Compartilhe Viagens

Buenos Aires pela primeira vez: o roteiro (primeiro e segundo dias)

Olá viajantes!!

Apesar da longa pausa nas postagens, a série sobre Buenos Aires continua. E desta vez, preparei um longo post, que dividi em dois, o de hoje e outro que publicarei amanhã, sobre o meu roteiro em BsAs, com todos os lugares que visitei nos quase cinco dias na cidade. Claro que muita coisa ficou de fora, mas creio que a maioria das atrações que citarei neste post deve ser visitada por quem viaja a capital portenha pela primeira vez. Para a parte gastronômica, no entanto, prepararei um novo post que publicarei nos próximos dias.

Buen viaje!

Buenos Aires por Karla Larissa

Primeiro Dia (Sábado)

Como disse no último post (leia aqui), ficamos hospedados na Recoleta, próximo a Avenida Santa Fé. Começamos nosso roteiro por ela.

Avenida Santa Fé

A Santa Fé, na verdade, é uma avenida enorme que pelo que percebi cruza vários bairros. Na área que ficamos, na Recoleta, tinha muitas lojas, cafés, entre eles, o Havana, restaurantes, uma das lojas das sorveterias Freddo, supermercados, estações de metrô. Enfim, tudo que for preciso, além de lindos prédios no melhor estilo “Belle Époque” francês.

Plaza San Martin

Fizemos uma boa caminhada de alguns minutos até chegar ao fim da Santa Fé, culminando na Plaza San Martins, onde há um memorial aos soldados mortos na guerra das Malvinas, em 1982 e também uma bonita seringueira que segundo li, tem 200 anos, que eu simplesmente, acabei não fotografando.

Calle Florida

Seguindo em frente a Plaza San Martin, você chega a Calle Florida. Para os consumistas é um paraíso com muitas lojas, várias de couro, e camelôs. Para mim, que não viajo para comprar, uma chateação com vendedores insistentes, entregando cartões e convidando para uma visita a loja. Bem, como meu pai queria muito comprar uma jaqueta de couro, a visita foi compensadora. E a minha dica é pesquise e pechinche! Depois de muito choro, meu pai conseguiu reduzir e muito o preço inicial da jaqueta. Ah! Lá dá para comprar em peso, dólar ou real. Também nessa rua tinham muitos homens oferecendo “câmbio”, soube de gente que trocou R$ 1 por $ 2,80 pesos, quando nas casas de câmbio o máximo que se oferecia era $ 2,30 pesos (câmbio do aeroporto). Bem, eu resolvi não arriscar e não recomendo a ninguém correr esse risco.

 Galerías Pacífico

Na Calle Florida também fica a Galerías Pacífico um shopping em um lindo prédio declarado Monumento Histórico Nacional. A Pacífico lembra a Galerias Lafayette de Paris e lá também a quiosques com tax free. Lá também funciona o Centro Cultural Borges, onde são feitas exposições e também são apresentados shows de tango, o que falarei mais adiante.

Galerías Pacífico
Galerías Pacífico

Plaza de Mayo

Caminhando mais um pouco e seguindo pela Calle Florida, chegamos a Plaza de Mayo, onde estão os principais pontos turísticos de Buenos Aires. Em um giro de 360 graus pela praça é possível fotografar a Casa Rosada, a Catedral Metropolitana, o Banco de la Nación, a Plazoleta San Francusci, a Pirâmide de Mayo, El Cabildo, e os constantes protestos que acontecem na praça.

Entramos na Casa Rosada. Mas não fizemos o tour pelo palácio, pois a fila estava enorme. Mas quem quiser, acho que vale a pena. São feitos nos fins de semana, gratuitamente.

Também visitamos a Catedral Metropolitana, que ao contrário das igrejas europeias, também tem entrada gratuita para turistas. E a Catedral é tão bela por dentro, quanto por fora.

No dia que visitamos, a Plaza de Mayo, era um sábado e estava acontecendo um evento de cultura chinesa bem interessante. Uma parte da Avenida de Mayo estava fechada para abrigar barraquinhas de comida e artesanato.

Seguimos a avenida até o Café Tortoni, mas chegamos lá, havia uma fila enorme para entrar. Deixamos para outro dia.

Plaza de Mayo e a Casa Rosada
Pirâmide de Mayo
El Cabildo (prédio branco)
Por dentro da Casa Rosada
Guardas da Casa Rosada
Catedral Metropolitana
Interior da Catedral
Dragão Chinês do evento realizado na Plaza de Mayo
Protesto na Plaza de Mayo

Show de Tango

É claro que quem vai a Buenos Aires tem que assistir a um show de Tango. Antes de ir procurei em blogs as mais diversas opções de show, a maioria, com show e cena (jantar) e com preços bem caros, em torno de 500 pesos por pessoa. Mas minha experiência com o Moulin Rouge, em Paris, me fez lembrar que nem sempre vale pagar uma fortuna em shows feitos para turista ver. Então, resolvi apostar na dica da minha prima Alexandra, assistimos ao Bien de Tango no Centro Cultural Borges, na Galerías Pacífico.  Os shows do Centro Cultural são considerados vanguardistas e não incluem jantar nem bebidas. É apenas o show. O teatro é pequeno, o que torna o espetáculo bem intimista. Não é uma super produção da Broadway, como ouvi falar que são alguns shows de tango com jantar, mas eu gostei. Os músicos são de excelentes e os dançarinos idem. Há várias trocas de roupas e para minha surpresa há momentos que as mulheres dançam de calça (dentro do contexto, claro)! Bem, pagamos 100 pesos cada e depois fomos jantar em um restaurante maravilhoso em Puerto Madero (no post gastronômico falarei dele) para comemorar o aniversário de Fred, com tudo que tinha direito, inclusive, vinho. E pagamos pouco mais de 500 pesos para os quatro.

