“Frida e Diego viveram nesta casa, 1929 – 1954”. A mensagem escrita em tinta branca na parede azul, com moldura vermelha e algumas esculturas em volta, está ao lado da porta de entrada para a exposição do Museu Frida Kahlo, na Cidade do México. La Casa Azul, como é chamada, testemunhou por décadas o romance dos pintores Frida e Diego Rivera e também suas atribuladas vidas, fatos históricos e suas renomadas produções artísticas.
“Pés para que os quero, se tenho asas para voar.”*
A casa, que fica no charmoso bairro do Coyocán, foi onde Frida nasceu e morreu e o passeio por ela revela o universo da mais renomada artista latino-americana. O local funciona como museu desde 1958, alguns anos após a morte de Diego.
A exposição permanente da casa apresenta obras famosas da artista, como os quadros Viva la Vida (1954), Frida e a cesariana (1931), retrato de meu pai Wilhelm Kahlo (1952). E também fotos icônicas da pintora. A maioria delas feita por Nickolas Muray, que foi também seu amante.
“Podem esperar ouvir de mim o quanto lamento pelo ‘o muito que se sofre vivendo com um homem como Diego’. Mas eu não acho que as margens de um rio sofrem por deixá-lo correr.”*
Os móveis e objetos da casa também fazem parte do acervo do museu. Chamam atenção a cama de Frida, onde ela começou a pintar, depois que sofreu o acidente em sua adolescência, e onde passou boa parte de sua vida, devido as suas enfermidades; a sua cadeira de rodas e os seus objetos de pintura; e a cozinha colorida.
“Esperar com a angústia guardada, a coluna quebrada e o imenso olhar. Sem andar pelo vasto caminho, movendo minha vida, cercada por aço.”*
Na outra parte da casa, onde vivia Diego (os dois viviam em casas separadas, apesar de ser no mesmo local), estão expostos os famosos vestidos de Frida, que eram roupas que são usadas tradicionalmente pelas mulher indígenas, especialmente da região de Oaxaca, de onde era a mãe de Frida. Os vestidos em exposição são mudados por temporada. Também nesta parte da casa estão peças ortopédicas, usadas pela artista.
“Jamais, em toda a vida, esquecerei tua presença. Acolheste-me destroçada e me devolveu íntegra, inteira”.*
Um vídeo exibido no museu conta a história de vida de Frida e o seu conturbado relacionamento com Diego.
Até o dia 10 de janeiro, alguns dos quadros, fotos e vestidos de Frida, que fazem parte do acervo da Casa Azul, estão na exposição “Frida Kahlo Conexões entre Mulheres Surrealistas no México”, que está no Instituto Tomie Ohtake, no bairro de Pinheiros em São Paulo. Leia sobre esta exposição aqui.
* Os textos em itálico são traduções de frases de Frida, que estão exibidas no Museu.
Serviço:
Endereço: Calle Londres, 247, Coyoacán
Horários: terças, das 10h às 17h45; quartas, das 11h às 17h45; quinta a domingo, das 10h às 17h45.
Entrada: 120 pesos mexicanos (dias de semana), 140 pesos mexicanos (fins de semana)
60 pesos mexicanos para permissão de fotografia.
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