Chegamos em casa no último sábado (24), depois de 4 meses de #DoisnaAmérica, aliás 5, se contarmos com a primeira parte da viagem que realizamos entre março e abril deste ano. Somando estes 5 meses com os 7 meses de nossa Volta ao Mundo, em 2013, finalmente completamos nosso ano sabático. No total, foram 30 países e 384 dias pelo Mundo, por cinco continentes. Mas os números não importam. As experiências vividas, o conhecimento adquirido e os amigos que fizemos é o que iremos levar para toda vida.
Antes de acabar a Volta ao Mundo, em novembro de 2013, chorei toda a última semana. Não queria que o sonho acabasse. Não saberia em quanto tempo voltaria a viajar novamente e, muito menos, se alguma outra vez na vida, poderia viajar por mais de 30 dias seguidos. Tinha medo do que viria pela frente, não sabia bem o que iria fazer da vida. Só sabia que não queria voltar a viver como antes da Volta ao Mundo: uma vida louca, corrida, de muito trabalho e pouca saúde.
Naquele momento tomei decisões: daquele dia em diante viveria os meus sonhos. Trabalharia apenas com o que gostava de fazer, mesmo que ganhasse bem menos e viveria um estilo de vida mais simples e desapegado. Não vou dizer que foi fácil, os primeiros meses pós volta ao Mundo foram de fato muito difíceis. Mas não havia arrependimento. Não importa o preço que pagaríamos, tudo tinha valido a pena.
Exatamente um ano pós Volta ao Mundo, eu e Fred conseguimos nos tornar nômades digitais e aí começamos a planejar novamente novas viagens. E foi assim que nasceu o #DoisnaAmérica. Na verdade, quando estávamos na Volta ao Mundo, sempre o que nos perguntavam era o que queríamos fazer após aquela viagem, respondíamos que queríamos continuar viajando, pelo continente americano. Mas sabíamos que naquele momento não seria possível.
No #DoisnaAmérica tivemos o desafio de conciliar trabalho e viagem. O que, verdade seja dita, não é nada fácil. Na imaginação das pessoas, a vida de um nômade digital é abrir um notebook na praia e trabalhar tomando um drink. Mas a prática é bem menos glamourosa.
Como, desta vez, já tínhamos mais experiência de mochilão, a viagem fluiu mais fácil e quase não planejamos nada, só tínhamos passagem de ida e reserva para a primeira semana. Íamos seguindo o fluxo, ouvindo outras pessoas e deixando o destino nos levar. Foi melhor assim.
Durante o #DoisnaAmérica, realizei também o sonho de conhecer 30 países antes dos meus 30 anos, que completo em janeiro. O que até poucos anos seria para mim uma coisa inacreditável, já que fiz a minha primeira viagem internacional aos 26 anos.
Aqui revelo um segredo para vocês, em nossa lua de mel, em 2010 (quando eu tinha 24 anos), em que viajamos para Florianópolis, comentei com Fred: “Será que daqui a dez anos, podemos viajar para Paris?”. E ele respondeu: “Iremos muito antes. Você tem que parar de sonhar tão baixo”. E dois anos depois estávamos tomando vinho embaixo da Torre Eiffel.
E agora sei que a Xuxa tinha razão “Tudo pode ser/Se quiser será/O sonho sempre vem/Pra quem sonhar”. haha!
E, desta vez, na hora de voltar para casa, derramei apenas umas poucas lágrimas, as mesmas que derramo no fim de cada carnaval. Sabendo que sempre haverá outros carnavais.