Aracaju é uma cidade que surpreende. Capital mais jovem do Nordeste, com apenas 161 anos (fundada em março de 1855), nasceu planejada e mantém-se organizada. A cidade, hoje, não se resume aos traços de um tabuleiro de xadrez, como foi pensada, mas a medida que foi crescendo, foi buscando soluções que a deixam ainda mais bonita e os visitantes com vontade de se mudar para lá. Banhada pelo rio Sergipe e pelo mar, Aracaju não resume suas atrações às belezas naturais e oferece opções que agradam turistas dos mais diversos interesses. Aracaju foi, para mim, uma grata surpresa e, neste post, compartilho algumas dicas e sugestão de roteiro para 2 dias só com atrações gratuitas.
Como chegar
O Aeroporto Internacional de Aracaju – Santa Maria (AJU) fica na zona Sul da cidade, a menos de 10 minutos da Orla de Atalaia, onde ficam os principais hotéis.
Aracaju recebe voos de todas as regiões do país. Mas, para quem é da região Nordeste, as opções são um pouco limitadas, sendo necessárias muitas conexões para chegar até Aracaju. Dependendo do estado, vale mais a pena ir de carro.
Nós fomos a Aracaju duas vezes na mesma viagem de carro do Rio Grande do Norte à Bahia . Da primeira, fizemos o trecho Porto de Galinhas – Aracaju pela BR 101, que só está totalmente duplicada até Pernambuco. A partir de Alagoas até a capital de Sergipe tem vários trechos em obras e, por isso, é a parte mais demorada da viagem, também com bastante fluxo de caminhões.
Da segunda vez, saímos da Praia do Forte, Bahia, pela BA-099 e SE-100, que, apesar de serem rodovias estaduais, estão em bom estado. O fluxo também é pequeno nestas rodovias, portanto, foi uma viagem bem tranquila.
Onde ficar
As melhores opções de hospedagem em Aracaju ficam no bairro Atalaia, principalmente próximo a orla. Nesta região, estão os principais hotéis da cidade, além de restaurantes, bares e atrativos turísticos. Também a partir da Orla do Atalaia é possível ter fácil acesso às outras praias e pontos turísticos da cidade.
Nós ficamos no Anauê Hostel. Hostel bem organizado, com opções de quartos de casal, com banheiros privativos e também quartos compartilhados. Ficamos em um quarto duplo com ar condicionado, tv, armário, banheiro com chuveiro elétrico, wi fi. Tivemos um problema com o chuveiro, que não estava esquentando, e eles ajeitaram no mesmo dia. O café da manhã bem servido, com frutas, sucos, pães, queijos, café.
Os funcionários e proprietários também são bem atenciosos e o hostel fica pertinho (300 metros) da Orla da Praia de Atalaia. O hostel também tem cozinha, que pode ser utilizada pelos hóspedes. Não tem estacionamento, mas dá para deixar o carro na frente, pois a recepção funciona 24 horas por dia e os funcionários conseguem ver os carros e a área é tranquila.
Quanto pagamos: R$ 125 a diária em quarto duplo (janeiro de 2017).
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Roteiro para 2 dias
Como disse, a nossa visita a Aracaju foi durante a viagem do RN à Bahia e já havíamos passado por Morro de São Paulo e a Ilha de Boipeba, que tem algumas das praias mais bonitas do Brasil. Então, o nosso foco em Aracaju não foram as praias (visitamos apenas Atalaia), mas os demais atrativos da cidade, que me surpreendeu bastante pela organização e opções de lazer para moradores e turistas. Lembrando que essa sugestão de roteiro, também pode ser feita em mais dias, aproveitando cada lugar, com mais calma.
Dia 1
Começamos o dia na Praia do Atalaia. Aracaju tem um mar entre o cinza e o marrom, que pode não encher os olhos, mas a orla é de fazer inveja a qualquer outra cidade litorânea do Brasil. Super organizada, com quiosques, restaurantes, esculturas e muitas opções de lazer.
Se você tiver tempo, pode dedicar um dia inteiro à Orla do Atalaia: fazer algumas fotos na Passarela do Caranguejo, nos Arcos da Orla do Atalaia ou com as esculturas de bronze que homenageiam personalidades nacionais (Monumento aos Formadores de Nacionalidade) e da cultura sergipana (Espaço de Convivência Cultural), visitar o Projeto Tamar – Oceanário de Aracaju (entrada paga) e os Lagos da Orla, fazer umas comprinhas na Passarela do Artesão ou no Centro Cultural José Inácio e, claro, aproveitar a praia.
Na praia tem várias barracas, que costumam cobrar só pelo consumo, e oferecem mesas, cadeiras, guarda-sóis, chuveiro. Na Orla também tem uma infinidade de bares e restaurantes, que funcionam de dia e à noite. A Orla tem ainda várias quadras de tênis e outros esportes, quadras de areia, campos de futebol, pistas de skate, parquinhos, espaços para ginástica, kartódromo etc. Por isso, é também muito frequentada pelos aracajuanos.
Como não tínhamos o dia inteiro só para a Orla do Atalaia, dedicamos pelo menos uma manhã. À tarde, fomos almoçar no Mercado Municipal Antônio Franco, que é ligado pela Passarela das Flores, ao Mercado Thales Ferraz. Nos dois mercados, você irá encontrar artesanatos, banquinhas de cordel e antiguidades, castanhas, rapaduras e outros produtos regionais. No primeiro andar do Antônio Franco estão alguns restaurantes. Almoçamos no Caçarola, restaurante self-service com uma comida deliciosa e com muitas opções. O preço é bem justo, a estrutura e o ambiente são simples, mas de lá você terá uma ótima vista para o Rio Sergipe.
