Algumas pessoas aguardam ansiosamente pelo fim do isolamento acreditando que será como o sinal (sino, sirene, campainha, chame como quiser) de fim de aula, em que todos os alunos saem correndo, só que ao invés de cada um ir para sua casa, todos sairiam para as ruas para fazer o que mais sentem falta. Mas a verdade é que o fim do isolamento está mais para uma espécie de alta, que uma mãe recebe após um parto. Ela sairá do hospital, mas a vida dela nunca mais será a mesma. Sim! A pandemia será um marco para todo o mundo. Este é um momento de ruptura em que muitas coisas irão mudar. E é claro que o turismo, que até o momento é um dos setores que mais sofreram impactos nesta pandemia, também passará por muitas mudanças. Vocês já pararam para pensar o que vai mudar no turismo/viagens após a pandemia de Covid-19?
Tenho lido e pesquisado bastante sobre este assunto até porque sou uma profissional do setor e preciso saber quais rumos tomar e algumas análises são bem semelhantes. Vou dividir em alguns pontos:
1 –Vai levar tempo
A Organização Mundial de Turismo – OMT estimava uma previsão de crescimento do turismo global entre 3 e 4% em 2020. Agora com a pandemia, a Organização calcula uma queda entre 20 a 30% nas viagens e uma perda estimada de US$ 300 a 450 bilhões nos gastos dos viajantes internacionais somente este ano.
Para a OMT, o setor, que é responsável por 1 em cada 10 empregos no planeta, vai levar entre de 5 a 7 anos para recuperar as perdas de 2020.
Mesmo que o isolamento acabe, se não houver uma vacina e um medicamento para curar a doença, as pessoas vão continuar com medo, pois o vírus continuará circulando. Então, em um primeiro momento, as pessoas tenderão a preferir o turismo regional, locais em que possam ir de carro e que não tenham grandes aglomerações. Num segundo momento, seria o turismo nacional e por último o turismo internacional.
A pesquisa PULSO TURISMO E COVID-19, realizada pelo TRVL LAB – Laboratório de Inteligência de Negócios em Viagens, projeto da PANROTAS com a MAPIE, divulgada na sexta-feira (03), apontou essa tendência.
Entre os viajantes, 60,48% afirmam que não pretendem voltar a viajar internacionalmente até que haja confiança no controle da pandemia, mesmo após o fim do isolamento. Este número cai para 45,36% quando se relaciona às viagens nacionais. 31,62% não conseguem decidir neste momento sobre viagens futuras.
A pesquisa apontou ainda que o Nordeste deve ser o destino escolhido pela maioria dos viajantes no pós-crise causada pela pandemia do coronavírus.
3- Viagens de experiência
A forma de viajar certamente irá mudar. Os especialistas acreditam que as viagens de experiências serão mais valorizadas de agora em diante. E os consumidores tenderão evitar o chamado “overtourism” (com grandes aglomerações) e buscar viagens mais exclusivas e autênticas, que propiciem experiências diferentes, como turismo solidário, ecológico, gastronômico, etc.
4- Sustentabilidade
Um ponto importante que deverá ser analisado pelos viajantes pós-pandemia é a questão da sustentabilidade. Destinos e viagens mais sustentáveis deverão ser uma tendência, uma vez que é esperada que uma próxima crise da humanidade seja causada pelas mudanças climáticas.
Vale lembrar que alguns destinos sofreram bastante com o overtourism, um desses exemplos é a Tailândia, que precisou proibir o acesso a famosa praia de Maya Bay.
A responsabilidade social também deve passar a ser uma das exigências desse novo viajante.
5- Segurança sanitária
Para os especialistas, assim como 11 de setembro mudou completamente as normas de segurança no setor do turismo, a pandemia tenderá a mudar as normas de segurança sanitária.
6 -Transformação digital das empresas
A pandemia tem feito praticamente todos os setores se reinventarem e buscarem uma transformação digital. Da mesma forma será para o setor do turismo. Acredita-se que cada vez mais o consumidor estará mais digitalizado e exigente, o que irá demandar mudanças das empresas que prestam serviços para o turismo neste sentido. Por outro lado, muitas pessoas tiveram que lidar com dificuldades na hora de cancelar ou remarcar uma viagem devido ao isolamento, o que poderia ser amenizado, se tivesse um consultor de viagens. O papel do especialista em viagens, chamado de consultor ou design de viagens, poderá crescer no pós-pandemia. O futuro do turismo seria aliar a praticidade das novas tecnologias com o toque humano.
O Nordeste deve ser o destino escolhido pela maioria dos viajantes no pós-crise causada pela pandemia do coronavírus. Este foi o resultado apontado pela pesquisa PULSO TURISMO E COVID-19, realizada pelo TRVL LAB – Laboratório de Inteligência de Negócios em Viagens, projeto da PANROTAS com a MAPIE, divulgada nesta sexta-feira (03).
