Aproveitamos nosso último dia na Chapada dos Veadeiros para conhecer a Catarata dos Couros, que fica no sentido Brasília, já que tínhamos que voltar para a capital. Essa é uma das cachoeiras com entrada gratuita e que não é necessário guia. Por isso, fizemos por conta própria. Porém, tivemos que contar com a sorte para não nos perdermos, pois no meio do caminho, todas as placas de sinalização foram arrancadas, segundo os  moradores da região, pelos próprios guias para “forçar” os turistas a fazerem a visita acompanhados por eles. Neste post, explico como fazer para chegar nessas cataratas por conta própria e que cuidados tomar.

Cachoeira da Muralha, Cataratas dos Couros
Cachoeira da Muralha, Cataratas dos Couros

De Alto Paraíso, onde nos hospedamos, até as Cataratas dos Couros são 18 km de asfalto, no sentido Brasília, como já disse, e mais 35 km de estrada de terra. Na parte de asfalto a estrada está ótima e bem sinalizada, com placa indicando onde entrar para seguir pela estrada de terra.

Depois daí, a estrada de terra passa por uma áreas bem isoladas, cercadas por fazendas, onde quase não se vê ninguém. A nossa sorte foi um casal que estava na estrada de barro, pedindo carona.

Eu e Fred não damos carona com frequência, especialmente no Brasil, por motivos óbvios de medo. Mas resolvemos dar carona a esse casal, pois o local onde eles estavam, poderia passar horas sem passar outro carro. Além disso, se tratava de um senhor já de idade (pelo menos aparentava) e uma mulher grávida.

Paramos o carro, perguntamos para onde eles iam e se era no caminho das Cataratas. A essa altura já não sabíamos também se estávamos no caminho certo.

O casal era de sem terra e estavam indo para um assentamento que ficava no caminho que teríamos que seguir. A moça contou que estavam esperando carona há umas 3h, sem água. Eles vinham de Planaltina, próximo de Brasília, tinham ido visitar parentes e vinham cheios de bagagem.

Dei uma garrafinha de água para ela e fomos conversando, foi aí que eles contaram que eram sem terra. Ele era de Goiás, da região da Chapada dos Veadeiros e ela, do interior da Bahia.

O local onde deixamos ele era um assentamento com pouquíssimos barracos, todos de lona e madeira. Deixamos ele e a moça nos agradeceu, nos dando várias tangerinas.

O senhor nos avisou que os guias tinham arrancado as placas e nos explicou como chegar nas cataratas. Disse: um pouco mais na frente, vão ter dois ferros onde ficava a placa, nesse ponto, vocês pegam para direita e depois sempre à esquerda.

Nesse ponto, onde a placa foi arrancada, é preciso ir pela direita e depois, sempre à esquerda
Nesse ponto, onde a placa foi arrancada, é preciso ir pela direita e depois, sempre à esquerda

Fizemos o que ele disse, mas ainda nos perdemos uma vez, fomos parar em um camping e o senhor de lá também nos avisou que os guias tinham arrancado as placas e também nos alertou que lá na entrada das Cataratas estavam quebrando os vidros dos carros e, por isso, os moradores da região estavam se reversando para vigiar os carros. Por fim, ele repetiu o que o senhor sem terra tinha dito: vocês têm que ir sempre pela esquerda.

Ficamos com uma sensação de medo e, sem acreditar, em tantos absurdos. Uma pena que as pessoas ainda tenham esse tipo de mentalidade.

Já estávamos quase pensando em voltar, quando chegamos a entrada das cataratas. O senhor, que estava lá na frente, viagiando os carros, repetiu a mesma história do sem terra e do senhor do camping.

Como fomos em dia de semana, só havia nós ali e um outro carro. As Cataratas dos Couros são, na verdade, três cachoeiras. Nós nem sabíamos isso, foi o senhor sem terra que nos disse e também que a mais bonita era a segunda.

Chegamos na primeira com pouco tempo de caminhada, ainda com um mal estar e medo daquela situação. A primeira é chamada de Cachoeira da Muralha. É a mais fotografada das três, mas não tem uma boa área para banho. Seguimos caminhando até chegar na segunda, para isso, tivemos que passar por dentro d´água e deixar algumas coisas, como tênis, do outro lado.

Só estávamos nós ali. Depois de um tempo caminhando, Fred avistou um outro senhor, dono do outro carro que estava lá fora, que estava no mirante da terceira cachoeira.

Paramos para banho na segunda cachoeira, que é na verdade, várias quedas ´água baixinhas. E o melhor lugar para banho. A terceira cachoeira só deu para ver do alto, mas é uma queda d´água bem alta e nos pareceu que não era possível chegar até embaixo.

Terceira Cachoeira
Terceira Cachoeira

Depois da manhã tensa e de quase 2h de carro para chegar até as Cataratas. O banho numa cachoeira só nossa foi recompensador. Já era quase 13h e a fome bateu, comemos as tangerinas que ganhamos da mulher grávida. Dica: leve bastante água e lanche, pois no caminho nem lá nas cachoeiras não há nenhum lugar para comprar.

Segunda cachoeira
Segunda cachoeira

Imagino que nos fins de semana, a cachoeira não fique tão deserta assim.

Fred tomando banho na segunda cachoeira
Fred tomando banho na segunda cachoeira

A trilha em si é tranquila, só é preciso tomar cuidado, na ida da primeira cachoeira para a segunda que passa por dentro d´água e a volta que é subida. A estrada de terra fica bem ruim nos quilômetros finais que também são de subida. A paisagem no caminho final é muito bonita.

Paisagem no caminho para as Cataratas dos Couros
Paisagem no caminho para as Cataratas dos Couros

Enfim, para ir até as Cataratas dos Couros não é necessário guia, mas infelizmente por tudo que as pessoas têm feito, é preciso tomar bastante cuidado.

Vegetação na trilha das Cataratas dos Couros
Vegetação na trilha das Cataratas dos Couros

Das Cataratas até Brasília são 225km, mais ou menos 3h de viagem. Nós saímos das cachoeira antes das 14h para dar tempo de chegar a capital antes do anoitecer e ainda deu tempo de parar na estrada para almoçar.

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