Olá viajantes!

Hoje o blog comemora o seu primeiro mensário! E o que começou despretensiosamente a partir de uma demanda da minha pós em Estratégias de Comunicação em Mídias Sociais tomou proporções que eu não poderia imaginar.

Ao longo desses 30 dias, apresentamos 21 destinos nacionais e internacionais, fomos de Aldeia Velha (RJ) à Transilvânia (ROM) e isso só foi possível graças à ajuda preciosa de 17 viajantes. Eles ajudaram a outros tantos a sonharem com suas próximas viagens, a acrescentar destinos em suas “listas de desejos” e a conhecerem um pouco mais do Brasil e do Mundo. A todos eles, meus sinceros agradecimentos. Sem vocês, o Compartilhe Viagens não existiria.

Neste primeiro mês, de acordo com dados do Google Analytics, o blog teve mais de 23 mil visualizações de páginas, com mais de 4,2 mil visitantes únicos de 23 estados do Brasil e do Distrito Federal, com maior ênfase no Rio Grande do Norte, e também em 18 países. Acredite, o blog foi lido até no Japão!

Hoje, inicio uma nova etapa no blog, ao abrir espaço para anunciantes (Confira nosso Mídia Kit). Isso irá contribuir para a manutenção e fortalecimento do projeto, mas de forma alguma irá afetar a credibilidade do CV.

O nosso primeiro parceiro é a Harabello Viagens e Turismo que confiou no trabalho do blog. E desde já também agradeço.

No mais, desejo que o Compartilhe Viagens tenha uma vida longa e espero poder sempre contar com a colaboração de vocês, que pode ser feita enviando posts sobre suas viagens, comentando, enviando suas sugestões, divulgando nas redes sociais e, claro, acessando o blog!

Bem, vamos ao que interessa, para o dia de hoje reservei um post especial, dando continuidade à série preparada carinhosamente por Ana Maria Novaes sobre o Pará. Neste post, que é um verdadeiro presente de mensário, vocês vão conhecer o município de Santarém e suas belas praias de água doce, inclusive, Altér do Chão, eleita pelo jornal inglês The Guardian como a melhor praia do Brasil!

Santarém fica a 1 h de avião ou 3 dias de barco, saindo de Belém. O roteiro foi feito em 4 dias.

Boa Viagem!

Altér do Chão por Ana Maria Novaes

Altér do Chão é um dos encantos de Santaréma Pérola do Tapajós – a principal cidade do oeste do Pará, localizada na margem direita do rio Tapajós, na sua confluência com o rio Amazonas.

Orla de Santarém (PA), tendo ao fundo a famosa "Ponta Negra", referência geográfica do encontro das águas do Tapajós com a do Amazonas. Foto: Jeso Carneiro
Orla de Santarém (PA), tendo ao fundo a famosa "Ponta Negra", referência geográfica do encontro das águas do Tapajós com a do Amazonas. Foto: Jeso Carneiro.

A Pérola do Tapajós foi elevada à categoria de vila no dia 14 de março de 1758; a cidade ganhou este nome em homenagem à cidade lusitana de mesmo nome, localizada às margens do Rio Tejo.

Desde 1994, as duas Santarém – a do Tejo em Portugal, e a do Tapajós no Brasil – são consideradas cidades irmãs.

Santarém foi considerada ainda a cidade mais antiga do Brasil (arqueologicamente falando) pela Revista Nacional Geográfica em 2010.

Nos próximos dias 03 e 04 de abril será realizada pela Secretaria Municipal de Turismo de Santarém, em parceria com o SEBRAE, a primeira oficina “Conhecendo Santarém pelos Cinco Sentidos”, com o objetivo de resgatar a identidade turística e cultural do município de Santarém, identificando os cinco elementos que simbolizem a cidade.

Enquanto isso não acontece, vou dar meus palpites:

“Égua”…que coisa difícil de escolher!

…Santarém tem muiiiito peixe delicioso!

Dentre as mais variadas espécies de peixes encontradas na região de Santarém, destacam-se o pirarucu, a curimatã, o tambaqui, o acarí, a dourada, o filhote, a pescada, o tucunaré e o jaraqui.

O pirarucu é o maior peixe de escamas da Amazônia, chegando a atingir mais de 2 metros de comprimento e mais de 100 quilos de peso; ele é comercializado em “mantas” salgadas.

A versão defumada é utilizada em pratos da alta gastronomia paraense, como este prato, preparado pelo chef Tiago Castanho.