Esta é a primeira de uma série de pesquisas sobre os viajantes e empresas de Turismo que será realizada pelo TRVL LAB para analisar os impactos gerados pela pandemia e as intenções para a retomada. Para esta pesquisa, foi conduzido um painel on-line com 300 viajantes brasileiros, de todas as regiões do Brasil, que fizeram pelo menos uma viagem nos últimos 12 meses e 325 empresas do Turismo nacional, predominantemente agências de viagens.
Na pesquisa feita com os viajantes foi apontada uma tendência preliminar para a retomada do turismo regional em um primeiro momento. Entre os viajantes, 60,48% afirmam que não pretendem voltar a viajar internacionalmente até que haja confiança no controle da pandemia, mesmo após o fim do isolamento. Este número cai para 45,36% quando se relaciona às viagens nacionais. 31,62% não conseguem decidir neste momento sobre viagens futuras. 22,68% dizem ter confiança total nos prestadores de serviço de Turismo para voltar a viajar assim que o isolamento acabar. 28,18% dizem ter confiança parcial e apenas 6,87% dizem não ter confiança nenhuma.
21,99% responderam que não se importam em viajar a trabalho quando o isolamento acabar, porém 21,31% discordam totalmente desta afirmação. Já 16,15% sabem que terão que viajar a trabalho quando o isolamento acabar, mas não gostariam. A pesquisa mostrou que viajar em família não parece ser uma das primeiras ações quando o isolamento acabar.
Sobre os destinos para viajar no pós-crise, o Nordeste foi apontado por 26,80% dos que responderam, 14,43% disseram querer ir para praias regionais, 11,34% Serras Gaúchas, 8,93% Rio de Janeiro.
Com relação aos destinos internacionais, a pesquisa mostrou que a Europa foi citada por 7,90% dos entrevistados, seguida de 4,81% para outra parte dos Estados Unidos, América do Sul 4,12%, Flórida 3,09%, Caribe e/ou México 2,41%.
Na pesquisa 55% dos viajantes afirmaram que tinha viagens planejadas e/ou compradas que foram impactadas pela pandemia do novo coronavírus, sendo que 45,45% ainda aguardam os próximos desdobramentos para tomar uma decisão do que fazer. Quando há a decisão, a preferência é pela alteração para data futura para 31,82%.
Outro dado analisado na pesquisa com os viajantes foi o orçamento de viagens para 2020. Para 32,65% ele permanece igual e para 19,59% ele deixou de existir.
A PULSO TURISMO E COVID-19 também ouviu 325 empresas, de todas as regiões do país. A grande maioria das empresas respondentes, ainda não realizou demissões. Apenas 3,48% demitiram mais que 50% do quadro. Além disso, 49,32% reduziram a jornada de trabalho e a remuneração das suas equipes. A maioria das empresas (28,48%) respondeu que espera a retomada das viagens já no mês de maio ou junho (22,15%). 16,46% das empresas responderam que acredita que isto só deverá acontecer em agosto.
Os Estados Unidos são o novo epicentro da pandemia do coronavírus, com 116.050 casos notificados (ultrapassando Itália, China e Espanha) e 1.937 mortes por covid-19. O estado de Nova York registrou quase metade dos casos do país, com 52.318 infectados e 728 mortos. Pedi a um amigo nova iorquino para me contar sobre a situação na cidade e ele me falou que não estava se sentindo bem para falar sobre o assunto, mas me enviou o depoimento de uma amiga enfermeira que trabalha em um dos maiores hospitais de Nova York, que foi publicado nas redes sociais dela. Por segurança, a identificarei apenas com as iniciais A.B.
O depoimento dela expressa bem a situação crítica que os EUA estão vivendo e reforça o alerta para as pessoas ficarem em casa.
Leiam o depoimento de A. B:
Esta é a placa na porta da Unidade de Terapia Intensiva contra o COVID onde eu trabalho. Vou atravessar essas portas, deixando de lado minha especialidade em Neuro UTI, em todos os turnos no futuro imprevisível. Eu acabei de voltar ao trabalho depois de algumas semanas de folga e posso dizer honestamente que, por mais destemida que sempre tenha sido, estou com medo. Sim, pela saúde da minha família, amigos e minha, mas também pela nossa sociedade. Muito amor e conexão podem advir disso. Eu já vi isso, mas também muita dor e doença mental.
Não temos a quantidade suficiente de testes para isolar o patógeno ou a pessoa portadora desse vírus e não temos as máscaras, luvas e equipamentos adequados para os profissionais de saúde usarem enquanto administram esses testes quando finalmente chegam. Isso tem a ver com a política e a diminuição de verbas em 2018 para o escritório de preparação para pandemias de nossa administração atual. Tudo bem, temos que seguir em frente.
A ÚNICA coisa que lhe está sendo solicitada é usar a estratégia simples do DISTÂNCIA SOCIAL. Simples. Se todos pudermos cumprir, PODEMOS ter a chance de começar, passo a passo, a reconstruir nossas novas vidas em alguns meses. Se não … bem … não descreverei aqui como é assistir a essa pandemia e ver vidas inocentes se perderem diante de meus olhos.
