Em julho terei duas viagens: uma a próxima semana para o Rio de Janeiro e outra, na semana seguinte, para Argentina e Uruguai. Quando falo que vou viajar, normalmente, escuto: “ah!como é bom poder viajar tanto assim”, “gostaria de ter dinheiro para isso”, “você pode, né?”.  As pessoas sempre falam que querem viajar, mas a maioria não quer fazer nenhum esforço para isso. Viajar para mim é uma prioridade e trato como tal. Não viajo porque sou rica ou tenho dinheiro sobrando. E aliás, a maioria das pessoas que viajam com frequência que conheço, também não tem. Mas o que fazemos para poder viajar mais do que 1 vez por ano? Colocamos as viagens entre as “contas” mais importantes e o resto se torna supérfluo.

Viajar enriquece a alma. Foto: Pinterest (Privilegi by Lodi)
Viajar enriquece a alma. Foto: Pinterest (Privilegi by Lodi)

Venho de uma família que nunca teve carro do ano, mas que nunca passou um fim de semana ou feriado em casa vendo tv. Valorizamos sempre as experiências e momentos, ao invés, dos bens materiais. Então, para mim, sempre foi mais fácil abrir mão de certas coisas. E depois de passar 7 meses, durante a Volta ao Mundo, vivendo com o mínimo possível, aí é que não me importo mesmo.

São coisinhas pequenas que muita gente nem percebe que acaba gastando um dinheirão e, por isso, fica sem poder viajar. Esse ano, por exemplo, fiz as unhas com manicure apenas duas vezes, uma delas, para ir a um casamento. Para os homens isso não é nada demais, mas as mulheres sabem  o quanto se gasta com isso. Uso a mesma bolsa há 3 anos e, este ano, comprei apenas sete peças de roupas porque fazia mais de um ano que não comprava nada, além de ter vendido muitas roupas antes de viajar.

Ah! Mas isso não é sacrifício nenhum! Para mim, realmente não. Mas para muita gente, sim, e aí se vai todo o dinheiro que poderia ser investido em viagens.

Também não uso roupas e sapatos de marcas caras, ainda não compramos o nosso carro (vendemos o nosso para viajar), e por enquanto estamos andando de carro emprestado, ônibus ou carona, mas quando formos comprar, certamente, será popular. A única coisa que não conseguimos cortar muito é com diversão. Mas como disse, valorizo momentos e não coisas.

Eu e Fred ainda não temos filhos, então, podemos optar por viajar ao invés de pagar escola. Mas essa também é uma escolha nossa para podermos viajar mais. Esperar mais um pouco até que possamos ter um filho sem precisar parar de viajar.

Depois da Volta ao Mundo, também optei por ser freelancer para não ter que esperar por férias para viajar. Claro, tive perdas financeiras, por isso, mas tenho ganhado muito em qualidade de vida e na liberdade de estar sempre disponível para a próxima viagem.

E a economia e pequenos sacrifícios não são feitos apenas na pré viagem, mas também durante as viagens. Antes tínhamos a ideia de gastar tudo que podíamos para “aproveitar” a viagem que fazíamos uma vez por ano. Agora, entendemos que se podemos economizar em cada viagem, podemos viajar mais. Então, assim, trocamos os hotéis por hostels ou pousadas; os restaurantes luxuosos pelos restaurantes frequentados pelos locais; os passeios via agência pelos passeios por conta própria; e reduzimos ao máximo as compras.

Aí, muita gente olha pra mim e diz: ah! Mas viajar sem comprar não quero, não! E essas pessoas seguem sem viajar por um, dois ou três anos.

E foi viajando de forma mais econômica que me encontrei como viajante e fico pensando nos amigos que deixei de fazer enquanto me hospedava em hotéis ao invés de hostels ou pousadas; das comidas locais deliciosas que deixei de provar quando frequentava restaurantes com menus para turistas; dos locais realmente frequentados pelas pessoas do lugar que deixei de ir, enquanto ficava na fila das atrações turísticas.

Bem, não quero com esse post dizer o que é certo ou errado, ensinar o caminho das pedras a ninguém. Apenas mostrar que se você realmente quer viajar, PRIORIZE isso, observe onde você pode economizar e que pequenos sacrifícios você pode fazer. Te garanto que não há investimento melhor! Mas se você prefere aquela roupa ou bolsa de marca não te julgo, mas lembre-se que com essa grana dá para viver momentos inesquecíveis em alguma parte do Mundo. Eu, vou preferir contar aos meus netos (sim, eu não tenho filhos, mas já penso no que vou contar aos netos) sobre os lugares por onde passei, as pessoas que conheci e o que aprendi falar em outras línguas, ao invés de contar para eles dos sapatos, bolsas e roupas que já tive.

O que você prefere?

Ah! A vovó um dia teve uma bolsa Louis Vuitton!

ou

Ah!A vovó um dia conheceu a Muralha da China!

Aguardem os posts sobre as viagens de julho! E quem tiver dicas sobre Paraty, Petrópolis, Rio de Janeiro, Mendoza, Colônia e Montevidéu, manda para a gente nos comentários abaixo!

 

 


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