O Teatro Amazonas está entre as principais atrações para quem visita Manaus. Símbolo do luxo e riqueza de um importante período da história brasileira, o Ciclo da Borracha, o teatro é o marco de uma época em que Manaus era conhecida como a Paris dos Trópicos. Mas uma história sempre tem pelo menos dois lados, certo? Pois bem, o outro lado dessa história, marcado pelo trabalho escravo dos seringueiros, é possível conhecer no Museu do Seringal – Vila Paraíso.
O Museu do Seringal trata-se, na verdade, de uma cidade cenográfica construída para o filme “A Selva”, de 2002, adaptação de um romance homônimo de Ferreira de Castro. O cenário é a representação de um verdadeiro seringal que existiu no município amazonense de Humaitá, onde a história teria se passado.
O passeio guiado dura mais ou menos uma hora, onde a guia vai contando a trágica história dos seringueiros, percorrendo os vários cenários como o casarão do seringalista, a casa de aviamento, a igrejinha, o barraco do capataz, entre outros. Ela também mostra como era feita a extração do látex e o processo de fabricação da borracha. É tudo muito interessante e a história é tão terrível que é difícil de acreditar que tudo aconteceu a tão pouco tempo. De crianças a idosos, todos ficavam muitos concentrados na história de tão bem contada que ela é.
Só para refrescar a memória, os seringueiros eram em sua maioria migrantes nordestinos, que foram a região amazônica, com a promessa de ganhar muito dinheiro nos seringais e acabaram, na verdade, se tornando trabalhadores escravos. Às custas desse trabalho, os seringalistas ostentavam riqueza e as cidades da região se tornaram grandes centros. Manaus, por exemplo, foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia elétrica.
Para chegar no Museu do Seringal, basta pegar um barco na Marina do Davi, na praia de Ponta Negra. O trajeto ida e volta para o Museu custa R$ 18, mas negocie com o barqueiro para fazer uma parada na volta na Praia da Lua. O trajeto da Praia da Lua feito a parte sai por R$ 5 o trecho.
A entrada para o Museu do Seringal com direito a tour guiado custa apenas R$ 5.
Praia da Lua
No caminho entre a Marina do Davi e o Museu do Seringal fica a Praia da Lua. O que os manauaras chamam de praia é uma faixa de areia nas margens do Rio Negro. Então, é praia de água doce. A melhor opção é parar na volta do Museu do Seringal para não chegar lá molhado. Normalmente a praia se forma no período de estiagem que vai de agosto a dezembro.
A água do rio é cor de chá. Mas a água é limpinha, própria pra banho. O melhor tudo é a temperatura, bem quentinha. Pense, num banho gostoso! Na faixa de areia ficam algumas mesinhas e barracas. O melhor é curtir um fim de tarde na praia e quem sabe ter a sorte de observar o por do sol no rio.