Chegamos no aeroporto de Madri na terça-feira (12) para embarcar para Lisboa onde faríamos a conexão para Natal e fomos informados no check-in que o nosso voo tinha sido remarcado para o dia seguinte. Assim, tivemos que passar uma noite na capital portuguesa. Era o dia a mais que eu precisava para me acostumar com a ideia de que estava voltando para casa. Depois de 219 dias de viagem, desembarcamos ontem (13) a noite em terras potiguares e fomos recebidos com festa pela família e amigos.
Sete meses passaram rápidos como sete dias. Mas foram vividos tão intensos quanto 7 anos. Foi tudo muito mais fácil do que poderíamos imaginar. E voltamos com a mesma certeza que tinha quando partimos: não somos mais os mesmos. A viagem nos mudou e certamente será um marco na nossa vida para sempre.
Depois de uma experiência como essa não há como olhar a vida com os mesmos olhos, assim como as pessoas e os lugares. Aprendemos que é preciso muito pouco para ser feliz, aprendemos a valorizar coisas tão simples que antes se quer dávamos atenção, como ter uma cama para dormir, uma roupa limpa, um prato farto de comida.
Aprendemos que dizer um simples “oi” a um desconhecido pode nos apresentar a pessoas interessantíssimas. E que quanto menores as expectativas, maiores as surpresas.
Aprendi que os lugares são feitos pelas pessoas e que uma tarde de brincadeira com crianças locais pode marcar mais do que uma visita a atração turística mais famosa da cidade.
Nesses sete meses me senti mais livre, mais leve. Aprendi a ser mais calma, menos ansiosa e mais tolerante. O desafio de viajar em casal foi superado. Mas não vou dizer que ficar 24 horas junto de alguém por mais 200 dias é fácil. Tínhamos ritmos e vontades diferentes e absolvíamos as vivências cada um ao seu modo. Mas a experiência só nos deixou ainda mais fortes.
Sobre o que largamos antes de partir para viagem, pouco a pouco vamos reconstruir. Fred já começou hoje mesmo em um novo emprego. Nosso apartamento está alugado até meados de 2014 e continuaremos com uma vida cigana pelos próximos meses, mas dessa vez alternando entre casas de familiares até encontrar um lugar para ficar enquanto não voltamos para o apê. Quanto a mim, pretendo me dedicar as minhas duas paixões: o jornalismo e viagens. Mas tudo sem muita pressa e sem muita pressão.
E o que terminou para a gente, começa agora para vocês. A partir da próxima semana vou começar a apresentar aqui no blog os destinos da nossa viagem, as histórias, dicas, fotos e vídeos. Farei séries por destinos e publicarei alternando os continentes. Tentarei compartilhar ao máximo sobre a nossa vivência e ficarei muito feliz com cada um que se sentir inspirado pela nossa Volta ao Mundo.
E tenham certeza, nós não paremos por aqui, este foi só o começo. Pois há muito Mundo para conhecer! E como diz Charles Chaplin: “A vida é maravilhosa quando não se tem medo dela”.