Você já ouviu falar em Slow Tourism ou Slow Travel? Na tradução livre seria Turismo Lento, e de fato é chamado assim em alguns países de línguas latinas, e é uma modalidade de viagem, que surgiu no início dos anos 2000 na Europa, mas que vem de um movimento mais antigo que começou com o Slow Food, no final dos anos 80. O Slow Tourism é um estilo de viagem que tem um ritmo mais lento e preza pela sustentabilidade e o consumo consciente. É uma forma de descobrir novos destinos, com mais respeito. E é, por tudo isso, que deve ser um forma de viagem que pode virar uma tendência no pós pandemia.

O Slow Tourism faz parte do Slow Moviment, assim como o Slow Food, que foi criado na Itália por Carlo Petrini. Para explicar melhor, o Slow Food promove a ideia do consumo de Alimentos Orgânicos de Qualidade vendidos a preço justo, beneficiando o consumidor, assim como o produtor. 

Se o Slow Food se contrapõe ao Fast Food, o Slow Tourism vai na direção ao oposta ao turismo de massa e ao overtourism. Essas são filosofias que tentam minimizar os impactos negativos da globalização.

Falando de uma forma mais objetiva, o Slow Tourism é um estilo de viagem em que o viajante passa mais tempo em um mesmo destino e tenta desfrutar o lugar de forma mais calma, visitando locais mais frequentados por moradores do que por outros turistas.

Ilha em Port Barton, Filipinas
Ilha em Port Barton, Filipinas

Alguns dos  princípios do Slow Tourism são: coma como um local, compre como os locais, se hospede como os locais, converse com os moradores, faça amigos e saia com boas memórias. 

Em alguns países europeus, como na Itália, já existem até associação de Slow Tourism e pequenas cidades e empresas têm se organizado para atender viajantes adeptos dessa modalidade, que não significa que não se utiliza de prestadores de turismo, mas que valoriza pessoas da comunidade para atuarem no setor, com mais responsabilidade e hospitalidade.

Dentro do Slow Tourism, as empresas do turismo podem atuar na valorização da história local, da cultura e dos produtos típicos dos destinos turísticos. 

Como o movimento do Slow Tourism se posiciona contrário a voos charters, sistemas de All inclusive, hospedagens em resorts, roteiros programados de forma muito detalhada e imposição de horários, este tipo de turismo favorece localidades menores e o turismo regional. E este é um dos motivos porque deve ser tendência no pós pandemia. Pois em um primeiro momento, as pessoas devem procurar destinos mais próximos de onde vivem e sem aglomerações.

No ano passado, o papa Francisco durante a audiência concedida aos membros do Centro Turístico Juvenil incentivou o turismo lento e definiu como “um turismo que não é inspirado nos padrões do consumismo ou que deseja somente acumular experiências, mas que é capaz de favorecer o encontro entre as pessoas e o território, e fazer crescer no conhecimento e respeito recíproco”.

Em resumo, o Slow Tourism ou Travel valoriza a estadia prolongada, com tempo suficiente para ir mais além do que o “must see”, fazendo escolhas conscientes.

Mesmo antes de saber deste conceito, nós já tivemos algumas experiências de Slow Tourism que foram bastante gratificante. Algumas delas foram: Port Barton, nas Filipinas; Myanmar; Cuba; San Blás,  no Panamá; Lago Altitlán, na Guatemala. 

E no Brasil: Galinhos e Ponta do Mel, no Rio Grande do Norte, Ilha de Boipeba e  Chapada Diamantina, na Bahia, e Chapada dos Veadeiros, em Goiás, para dar alguns exemplos.

Falei um pouco mais sobre Slow Tourism em vídeo no nosso canal do Youtube. Assista:


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