Ilha de Chiloé (Chile): como chegar, onde ficar e o que fazer em 4 dias

Chiloé foi uma grata surpresa em nossa viagem para o Chile. O lugar ainda não faz parte do roteiro da maioria dos brasileiros que viaja ao país. Mas, acredito, que não vai demorar para isso mudar. A Ilha foi escolhida para as gravações no exterior da supersérie global “Os Dias Eram Assim”, que está no ar agora, e talvez este seja o empurrãozinho que faltava para os turistas brasileiros descobrirem de vez a Ilha de Chiloé, que parece mesmo cenário de filme ou novela.

Vista do ferry na chegada em Chiloé
Vista do ferry na chegada em Chiloé

A natureza foi generosa com Chiloé que é, na verdade, um arquipélago com mais de 30 ilhas, no mar do Pacífico sul do Chile, ao Norte da Patagônia. Além das praias e ilhas, Chiloé tem montanhas, lagos, fiordes e muitos animais, como leões marinhos, pinguins (entre setembro e março), gaivotas (na língua indígena Chiloé significa “lugar de gaivotas”), patos, cisnes de pescoço negro, flamingos, golfinhos e até baleias aparecem por lá, em algumas épocas do ano. E muuitas ovelhas, vacas e outros animais de pasto nos campos, que são muito verdes, devido ao clima úmido e chuvoso em boa parte do ano. Por tudo isso, as paisagens de Chiloé me lembraram demais a Irlanda.   

Ovelhas, pastando nos campos de Chiloé
Ovelhas, pastando nos campos de Chiloé

Mas o homem também fez a sua parte para deixar a ilha mais encantadora. Chiloé tem dezenas de igrejas construídas durante as missões jesuíticas, entre os séculos 17 e 18 e pelos franciscanos, no século 19, sendo que  16 delas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco, no ano 2000.

Igreja de Tenaún, Chiloé
Igreja de Tenaún, Chiloé

As igrejas têm uma arquitetura muito peculiar, que alia os conhecimentos em construção, da época, dos europeus e dos indígenas da ilha, que por não conhecerem o metal, construíam encaixando as madeiras, sem precisar usar prego. Esses pedaços de madeira, chamados de tejuelas, são usados nas fachadas e nos tetos (que parece telhas ou, para mim, escamas de peixe) e protegem as construções da umidade. A madeira utilizada nas igrejas mais antigas, o alerce, também é bem resistente a umidade e ajudou a preservar as construções. No entanto, hoje em dia, está proibido o uso desta madeira, devido a ameaça de extinção da espécie.   

As casas da ilha, chamadas de casas chilotas, ainda são construídas em madeira, no mesmo estilo das igrejas, e a maioria são bem coloridas. Parecem ter saído de um livro infantil. <3

Chiloé é também cheia de mistérios e lendas, talvez pela influência indígena, ou por ser uma ilha de pescadores.

Chiloé
Chiloé

Mas os meus últimos argumentos para convencer vocês a irem de vez para Chiloé são: o custo da ilha é mais baixo do que o de outros destinos mais turísticos do Chile e o povo chilota me pareceu bem genuíno e gentil.

Convencidos? Agora, vou ajudá-los a planejar a viagem para lá com as dicas de como chegar, onde ficar, custos e nosso roteiro de 4 dias.

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Como chegar

Chiloé, administrativamente faz parte da região dos Lagos, a mesma de Puerto Montt e Puerto Varas, por exemplo. Por que falei que tinha sido uma surpresa na nossa viagem? Porque inicialmente a nossa ideia era conhecer os lagos andinos do lado chileno e, depois, o lado argentino, indo até Bariloche, Villa La Angostura, San Martín de los Andes. Só que como alugamos o carro em Santiago para descer até os lagos, o custo do seguro para cruzar para Argentina era de $ 159.000 por 25 dias e $ 199.000 por 60 dias, o que dobraria o custo da nossa viagem. Então, resolvemos focar a nossa viagem no Chile e escolhemos quase de última hora Chiloé. E acho que foi uma ótima decisão.

