Roteiro – Dia 1
Dormimos a noite anterior em Puerto Varas, e aproveitamos o nosso primeiro dia na cidade para conhecermos os lugares mais distantes, já que no outro dia seguiríamos viagem.
Por recomendação de Pierre fomos conhecer a cidadezinha de Cochamó, que fica a 93km de Puerto Varas, cerca de 1h30 pela Ruta 225 e a V-69.
O trecho da Ruta 225 está em ótimas condições e vai margeando o Lago Llanquihue e segue ao lado do vulcão Cabulco. Apesar de não ter tanta vista para o lago quanto em outros trechos da rota, a estrada é muito bonita, pois está cercada por floresta e, várias cachoeiras. Quase matava Fred de susto, quando via uma cachoeira em um lugar inesperado e dava um grito de “uauuu” ou “olhaaa”! hahaha
Já a parte que pegamos da V-69 não era tão boa assim. Mas valia a pena pela vista. A viagem ficou ainda mais divertida porque no caminho demos carona a uma senhora que parecia ter origem indígena e foi cantando para nós músicas folclóricas no caminho. Depois perguntamos a ela com que ela ganhava vida e ela disse que “cantando nos carros”. hahaha Isso mesmo ela pegou carona com a gente e ainda pediu “propina”. Hahaha
Cochamó já faz parte da Patagônia Chilena, apesar de algumas pessoas não considerarem, pois está muito mais ao Norte do que Torres del Paine, Puerto Natales e Punta Arenas, destinos mais conhecidos do lado chileno da Patagônia. A Carretera Austral (Ruta CH-7) começa bem nessa altura, só que em Puerto Montt.
Se é Patagônia verdadeira ou não, não importa muito. O que importa é que Cochamó é um lugar lindo. Daqueles de tirar o fôlego mesmo! Um povoado às margens de um fiorde no mar do Pacífico, cercada por floresta e montanhas, por onde escorrem cachoeiras.
Apesar disso, parece um lugar que praticamente ainda não foi descoberto pelos turistas (pelo menos na baixa estação – a gente só viu outra turista por lá) e ainda mantém a calmaria de cidadezinha de quase fim do mundo.
Estacionamos o carro ao lado da igreja de Cochamó, que segue o estilo arquitetônico das igrejas da Ilha de Chiloé, que são declaradas Patrimônio da Humanidade, toda em madeira, com o exterior de tejuelas. Quando fomos, estava aberta e sem ninguém “cuidando”. Entramos e subimos até a torre.
Descendo a rua da igreja, chegamos a Orla de Cochamó, que tem uma estrutura de calçadão, banquinhos e uma pequena parte coberta, onde ficamos para nos proteger da chuva. A praia é de pedras escuras e escorregadias. No mar, há um pequeno farol em cima de montinho de pedras e pequenos barcos coloridos.
A névoa cobria boa parte das montanhas ao redor, mas ainda assim, conseguimos ver cachoeiras descendo delas.
No inverno em Cochamó não tem muito o que fazer, além de apreciar as belezas do lugar, mas no verão tem várias possibilidades de práticas esportivas e de aventura, como trilhas, cavalgadas, escalada, kayak.
Depois de Cochamó, fomos em direção ao Rio Petrohue. Voltamos pela V-69 e em “Ensenada”, pegamos a entrada à direita. Para à esquerda, seria em direção ao vulcão Osorno.
Nesta área, fica o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, o parque nacional mais antigo do Chile, criado em 1926. O parque tem 253.780 hectares e inclui quase toda a provincia de Llanquihue. Fazem parte do parque, por exemplo, os vulcões Osorno e Tronador, o Lago Todos los Santos, os Saltos de Petrohué. Há várias trilhas pelo parque e para fazê-las é preciso fazer um registro no posto da Corporación Nacional Forestal (CONAF) que fica na estrada que leva ao rio e ao lago.
Para fazer a trilha dos Saltos de Petrohué, que tem cerca de 600 metros e leva em torno de 30 minutos, é preciso pagar uma taxa de entrada do parque, que é de $ 4.000 CLP para adultos estrangeiros.
