Nunca os brasileiros viajaram tanto de avião quanto hoje em dia. Segundo dados do Anuário Estatístico do Transporte Aéreo de 2013, divulgado no início deste ano pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de passageiros em 2013 atingiu o maior patamar da história da aviação brasileira. No total, mais de 109,2 milhões de passageiros foram transportados em 2013, no qual foram quase 90 milhões de passageiros em voos domésticos e 19,2 milhões em voos internacionais. O crescimento nos últimos 10 anos foi de 165%.  Mas com tanta gente voando, inclusive pela primeira vez, os aeroportos estão  sobrecarregados e os voos estão quase sempre lotados. E para todo mundo ter uma viagem segura e tranquila é necessário seguir algumas regrinhas de boa convivência. O que vale tanto para os passageiros de primeira viagem quanto para os mais experientes.

Já faz um bom tempo que venho observando o comportamento dos passageiros nos voos tanto nacionais, quanto internacionais. E nas oportunidades que tive, conversei com alguns comissários de bordo a respeito deste assunto. A partir dessas conversas com vários comissários reuni o que chamei neste post de etiqueta de viagem para voos.  São 5 dicas do que fazer e o que não fazer em um voo:

1- Não chame os comissários de bordo durante procedimentos de segurança

Uma coisa que precisa ficar bem clara para todos os passageiros de avião é que os comissários de bordo são antes de tudo agentes de segurança. E é muito comum ver passageiros chamando os comissários durante procedimentos de segurança, como na hora do preparo para decolagem ou aterrissagem, bem como nos momentos de turbulência. Nesses momentos, quando você aperta a luzinha, os comissários imaginam logo que seja um caso de emergência, como um aviso de incêndio por exemplo, mas muitas vezes é um pedido de copo d´água.  Uma dica é que quando o sinal de “apertar cintos está pagado” é uma boa hora para você chamar o comissário de bordo, SE realmente precisar. Se não, aguarde o horário do serviço de alimentação.

2- A bagagem de mão é sua responsabilidade. Só leve o que pode guardar sem ajuda

Por causa da demora para receber as bagagens despachadas, muita gente tem optado por levar mais bagagens de mãos, que também estão mais pesadas. Só que se todo mundo tiver a mesma ideia, vai faltar espaço nos compartimentos destinados às bagagens de mãos. Por isso, as companhias tem colocado no check in caixas que mostram o tamanho máximo para uma bagagem de mão e limitado o peso em 5kg. Mas tem gente que leva umas 3 bagagens de mãos, pesadíssimas e que mal conseguem carregar. Resultado: passam no corredor batendo em todo mundo com as bagagens e ficam pedindo ajuda aos comissários para guardar. Acontece que a hora do embarque é um momento cheio de ocupações para os comissários e se eles forem ajudar a todos com suas malas, o procedimento demoraria horas. Então, só leve o que pode carregar e guardar sem ter que ficar pedindo ajuda. Se, por algum motivo, não conseguir colocar em cima, uma opção é colocar no chão, abaixo da cadeira em frente a sua.

3 – Crianças a partir de 2 anos devem usar o cinto de segurança. Bebês devem ir no colo dos pais

Essa semana muita gente comentou sobre uma matéria em que os pais de um bebê entregaram um “kit de desculpas” para os passageiros por eventual choro durante o voo. A iniciativa foi bem simpática e pode até ser que vire moda. Mas não deve ser uma obrigação. O que é sim uma obrigação é que crianças a partir de dois anos devem sentar em sua própria cadeira e usar cinto de segurança e os bebês devem ir no colo dos pais. Quanto ao choro, muitos pais tentam controlar de todas as formas, mas não há muitas maneiras de evitar. Já o chute na cadeira da frente por crianças maiores, esse sim pode e deve ser controlado.

4- Use fone de ouvido. Mas baixe também o volume do som

Essa dica não foi nenhum comissário que me deu, mas eu mesma que criei!hehe Em um voo longuíssimo que fiz durante a noite, tive a sorte de sentar ao lado de uma pessoa, que achava que por estar com fone de ouvido, poderia ouvir o som na altura máxima. Resultado: ela caiu no sono, ouvindo a música e eu não preguei o olho por causa do barulho do som abafado. Então, não custa lembrar, use o fone de ouvido, mas ouça sua música em um volume que seja só para você ouvir.

5 –  Na hora do desembarque, só levante quando o aviso de atar cintos estiver apagado!

Esse item é de tirar o juízo de qualquer comissário de voo e o meu também. Acho que são necessários estudos acadêmicos para entender a reação que um aviso de pouso causa nas pessoas, que imediatamente elas sentem vontade de levantar e fazer fila. Os comissários avisam insistentemente para  não levantar enquanto o sinal de atar cintos estiver aceso, mas parece que ninguém se importa, e mesmo enquanto o avião está taxiando, a fila já está formada. Só que é justamente nessa hora que muita gente sofre pequenos acidentes em voos porque quando o avião está taxiando ele pode encontrar um obstáculo na pista e quem está em pé pode cair, bater a cabeça e se machucar. Além do mais, enquanto ele não está paradinho no lugar certo e  as portas não são abertas, ninguém sai e ninguém entra, então, para que a pressa? E a melhor parte, e que torna a situação ainda mais incompreensível ao meu ver, é que praticamente todo mundo vai esperar as bagagens na esteira e elas não chegam na ordem em que os passageiros saem do avião.

E para finalizar deixo a dica que uma comissária me deu: “toda delicadeza será retribuída. É nossa obrigação ser gentil, mas quando um passageiro pede algo com delicadeza, somos ainda mais”.

O que acharam das dicas? Alguém tem mais sugestões?


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