Estrada em Chiloé
Estrada em Chiloé

Por ser uma ilha, Chiloé tem várias possibilidades de chegada de barco. Mas o porto principal para quem vem da região dos Lagos ou de Santiago fica em Pargua, no final da Ruta 5 no continente (o final mesmo fica na ilha). No nosso roteiro de 10 dias de carro pelo Chile, nós encaixamos Chiloé entre Pucón e Puerto Varas.  

O ferry de Pargua até Chacao leva em torno de 30 minutos e custa  $ 12.200 (maio/2017) pelo carro, o trecho. A paisagem vista do barco é muito bonita, prepare a câmera. Do lado do continente, podemos ver a Cordilheira dos Andes e do lado da ilha, as praias, montanhas, faróis e construções em madeira. Na água, ou tomando um sol em bóias, vimos muito leões marinhos. Mas, se você tiver sorte pode ver também golfinhos e até baleias. E no céu, muitas gaivotas.

Leões marinhos, vistos do ferry
Leões marinhos, vistos do ferry

De Chacao até Castro, que é capital da província de Chiloé, e provavelmente onde você irá se hospedar é um longo caminho, de mais de 1h30 de carro. Por isso também, recomendo ir a Chiloé de carro, pois a ilha principal é bem grande, com uma área de 8.394 km² e 180 km de comprimento.

Aproveite o caminho até Castro para já ir visitando os lugares do seu primeiro dia de roteiro na ilha.

Chegada em Chiloé, vista do ferry
Chegada em Chiloé, vista do ferry

Para quem optar ir de ônibus,  pode pesquisar os destinos de origem, horários e valores aqui: https://www.recorrido.cl/es/bus/trans-chiloe-pasajes

Chiloé também recebe voos de outras cidades do Chile no aeroporto de  Mocopulli, em Castro.

Quer viajar para Chiloé? Confira estas promoções que encontramos para você!

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Castro é a capital da província de Chiloé e o lugar mais recomendado para se hospedar na ilha. A localização da cidade é bem central para visitar as demais atrações, tem mais oferta de hospedagem e de restaurantes, supermercados, bares, lojinhas. É também mais acessível para quem quer conhecer a ilha de transporte público.

Nós nos hospedamos em Castro no La Minga Hostel, da brasileira Camila Lisboa, do blog O Melhor Mês do Ano, à convite dela.  

Fred, eu, Camila e Julie na frente do La Minga Hostel
Fred, eu, Camila e Julie na frente do La Minga Hostel

O hostel fica em uma ótima localização em Castro, a poucos metros da Plaza de Armas e catedral e também muito próximo dos famosos palafitos de Gamboa. Restaurantes, cafés, bares e mercados também estão a uma curta caminhada do hostel.  

Nosso quarto de casal no La Minga Hostel
Nosso quarto de casal no La Minga Hostel

Ficamos hospedados 4 noites no La Minga, eu e Fred, em quarto privativo com cama de casal e Julie, em um quarto compartilhado. Ambos com banheiro compartilhado.

O quarto compartilhado de Julie, no La Minga Hostel
O quarto compartilhado de Julie, no La Minga Hostel

O hostel funciona em uma típica casa chilota de madeira, muito charmosa. Como está funcionando a menos de um ano, a estrutura do hostel, como camas, lockers, equipamentos da cozinha, sala de tv é toda novinha. A casa também passou por uma reforma e Camila também já tem planos de um dia aumentar o hostel. A casa também é bem aquecidinha por uma lareira modernosa, que não sei como se chama. =P

A Camila criou uma atmosfera no hostel que faz a gente se sentir realmente em casa, inclusive fazendo o papel de mãe e colocando ordem na casa, que tem lei do silêncio a partir da 00h até às 08h, o que achei ótimo porque podíamos ter uma noite tranquila de sono. Mas isso não significa que não tem diversão no hostel, muito pelo contrário, até meia noite está liberado karaokê (foi super animado na nossa primeira noite lá), assistir Netflix, tocar violão, brincar de jogos de tabuleiro e até tomar uns bons drinks. E depois quem quiser curtir mais à noite, pode ir em algum bar ou baladinha na cidade, podendo chegar a qualquer hora, pois ficamos com a chave da frente também.