Acredite, eu também pensava que era invencível, mas não sou.
Desde 2014, ano seguinte a nossa Volta ao Mundo, eu e Fred, meu marido e desenvolvedor de sistemas deste blog, trabalhamos de home office. E, desde então, tenho que explicar às pessoas como posso trabalhar se nem saio de casa. Para a maioria das pessoas, dizer que eu fazia home office era o mesmo que dizer que tinha um hobby ou um nome bonito para dona de casa. Mas parece que o jogo virou (querendo ser engraçadinha uma hora dessas?) e, nesta quarentena de enfrentamento ao coronavírus, milhares de pessoas ou seriam milhões estão tendo que fazer home office pela primeira vez e muitos nem sabem como se faz isso. Pois bem, reuni aqui algumas dicas para facilitar, nem que seja um pouco, a vida dessas pessoas porque, na verdade, não está fácil para ninguém.
1) Estabeleça um horário
As pessoas têm uma ideia de que fazendo home office você trabalha quando bem entende. Na verdade, é preciso ter bastante disciplina para trabalhar de casa. Pois, podem acontecer duas coisas: você procrastinar e acabar não produzindo nada ou você trabalhar sem hora para parar.
O ideal é que você estabeleça um horário e cumpra ele para garantir a sua produtividade e também o seu bem estar físico e mental.
2) Prepare um local
Para levar o trabalho a sério e se manter produtivo também é importante escolher um local de trabalho e prepará-lo para isso. Não precisa montar um escritório todo agora. Mas não funciona muito bem uma hora trabalhar na cama, outra no sofá, outra na mesa da sala. Se tiver outras pessoas em casa, especialmente crianças, escolha preferencialmente um local em que você possa fechar a porta. Também leve logo para a mesa um copo de água, xícara de café, chá para não ficar levantando o tempo todo e sendo tentado a procrastinar.
3) Vista-se para trabalhar
Muita gente considera esta dica uma bobagem e acha tranquilo trabalhar de pijama. Mas é fato que se vestir para trabalhar ajuda a “ativar” no cérebro o modo trabalho. Não precisa ser um look todo combinadinho, como as blogueiras de moda sugerem, mas também não dá para ficar de pijama o tempo todo. Além do mais, alguns trabalhos necessitam de reuniões por vídeo conferência ou gravar vídeos para as redes sociais. Esteja pronto para encarar o dia!
4) Defina suas tarefas
Antes de começar o trabalho, defina as tarefas do dia (Você também pode fazer isso no dia anterior). Para quem é funcionário de uma empresa, provavelmente, essas tarefas serão passadas. Quem é autônomo, microempreendedor ou tem outro tipo de contrato, o ideal é definir as próprias tarefas antes de dar início ao trabalho. Já quem trabalha em equipe, alguns aplicativos, como o Trello, Monday.com e o Slack, podem ajudar na organização das tarefas.
5) Evite procrastinar
A maior parte dos trabalhos de home office ganha-se por produtividade e não por tempo de trabalho. Ou pelo menos você pode tentar negociar isso com o seu/sua superior para este período de quarentena.
Para aumentar a produtividade um ponto importante é evitar a procrastinação. Algumas dicas são:
– Avise aos familiares e amigos do seu horário de trabalho para evitar contatos naquele período;
– Coloque o celular distante ou pelo menos no modo avião ou não perturbe;
Para manter a sanidade mental é importante manter contato com outras pessoas além das que estão confinadas com você. Por isso, as reuniões, que antes eram tidas como chatas, podem ser uma boa oportunidade para discutir melhor as tarefas de trabalho, mas também bater um papo e aliviar um pouco as tensões da quarentena. Vários aplicativos oferecem a opção de vídeos chamadas, mas alguns mais usados, como o WhatsApp, estão travando mais diante do grande número de acessos. Algumas opções de Apps eficientes são o Zoom, Google meetings e o próprio Slack.
Deu para ver com essas dicas que fazer home office não é esse mundo encantado do trabalho que muita gente pinta. É preciso ter bastante disciplina e foco. Mas o trabalho remoto já nos proporcionou experiências que seriam impossíveis em um trabalho convencional, como a viagem de 5 meses que fizemos pelo continente americano – Sul, Central e Norte – ao mesmo tempo em que trabalhávamos.
Essas dicas são bem gerais e atendem as pessoas em condições favoráveis de “temperatura e pressão”. Mas escrevi este post também para as mães que estão vivenciando a loucura de fazer home office com crianças pequenas enfurnadas em casa:
Boa parte do mundo, incluindo o Brasil, entrou em “quarentena” ou confinamento diante da pandemia do coronavírus (covid-19). E, de repente, muitos trabalhadores estão tendo que lidar com uma nova realidade: o home office. Este tipo de trabalho remoto demanda muita disciplina e foco para ser produtivo. Agora, imaginem a realidade das mães, em especial de crianças pequenas, que estão se vendo em casa, tendo que trabalhar, executar tarefas domésticas e cuidar das crias, tudo junto e ao mesmo tempo. Isso pode ser uma verdadeira loucura, por isso, algumas mães na internet já estão chamando o home office de “hell´s office (escritório do inferno, em tradução livre)”.
