Depois dos dias na Chapada Diamantina, tivemos um descanso merecido no litoral baiano, em Morro de São Paulo e Boipeba. Começamos por Morro, que é a mais famosa e badalada, e depois fomos para a sossegada Boipeba. Em Morro de São Paulo ficamos 3 noites e compartilho com vocês nosso roteiro e dicas de como chegar e onde ficar.
Como chegar
Morro de São Paulo é uma vila da Ilha de Tinharé, que pertence ao município de Cairu, na região chamada de Costa do Dendê. Nessa parte da ilha não há carros, portanto, a única forma de chegar é de barco ou lancha rápida. Ou, para quem tem grana sobrando, táxi aéreo.
Saindo de Salvador, existe a opção de transfer marítimo, de lancha ou catamarã, que saem do Terminal Marítimo do Mercado Modelo. A viagem dura aproximadamente 2h30 e todo mundo que conheço que fez esse trajeto reclamou bastante de enjoo. Normalmente, essa é a opção mais procurada por quem quer fazer bate-volta.
Mas, na minha opinião, fazer o bate-volta em Morro não vale a pena: sai caro, muito cansativo (5h de viagem) e não dá para conhecer bem a vila e as praias.
A outra opção saindo de Salvador é fazer o trajeto de carro até Valença e de lá ir de barco.
Como disse, nós estávamos na Chapada Diamantina e depois da visita ao Poço Azul, fomos até Valença. Já tínhamos lido antes que a melhor opção seria estacionar e pegar a lancha no Atracadouro Bom Jardim, que fica no município de Valença, mas a cerca de 26 minutos do centro.
Logo quando chegamos em Valença, fomos seguidos por garotos de bicicleta que queriam oferecer estacionamento, mas continuamos seguindo para o Atracadouro.
Na área do Atracadouro Bom Jardim existem vários estacionamentos, com vagas cobertas e descobertas. Tudo parece bem organizado. A vaga coberta custava R$ 15 a diária. Mas como íamos estacionar por 5 noites, pechinchamos e conseguimos um pequeno desconto. Pagamos adiantado e eles entregam um recibo para ser mostrado na retirada do carro. Na volta, encontramos o carro no mesmo estado em que deixamos.
A lancha rápida do Atracadouro Bom Jardim até Morro de São Paulo custou R$ 17 por pessoa (janeiro de 2017) e a travessia durou cerca de 30 minutos. De barco, custa R$ 9, mas a viagem é bem mais demorada.
A única desvantagem de não termos saído do barco do centro de Valença é que como voltamos por Boipeba não tinham lanchas para o Atracadouro, apenas para Valença. Nesse caso, tivemos que pegar mais um táxi até o Atracadouro e pagamos R$ 40 para os 4.
Mas se a intenção é ir apenas para Morro de São Paulo, acho que o Atracadouro vale mais a pena, pois a viagem é mais curta e parece ser mais organizado.
Na chegada em Morro, você pode pagar um “táxi”, que é na verdade um carro de mão, para levar as suas malas. O preço depende da distância de sua hospedagem, da quantidade de malas e da sua barganha. Mas eles começam cobrando entre R$ 40 e R$ 30.
Onde ficar
Como disse, Morro de São Paulo é badaladíssima, então, recebe bastante turistas o ano todo. No entanto, nós fomos na altíssima estação, na semana seguinte ao Ano Novo, então, a vila estava praticamente lotada. As praias mais agitadas e com mais opções de hospedagem são a Primeira e a Segunda, a partir da Terceira Praia já é mais tranquilo.
Nós fizemos a nossa reserva com bastante antecedência e o melhor custo benefício que conseguimos foi no Summer Staying. No estilo chalezinho de madeira, esse apartamento fica em uma rua escondidinha próximo a Praça Aureliano Lima, onde fica a igrejinha de Morro. O que gostei, porque, como tínhamos que trabalhar, era uma área mais calma, mas fica a 500 metros da Primeira Praia. Os chalés têm cama de casal, banheiro privativo com chuveiro elétrico, ar condicionado, cozinha equipada e varandinha com rede. Para a gente, estava tudo ótimo, até ocuparem o quarto vizinho, pois dava para ouvir tudo do quarto vizinho (a parede que divide os quartos é de madeira) e era uma família com duas crianças, que brigavam e choravam a maior parte do tempo! haha Os proprietários ou administradores dos chalés (não tenho bem certeza), Silvana e Alexandre foram muito simpáticos e prestativos também.
