A terra natal de Mozart, cenário do filme “A Noviça Rebelde”, o centro histórico Patrimônio Mundial da UNESCO. São muitas as razões que fazem de Salzburgo o segundo destino mais visitado da Áustria. Mas a principal delas, sem dúvida, é que Salzburgo é uma das cidades mais lindas, não só do país, mas eu diria, da Europa. Com um centro histórico compacto, a maioria das pessoas destina um dia de viagem à cidade. Foi justamente o que fizemos.

Como chegar

Salzburgo fica entre Munique (a 145km), na Alemanha, e Viena (a 295km), capital da Áustria. A maneira mais comum de chegar lá, partindo de uma dessas duas cidades é de trem.

Nós, saímos de Munique para Salzburgo e de lá seguimos viagem para Viena. No primeiro trajeto, viajamos com o trem da Deutsche Bahn, já no segundo, fomos de WestBahn.

Mas recomendo antes fazer a pesquisa nos sites Rome2rio e GoEuro, que mostram as opções de transporte para cada trecho, com valores, horários e empresas.

Leia também: Viagem pela Europa: avião, trem, ônibus, carro. Qual a melhor opção?

Onde ficar

O ideal é ficar o mais próximo do centro histórico (Zentrum) ou, como provavelmente você chegará de trem, uma boa opção também é ficar próximo da Hauptbahnhof (estação de trem principal). Nós ficamos hospedados no Amedia Express Salzburg, que fica a 1km da estação de trem e fomos caminhando com as malas até lá.

O hotel ofereceu um bom custo/benefício, apesar de não incluir café da manhã, que é oferecido, mas cobrado a parte. Tem quartos confortáveis e limpos e oferecia o que era necessário para nós (boa localização, wifi gratuita, ducha quente, mesa de trabalho). Também tinha tv, aquecedor (que não usamos porque viajamos no verão) e outros equipamentos, como secador de cabelos. Do hotel também tínhamos acesso a um restaurante italiano muito bom.

O único ponto negativo para o hotel, na minha opinião, é o horário do check in que é às 15h e só poderia ser adiantado com cobrança de taxa (o que me recuso a pagar, pois se o quarto está livre não custa antecipar um pouco sem cobrança). Mas permitiram que deixássemos nossas malas no hotel até o horário de entrada no quarto.

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O que fazer

Como disse, o centro de Salzburg é bem compacto e conhecemos tudo a pé, apesar da cidade oferecer um bom transporte público. Como estávamos acompanhados de uma amiga austríaca, visitamos menos lugares que poderíamos em um dia, mas fizemos tudo com tranquilidade e pausas para cervejas, já que fomos em um dia bem incomum para a cidade, com temperatura acima dos 30 graus.

Encontramos nossa amiga na Igreja de Santo André (St. Andrä Kirche), na Mirabellplatz, uma igreja neo gótica, com um interior bem simples, mas como entrada era gratuita e marcamos um lugar como ponto de encontro, fizemos uma rápida visita.

Continuamos pelo famoso Mirabelgarten, um jardim belíssimo que ficou famoso como cenário do filme “A Noviça Rebelde”, e o Palácio Mirabell (Schloss Mirabell), que, junto com o centro histórico de Salzburg, é Patrimônio Mundial da Humanidade. O Palácio hoje funciona como prédio administrativo da prefeitura e conselho municipal, mas também tem um salão para concertos (vale a pena conferir o concerto da noite em que estará na cidade). Fizemos uma visita breve ao interior do Palácio, mas poucas salas estão abertas ao público.

Passamos pela Universidade Mozarteum, que, segundo nossa amiga, é uma das mais importantes universidades de música da Europa. Seguindo em direção à Fortaleza, que se é possível ver desde o Mirabellgarten, passamos pela Igreja da Santíssima Trindade (Dreifaltigkeitskirche) e pela Mozart Wohnhaus, uma das casas de Mozart na cidade.

Antes de visitar Salzburg, uma amiga tinha me dito para evitar as “Casas de Mozart”, mas como já estudei música clássica, tinha curiosidade pela vida e obra desse gênio da música e acabamos visitando a casa, que hoje funciona como um museu. Porém, ela tinha razão. O museu é muito pobre de acervo, com pouquíssimos objetos que realmente pertenceram a Mozart, além da entrada ser bem salgada, 10 euros por pessoa. Não achei que valeu a pena. Mas, sem dúvida, vale ir até lá pelo menos para observar e fotografar a fachada do casarão.

Para quem tiver interesse no museu, tem mais informações neste site.

Depois da visita à casa de Mozart, atravessamos a Staatbrücke, ponte que cruza o rio Salzach. Neste ponto é possível ter algumas das mais belas vistas do centro histórico da cidade. Como era verão, também havia muitas pessoas na margem do rio, tomando banho de sol, fazendo piqueniques.

Do outro lado do rio ficam a Prefeitura (Rathaus), a Catedral (Dom) e algumas praças importantes como a Domplatz, a Mozartplatz e a Kapitelplatz.

Também é imperdível fazer uma caminhada pela famosa Getreidegasse, uma rua comercial famosa pelas suas plaquinhas em ferro com os nomes das lojas. Nossa amiga nos explicou que essas placas eram muito úteis quando a maioria da população era analfabeta, pois antes no lugar do nome da marca, as placas tinham um desenho que identificava a loja.

A casa de número 9 desta rua foi onde Mozart nasceu e viveu até a adolescência. Com o prestígio da rua, a Getreidegasse possui lojas de grifes famosas e também de itens tradicionais da cultura austríaca, como os trajes típicos da Baviera (Tracht) e que também são usados nesta região da Áustria.

Nossa amiga austríaca também nos chamou a atenção para as placas com o nome da rua escrito Getreidegasse na forma antiga do alemão com dois “S”, que, hoje em dia, é substituído pela letra “ß“.

A nossa última visita foi à Fortaleza de Hohensalzburg (Festung Hohensalzburg), de onde é possível ter a mais bela vista para a cidade e também para as montanhas dos Alpes austríacos, que, mesmo no verão, ainda tinha um resquício de neve nos cumes.

É possível chegar na Fortaleza caminhando ou de funicular (bondinho). O ingresso que inclui o funicular e a visita ao castelo custa 15,20 Euros (adulto).

O castelo tem mais de 900 anos e é um dos mais bem preservados da Europa. Dentro do castelo há várias exposições de esculturas, pinturas, objetos de decoração, vestimentas e artigos militares.

Na Fortaleza também são realizados vários concertos. Do lado de fora há um restaurante, onde os garçons trabalham vestidos com o traje típico. Aproveitamos para comer um prato tradicional austríaco, beber uma boa cerveja e aproveitar a bela vista, num final de tarde de verão, em torno de 20h.

Para quem tem mais tempo em Salzburgo há vários outros locais que merecem uma visita na cidade, inclusive as minas de sal, que ficam no entorno da cidade. Aliás, o nome da cidade, Salzburg, em alemão, é literamente “Fortaleza de Sal”. Nós, infelizmente, não tivemos tempo para estender a visita, mas Salzburg definitivamente é uma cidade que quero voltar um dia.

Viaje tranquilo