Já contei para vocês algumas vezes que sou praticante de yoga e meditação. Quando estou viajando é difícil manter a prática regular. Mas, em vários lugares, passada a euforia de fazer as primeiras fotos, dedico alguns instantes à meditação ou, simplesmente, para agradecer por estar ali, desfrutando daquele presente da natureza. Neste post, compartilho alguns lugares incríveis pelo mundo para sentar e meditar.
Nesta quarta-feira (9) completou 1 ano que partirmos para a nossa Volta ao Mundo. Mas como só colocamos os pés fora do Brasil no dia 10, pois nosso voo foi noturno, é essa a data que consideramos e queremos comemorar. Daqui a três dias fará 5 meses que voltamos. E além de trabalhar muito nesses últimos meses, tenho refletido sobre tudo o que aconteceu e até colocado alguma coisa no papel, mas isso só poderei contar mais para frente.
A Volta ao Mundo era de longe o nosso sonho mais audacioso e conseguimos realizar. E quando você realiza o seu maior sonho é preciso ser grato e retribuir aquilo que a vida te deu. Nunca foi nada combinado, mas geralmente quem faz a Volta ao Mundo toma para si uma “missão” de ajudar outras pessoas que sonhem em fazer o mesmo. Nós, por exemplo, recebemos muita ajuda e incentivo da Fernanda Souza do Preciso Viajar, do Guilherme Tetamanti do Viajando com Eles, do Gustavo Azeredo, que apesar de não ser blogueiro é um viajante profissional, e de várias outras pessoas.
Agora, temos dado nossa contribuição, não só para quem pretende fazer a Volta ao Mundo, mas para quem pretende viajar para os países que estivemos. E, claro, sempre acabo puxando sardinha para os lugares pelos quais me apaixonei, por exemplo, Myanmar.
Para marcar essa data, quero dividir aqui 7 reflexões que transformei em “conselhos” para quem sonha em fazer a Volta ao Mundo.
Vamos a eles:
1- Não é um sonho impossível
No primeiro momento eu também achei que era e foi a Fernanda Souza quem abriu meus olhos, me mostrando que a Volta ao Mundo era, sim, um sonho possível e viável financeiramente. Na época em que eu e Fred decidimos, já éramos casados há 3 anos, tínhamos nosso apartamento próprio, empresa e empregos. As pessoas acham que esse tipo de viagem é só para quem está insatisfeito com a vida ou para quem tem muito dinheiro e pode dar-se o luxo de viajar por muito tempo. Mas não é. É para quem sonha com isso e quer realizá-lo. E isso tem que ser verdadeiro e não apenas porque soube de algumas pessoas que fizeram e acha que seria legal fazer o mesmo. Antes de decidir, reflita se é isso mesmo que você quer, depois corra atrás e realize.
2- Economize antes, durante e depois
Todo mundo pensa que viajar pelo mundo implica em ter muito dinheiro. A verdade é que em 7 meses de viagem gastamos apenas o dobro do que gastamos em nossa festa de casamento de um dia e que foi realizada há 4 anos, sem muita pompa. O que você precisa mesmo ao decidir fazer a Volta ao Mundo é economizar, antes, para juntar a grana necessária, durante, para aproveitar ao máximo a viagem, do ponto de vista das experiências e, depois, para não ter que ficar sem viajar por muito tempo, pois depois que cria-se o hábito de estar sempre viajando, a abstinência pode ser muito difícil. Essa é uma das partes mais difíceis para muitas pessoas, mas é uma das coisas que mais nos ensina durante a viagem: viver melhor com menos.
3 – Escolha destinos mais econômicos e mais distantes
Esse conselho muita gente me deu, mas eu simplesmente não ouvi. Mas é preciso entender que a Volta ao Mundo não será a única viagem da sua vida, então, não precisa escolher de uma vez todos os países que você sempre sonhou em conhecer. Escolha os destinos mais econômicos para poder aproveitar mais e os mais distantes para não perder a oportunidade de viajar com tempo para conhecê-los bem.
Assim, nós poderíamos facilmente ter cortado do nosso roteiro Europa e Estados Unidos, pois além de mais caros, são mais próximos e sempre há promoções de passagens aéreas. Não me arrependo dessa escolha, mas se fosse planejar novamente a viagem, escolheria passar esses 3 meses ou na América do Sul e África ou ficar mais tempo na Ásia.