Pirarucu defumado com nhoque de banana-da-terra e molho de urucum Foto: João Ramid/ÉPOCA
Pirarucu defumado com nhoque de banana-da-terra e molho de urucum Foto: João Ramid/ÉPOCA

…tem bolinho de piracuí, um tira-gosto comum aos cardápios do santareno, feito com piracuí, uma farinha de peixe seco – tambaqui, acari, tucunaré – socado no pilão.

Foto: http://amigosdoturismo.blogspot.com.br/
Foto: http://amigosdoturismo.blogspot.com.br/

…tem charutinho, um peixe pequeno, tipo sardinha, frito, bem crocante, servido com farofa, arroz e vinagrete.

Foto: Blog NaMídia.Pará
Foto: Blog NaMídia.Pará

… tem obra musical de Wilson Dias da Fonseca – 1912/2002 – Maestro Isoca – musicista santareno, reconhecido no Brasil e no exterior, membro fundador da Academia Paraense de Música e da Academia Paraense de Letras.

(música da década de 30, transformada em bossa nova). Legenda do vídeo: Show de lançamento do CD “Cordas do Tapajós”, de Sebastião Tapajós, 02 de julho de 2009, SESC Pompeia, São Paulo. Faixa: “Terra Querida”, de Wilson e Wilmar Dias da Fonseca. Intérprete: Kaila Moura. Violões: Sebastião Tapajós e Derek. Percussão: Arlindo Castro (Dadada).

…tem lendas: do Boto, Boitatá, Cobra Grande, Saci, Matinta-Pereira, Curupira, Uirapuru, Vitória-Régia, Icamiabas (ou Amazonas), Lobisomem, Mandioca, Guaranã e do Muiraquitã …ahhh essa eu vou “tentar” contar!

Ilustração: http://grupoencantomarajoara.blogspot.com.br/
Ilustração: http://grupoencantomarajoara.blogspot.com.br/

Conta a lenda que os Muiraquitãs eram confeccionados pelas Icamiabas – índias guerreiras que não tinham homens e que não admitiam a aproximação com outras pessoas – para presentear os índios Guacaris, com quem co-habitavam uma vez ao ano.

Na última noite de lua cheia, havia a cerimônia para a deusa Iaci, no lago a quem davam o nome de Iacinará. Pouco antes da meia-noite, dirigiam-se em procissão para o lago, levando aos ombros potes cheios de perfumes, que derramavam na água para purificá-la. Dançavam, cantavam e se atiravam ao lago para o banho purificador. À meia noite mergulhavam no lago e retiravam de suas profundezas um barro verde que se transformava, assim que saía da água, ao entrar em contato com o ar, em formas que as próprias índias escolhiam com o poder da mente – sapos, peixes e tartarugas – ou em outras formas que elas mesmas moldavam com as mãos. As preferidas eram as de forma batraquiana (sapo), de cor verde (jade).

No fim da série de acasalamentos as Icamiabas presenteavam os guerreiros Guacaris “convidados” com os Muiraquitãs enfiados numa trança de cabelo, e os penduravam aos seus pescoços, acreditando que os amuletos os fariam serem bem recebidos onde eles os exibissem, além de lhes darem outros poderes mágicos, como o de curar todas as doenças, de trazer um grande amor, de trazer fertilidade, de trazer sorte!

Atualmente os Muiraquitãs são artisticamente confeccionados em: jadeíte, nefrite, ardósia, diorito, estratite e pedra-cristal.

Foto: http://grupoencantomarajoara.blogspot.com.br/
Foto: http://grupoencantomarajoara.blogspot.com.br/

Santarém também tem:

 

Ruteana Bordó
Ruteana Bordó

Bar Mascote (o mais antigo da cidade) – pra quem quer ver e ser visto

Praça do Mirante

Rosangela Leal
Rosangela Leal

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Foto: http://amigosdoturismo.blogspot.com.br/

A primeira igreja foi de taipa, construída em 1661, no largo do pelourinho, onde era o centro da vila, hoje Praça Rodrigues dos Santos. No centenário da fundação de Santarém, em 1761, deu-se início à construção de uma nova matriz. A edificação da igreja sofreu, ao longo do tempo, restaurações e modificações em sua arquitetura original.

 Foto: http://amigosdoturismo.blogspot.com.br/
Foto: http://amigosdoturismo.blogspot.com.br/

Museu de Santarém – localizado na Praça Barão de Santarém, no centro da cidade. Sua obra foi iniciada em 1853, sendo concluído em 1867 e inaugurado em 1868.

No prédio já funcionaram o Fórum de justiça de Santarém, o Presídio, a Intendência Municipal, a Prefeitura Municipal e, atualmente, o Centro Cultural João Fona, conhecido também como Museu de Santarém.