Ao lado do Thales Ferraz tem ainda outro Mercado Municipal, o Governador Albano Franco, que é enorme e lá você encontrará de tudo, mas especialmente, frutas, verduras e outros ingredientes da gastronomia regional.
Quase em frente aos mercados fica o Espaço Cultural Zé do Peixe, homenagem ao prático José Martins Ribeiro Nunes, famoso personagem de Aracaju. Lá, você irá conhecer um pouco sobre história de Zé do Peixe, tem uma estátua dele lá, e ter uma bonita vista para o rio Sergipe. A visita é gratuita.
Como fomos na segunda-feira, o Centro Cultural de Aracaju, que fica próximo ao Espaço Zé do Peixe, estava fechado. O centro funciona no prédio da antiga Alfândega de Aracaju, na praça General Valadão, ele foi reaberto em 2014, depois de uma ampla reforma e funciona como um espaço dedicado à memória de Aracaju e às manifestações culturais da cidade. Lá funciona o Museu Cidade de Aracaju, que tem entrada gratuita.
Fechamos a tarde no Calçadão Formosa, na Av. Beira-Mar, um bonito espaço de lazer às margens do Rio Sergipe, com banquinhos, armadores para redes (que delícia!), mesas de xadrez/dama, parquinho, fontes, ciclovia, pista para caminhada. Este lugar também é muito frequentado pelos moradores da cidade e é ótimo para o fim de tarde.
À noite, como ficava próximo ao nosso hostel, jantamos em um dos restaurantes da Orla de Atalaia.
Dia 2
Dedicamos a manhã do nosso segundo dia para conhecer melhor o centro e os museus da cidade. Na Praça Almirante Barroso estão o Palácio Fausto Cardoso, antiga Assembleia Legislativa, hoje, funciona como escola e memorial do Legislativo, e o Palácio Museu Olímpio Campos.
Nós fizemos a visita guiada ao Palácio Olímpio Campos, que é gratuita e dura em torno de 40 minutos. O Palácio foi inaugurado em 1863 e foi sede do governo do estado até 1995 e também serviu de residência oficial a muitos governadores.
Depois de passar por uma grande restauração para recuperar a sua arquitetura original, passou a funcionar como museu. O tour conta a história de Sergipe, no período da República, e mostra os espaços que foram remodelados com obras de arte, móveis e objetos de época que pertenciam ao palácio e ex-governadores. É uma visita bem interessante e um ótimo ponto de partida para conhecer um pouco da história do estado. Não é permitido fazer fotos dentro do Palácio, mas você pode conferir o interior no Tour 360, disponível no site do museu: http://www.palacioolimpiocampos.se.gov.br/site/tour360.html .
Do outro lado da praça, às margens do rio fica a Ponte do Imperador Dom Pedro II, que é na verdade, um ancoradouro, construído para receber o imperador em sua visita a Aracaju em 1860.
Seguindo a praça Almirante Barroso, pelo outro lado, você chegará a Catedral Metropolitana de Aracaju, dedicada à Nossa Senhora da Conceição. A igreja foi inaugurada em 1875 e é um bonito prédio, em estilo neoclássico e neogótico. Em frente a Catedral ficam várias barraquinhas de artesanato, com destaque, para os bordados.
Pertinho da Catedral ficam o Centro de Turismo e a Rua do Turista, com várias lojas de artesanatos, lanchonetes e restaurantes.
A nossa próxima visita foi o Museu da Gente Sergipana, a número 1 das atrações de Aracaju, segundo o TripAdvisor, e também na minha opinião. De uma forma interativa, o museu tem como tema a identidade do povo de Sergipe, suas expressões artísticas e culturais, seus personagens históricos e folclóricos, sua linguagem etc. As exposições são interativas e muitos criativas. É um museu para toda família visitar e ficar lá por um bom tempo. Depois dedicarei um post inteiro ao Museu da Gente Sergipana. Mas adianto que a visita é gratuita e imperdível!
Para fechar a nossa estadia, fomos até a Orla do Pôr do Sol. Como já deu para perceber, Aracaju é uma especialistas em orlas. A Orla do Pôr do Sol, fica no Mosqueiro, e é de onde partem os catamarãs e lanchas para alguns dos passeios mais conhecidos de Aracaju: a Croa do Goré e Ilha dos Namorados. Nós não fizemos os passeios, mas ficamos em um dos restaurantes da orla para apreciar o pôr do sol. Chegamos cedo e a princípio achei que era um lugar pouco esquisito e perigoso, mas quando estava mais próximo do fim da tarde, começou a chegar bastante gente, inclusive, tinha um grupo fazendo um ensaio fotográfico. Lá tem um deck, alguns quiosques e também é possível alugar pranchas de stand up paddle. Ao que parece, a água do rio Vaza-Barris é própria para banho, pois tinha várias pessoas nadando no rio. Fechamos o dia com um belo pôr do sol.
Se você tiver mais dias em Aracaju e quiser conhecer as praias e fazer outros passeios, recomendo este post do blog Mil e Uma Viagens: http://www.mileumaviagens.com.br/praias-de-aracaju/