Camis também ajuda muito aos hóspedes com dicas preciosas. Nós, por exemplo, fomos para Chiloé sem ter nem ideia do que fazer e ela foi nos ajudando a montar o roteiro e acabamos conhecendo bastante coisa em 4 dias. E vimos ela fazendo isso com todo mundo lá e se preocupando em saber como foi o dia de cada um.

O nome do La Minga, aliás, tem tudo a ver com a proposta do hostel e com a ilha. Segundo Camila explicou no blog, “Minga: é uma tradição precolombiana de trabalho comunitário ou coletivo voluntário com fins social ou de caráter recíproco. Em Chiloé, a Minga mais conhecida é a de tiradura onde, acreditem, casas INTEIRAS são movidas de um lado pra outro da ilha. Mar ou terra”. Ela me mostrou uma foto disso e é a coisa mais louca que já vi, queria muito ter visto ao vivo! hehe.

Nossa experiência no La Minga muito bacana e tenho certeza que fez toda a diferença na nossa estadia em Chiloé, por isso, recomendo o hostel, que também tem um ótimo custo benefício. A diária do La Minga inclui café da manhã, que é muito farto e completo para os padrões de hostel, com frutas, cereais, leite, café, pães, chá.  

Por ser épocas de chuvas e baixa temporada em Chiloé e também para Camila tirar um tempo para viajar, o hostel está fechado entre meados de junho até 1 de setembro.

 Quem quiser se hospedar no La Minga, pode fazer a reserva aqui: La Minga Hostel

Camila, muito obrigada por receber a gente tão bem! <3

E quem tiver curiosidade em saber como a Camila foi parar em Chiloé e abriu um hostel por lá, ela escreveu sobre isso aqui: http://www.omelhormesdoano.com/la-minga-hostel-no-chile/

Ela também escreveu sobre como conseguiu visto para viver no Chile neste post:

http://www.omelhormesdoano.com/trabalhar-no-chile-visto-chileno/

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Roteiro de 4 dias em Chiloé

Dia 1

Quemchi, Chiloé
Quemchi, Chiloé

Chegamos na Ilha de Chiloé, vindos de Pucón, que fica a 505km da ilha, incluindo o trecho de ferry.  Saímos de Pucón às 9h e chegamos às 13h50 em Pargua, onde pegamos o ferry para Chacao (Chiloé).

O trajeto de barco é bem bonito e leva em torno de 30 minutos. Prepare a câmera, pois as chances de ver animais, como leões marinhos e golfinhos são grandes. E com muita sorte, você pode ver baleia também. Quando estávamos no ferry, um dos tripulantes nos avisou que tinha uma baleia por perto mas, infelizmente, ela não deu as caras na superfície.

Igreja de Quemchi
Igreja de Quemchi

Como já comentei, a ilha de Chiloé é bem grande e entre Chacao e Castro são mais de 100 km. Então, aproveitamos o caminho para conhecer alguns vilarejos da ilha. No primeiro dia, fomos a Quemchi e Isla Aucar.

Isla Aucar, Quemchi
Isla Aucar, Quemchi

Quemchi é um das comunas da Ilha Grande de Chiloé. No centrinho da comuna tem uma igreja em madeira, bem colorida, em verde-amarelado e vermelho. Mas estava fechada na hora que visitamos.

Como já era por volta das 15h quando chegamos em Quemchi, aproveitamos para almoçar em um restaurante na Costanera (El Chejo) e tivemos uma refeição muito saborosa, bem servida e por um bom preço. Para quem gosta de peixe e frutos do mar, Chiloé é um ótimo lugar para comer.

Igreja da Isla Aucar e pássaro Quemchi
Igreja da Isla Aucar e pássaro Quemchi

Do outro lado da Costanera, podíamos ver uma pequena ilha, a Isla Aucar também faz parte da comuna de Quemchi. É uma ilha minúscula, onde é possível chegar caminhando por uma ponte de madeira. Chamada pelo escritor Francisco Coloane, nascido em Quemchi, de  “A Ilha das Almas Navegantes”, em Aucar tem uma capela com fachada de tejuelas, dedicada a Nossa Senhora de La Merced, um cemitério (onde, provavelmente, foram enterrados muitos pescadores, daí o nome “almas navegantes”) e um pequeno jardim botânico. É um dos lugares mais bonitos que vimos em Chiloé. Estivemos na ilha no fim da tarde e os raios do sol no mar deixou o lugar ainda mais especial.