Faço home office desde 2014, mas o grande desafio veio quando Elis nasceu, em junho de 2018. A produtividade despencou e foi difícil me manter trabalhando até ela entrar em uma “brinquedoteca/creche”, espaço onde ela passa a manhã e eu, devagar, consegui retomar o ritmo de trabalho. Agora, com o confinamento, tive que me reorganizar para conseguir trabalhar e não pirar com uma bebê de 1 ano e 8 meses, em casa, e que ainda mama. Confesso que a primeira semana foi um caos, mas agora já consegui me planejar melhor e vou compartilhar com vocês algumas dicas que podem ajudar o home office não se transformar em hell´s office. Ah! Este post é dedicado às mães porque normalmente são elas que acumulam todos esses papeis, mas pode atender a qualquer cuidador que se veja nesta situação neste momento.
1) Chame o parceiro (a) para assumir sua responsabilidade
A primeira coisa a se fazer é chamar o (a) parceiro (a) para uma conversa. Falar da necessidade de cada um organizar o seu tempo e dividir as tarefas. Aqui em casa, por exemplo, Fred faz home office com horário mais ou menos definido (tem que fazer 8h por dia, preferencialmente, pela manhã e tarde). Então, combinamos que ele começaria mais cedo do que o habitual e eu trabalharia no final da tarde para o início da noite. Se você é mãe solo e mora sozinha com a cria e ainda tem que fazer home office, deixo o meu abraço, pois não sei muito o que dizer. Mas recomendo focar nas prioridades, se naquele momento é o trabalho, deixa a casa pra depois e não se culpe por deixar seu filho (a) mais tempo na tv do que você gostaria.
2) Defina uma rotina
Para tentar manter um mínimo de ordem e sanidade é importante definir rotinas no dia dia: do trabalho, da casa e das crianças, que como todo mundo sabe, se dão melhor com previsibilidade.
Se possível coloque tudo por escrito e visível para cada um saber das suas tarefas e horários e evitar a carga mental de ficar lembrando quem tem que fazer o que e a que horas.
3) Escolha um local de trabalho em que possa fechar a porta
Como falei no post “Dicas para fazer home office durante a quarentena” é importante ter um local de trabalho e, no caso das mães, é importante que seja um local em que possa fechar a porta. Se possível trabalhe com fone de ouvido para ignorar as batidinhas e os chamadinhos de “mãeee”. Deixe claro para todos da casa que só irá abrir a porta em caso de real necessidade.
4) Converse com as crianças sobre a nova realidade
Crianças, mesmo as pequenas, têm uma capacidade de entendimento muito maior do que normalmente supomos. Então, converse com os filhos para explicar sobre seu novo esquema de trabalho. Diga que você terá horário para brincar, cuidar da casa e também para trabalhar. Sempre que necessário, repita todo o discurso.
5) Cumpra a sua parte no combinado
Sabe quando trabalhar em casa se torna um verdadeiro inferno? Quando você tenta fazer tudo ao mesmo tempo. Almoço no fogão, criança no colo e olho no celular para responder alguma demanda no trabalho. É bem comum o almoço queimar, a criança começar a chorar ou fazer uma birra e você acabar cometendo um erro no trabalho. Então, se possível, cumpra o combinado, obedeça a rotina e tire um tempinho pra cada coisa. Nessa primeira semana eu estava cometendo esse erro e levei umas duas mordidas de Elis (que está chegando aos maravilhosos 2 anos) que queria atenção enquanto eu resolvia coisas do trabalho e de casa.
6) Não fique tentada a parar tudo para arrumar a casa
Um dos maiores problemas para as mulheres, mães, donas de casa que precisam fazer home office é se sentir tentada a parar o trabalho para arrumar a casa. Nesse caso, volto a repetir, tente cumprir a rotina. A parte boa de estar confinada é que não vai aparecer nenhuma visita surpresa, então, você pode deixar a casa para depois. Tenha em mente suas prioridades do dia.
7) Converse com seu/sua superior para trabalhar por produtividade
Se você trabalha para alguma empresa e está tendo que fazer home office, excepcionalmente, neste período de quarentena, tente negociar trabalhar por produtividade e não com horário estabelecido. Argumente que tem as crianças em casa e que cumprir o horário comercial não é muito viável.
8) Procrastine!
Essa dica é oposta a que dei no post “Dicas para fazer home office durante a quarentena”. Mas no caso das mães de crianças pequenas é totalmente necessário. Aproveite o seu horário de trabalho, trancada em um cômodo, para tirar uns minutinhos para descansar e procrastinar, garantindo assim um pouco da sua sanidade.