4 – Menos é mais
Esse ponto serve para muita coisa. Escolha menos lugares e passe mais tempo neles. A melhor parte da nossa viagem foi no Sudeste Asiático, pois tínhamos mais tempo em cada lugar e poderíamos aproveitar cada um deles melhor. A Europa, por exemplo, acabou sendo mais desgastante, pois estávamos sempre indo de um lugar para o outro e, às vezes, visitávamos duas cidades por dia.
Leve menos bagagem e viaje mais leve. Levamos 13 kg cada um, 10 kg na mochila maior e 3 kg em uma menor, com computadores e outros acessórios eletrônicos. Mas acredita que ainda assim muito do que levamos não usamos? Além disso, no caminho fomos perdendo várias coisas e que sequer nos dávamos conta. Ou seja, é possível viajar com bem menos bagagem e, assim, ser mais ágil nos dias de mudança, além de tornar tudo menos cansativo. Viajar com uma bagagem pequena de até 10 kg permite, por exemplo, voar nas companhias de low cost sem pagar bagagem extra, que muitas vezes, saem o preço da passagem.
Planeje menos e tenha mais surpresas. Todo mundo pergunta como fizemos para planejar sete meses de viagem. Mas a verdade é que nós só planejamos os destinos que queríamos ir e não o que iríamos fazer em cada um deles. Até a hospedagem, fazíamos a reserva ou no dia anterior ou procurávamos um lugar quando chegávamos ao destino. Sem roteiro definido, muitas coisas boas aconteceram. Port Barton, que é o nosso lugar no mundo, só conhecemos porque não tínhamos planos algum.
5- Experimente
Eu passei o primeiro mês de viagem comendo spaguetti porque tinha receio de provar a comida asiática (frescura, eu sei). E depois que comi meu primeiro pad thai é que vi o que eu estava perdendo. Então, não tenha medo, experimente sempre. É assim que você terá um verdadeiro contato com as culturas que está conhecendo. E isso não serve só para comida.
6 – Faça amigos
Eu costumo dizer que dos lugares tenho fotos para mostrar e das pessoas histórias para contar. Aproveite sua viagem e faça amigos, locais ou viajantes, esteja sempre aberto para conhecer novas pessoas, novos modos de ver e viver a vida. Pode acreditar, muitas dessas pessoas vão se tornar grandes amigos e você poderá manter contato pós viagem.
7- Esteja aberto as mudanças
Pode parecer óbvio dizer isso para quem pretende fazer a Volta ao Mundo, mas na prática, estar aberto a mudança não é fácil. É preciso tentar conhecer as pessoas, lugares e culturas sem fazer julgamento e aprender um pouco com cada um. Uma vez perguntei a uma australiana o que ela tinha achado de Myanmar e ela resumiu sua experiência, dizendo que a comida era ruim. Mas Myanmar tem um dos povos mais cordiais que já conheci, uma das culturas mais únicas e preservadas e alguns dos lugares mais bonitos do Sudeste Asiático, mas só consegue enxergar isso quem está aberto as mudanças e aprendizados. E acredite: a Volta ao Mundo irá te mudar para sempre desde o dia em que você tomar a decisão de partir.
Uma viagem bem planejada pode evitar muita dor de cabeça. Mas tenho que admitir, as melhores surpresas de uma viagem acontecem quando estamos livres para o acaso. Foi assim, que fomos parar em Port Barton, nas Filipinas. O nosso lugar no Mundo.
Na nossa viagem de Volta ao Mundo, planejamos os países que queríamos conhecer e algumas cidades, mas era impossível definir o roteiro de 219 dias. E essa era a melhor parte da viagem, não saber o que aconteceria no dia seguinte, na verdade, nem mesmo o que aconteceria naquele dia. Continue reading Port Barton (Filipinas): nosso lugar no Mundo
Uma pergunta é inevitável para quem faz a Volta ao Mundo: – do que você mais gostou? Eleger um lugar ou um momento em uma viagem longa e marcante como essa é praticamente impossível. Mas nos lançamos um desafio e resolvemos escolher os 10 momentos mais marcantes de nossa Volta ao Mundo.
A escolha não foi fácil e, claro, muitos momentos importantes ficaram de fora. Mas dá para ter uma ideia do que foi a viagem e dos textos que publicarei no decorrer dos próximos meses.
Os fatos estão por ordem cronológica e não de importância, pois escolher entre os dez já seria demais para nosso coraçãozinho.