Preço que pagamos: R$ 217 a diária (quarto duplo em janeiro de 2017).
Já meus pais, resolveram ir de última hora com a gente na viagem e fizeram a reserva dois dias antes de chegar em Morro e ainda tiveram a sorte de conseguir uma promoção no Booking.com. Eles ficaram na Pousada Girassol.
Essa pousada também fica escondidinha (Morro é cheia de becos), mas fica a 100 metros da Segunda Praia, ótimo para quem quer ficar próximo da praia e do agito (nessa área tem bastante barulho, pois os bares tem música ao vivo e alguns ficam abertos 24h). Os quartos também são confortáveis, mas simples. O dos meus pais tinha cama de casal e beliche, cozinha e banheiro privativo. Também ar e tv. Na pousada tem serviço de restaurante, com almoço e jantar com preços bem acessíveis, o que é ótimo, pois em Morro é tudo bem caro. No jantar, eles fazem massas por R$ 15, você podendo escolher os ingredientes e o tipo da massa. Uma delícia! Comi dois dias! Os funcionários também são bem gentis.
Preço que eles pagaram: R$ 193 a diária (quarto duplo em janeiro de 2017).
O que fazer
Claro que os principais atrativos de Morro são as praias. A Primeira Praia (é onde as pessoas descem de tirolesa) é a mais próxima do centro da vila, é bastante frequentada e tem algumas barracas mais simples. A Segunda Praia é a mais movimentada, com muitos restaurantes e bares. Nessa praia tem uma passarela de madeira em frente aos restaurantes, o que é ótimo, principalmente à noite. Em frente aos restaurantes têm mesas, cadeiras e espreguiçadeiras e mais próximo ao mar tem uma boa faixa de areia para estender a canga, jogar frescobol ou levar sua cadeira de praia.
Na Segunda Praia, durante o dia e, principalmente, à noite, os bares e restaurantes têm música ao vivo de diversos estilos.
A Terceira e a Quarta Praias são bem mais tranquilas, com menos restaurantes e pousadas e, na maré baixa, formam-se piscininhas naturais com a água cristalina, que são uma delícia para tomar banho.
Morro ainda tem mais três praias do Encanto (Quinta), Garapuá e Gamboa, que são mais afastadas do centro e tranquilas.
Além de curtir as praias, vale a pena fazer um passeio pelo centrinho da vila, observando as construções históricas, as muralhas do forte, a igrejinha, a praça da fonte. Lembrando que a vila de Morro foi criada em 1535 e, durante o período colonial, foi alvo de ataques das esquadras francesas e holandesas, e também foi zona de comércio de corsários e piratas. Atualmente, todos os monumentos da ilha são tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. Saiba mais sobre a história de Morro no post da Patrícia (Feriado no paraíso de águas claras: Morro de São Paulo – BA)
Não deixe de subir até o farol e observar as praias do mirante (lado direito) e apreciar o pôr do sol lá do alto (lado esquerdo). Vale cada degrau de escada (140 no total!) subido. E teve direito até a palmas no final! =)
No mirante (do lado direito) é também o local de descida da tirolesa, que vai até a Primeira Praia. São 340 metros de comprimento e 70 metros de altura. É considerada a maior tirolesa do Brasil dentro d’água, mas poucas pessoas conseguem cair direto na água.
Eu morro de medo de altura e só consegui descer na tirolesa porque pedi para o instrutor me empurrar! haha Mas já terminei querendo ir de novo! A sensação é ótima! =) Apesar de durar menos de 1 minuto de descida e custar R$ 30 (janeiro de 2017), vale muito a pena!