9) Não se culpe!
O último conselho é: não se culpe. Não se culpe se você tem que deixar seu filho mais tempo nas telas do que gostaria, se tem que fazer uma comida mais simples, se a casa está bagunçada ou se não está no auge da sua produtividade. Estamos vivendo uma situação única, estamos todos vivendo uma pressão absurda e mais culpa materna não vai nos ajudar em nada.
As demais dicas sobre home office, você pode ler no post já citado:
Dicas para fazer home office durante a quarentena.
Espero que este post ajude você a aliviar um pouco da tensão do hell´s office. Essas são algumas dicas e não regras que você têm que se apegar a ela. Ah! Queria dizer que este blog é mantido por duas mães de bebês que fazem home office, eu (@karlalarissa) e Carla Uyara (@carlauyara), é uma loucura, mas a gente se vira! =)
Se você tem outra dica, coloca aqui nos comentários, ou então compartilha com a gente como está sendo a situação aí neste período de confinamento. Estamos juntas!
O Governo do Rio Grande do Norte publicou nesta sexta-feira (20) decreto de calamidade pública, em função da pandemia do novo coronavírus. Nesta sexta, o maior shopping de Natal, o Midway Mall, divulgou nota esclarecendo que a partir deste sábado (21), irá suspender o atendimento ao público por tempo indeterminado. Apenas o supermercado, as farmácias e as clínicas que funcionam no shopping continuarão abrindo. O Natal Shopping também divulgou suspendeu das atividades até 21 de abril. Outros shopping, como o Partage Norte Shopping e o Shopping Cidade Jardim, reduziram o horário de atendimento, das 12h às 20h.
Na última quarta-feira (18), o governo emitiu portaria sobre o fechamento temporário do Cajueiro de Pirangi, um dos principais cartões postais do estado por 30 dias.
A Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte disponibilizou, em decisão publicada na noite desta quinta-feira (19), o prédio onde funcionava o Hotel Parque da Costeira, localizado na Via Costeira, em Natal, para ser transformado em um hospital de campanha para pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.
O último boletim epidemiológico divulgado pelo Rio Grande do Norte foi na quarta-feira (18), quando havia 108 casos notificados no RN, 32 casos já foram descartados e os 75 casos suspeitos ainda aguardam resultados dos exames laboratoriais.
Calamidade pública
O decreto de calamidade pública é basicamente uma garantia para o governo para poder aumentar os gastos públicos e estabelecer medidas de emergência de saúde pública e se baseia no artigo 65 da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000 (a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal – que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal).
De acordo com o governo do RN, em princípio, serão investidos R$ 40,5 milhões para controle da doença no RN, dentre os quais R$ 35,7 milhões irão para Saúde; R$ 1,8 milhão para Administração Penitenciária; e R$ 3 milhões para ações de defesa do consumidor pelo PROCON. A aquisição das tornozeleiras eletrônicas para impedir que a pandemia se alastre no sistema prisional contou com o auxílio de R$ 300 mil do Tribunal de Justiça (TJ). O governo ainda prevê contratação de pessoal, via processo seletivo simplificado e abertura de mais de 100 novos leitos de UTI.
Em outro decreto publicado na última quarta-feira (18), o suspendeu, em caráter temporário e sob o argumento da prevenção do novo Coronavírus, uma série de atividades que aglomerem pessoas. O desrespeito às determinações configurará crime previsto no artigo 268, do Código Penal. Foram suspensas temporariamente as atividades escolares presenciais nas unidades da rede pública e privada de ensino, no âmbito do ensino infantil, fundamental, médio, superior, técnico e profissionalizante, pelo período inicial de 15 (quinze) dias; as atividades coletivas, eventos de massa, shows, atividades desportivas e congêneres, com a presença de público superior a 100 (cem) pessoas, sejam públicos ou privados, ainda que previamente autorizados; e todas as feiras, exposições e eventos, aprazados para os próximos 60 (sessenta) dias, que possibilitem aglomeração de pessoas.
A publicação também recomenda à população que evite frequentar espaços tais como academias, shoppings centers, teatros, cinemas e feiras livres para evitar circulação de pessoas.
Suspensão de voos internacionais
Na última terça-feira (17), a governadora do RN, Fátima Bezerra solicitou à Agência Nacional de Aviação (Anac) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a suspensão de todos os voos internacionais com destino ao Rio Grande do Norte.
Uma das principais companhias aéreas a operar voos internacionais no estado, a TAP Air Portugal cancelou na quarta-feira (18) até o dia 28 de abril todos os voos vindos de Portugal.
Hotel pode ser usado como hospital de campanha*
A Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte disponibilizou, em decisão publicada na noite desta quinta-feira (19), o prédio onde funcionava o Hotel Parque da Costeira, localizado na Via Costeira, em Natal, para ser transformado em um hospital de campanha para pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus. A requisição foi feita horas antes da decisão pela Prefeitura de Natal.
