Para nós a ilha de Paros foi uma surpresa, não estava nos planos. Na Grécia queríamos conhecer Atenas e visitar uma ou mais ilhas, e sabíamos que Santorini não podia ficar de fora. Como tivemos alguns dias de sobra, e a ilha de Paros e a de Naxos ficavam no meio do caminho entre Santorini e Atenas, decidimos escolher uma das duas para passar nossos últimos 4 dias, antes de pegar nosso vôo de volta para Amsterdã em Atenas. Não me lembro exatamente por qual motivo escolhemos a ilha de Paros, mas acho que simplesmente porque, pelo que pesquisamos, ela nos pareceu mais interessante.
A ilha de Paros é uma das maiores ilhas do arquipélago das cíclades, pertencente ao Mar Egeu. Possui 196 km quadrados e 13.000 habitantes. É conhecida por suas pedreiras de mármore, que foram bastante utilizadas para fabricação de várias estátuas na antiguidade grega, entre elas a famosa Vênus de Milo, localizada atualmente no museu do Louvre. Ao longo da ilha, pode-se encontrar registros da mitologia e antigas civilizações, com centros históricos e arqueológicos, bem como uma variedade de lindas praias, bares, restaurantes, lojinhas de artesanato, souvenirs e outros artigos, discotecas, entre outros atrativos, tendo o turismo como um recurso econômico importante para a ilha. Possui um aeroporto com vôos regulares para Atenas, e um porto, de onde chega a maioria de seus turistas, localizados em Parikia, capital e principal vila da ilha.
Depois de nos despedirmos da bela ilha de Santorini, desembarcamos em Parikia, onde também ficamos hospedados, e já senti um encanto pelo lugar no mesmo instante. Com seu mar calmo de água azul cristalina, casinhas brancas, capelas de cúpulas azuis, moinhos gregos, cafeterias e lojinhas variadas, ruazinhas aconchegantes movimentadas por turistas e moradores, a ilha é perfeita tanto para quem gosta de relaxar na praia, como também para quem quer curtir a noite em barzinhos e discotecas, e também para aqueles que procuram um pouco de história e cultura.
Um dos pontos turísticos mais visitados de Parikia é a Igreja Ekatondapiliani, conhecida também como a Igreja das Cem Portas, que foi construída no século VI pelo imperador Justiniano, com típica arquitetura ortodoxa bizantina. Acredita-se que sua construção, datada do início da Era Cristã, foi patrocinada por Helena, mãe do imperador romano Constantino.
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Durante o tempo que estivemos em Paros, além de Parikia, visitamos mais duas vilas. Naousa, onde fica o antigo porto da ilha, e, Lefkes, a antiga capital da ilha.
Naousa é uma vila de pescadores, a 10 quilômetros de Parikia e tem 2500 habitantes. Naousa tem tudo o que um turista espera de uma vila típica das Cíclades, como belas casas brancas, becos estreitos, bons restaurantes, cafés de frutos do mar, tavernas, lojas agradáveis e belas praias.
No porto de Naousa se encontram as ruínas de um antigo forte veneziano, construído no século XV, para a proteção da vila contra ataques piratas e de outros inimigos. Na vila existem várias igrejas e museus históricos que merecem ser visitados. Quem gosta de curtir a noite também vai se sentir em casa, porque existem muitos pubs e bares.
Lefkes é uma pitoresca vila, localizada em um vale cercado por colinas baixas, também a 10 quilômetros de Parikia. Lefkes foi fundada no século XV e lá vivem cerca de 500 habitantes. É uma vila acolhedora, com mansões tradicionais, becos estreitos pavimentados com pedras e uma bonita praça. Com seus terraços decorados com flores, a vila é cercada por pinheiros, eucaliptos e oliveiras. Na aldeia existem várias igrejas bonitas, algumas do século XVII. A igreja mais famosa é a igreja de Agia Triada, onde podem ser vistos ícones bizantinos raros.
A igreja é construída de mármore local. Outros pontos turísticos importantes incluem o Memorial da Guerra na praça da vila, os moinhos de vento, o café tradicional, os artesanatos de tecelagem e o ofício de escultura. Fora da aldeia há vários mosteiros a serem visitados, como o mosteiro Agios Ioannis Kaparos (século XVII) e o mosteiro de Agia Kyriaki.
A culinária nas ilhas é muito rica em frutos do mar, sendo o polvo, servido de diversas formas, um dos pratos mais populares, especialmente na vila de Naousa, onde vimos muitos polvos expostos estendidos feito roupas, espalhados em frente aos restaurantes. Ouvi falar que durante o verão o polvo é tão consumido que chega ao ponto dos restaurantes de Naousa importarem polvos da China, com a falta de polvos suficientes no Mar Egeu para suprir com a grande demanda da vila.
Percebemos que os preços de alimentação, transporte e hospedagem variavam bastante na Grécia. Achamos Atenas baratíssimo, sendo possível fazer uma excelente refeição pagando menos de 5 euros, e tomar um café por um euro.
Enquanto que em Santorini, o café mais barato que encontramos custava 3,50 euros. Já na ilha de Paros, os preços eram regulares, não tão baratos como em Atenas, mas bem mais baratos que em Santorini.
*Mara N. de Castro Dubois é psicóloga, residente em Amsterdã desde 2011, e colaboradora do Compartilhe Viagens.
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