Uma das coisas que os estrangeiros mais nos perguntavam durante a Volta ao Mundo, era se conhecíamos a Amazônia. A gente ficava meio envergonhado de dizer que não e argumentava da dificuldade dos voos entre a região Nordeste e Norte. A verdade é que o mundo todo quer vir ao Brasil para conhecer a maior floresta tropical do planeta, a grande riqueza do nosso país, e a maior parte dos brasileiros não conhece. Aproveitei a oportunidade que surgiu de organizar um grupo de viagem (minha primeira experiência, depois contarei mais sobre isso) e decidi conhecer Manaus e um pouco da floresta Amazônica. E foi uma experiência incrível!

Começarei os relatos dos próximos dias com um dos passeios mais completos que fizemos: o Amazonas Total. Em um único dia vivemos experiências inesquecíveis de presenciar o encontro das águas, visitar o parque ecológico Janauari, interagir com os caboclos, ter contato com animais selvagens, tomar banho com botos Cor de Rosa e visitar uma comunidade indígena.

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Encontro das Águas

Como água e óleo, o Rio Solimões ( que depois se torna o rio Amazonas) e o Rio Negro não se misturam por uma distância 6 km. Esse incrível fenômeno natural chamado de Encontro das Águas ocorre devido a diferença entre a temperatura e densidade das águas e, também, à velocidade de suas correntezas. Do alto do avião, na chegada ou saída de Manaus, é possível ver os dois rios, o Solimões com sua água barrenta, e o Negro, de água preta, correndo lado a lado. Mas é no barco, vendo o famoso encontro de pertinho, que ele se torna mais impressionante.

Encontro das Águas
Encontro das Águas

 

Próximo dali ficam algumas vilas flutuantes que são visitadas durante os passeio. São casas, igrejas e mercadinhos construídas sobre a água.

Vila flutuante
Vila flutuante

No percurso entre o Encontro das Águas e o Parque ecológico Janauary, uma família de ribeirinhos em uma canoa,  traz alguns animais silvestres que eles cuidam para que os turistas possam tocar e fazer fotos, em troca de gorjetas. Tem bicho preguiça, cobra e jacaré. Apesar de ter restrições com turismo que explore animais, não resisti e abracei um bicho preguiça e tomei coragem para segurar uma cobra.

Abraço com a preguiça
Abraço com a preguiça
Ribeirinho com um filhote de jacaré
Ribeirinho com um filhote de jacaré

Parque ecológico Janauari

É no Parque Ecológico Janauari, que faz parte do ecossistema do Rio Solimões, onde é possível ver as famosas plantas aquáticas da região amazônica, as Vitórias-Régias. A melhor época para ver as plantas é no mês de abril. Infelizmente, o mês de setembro é período de seca e  havia pouquíssimas plantas. Também só durante o período de cheia que vai de fevereiro a agosto é possível fazer o passeio pelos igapós e igarapés, por dentro da floresta. A nós nos restou fazer uma rápida caminhada por dentro da floresta, com direito a visita de macaquinhos.

Parque Ecológico Janauari
Parque Ecológico Janauari
Macaquinhos curiosos
Macaquinhos curiosos

Também é no parque que é feita a parada para almoço regional em restaurante flutuante, que normalmente, está incluído no passeio. E também para compra de artesanatos.

Tribo indígena

Pajé da tribo Dessana
Pajé da tribo Dessana

Às margens do Rio Negro do lado oposto a Manaus fica a tribo Dessana. A comunidade indígena recebem os turistas como forma de sustento. O pajé e alguns índios fazem algumas demonstrações de suas tradições e danças. Depois, os visitantes são convidados a dançar com os índios e provar um pouco da sua culinária. Os índios também aproveitam a visita para vender alguns de seus artesanatos. Apesar da  apresentação ser adaptada para ser feita em poucos minutos e tudo ali ser próprio para apresentar aos turistas, não chega a ser um programa de índio, com o perdão do trocadilho.  A visita é bem interessante, uma oportunidade de ter um pouco de contato com os índios, conversar,  conhecer um pouquinho da sua cultura e ouvir eles falarem em sua própria língua. O contato com as crianças indígenas é, na minha opinião, o mais interessante. E não se espante, se alguma delas, estiver com fralda descartável.

Dança da tribo Dessana
Dança da tribo Dessana
Índia prepara o peixe para os visitantes
Índia prepara o peixe para os visitantes
Artesanato indígena
Artesanato indígena
Indiazinhas brincam no Rio Negro
Indiazinhas brincam no Rio Negro

Botos cor de rosa

Um dos momentos mais aguardados do passeio é o banho com os Botos Cor de Rosa. Algo que seria impensável alguns anos atrás, pois, além  dos botos serem selvagens são considerados animais mitológicos pelos povos da Amazônia. Mas, próximo ao lago de Paricatuba, no Rio Negro, alguns botos foram praticamente “domesticados” por uma família ribeirinha. O banho é feito acompanhado de um membro da família, a Maria, que é quem oferece os peixes para que os botos apareçam. Antes de descermos na água, recebemos várias orientações, como não pular na água, não bater os pés, nem tocar o orifício respiratório dos botos, tudo  para não machucarmos os animais e nem sermos machucados por eles. A brincadeira dura no máximo 30 minutos, mas é uma experiência inesquecível. A visita e o banho com os botos são autorizados pelo Ibama e não podem ser feitos à segundas e quartas, dias estabelecidos para descanso dos animais.

Banho com os botos
Banho com os botos
Tocando no boto com um medinho
Tocando no boto com um medinho

Em Manaus é, possível contratar várias agências para fazer esses passeios, mas a única que encontrei que fazia todos em um só foi a Amazonas Day Tour, que oferece o passeio “Amazonas Total” que foi o que escolhemos. Quem quiser fazer por conta própria, pode também contratar uma lancha na Marina do David. Mas verifique antes se está autorizada pela Capitania dos Portos.

Leia também: Presidente Figueiredo: a Terra das Cachoeiras no Amazonas.

*Este não é um publipost. Recomendamos o passeio porque realmente testamos e aprovamos.

Em Manaus, ficamos hospedados no Blue Tree Premium.


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