A decisão do juiz do trabalho responsável pela Divisão de Inteligência (Dint) do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN), Cacio de Oliveira Manoel, autoriza o uso das instalações físicas por parte do Poder Executivo municipal enquanto durar a pandemia.
O prédio onde funcionava o Hotel Parque da Costeira se encontra sob a jurisdição da Justiça do Trabalho para o pagamento de indenizações trabalhistas. O imóvel foi objeto recente de leilão promovido pelo TRT-RN. Como a proposta de compra apresentada foi inferior ao valor mínimo do lance inicial permitido pelo Código de Processo Civil (CPC), a venda não foi possível.
*Com informações do Tribunal de Justiça do Trabalho
Foi publicada nesta quinta-feira (19), no Diário Oficial da União, a MEDIDA PROVISÓRIA Nº 925, que dispõe sobre medidas emergenciais para a aviação civil brasileira em razão da pandemia da covid-19. Para explicar melhor sobre esta MP e tirar dúvidas sobre os direitos do consumidor nos casos de cancelamento e remarcações de passagens aéreas, o Compartilhe Viagens entrevistou a advogada Daisy Mattos, especialista em direito administrativo e consumidor.
Compartilhe Viagens: Nessa situação de pandemia, onde aeroportos estão sendo fechados, e a recomendação é de ficar em casa, mesmo quem comprou passagem sem reembolso em caso de cancelamento passa a ter este direito?
Daisy Mattos: Até então não existia uma lei que obrigasse as companhias fazerem mudanças ou cancelamentos sem custos. Na prática quase todas as companhias já estavam oferecendo esse benefício aos passageiros. Nesta quinta-feira (19), foi publicada a Medida Provisória 925/20 que estabelece que “Os consumidores ficarão isentos das penalidades contratuais, por meio da aceitação de crédito para utilização no prazo de doze meses, contado da data do voo contratado.” Isso se aplica aos contratos de transporte aéreo firmados até 31 de dezembro de 2020.
Qual a orientação que você dá para quem vai fazer remarcação ou mudança? O ideal é fazer tudo por email para ficar registrado?
Todas as companhias estão informando que será possível a remarcação e reembolso, inclusive oferecendo o call center como alternativa de contato. Sucede que , na prática não está funcionando bem. Eu mesma tive uma viagem cancelada pela própria companhia, mas quando eu entro pelo site para pedir o reembolso, o sistema mostra que só terei direito ao reembolso da taxa de embarque. Apesar juridicamente existir o direito ao reembolso integral
Então, minha recomendação é para que o consumidor tente registrar tudo, preferencialmente por e-mail ou fazendo prints na tela do computador ou celular durante o processo de cancelamento/ remarcação dos bilhetes. Em caso de atendimento por telefone, peça o protocolo ou confirmação por e-mail.
Para quem pediu reembolso, já existe um prazo definido para ser ressarcido?
Sim, esta Medida Provisória 925/20, publicada nesta quinta (19) determina um prazo de até 12 meses para as companhias aéreas reembolsarem os consumidores o valor das viagens compradas até 31 de dezembro de 2020 e que acabaram canceladas devido a epidemia do novo coronavírus.
No caso de brasileiros que ficaram “presos” em países por terem as fronteiras fechadas. A quem eles podem recorrer?
Neste caso, não tem o que fazer, somente esperar decisão do governo brasileiro. Isto está ocorrendo em Portugal e os brasileiros estão fazendo protestos diários em frente a Embaixada brasileira. Mas o problema é global.
As companhias aéreas estão dando um prazo para remarcação de nova data. Você orienta definir o quanto antes ou melhor aguardar um pouco mais?
O ideal é aguardar mais pois as regras e ações estão mudando a todo tempo, a exemplo desta Medida Provisória. E os órgãos de proteção dos consumidores como por exemplo Procon deverão fazer ações objetivando a proteção dos consumidores.
A Espanha decretou neste fim de semana estado de alarme em função do coronavírus que, inicialmente, deve durar pelos próximos 15 dias. O país é o quinto no mundo e o segundo na Europa mais afetado pela covid-19, atrás apenas da Itália, e já registra 767 mortes e 17.147 casos da doença (Dados de quinta-feira, 19)*.
Desde a noite do último sábado (14), as pessoas estão em confinamento e só é permitido sair de casa para trabalhar, comprar comida, medicamentos, ir a um hospital ou passear com os cachorros, respeitando a distância de pelo menos um metro e a determinação de uma pessoa por carro.
Mais de 1.000 soldados foram designados para fiscalizar o cumprimento das regras definidas pelo governo, orientando as pessoas que não tem justificativa para sair, que voltem as suas casas. E as pessoas que descumprirem a determinação podem ser multadas, entre 500 e 2.000 euros.
A partir desta terça-feira (17), a Espanha vai controlar a circulação de pessoas em suas fronteiras terrestres para conter a expansão do coronavírus. O Governo decidiu nesta segunda-feira suspender o Tratado de Schengen – o acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários – , seguindo a decisão do conselho de ministros de Sanidad e Interior da União Europeia.