O estilo da casa é colonial brasileiro, embora tenha sofrido pequenas alterações em 1926 com o intendente Coronel Joaquim Braga.

…mas o melhor de Santarém vocês vão ver agora!

ALTÉR DO CHÃO – o “Caribe Brasileiro”

Eu, Lúcio, Marconi, Ruteana e Rosangela Leal (a mesma que viajou comigo pra Belém) saímos da casa dos nossos amigos Aldo e Silvia Maués rumo a uma praia de água doce, pode? …não tínhamos a menor ideia com o que iríamos nos deparar…

Da casa do Aldo e da Simone até a orla a gente passa por muitos cajueiros como este:

Não resistimos e paramos pra colher alguns…

Pensamos até em comprar esta casa só pelo cajueiro!

E “pegue” andar; quando não eram os cajueiros, eram as mangueiras…rsrsrs

Paramos num cantinho pra tomar uma água e pra saborear umas bananinhas fritas, tipo batatinha chips, uma iguaria bem típica de Altér.

Ana Maria, Marconi, Ruteana e Rosangela Leal
Ana Maria, Marconi, Ruteana e Rosangela Leal

Mais um pouquinho de caminhada e, de repente…

A vista da praia de Altér do Chão…que sonho!!!

A Vila balneária de Alter do Chão completou 386 anos de fundação no dia 06/03/1626 e foi elevada à categoria de “vila” por Francisco Xavier de Mendonça Furtado no dia 06/03/1758, há 254 anos.

Está localizada à margem direita do Tapajós, distante cerca de 30 km de Santarém, por estrada pavimentada (PA-457); por via fluvial – Rio Tapajós – o acesso leva cerca de 3 horas.

Em Alter-do-Chão existem belas praias de areias brancas, banhadas pelas águas transparentes do rio Tapajós.

A beleza dessas praias se associa ao lendário Lago Verde ou Lago dos Muiraquitãs. Entenderam agora a importância da lenda do Muiraquitã para a região?

A vila de Alter-do-Chão oferece, além dos atrativos naturais, a tradicional Festa do Sairé, conhecida por apresentar uma mistura de elementos religiosos e profanos, com grande participação popular, realizada na primeira quinzena de setembro (não participei da festa pois fui no final de setembro).

Em Alter do Chão existem ainda áreas para caminhadas ecológicas e áreas com a presença de botos, bem como uma rica e tradicional produção artesanal.

Lembre-se de comprar muitos Muiraquitãs para presentear os seus melhores amigos em lojas como esta.

Loja de artesanato em Altér do Chão
Loja de artesanato em Altér do Chão

A pracinha é bem convidativa para descansar, tomar um sorvete e contemplar a praia…

Olhem o meu stress…rsrsrs

Ana Maria

Ou para fotografar a Igreja de N. S. da Saúde, construída no final do século XIX – estilo barroco colonial português – reconhecida aos 21 de junho de 2009 como “Patrimônio Histórico de Santarém”.

Setembro de 2009
Em 2012 - toda restaurada
Em 2012 - toda restaurada

Em 1738 o padre Manuel Ferreira construiu uma pequena igreja de taipa de mão que ficou sob a administração dos missionários jesuítas até 1759.

O início da sua construção data de 1876, sob a coordenação do missionário José Antônio Gonçalves e o material nela utilizado foi, cal, pedra e barro. Os trabalhos de edificação só foram concluídos vinte anos depois e sua inauguração ocorreu no dia 6 de janeiro de 1896, data em que os moradores de Alter do Chão realizam a festa da sua padroeira.

A imagem oficial de Nossa Senhora da Saúde, presente dos missionários portugueses, chegou a Alter do Chão no dia 2 de fevereiro de 1725 e o altar-mor da igreja, uma preciosidade, todo em madeira de lei, único em estilo rococó da região, foi esculpido pelo emérito professor santareno Antônio Batista Belo de Carvalho no ano de 1923.

O prédio atual conta, portanto, com 146 anos de existência, mas se acrescentarmos o tempo decorrido entre a primeira ermida (1738) e o templo restaurado (2012) vai para 274 anos a devoção dos alterenses por sua padroeira.

 

Foto: Jane Nejm

Para atender seus visitantes, a Vila dispõe de uma boa infra-estrutura turística e de apoio como: postos telefônicos e de saúde, hotéis, pousadas, restaurantes e lojas de artesanato.

Por suas características peculiares e seus atrativos naturais e culturais, Altér do Chão recebe atualmente um elevado número de turistas e navios de cruzeiros marítimos que demandam o rio Amazonas.