Infelizmente não era permitido fotografar, mas você pode assistir a um vídeo e ter mais informações sobre o espetáculo aqui.

Segundo dia (Domingo)

El Caminito

O Caminito é como o Pelourinho, em Salvador: ame ou odeie. Não precisa nem falar que eu curti, né? Bem na verdade, trata-se de uma rua com casinhas ou conventillos (cortiços), como eles chamam, coloridos, que fica no bairro chamado La Boca. Para completar tem artistas de rua e dançarinos de tango (que assim como as baianas do Pelourinho, cobram para tirar fotos), um cenário perfeito para fotografar! Sentamos em um dos barzinhos e tomamos uma Quilmes bem gelada acompanhada de empanadas. Delícia. E a trilha sonora me encantou. Foi lá que conheci a voz da Ayo.

El Caminito
Modelando no Caminito
Grupo de viagem no Caminito: Fred, eu, mainha e painho
Dançarinos de tango no Caminito

La Bombonera

De lá, seguimos a pé para o La Bombonera, o famoso estádio do Boca Juniors, que é o Flamengo portenho, como mesmo disse um dos taxistas. Pelo que entendi, os mais elitizados torcem pelo River Plate. Só digo uma coisa, se quiser evitar confusão, não toque no assunto futebol em BsAs. Os argentinos são mais fanáticos que os brasileiros. Sempre que meu pai tocava no assunto ou escutava um xingamento ao Boca ou ao River!kkk

Não conseguimos entrar no estádio, que é aberto diariamente para visitação com entrada paga, porque era dia de jogo. Meu pai bem que tentou comprar ingressos, mas estavam todos esgotados, pois a maioria do público é de sócios do clube. Os poucos cambistas não vendiam ingressos e sim o direito de usar a carteirinha de um dos sócios por cerca de 400 pesos! Na verdade, fiquei aliviada de não ter mais ingressos, pois La Boca não é um dos bairros mais tranquilos de BsAs, principalmente, a noite, e jogo de futebol é sempre um negócio tenso.

Feira de San Telmo

Depois da visita frustrada a La Bombonera, pegamos um ônibus rumo a Feira de San Telmo, que tem início na Plaza Dorrego, e acontece somente aos domingos.

O tamanho da feira é inacreditável e vende-se de tudo, principalmente, pratarias, porcelanas e antiguidades em geral. Também há muitos artistas, dançarinos de tango, músicos, etc. Descemos a Calle Defensa, acompanhando a feira, em direção a Calle Chile, onde fica a estátua de Mafalda, a menina-filósofa, personagem criada por Quino. Estava ansiosa para meu encontro com ela! =)

Feira de San Telmo
Dançarinos de tango na Feira de San Telmo
Mais artistas na Calle Defensa, na Feira de San Telmo
Adorei essas plaquinhas
Multidão na Feira de San Telmo
Com Mafalda

Jardim Japonês

Na Calle Chile, pegamos um táxi, em direção ao Jardim Japonês, que fica em outra ponta da cidade, em Palermo. Este foi um dos meus lugares preferidos em Buenos Aires porque é simplesmente muito bonito e agradável. O Jardim foi um presente da comunidade japonesa à cidade em agradecimento ao acolhimento. O espaço reúne plantas originárias japonesas, lagos com carpas, bonsais, pontes, espaços para meditação e restaurante de comida japonesa.

Depois do Jardim, seguimos para um agradável almoço em Palermo que contarei no post gastronômico.

Jardim Japonês
O jardim foi um presente da comunidade japonesa a Buenos Aires
Meu oráculo japonês

 

El Ateneo Grand Splendid

De volta a Avenida Santa e a Recoleta, visitei o que para mim, poderia ser o paraíso na terra: El Ateneo. Quando vi aquilo, quase fiz uma oração! Exageros a parte, o lugar é realmente lindo e recheado de livros fica ainda mais belo. O prédio é de 1919 e foi construído para ser teatro, no melhor estilo teatro ópera, e recebeu espetáculos de tango, menos de uma década depois, passou a ser cinema e só no ano 2000 tornou-se uma das lojas da centenária El Ateneo, cuja matriz fica na Calle Florida.

El Ateneo Grand Splendid
El Ateneo: a livraria ponto turístico

Milonga

Para fecharmos a noite do domingo, resolvemos ir a uma milonga, que segundo explica a Silvia Oliveira do Matraqueando, os shows de tango seriam como os shows de samba para turistas e as milongas seriam as rodinhas de samba. Escolhemos a La Viruta, na Calle Armenia, em Palermo. Bem, não sei se fizemos a escolha errada, mas a milonga nos pareceu um programa de índio. Realmente só tinha argentinos aprendendo a dançar tango, sem banda alguma, ou seja, era um curso de tango. Desistimos da ideia e encerramos a noite em um barzinho bem legal na mesma rua (depois conto).