Toda vez que falo ou ouço sobre Bagan ainda me emociono. A cidade dos 2 mil templos foi um dos lugares mais incríveis que vi pelo do mundo. Bagan fica em uma região árida de Myanmar e em muito me lembrou o sertão brasileiro. E tão especial quanto a paisagem são as pessoas do lugar.

Templos a perder de vista
Templos a perder de vista

De Yangon fomos para Bagan em um ônibus noturno. Chegamos na cidade antes do amanhecer. Da “rodoviária”, pegamos uma charrete até nossa homestay. Faltava pouco tempo para o nascer do sol, então, só fizemos deixar as mochilas, alugamos uma bicicleta, por 1,50 dólar, lá mesmo na pousada, e seguimos para ver nosso primeiro espetáculo entre os templos.

Bagan foi capital de vários reinados birmaneses e em seu auge existiram ali mais de 5 mil pagodes, a maior parte construída entre os séculos 6 e 7. Depois de muitas invasões, saques, abandono e até sismos, hoje restam as ruínas de mais de 2,2 mil templos distribuídos em uma área de 41km².

Há basicamente duas formas de percorrer os templos, de charrete ou bicicleta. Além de mais barata, a bicicleta nos dava liberdade, pois não tínhamos que ir acompanhados de um charreteiro. E no caminho íamos fazendo amizades com outros viajantes.

Nossas bicicletas
Nossas bicicletas

Fazia pelo menos uns 15 anos que eu não subia em uma bicicleta. E nos dois dias em Bagan, acho que percorri mais estradas na magrela do que havia feito em toda minha infância.

Todo viajante que visita Bagan tem um agenda a cumprir: apreciar o amanhecer e o entardecer. Pergunte sempre a um nativo qual o melhor templo para ver cada um desses espetáculos, mas vá também fazendo suas próprias descobertas. Os templos mais famosos ficam congestionados nesses horários.

Nascer do sol
Nascer do sol

Dos mais altos, podemos ver que são templos a perder de vista. Simplesmente incrível. Por diversas vezes, a UNESCO tentou transformar Bagan em Patrimônio da Humanidade, mas a junta militar de Myanmar restaurou os templos como bem quis, sem respeitar o estilo arquitetônico e os materiais utilizados na época das construções.

Buda gigante em um dos templos
Buda gigante em um dos templos

Entre um templo e outro, estávamos sempre conversando com os locais, adultos e crianças, todos com um sorriso no rosto, mesmo aparentando levar uma vida difícil. As crianças começam a trabalhar desde cedo, vendendo postais e souvenirs, para ajudar no sustento de casa. É difícil resistir as compras. E nem precisa. É tudo tão barato e eles precisam tanto dos turistas, que nada mais justo do que tentar ajudá-los.

Komin, uma das crianças de Bagan, que passamos a tarde conversando
Komin, uma das crianças de Bagan, que passamos a tarde conversando

Em um final de tarde, também fizemos um passeio de barco pelo rio Ayeyarwady, o mais longo de Myanmar e que circunda Bagan. Vimos a cidade por um ângulo diferente. Pagamos 15 dólares para 3 pessoas.

É preciso pagar uma taxa de 10 dólares para entrar em  Bagan, o que acabamos não fazendo porque não sabíamos e nem fomos cobrados. Apenas no último dia apareceu um fiscal no último templo cobrando o ingresso.  Falamos que não tínhamos o dinheiro, o que era verdade. Ele nos deixou ir embora, mas não entrar no templo.

Admirada com tanta beleza
Admirada com tanta beleza

Esse ingresso, na verdade, é cobrado apenas para entrar em  Old Bagan, que é onde estão os templos e também os resorts e hotéis caros. Nos hospedamos em  Nyang U, que fica na estrada para Old Bagan e é normalmente onde os mochileiros se hospedam. Há ainda New Bagan, mas distante dos templos e com hotéis de preços intermediários entre Old Bagan e Nyang U.

Em Nyang U tinham muitas opções de restaurantes, alguns muito bons, inclusive. Me chamou atenção uma coisa, na maioria, havia um quadro com a imagem de Aung Suu Kyi,  prêmio Nobel da Paz, uma heroína para o povo de Myanmar e desafeta da ditadura. O que só me deu mais orgulho daquela gente, que espera nela um futuro de paz e liberdade para seu país.

Balões

Antes de conhecer Bagan, o que tinha me chamado atenção para o lugar era o passeio de Balão, que é um dos meus sonhos ainda não realizados, mas a temporada de balonismo na cidade vai de outubro a março e nós fomos em junho. Para quem tem interesse, a empresa que faz os passeios é a Balloons over Bagan.

Reserve seu hotel em Bagan.


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