Ouvimos os depoimentos de brasileiras de diferentes regiões do país sobre como está a situação na Espanha.
O depoimento de Suzy Borges (residente há 13 anos em Terrassa, cidade da Comunidade Autônoma da Catalunha, a 28 km de Barcelona) foi enviado para mim, no domingo à noite, e estou mantendo ele para que vocês vejam que em questão de horas, a situação em cada país está mudando. Quando me escreveu esse texto, ela estava em confinamento em casa deste sexta (14). Agora pela manhã (terça-feira – 17), Suzy me fez uma chamada de vídeo visivelmente emocionada e abalada, mostrando que nos supermercados as prateleiras estavam vazias. “Não tem mais nada de produtos de higiene, não tem mais álcool em gel, não tem sabão para lavar a louça. A situação é muito mais grave do que imaginei. Também falta comida, não sei nem o que levar”, me disse.
Ela que trabalha em uma agência bancária em Terrassa e até segunda (16) estava indo ao trabalho – usando máscara e luvas – disse que agora o serviço presencial foi reduzido ao mínimo e os funcionários estão trabalhando divididos em turnos. “Eu faço parte do primeiro turno e ficarei em casa até o dia 27 de março. Na segunda (30), volto ao trabalho e o outro entra em confinamento. Somos 4 turnos. Estamos dando os serviços mínimos. As consultas devem ser feitas por telefones e e-mails, operações que se pode fazer por caixas eletrônicos não se faz em caixa, apenas se o cliente não souber operar”, explicou.
Leia o relato que ela nos enviou no domingo, como a situação mudou em poucos dias:
Li o relato da brasileira RaïssaCajaraville que vocês publicaram sobre a França. Aqui a situação é similar ao relato dela.
Na segunda-feira (9), fui ao supermercado, quando ainda estava tudo “normal” e comprei só o que realmente estava precisando. Em casa vimos as notícias e minha filha (10 anos) a princípio estava um pouco assustada, pela avó que já tem 85 anos e está no grupo de mais risco. Passamos o dia em casa, assistindo Netflix, estudando e brincando de jogos de mesa em família. Como um final de semana super prolongado!
Está mais complicado para o meu marido, que já saiu 3 vezes para passear e ver como está o ambiente, desrespeitando as recomendações de só sair em casos de extrema necessidade. No último passeio, por pouco, não foi chamado atenção pela polícia que faz a guarda na rua.
Os bancos a partir de hoje (16) estarão funcionando, em horário reduzido, com limite de entrada de um cliente por agência e respeitando o limite de no mínimo um metro de distância entre pessoas. Os saques só por caixa eletrônico. Eu trabalho em banco e me obrigaram a gastar um dia de férias, já que minha filha não tem aula e não tenho com quem deixá-la. Mesmo podendo fazer em casa quase o mesmo que faria na agência.
Resumindo, não acho que se deva tomar como algo sem importância, mas o caos está na histeria das pessoas, na falta de consciência coletiva. Não vejo necessidade em comprar 30 tubos de álcool gel quando em casa se tem água e sabão, nem estocar comida quando o governo já chamou a calma e disse que o abastecimento está garantido.
Nas próximas semanas a situação irá piorar. De sábado para domingo já foram mais de 1500 novos casos.
Na minha humilde opinião deveriam fechar tudo nesses 14 dias para frear a circulação do vírus. É horrível para a economia, mas a incerteza do que pode acontecer é ainda pior.
Em Terrassa foram registrado 12 casos de pacientes com coronavírus até o momento. Na Catalunha ocorreram 12 óbitos.
Luciana Cavalcante – (reside há 20 anos em Alicante, Comunidade Valenciana)
Luciana escreveu este depoimento para enviar aos familiares no Brasil, neste fim de semana:
Olá…
Essa mensagem vai pros meus amigos e familiares no Brasil, mas também espero que ao máximo de pessoas possíveis.
Me sinto no dever de alertar vocês.
Moro na Espanha e posso garantir que a situação aqui está muito, mas MUITO complicada. A partir de domingo (15), estamos proibidos de sair de casa por tempo indeterminado, os colégios, comércio, clínicas, etc estão fechando. Os hospitais colapsados, estão habilitando hotéis e asilos para transformar em leitos de hospital. Eu gostaria de relembrar vocês que há um mês atrás, nós também pensávamos que essa história só atingiria a China e não chegaria aqui. Mas chegou, e de uma maneira muito descontrolada, bloqueando o país. Também ríamos e tomávamos como piada tudo isso, até bater na nossa porta. Hoje o país inteiro está apagado, triste e assustado.
