Minha ida para a Patagônia, em janeiro de 2013, foi sem sombra de dúvidas, a viagem mais incrível que eu já fiz na minha vida até hoje. São vários os motivos pelos quais esse lugar se tornou tão especial. Vou contar para vocês um pouco dessa maravilha da natureza que todo mundo deveria conhecer pelo menos uma vez na vida.
A Patagônia não estava na minha lista de ‘prioridades’ de viagem quando decidi ir para lá. Na verdade, eu estava programando uma ida para o Machu Picchu e depois Chile. Porém, minhas férias estavam previstas para janeiro, uma época que costuma chover muito naquela região. Eu fiquei com receio da viagem acabar sendo ruim por causa do mau tempo e comentei sobre isso com uma amiga que trabalhava com turismo na época. Foi aí que surgiu a Patagônia na minha vida. Ela disse que seria uma viagem incrível, que valeria muito a pena e eu não teria problema com chuva. Apesar do clima patagônico ser bastante instável.
Inicialmente eu tive receio porque a Patagônia me parecia uma viagem mais voltada para quem curte esportes de aventura (que não é meu caso), mas durante minha pesquisa descobri que teria muito trekking com paisagens de tirar o fôlego (literalmente).
A Patagônia é uma região que abrange uma vasta área no extremo sul da América do Sul, ocupando partes da Argentina e do Chile. A região é de encher os olhos com seus cenários inóspitos e arrebatadores.
De um lado você tem os Andes, nevados de granito que se torna um cartão postal maravilhoso e do outro lado o Oceano Atlântico, gelado por conta das correntes antárticas e rico em espécies marinhas, como pinguins, focas, baleias e orcas.
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El Chaltén
El Chaltén
Eu não tenho palavras para descrever El Chaltén. Existem imagens maravilhosas na internet que te dão uma boa ideia de como é, mas nada supera a experiência de conhecer esse lugar que por muito tempo não passou de uma vila e hoje é a cidade mais nova da Argentina, considerada o berço dos trekkings dessa região e que recebe viajantes dos quatro cantos do mundo – todos em busca das paisagens mais lindas da Patagónia.
El Chaltén está localizada a cerca de 200 km de El Calafate e é a base de onde saem várias trilhas por essa região da Patagônia – sendo a trilha para a base do Monte Fitz Roy uma das mais famosas. El Calafate é a cidade onde você encontra o aeroporto mais próximo. Existe um serviço de ônibus que cobre esse trecho – El Calafate / El Chaltén.
Apesar da minha estadia em El Chaltén ter sido muito rápida, duas noites, foi ali que visitei um dos lugares mais incríveis de toda a minha vida: a base do Monte Fitz Roy e a Laguna de Los Três.
No meu primeiro dia fiz a trilha de 12km para conhecer a Laguna Capri. Esse é o mesmo caminho que leva até a base do Monte Fitz Roy. Quando você chega na Laguna Capri você tem uma vista deslumbrante do Fitz Roy ao fundo.
No segundo dia, escolhi a desafiadora Laguna de Los Três. Um dos trekkings mais longos que partem de El Chaltén e que pode ser feito em um único dia. Ao todo são 26 km de caminhada – 13 km por trecho. É extremamente puxado por causa da subida e cansativo. Mas vale muito a pena chegar na Laguna. A cor do azul do lago é algo hipnotizante – como tudo na Patagônia. Eu me senti muito corajosa e forte quando cheguei porque realmente é desafiador. E foi o melhor trekking com prêmio de chegada que eu fiz.
Na trilha, durante a volta, paramos num lago e eu tive o prazer de tomar um bom banho no lago de degelo. Me recordo de estar frio, mas gostoso, depois de uma longa caminhada num clima bem quente. Certamente esse trekking foi uma experiência inesquecível na minha vida.
Para fazer essa trilha, o ideal é começar bem cedo. A trilha é longa e você só retorna para a cidade no final do dia, como foi o meu caso – dependendo do seu ritmo talvez até à noite.