Em 14 de março de 2009 a vila recebeu a visita do herdeiro da Coroa britânica, o príncipe Charles, motivado pelo interesse nas políticas ambientais do Estado do Pará, principalmente no maior programa mundial de reflorestamento que contempla 1 bilhão de árvores para a Amazônia. No roteiro do nobre inglês estava incluída a visita a Belterra, para conhecer a Floresta Nacional do Tapajós e a comunidade do Maguari, que atualmente é apoiada pela fundação “Prince’s Rainforest Projec” – Os projetos de Florestas Tropicais do Principe – dirigida por Charles, que tem no desenvolvimento sustentável a sua base econômica. No mesmo ano Altér do Chão foi escolhida pelo jornal inglês The Guardian como a praia mais bela do Brasil…por que será???

Para chegar ao banco de areia – a ilha – é necessário fazer a travessia com a catraia, uma pequena embarcação.

Catraieiro, Ruteana, Ana Maria, Rosangela e Lúcio

Até os catraieiros colocam as bóias de segurança…

E quando a gente chega à ilha, é só alegria!

Muito banho de água doce, peixinhos fritos na hora, uma “gela”, aqueles cajus colhidos no pé!

Lúcio, Aldo, Yago, Marconi e Ruteana

E, de vez em quando, sombra e água fresca…

A melhor época pra curtir Altér do Chão é entre os meses de setembro e fevereiro, pois nos meses da cheia a ilha desaparece.

Hora de voltar pra terra firme porque o sol já está se pondo e a gente já tá pra lá de torrado …rsrsrs

Agradeço a Deus, aos meus amigos e amores pela incrível e inesquecível experiência em Altér do Chão!

Lúcio e Ana Maria
Rosangela Leal e Ana Maria – fim de tarde na orla de Altér do Chão

Ponta do Cururu

Localizada no entorno de Altér do Chão, a Ponta do Cururu é um roteiro obrigatório para quem tem vontade de conhecer um verdadeiro paraíso escondido.

São 15 /30 minutos de barco ou de lancha, curtindo belíssimas paisagens amazônicas!

Lúcio acompanhando e cuidando das “meninas”

 

As meninas: Ruteana, Rosangela Leal e Ana Maria

E assim começa a nossa viagem ao paraíso perdido…

De vez em quando, uma casinha de madeira…

Chegamos!

Agora é só contemplar…

E começar a caminhar…

E observar os pescadores…

Caminhar sob a água super límpida, transparente…

Acho que o Caribe é aqui!

 

Pausa para o banho…

E retorno para Alter…uhuuuuu!!!

… passeio de lancha, rumo a um refúgio, uma sensação de praia particular…

Aproveite, são apenas 4 meses do ano que você vai poder desfrutar deste paraíso!

Praia Ponta de Pedras

A comunidade fica há cerca de 30km de Santarém e é possível chegar até lá de carro ou ônibus, e até mesmo pelo Rio Tapajós.

Ponta de Pedras é uma pequena vila de pescadores, banhada pelo Tapajós. A praia é muito conhecida por enormes rochas negras que se erguem na beira do rio, formando cavernas com águas tranqüilas e frias.

Além das formações rochosas, ela apresenta grande beleza cênica, destacando a presença de vegetação próxima às margens.

Ela oferece aos seus visitantes uma pousada e barracas para a venda de alimentos e bebidas.

Marconi e Ruteana confraternizando com visitantes de Ponta de Pedras.

É lá que acontece o Festival do Charutinho, sempre no mês de novembro quando o rio está seco a praia aparece.

Ana Maria e Lúcio saboreando os charutinhos, esse peixinho frito, crocante, semelhante à sardinha, acompanhado da deliciosa farinha grossa torrada.
Nosso anfitrião, Aldo, acompanhado da filhota Yara Maués e do pequeno santareno (arragarrado no bolinho de piracuí).
As meninas, mais uma vez: sentadas, da esquerda para a direita: Rosangela e Silvia Maués (nossa anfitriã) e em pé, da esquerda para a direita: Yara Maués, Ruteana Bordó, Ana Maria e uma amiga de Silvia.
E agora a ala masculina - em pé, da esquerda para a direita: Marconi, Yago Maués, Lúcio e nosso querido Aldo.

Esse foi o nosso almoço: uma caldeirada e um belo peixe frito, acompanhados, é claro de vinagrete, arroz, farofa de feijão e da inseparável farinha grossa!!!

Só sei de uma coisa: eu também digo “égua, sou pai d’égua”…acho que sou uma cabocla do Pará!


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