã e custa em torno de 20 mil CLP, com café da manhã + 5 mil CLP de entrada.

Lagunas Altiplánicas e Salar de Atacama

Junto com o Valle de la Luna e Geyser del Tatio, é um dos passeios mais famosos no Atacama. É um passeio feito em uma manhã, entre 06h30 e 14h30. Inclui o Salar de Atacama com as lagunas, visita aos povoados típico de Socaire e Toconao e ao mirante Valle de Jérez. O preço médio é de 30 mil CLP, com café da manhã + 5 mil CLP de entrada.

Laguna Cejar

Famosa por ter uma alta concentração de sal, o que permite flutuar na água. Nos arredores ficam os Ojos del Salar, pequenos poços de água doce e a Laguna Tebinquiche, caracterizada por diferentes formações de sal. O passeio para Laguna Cejar, Ojos del Salar e Tebinquiche, normalmente sai à tarde, por volta das 15h ou 16h e retorna à noite. O preço médio é de 15 mil CPL + 4 mil CLP de entrada.

Outros passeios oferecidos são Valle del Arco-Íris; Salar de Talar, Piedras Rojas e Tuyacto; Salar de Tara e Monjes de La Pacana, Termas de Puritama e o Tour Astronômico.

Os preços, em geral, são bem salgados para mochileiros. Por isso, alguns optam por alugar bicicleta e fazer alguns passeios por conta própria, como o Valle de La Luna (16 km), Valle de la Muerte (3km) Pukara Quitor (3km), Aldeia de Tulor (11 km), Laguna Cejar (18 km).

Ruas enlameadas depois do temporal

Nós fizemos o passeio do Valle de la Luna e de La Muerte com a Latchir Expediciones, agência que fica na Caracoles e gostamos muito do serviço oferecido: ônibus confortável e guia bem preparado. Esse foi o único passeio que conseguimos fazer, pois como disse acima, enfretamos a maior chuva dos últimos 50 anos e, por isso, nossa estadia na cidade foi prejudicada. Vários pontos de visitação estavam fechados, passeios foram cancelados. Também em um dos dias caiu o sinal de internet e telefone em toda cidade. E o Corpo de Bombeiros teve que fazer vários resgates de pessoas que ficaram em áreas isoladas.