Nós não pagamos essa taxa. Porque preferimos ir logo para o Lago de Todos los Santos, mas no caminho vimos o rio, que tem uma cor incrível, que varia entre o verde esmeralda e o turquesa. Os saltos são cachoeiras baixinhas, então, ficam mais bonitas quando se tem visibilidade para o vulcão Osorno (Veja as fotos no Google Images) , o que não era o caso do dia que fomos.
Há poucos quilômetros dos Saltos está o Lago de Todos Los Santos, onde nasce o Rio Petrohue. No Lago, fizemos um passeio de barco, que custou $ 10.000 CLP para nós 3 com cerca de 30 a 40 minutos de duração. Na chegada do Lago ficam vários barqueiros e dá para negociar o preço em até $ 3.000 CLP por pessoa. Mas como Fred escolheu logo o primeiro, pagamos um pouquinho a mais, que não deu nem uma diferença de R$ 5 para os 3.
O lago é belíssimo, a água tem as mesmas cores do rio entre o verde e o azul. O mais bonito, no entanto, seria que do lago poderíamos ter a vista para o vulcão Osorno. Mas, infelizmente, tinha muuuuita neblina no dia que fomos e só conseguimos ver a base do vulcão e não, e muito pouco da parte com neve. Mas ainda demos sorte, pois choveu muito pouco nesse dia e, por algum, momento durante o passeio de barco, o sol apareceu.
O Lago de Todos los Santos é enorme, com 178.5 km², e o passeio que fizemos inclui apenas uma parte dele até ver mais de perto a Isla Margarita, ilha que fica no centro do lago. Outros passeios mais caros e mais longos levam até Peulla, cidadezinha que fica no outro lado do lago, quase na fronteira com a Argentina. E tem ainda o Cruze dos Lagos, que vai de Puerto Varas até Bariloche ou vice-versa, cruzando os lagos. Esse é beeeem mais caro e longo.
Como estávamos mochilando, fizemos apenas o passeio mais curto pelo lago e depois, seguimos de carro para subir até a base do vulcão Osorno, onde também fica a estação de esqui. Pierre tinha dito que podíamos ir de carro até lá e depois caminhar um pouco até onde já tinha neve, pois em meados de maio, a estação ainda não estava funcionando. Mas ele avisou: “vejam se não tem muita névoa em volta do vulcão, se tiver, não vale a pena ir”.
Ignoramos o conselho dele e mesmo com muita névoa fomos de carro até base do vulcão. O caminho, obviamente é de subida, e é quase todo de curvas bem fechadas e estreitas. Com muito esforço, o “Peor es Nada” chegou lá.
Lá de cima, a vista para o Lago Llanquihue e a cidade é impressionante, mas só vimos por poucos minutos. Pois logo, deu uma ventania e a névoa cobriu tudoooo. Simplesmente não dava para ver nada e não podíamos caminhar até a neve, pois corriámos um sério risco de nos perdermos ou congelar mesmo!!! O frio estava de matar mesmo.
O jeito foi tomar um chocolate quente no restaurante da estação de esqui e torcer para a temperatura não baixar muito para que a gente ainda pudéssemos descer com o carro sem correntes.
No fim deu tudo certo, mas nem conseguimos ver o topo do vulcão e nem chegar até a neve! hahaha Mais uma vez! Porque em Pucón também não conseguimos.
=(
Quando terminamos de descer o vulcão, o sol já começava a se pôr, voltamos margeando o lago pela Ruta 225 pelo mesmo caminho que fomos. Chegamos em Puerto Varas à noite e jantamos no Mesa Tropera, um restaurante lindo, que fica literalmente dentro do Lago Llanquihue, pois a estrutura dele é de palafitos. E em volta dele é quase todo de vidraças. Então, escolhemos uma mesa próximo das vidraças com uma bela vista para o lago e para a cidade de Puerto Varas.
O restaurante é muito bonito por dentro também e parecia ser bastante frequentado por moradores da cidade. O cardápio era bem variado e incluía pizzas também. E o preço era bem razoável.