Na caminhada da volta, vimos o pássaro “Quemchi”, que dá nome a comuna, pousado na ponte, sem se preocupar muito com a nossa presença. É uma ave bem bonita nas cores cinza, branco e laranja.

No caminho até Castro, paramos ainda para visitar a igreja de Quicaví, que também faz parte da comuna de Quemchi, mas fica em um povoado afastado do centro.

Igreja de Quicavi
Igreja de Quicavi

Quemchi tem uma das igrejas Patrimônio Mundial da Unesco, e a igreja de Santo Antonio de Colo, que fica no povoado de Colo e foi construída em 1890. Tentamos visitá-la também, mas como já era quase noite, acabamos perdendo a entrada e não encontramos mais. =( Mas recomendo para quem chegar mais cedo, fazer a visita.

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Roteiro Dia 2

Igreja e paisagens de Achao
Igreja e paisagens de Achao

Em nosso segundo dia, seguimos o “Circuito das Igrejas de Chiloé”, começando pela igreja de Achao. A igreja fica na ilha de Quinchao e para chegarmos lá, pegamos um ferry (2.500 CLP o trecho – maio/2017), mas o trajeto é bem curto.

A igreja dedicada a Santa Maria de Loreto de Achao foi construída em 1730 e é a mais antiga igreja do arquipélago que permanece de pé. É também a igreja em madeira mais antiga do Chile.  

O horário de visitas é de terça a sábado, das 11h às 15h e domingos das 12h às 15h. Pela importância histórica da igreja e por ser uma das maiores do arquipélago, vale a pena ir no horário em que a igreja está aberta.

Igreja de Quinchao
Igreja de Quinchao

Também na ilha de Quinchao estão mais duas igrejas Patrimônio da Unesco, a igreja de Quinchao e de Caguach.

A igreja de Nuestra Señora de Gracia de Quinchao chama atenção pelo seu tamanho enorme, comparado com o número de casas do vilarejo, que não deve chegar a dez. E o lugar de tão tranquilo, parece abandonado.

Além das igrejas, as paisagens de Quinchao são muito bonitas, com várias praias e campos com ovelhas. Na ilha tem alguns mirantes, de onde é possível ter belas panorâmicas de Quinchao e outras ilhas em volta.

Igreja de Dalcahue
Igreja de Dalcahue

Do outro lado de Quinchao, cruzando de ferry, está a comuna de Dalcahue. Na praça principal fica a igreja de Nuestra Señora de Los Dolores, que também está entre as 16 que são patrimônio da Unesco. Achei essa uma das igrejas mais bonitas. Como todas as outras, ela também foi construída em madeiras, mas tem o exterior pintado de branco e cinza. A praça onde está a igreja é também bem bonitinha, cercada de casas coloridas. Na rua de trás, tem uma casa super curiosa, construída no estilo chilota, mas propositadamente torta.

Casa torta de Dalcahue
Casa torta de Dalcahue

Deixamos para visitar Dalcahue a tarde para almoçarmos na Cocinería, uma espécie de mercado público, com vários quiosques de restaurantes. Por indicação de Camila, almoçamos no puesto 7.

Cocineria de Dalcahue
Cocineria de Dalcahue e eu tomando um café frio

A Cocineria de Dalcahue funciona em um prédio de madeira, no formato de um barco, com janelas redondas, que imitam escotilhas. O ideal é pegar uma mesa de frente para as janelas, preferencialmente em um posto onde possa ter vista para o mar.  Fred e Julie provaram o prato tradicional da ilha, o curanto, uma mistura de carnes com mariscos.