O ideal é subir com o mínimo de coisas possível, mas se você tiver algum objeto com você, pode entregar aos funcionários da tirolesa que eles levam lá para baixo depois da sua descida (eu subi com celular, Gopro e até minha aliança deixei com eles e recebi lá embaixo). Como a minha Gopro estava sem o acessório para fixar no capacete, não foi possível descer com ela, mas eles gravaram um vídeo para mim, lá do alto.
Além de tudo isso, as agências de viagem de Morro de São Paulo oferecem vários passeios. O mais famoso deles é o de Volta à Ilha, que custa R$ 90 nas agências e nós fechamos por R$ 80 com um vendedor na praia (na praia, vários vendedores oferecem o passeio e que são da associação de barqueiros) porque não íamos fazer o passeio completo.
As lanchas do passeio saem da Terceira Praia e deveriam passar pela Praia do Encanto, parar nas Piscinas de Garapuá, seguir para as piscinas de Moreré (em Boipeba), para para almoço na Praia da Boca, seguir para a cidade histórica de Cairú e depois retornar a Morro.
Como íamos ficar em Boipeba, acertamos de levar as nossas bagagens (uma dica: enrole em saco plástico) e faríamos o passeio até a Praia da Boca.
O passeio estava marcado para às 9h e só saímos às 10h. Tínhamos combinado de pagar com cartão de crédito e, logo, o vendedor ficou dizendo que não tinha como passar o cartão, perguntando se não tínhamos como pagar em dinheiro. Batemos o pé que não e, então, ele disse que poderíamos passar o cartão no restaurante onde iríamos almoçar.
Na Terceira Praia ficam todos que compraram o passeio e depois vão sendo divididos entre as lanchas. Só quando entramos na lancha e já estávamos a uma certa distância de Morro, o capitão nos avisou que a maré estava alta e não poderíamos ir até as piscinas de Moreré (ora, eles já tinham informação sobre a tábua de maré muito antes, mas não informaram nada!). Paramos apenas nas Piscinas de Garapuá, que estavam com a visibilidade péssima e depois nos deixaram na Boca da Barra, em Boipeba. Ou seja, pagamos R$ 80 por pessoa praticamente pelo trajeto Morro – Boipeba.
Como se vê, a nossa experiência com o passeio de volta à ilha de Morro foi péssima. Ainda assim, fizemos o passeio de volta à ilha em Boipeba, que foi simplesmente, perfeito! E recomendo muitíssimo! Depois escreverei sobre ele, mas o que posso dizer é reserve o seu $$ para o Volta à ilha de Boipeba, ao invés da volta em Morro. Se ainda assim, você quiser fazer o passeio de Morro, feche direto com uma agência e certifique se a tábua de maré estará favorável para o passeio (veja na internet antes e depois confirme com a agência se o passeio irá com certeza até Moreré).
Morro também é um ótimo destino para quem quer fazer mergulho. Várias agências também oferecem esse tipo de passeio.
Nosso roteiro
Com tanto o que fazer em Morro, organizamos o nosso roteiro da seguinte forma:
Dia 1: Terceira Praia (pela manhã), Primeira Praia a tarde, Pôr do Sol no Farol, noite na Segunda Praia.
Dia 2: Segunda Praia (pela manhã), Descida da tirolesa a tarde, noite na Segunda Praia. Nesse dia, queria ter feito uma caminhada até a Gamboa, mas como tivemos que trabalhar, não tivemos tempo suficiente.
Dia 3: Passeio de Volta à Ilha (o passeio dura o dia inteiro, mas, como ficamos em Boipeba, durou meio dia). Se você não quiser fazer o Volta à Ilha, recomendo fazer algum passeio de mergulho ou snorkell ou ainda aproveitar as praias mais calmas: Encanto (Quinta), Garapuá e Gamboa.
Morro é muito bonita, mas acho que preferia ter ido na baixa estação, com menos badalação e com um custo mais baixo. Já Boipeba conquistou meu coração. Depois conto o por quê em um próximo post. =)