Myanmar é um país que não cansa de surpreender. E depois de ficarmos extasiados com Bagan, voltamos a pegar a estrada rumo a Nyaung-Shwe, uma das cidades ao redor do Inle Lake, no Leste de Myanmar. O lago de 100 km de extensão fica em meio as montanhas, a quase 900 m acima do nível do mar.

Ao longo do Lago Inle há centenas de vilarejos flutuantes, com casas construídas com bambu tecido, palha e madeira, erguidas sobre palafitas. Percorremos o Inle em um pequeno barco, com capacidade para quatro pessoas. O passeio saiu por 15 dólares, que poderia ter sido dividido entre 4 pessoas, mas fomos apenas nós dois. E levou quase todo o dia.

Pescadores dão fama ao Inle Lake
Pescadores dão fama ao Inle Lake

O que dá fama ao Inle Lake são os pescadores. No lago há 9 espécies de peixes que são encontradas apenas lá;  é relativamente raso, com profundidade média de 2 m, mas a água é coberta por juncos e plantas flutuantes. Para facilitar a visualização dos peixes, os pescadores têm estilo único, equilibrando uma perna na popa do barco e a outra ao redor do remo. Parece um balé.

Em uma das pequenas cidades em volta do rio, conhecemos um autêntico mercado asiático. Com um vai e vem frenético de barcos que se abastecem de frutas e verduras a serem comercializadas nas grandes cidades. Nunca vi nenhum outro mercado igual na Ásia.

Mercado no Inle Lake
Mercado no Inle Lake
Mercado no Inle Lake
Mercado no Inle Lake
Mercado no Inle Lake
Mercado no Inle Lake

Na viagem pelo Inle Lake, o barqueiro vai fazendo paradas em fábricas artesanais de tecidos, jóias, cigarros, entre outras. Claro, que a finalidade é fazer o turista comprar. Mas tem muita coisa bonita e barata, mas infelizmente não estávamos para compras.

Também são feitas paradas para a visita a um mosteiro e a um templo budista, construído sob o lago, o Phaung Daw Oo Pagoda. O único entre todos que visitei na Ásia que fazia restrições a mulheres, permitindo a entrada somente de homens em uma área específica.

Mosteiro
Mosteiro
Phaung Daw Oo Pagoda
Phaung Daw Oo Pagoda

Todos os anos no mês de birmanês Thadingyut (de setembro a outubro) acontece um festival de 18 dias. No evento, quatro das imagens de Buda deste templo são colocados em uma réplica de uma barcaça real em formato de um pássaro hintha.Uma imagem permanece sempre no templo. A barcaça  é rebocadoa por vários barquinhos de remadores, que vão fazendo o seu balé com os pés. Outros barcos que acompanham, fazendo um cortejo impressionante na água.

Fofura nos dando tchauzinho!
Fofura nos dando tchauzinho!

Infelizmente não vimos nada disso, pois fomos em junho, chegamos a ver apenas a barca e muitas fotos do evento, que deve ser interessantíssimo.

Ao longo do lago Inle há muitos resorts e hotéis luxuosos. Mas eu não consigo compreender como em um lugar de tanta pobreza, alguém consegue pagar diárias caríssimas e se hospedar com tanto luxo. Mesmo que tivesse dinheiro, iria preferir ficar em uma pousada familiar.

Nós ficamos na mais conhecida delas em Nyaung-Shwe, Four Sisters Inn, simples, mas confortável. Pagamos 18 dólares em um quarto privativo para os dois.

Nas ruas de Nyaung-Shwe, eles disseram para mim: Você é tão linda! :)
Nas ruas de Nyaung-Shwe, eles disseram para mim: Você é tão linda! 🙂

O que me chamou muito atenção na pousada foi uma foto das irmãs em frente da casa antes de se tornar uma pousada. Era construída de madeira e palha trançada como muitas da região. Fiquei feliz em saber que o turismo tem ajudado a melhorar a vida das pessoas dali e dar minha pequena contribuição.

 


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