Praça de Dacalhue
Praça de Dacalhue

Outra dica da Camila é que na Cocinería não é permitido vender bebidas alcoólicas, mas com um jeitinho chilota você pode tomar um vinho para acompanhar o almoço. É só pedir café frio para vinho tinto e thé frio para vinho branco. A bebida é servida realmente em uma xícara.

Para fechar o segundo dia, fomos ver os famosos palafitos de Gamboa,que são construções em madeira dentro do mar. No caminho, ainda encontramos outros palafitos, que na maré cheia, estava com um espelho d´água muito bonito.

Palafitos em Chiloé
Palafitos em Chiloé

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Igreja San Francisco, em Castro
Igreja San Francisco, em Castro

Só no nosso terceiro em dia de Chiloé, conhecemos melhor Castro, a cidade onde estávamos hospedados e mais duas das igrejas Patrimônio da Humanidade, a Igreja de São Francisco e a igreja de Rilán.

A igreja de São Francisco foi construída entre 1910 e 1912, depois que o templo que precedia ela foi destruído em um incêndio em 1902. É uma das maiores do arquipélago e uma das poucas com duas torres. Tem um exterior bem colorido, pintado em amarelo, branco e roxo. O interior é todo em madeira também, porém na cor original, sem nenhuma pintura. Esta igreja também vale a pena ir quando está aberta.

A igreja fica na Plaza de Armas de Castro, onde tem também um anfiteatro feito de mosaico, também bem colorido, e a estátua da Pincoya, uma das criaturas da mitologia de Chiloé.

Interior da igreja de Castro, Pincoya e anfiteatro
Interior da igreja de Castro, Pincoya e anfiteatro

A Pincoya seria uma criatura marinha, com um corpo de mulher, cabelos loiros, muito bonita, vestida com “roupas de sargaço”. Segundo a lenda, ela aparece, dançando nas praias e de acordo com a dança, ela indica se a pesca será abundante ou escassa na temporada que se aproxima.

Ainda na comuna de Castro, na Península de Rilán, visitamos a igreja de mesmo nome, que também patrimônio da Unesco.

A igreja de Rilán tem como patrona  Nossa Senhora de Lourdes. Documentos históricos indicam que havia uma igreja de Rilán desde  1658, mas o prédio atual é contemporâneo da igreja de São Francisco e foi construída entre 1908 e 1920. A igreja tem fachada, teto e torres em cores azul e branca e laterais em tejuelas, em madeira sem pintura.

Cisnes de Pescoço Negro, na Península de Rilán
Cisnes de Pescoço Negro, na Península de Rilán

Na península de Rilán, passeamos um pouco pelo Senda Viejo, um caminho que leva uma praia,  que fica por trás da igreja, onde havia muitos cisnes do pescoço negro e também algumas ovelhas pastando.

Neste dia choveu muito, era início de tarde e não sabíamos mais o que fazer debaixo de tanta chuva, quando já estávamos voltando para Castro, encontramos uma placa indicando o “Marion´s Café Alemán”.

Marion´s Café Alemán
Marion´s Café Alemán

Como estávamos viajando com Julie, que é alemã e estava viajando há 7 meses pelo mundo, ela quis ir até o café, que além de tudo tinha o nome muito parecido com o do pai dela. Foi assim que descobrimos um dos lugares mais legais de Chiloé.

Vista da janela do Marion´s
Vista da janela do Marion´s

Seguimos as placas e chegamos a uma casa (em Chañihue, península de Rilán), que mais parecia a do conto de João e Maria ou uma casa de bonecas, de tão fofo, por fora e por dentro.  O café tem um cardápio com comidas típicas alemãs e kuchen (torta). Muitas tortas deliciosas.

Quando chegamos, a primeira coisa que Marion disse foi: “achei que ninguém fosse aparecer hoje!”

No dia seguinte seria Dia das Mães e ela estava preparando muitas tortas. Nós tivemos um almoço saboroso, com sobremesas ainda mais deliciosas.

O café funciona em uma fazenda que tem ovelhas, patos e até alpacas fofíneas, que Jörg, marido da Marion nos levou para conhecer. Para completar, o café tem uma bela vista para o mar e para a cidade de Castro (quando faz sol).