Não percam o bom humor, mas também não percam a responsabilidade. Enquanto vocês estão em tempo, tentem controlar esse vírus saindo pouco de casa, evitando aglomerações de pessoas (shows, teatros, manifestações), não cumprimentem com beijos, abraços ou aperto de mãos, mantenham o mínimo de um metro de distância de outra pessoa, evitem na medida do possível o uso de transporte público (embora eu saiba que é muito difícil fazer) e, acima de tudo, no mínimo sintoma de gripe, FIQUEM EM CASA, assim é a única maneira que vocês tem para não disseminar essa pandemia num país precário e com um dos sistemas públicos de saúde mais deficientes de toda América do Sul.
Por favor, me escutem e levem a sério tudo isso. É muito importante para que não haja colapsos, paralisações e por consequência, mortes. Obrigada e sorte!
Ao Compartilhe Viagens, Luciana contou que na rua em que mora, as pessoas vão para varanda e colocam música das 17h às 19h “para descontrair um pouco”. “Na rua do meu filho colocaram a Macarena e todos dançaram. Em uma comunidade de vizinhos, fizeram um bingo”, conta.
Ela falou ainda que todos os dias às 22h, as pessoas vão nas varandas aplaudir os trabalhadores da saúde. “É emocionante”, disse.
Nesta segunda-feira (16) à noite, Luciana também me fez uma chamada de Whatsapp, mostrando a rua onde mora, completamente vazia e mostrou medo em relação a ser abordada por um policial por estar na rua descumprindo a regra de confinamento. Para justificar a saída em horário de trabalho, ela anda com uma declaração da empresa comprovando que está trabalhando.
Depoimento Maiara Cruz (residente em Valência há 4 meses)
Hoje é terça-feira, dia 17 de março de 2020, e há exatamente cinco dias a minha vida mudou de ponta-cabeça. Estou na Espanha, mais precisamente na cidade de Valência. Foi aqui na Comunidade Valenciana a primeira morte confirmada por Coronavírus no país, no dia 3 de março.
É difícil descrever nosso sentimento esses dias. As informações mudam a cada momento e, como previsto, os números de pessoas infectadas crescem assustadoramente, juntamente com o número de mortos.
Estou aqui com o meu marido e minha cadela, e sei que não somos grupo de risco, mas a possibilidade de estarmos contaminados, propagando o vírus pela nossa vizinhança, faz com que a gente passe a refletir sobre o nosso comportamento.
Se na semana passada alguém me dissesse que estaríamos vivendo tudo isso, eu jamais acreditaria. Até a última terça-feira, dia 10 de março, milhares de valencianos se concentravam na praça central da cidade, para ver a Mascletà, uma queima de fogos que acontecia todos dias, desde o início de março, às 14h. Essa era uma das programações das Fallas, a festa mais importante da Comunidade Valenciana. Para você ter uma ideia, é como se fosse o carnaval deles.
No final de fevereiro, já ouvíamos rumores de que talvez essas festas fossem canceladas, mas a escolha do governo e da prefeitura foi deixar que elas continuassem, afinal, a situação só estava caótica na China. Mas a propagação do vírus é tão rápida, que faz as coisas passarem pelos nossos olhos sem que a gente perceba. Ao nosso lado, a Itália começou a enfrentar sérios problemas. Enquanto por aqui, o país continuava recebendo milhares de turistas e seguindo com tudo normalmente.
No dia 9 de março, a Espanha vivia seu primeiro ponto crítico. Em apenas 24h, os casos de pessoas infectadas com o Coronavírus se multiplicaram de uma maneira drástica e o Governo precisou tomar medidas fortes de contenção, principalmente na Comunidade de Madri, que já era a região que registrava um maior número de casos.
A medida mais impactante, que fez a gente começar a perceber que as coisas estavam mais sérias do que imaginávamos, foi o cancelamento das Fallas em Valência, no dia 10 de março. Isso nos deixou com uma pulga atrás da orelha, mas ainda seguíamos nossa vida normalmente. Até que começamos a encontrar os supermercados com as prateleiras vazias. Parecia uma cena de filme.
Desde o cancelamento das festas, até o decreto de quarentena do governo espanhol, se passaram quatro dias. Esse tempo foi o suficiente para mudar por completo nossa percepção do problema. Agora somos obrigados a permanecermos em casa, com acesso muito restrito à rua. Só poderemos sair para levar nossa cachorra para fazer suas necessidades e para comprar remédios e alimento. Nossa vida ficará assim pelos próximos 15 dias ou mais.
Como nosso trabalho sempre foi remoto e minhas aulas vão permanecer online, a nossa rotina não muda muito. Mas tem sido duro nos depararmos com o silêncio sepulcral que se instalou na cidade. Ver as ruas completamente vazias e as pessoas com o sentimento de pânico, sem saber se seus familiares mais velhos vão conseguir sair dessa, e quando o país vai conseguir se recuperar desse baque, faz com a gente também sinta essa dor.
Esses dias têm sido de muita reflexão para todos. Mas agora a única coisa que podemos fazer é continuar mantendo a calma, ter – muita – paciência, seguir buscando informações seguras e nos cercando de cuidados, para proteger não somente nós dois, mas a todos que nos cercam.