Alpacas e vista do Marion´s
Alpacas e vista do Marion´s

Nós gostamos tanto que ficamos umas lá por umas 3h, pois foi o melhor lugar para passar um dia de chuva em Chiloé.

Em dias de sol, também tem um passeio de barco que sai de Castro e leva até o Marion´s. Para saber os horários e fazer reservas para o passeio é preciso entrar em contato pelo telefone +56 9 8352 4342.

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Em nosso dia de despedida de Chiloé, aproveitamos o trajeto de Castro até Chacao, onde pegamos o ferry, para conhecermos um pouco mais o arquipélago. Por sorte, fazia um dia de sol lindo. Fizemos o check in cedo e fomos novamente nos Palafitos de Gamboa (foto em destaque), desta vez para fazer uma foto com sol.

Tenaún
Tenaún

Depois seguimos para igreja de Nuestra Señora del Patrocinio de Tenaún (foto da introdução do post), construída em 1845 e também Patrimônio da Unesco. Camila tinha dito que essa a igreja que ela achava mais bonita, por isso, deixamos para o final. E é realmente linda. No idioma huilliche, Tenaún significa “três montes” e, provavelmente, o nome da igreja se deve as suas três torres, que atualmente, estão pintadas em azul e amarelo. A fachada está em branco e azul, e tem o desenho de duas estrelas.  

Interior da igreja de Tenaún
Interior da igreja de Tenaún

Por dentro da torre da igreja de Tenaún
Por dentro da torre da igreja de Tenaún

Quando chegamos, a igreja estava fechada, mas havia um aviso de que quem quisesse visitá-la era só chamar a responsável, uma senhora que morava na rua que fica em frente a igreja. Fomos chamá-la e pudemos visitar a Tenaún e subir até o topo da torre. Além da vista da cidadezinha e para a praia, o mais interessante em subir a torre estava em ver por dentro, a construção da igreja toda em madeira.

Pela visita, tivemos que dar apenas uma pequena contribuição, que a senhora colocou no baú de doações para a igreja.

Assim como a maioria dos vilarejos de Chiloé, Tenaún é bem pequena e tem pouquíssimas casas. O curioso é que a igreja fica em praça, como as demais, mas não está de frente para ela, mas sim, voltada para o mar.

Estátua de criatura folclórica na Plaza de Armas de Ancud
Estátua de criatura folclórica na Plaza de Armas de Ancud

A última cidade que visitamos foi Ancud. Visitamos a Catedral da cidade, que tem um estilo moderno bem diferente das igrejas tradicionais de Chiloé. Mas em frente a ela, fica a Plaza de Armas, com esculturas das principais criaturas do folclore da ilha, com suas explicações. É bem interessante para conhecer um pouco mais da cultura chilota.  

Também visitamos o Forte San Antonio (aberto das 09h às 21h), que tem entrada gratuita. A construção está quase toda em ruínas. Mas a vista compensa a ida até lá.

Almoçamos em um restaurante na Costanera e seguimos para Chacao, parando em algumas praias.

Forte San Antonio, em Ancud
Forte San Antonio, em Ancud

Praia de Ancud
Praia de Ancud

Nos despedimos de Chiloé com um grande arco-íris que vimos do ferry. E seguimos viagem para Puerto Varas, que fica a cerca de 85 km ao Norte.

Como falei, os nossos 4 dias em Chiloé foram suficientes para ver o imperdível, mas não conhecemos nem metade da Ilha Grande e muito menos do arquipélago todo.

Para quem tem a possibilidade de ficar mais tempo, Chiloé tem muito mais a oferecer, como trilhas no Parque Nacional e no Parque Tantauco, e o passeio para Las Pinguineras de Puñihuil para ver os pinguins que aparecem na ilha de novembro a março. Aliás, esta é a melhor época para ir a Chiloé, durante os meses de verão, onde o frio e as chuvas são mais amenos.

Fizemos todo esse roteiro de carro, mas boa parte dele é possível fazer também de transporte público. As passagens de ônibus em Chiloé custam entre $1.800 e 2.000 CLP.

Arco-íris na nossa despedida de Chiloé
Arco-íris na nossa despedida de Chiloé

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