A Colômbia está entre os maiores produtores e exportadores de café do Mundo. A principal região produtora de café do país está no Eje Cafetero ou Triángulo del Café, que compreende os departamentos de Caldas, Risaralda, Quindío. Em Quindío estão algumas das cidades mais visitadas desta região, entre elas, a mais antiga, Salento, conhecida pelas fincas de café e também pelo Valle de Cocora, de onde é originária a árvore nacional da Colômbia, a palma de cera de Quindío, que chega a medir 80 m de altura.

Visitamos Salento a partir de Medellín, passamos três dias na cidade e compartilhamos aqui nosso roteiro.

Como chegar

Para chegar a Salento é preciso antes chegar em Pereira ou Armênia, que são cidades grandes do entorno. De Medellín é possível pegar um ônibus para uma das duas cidades, que ficam na mesma rota, no Terminal del Sur. Os ônibus saem a cada hora e o trajeto é oferecido pela Flota Occidental e pela Arauca.

A Flota Occidental tem ônibus grandes muito confortáveis, com comissário de bordo, tvs nas cadeiras, banheiro e wi-fi. Mas a viagem até Pereira dura entre 5h30 e 6h. Até Armênia, mais 1h. Já a Arauca tem microonibus, espaçosos porém sem muito conforto, além da wifi. A viagem até Pereira, no entanto, é bem mais curta. Entre 4h30 e 5h, no máximo.

A passagem da Flota Occidental custa 39.000 COP para Pereira ou 41.000 COP para Armênia. Já a Arauca custa 33.000 COP para Pereira.

Fomos de Flota Occidental e voltamos de Arauca. O caminho entre Medellín e Pereira é feito por entre montanhas, com muitas, muitas curvas, que podem causar náuseas. Então, remedinho para enjôo e saquinho para emergência são bem vindos.

Da rodoviária de Pereira, pega-se um microonibus para Salento. A passagem custa 6.400 COP e a viagem dura em torno de 1h. Mas atenção, o último ônibus parte de Pereira às 17h30, nos fins de semana e 16h30, em dias de semana.

Para voltar de Salento a Pereira, os horários são bem espaçados. Então, o ideal é pegar o primeiro às 7h50, pois o seguinte só sai às 13h.

Os ônibus chegam em Salento já no centro e é possível ir caminhando para o seu hostel ou hotel.

Os ônibus para Bogotá ou Cali saem de Armênia.

Onde se hospedar

Salento é uma cidade pequena, mas tem uma zona rural grande. Então, ao escolher a hospedagem é recomendável ficar próximo da Plaza de Bolívar, a não ser que você queira ter uma experiência de turismo rural e hospedar-se em uma finca.

Nos hospedamos no Hostal La Floresta, que fica alguns minutos de caminhada da praça. Gostamos muito deste hostal, que tem quartos privados e compartilhados. Tudo era muito organizado, limpo e as funcionárias muito prestativas. A área livre do hostel também é muito bonita com vista para montanhas, redário e cozinha externa com churrasqueira.

Veja outros hotéis e hosteis em Salento.

O que fazer

Salento tem um centro com casas de arquitetura tradicional antioqueña, com casas em madeira, com balcões, muitas cores e zócalos. Mas não chega a ser uma cidade tão bonita quanto Guatapé. Os grandes atrativos da cidade estão mesmo no campo.

Valle de Cocora

O Parque Nacional Natural Los Nevados e o Valle de Cocora merecem ter um dia dedicado para visita. Da praça principal de Salento saem, todos os dias, Jeeps Willies que levam até a entrada do vale. O trajeto dura cerca de 30 minutos e custa 3.000 COP. Os horários de saída são 6h10, 7h30, 9h30 e 11h30.

A entrada ao vale é gratuita. A trilha para conhecer o vale dura entre 4h e 5h e é feita dentro da floresta, passando por vários riachos. A paisagem é muito bonita e é possível observar também diversos pássaros. Mas o ponto alto da trilha são as palmas de cera, que são de um tamanho impressionante.

A trilha é de nível fácil a mediano. O cansaço maior é causado pela altitude que varia de 1.800 a 2.400 m. Lembre-se de ir de calçado fechado, levar bastante água, um lanchinho e usar protetor solar e repelente.

Para voltar para Salento, os willies partem também da entrada do parque e o último sai às 17h30.

Fincas de café

Visitar as fazendas de café também é um passeio imperdível em Salento. Várias delas oferecem tour guiados em espanhol e inglês, com visita as plantações, explicações sobre o processo de produção e degustação do café.

Uma das mais conhecidas é a Finca Ocaso. Mas nós decidimos visitar a Finca Don Elias, por ser uma fazenda mais familiar.

A finca de Dom Elias fica ao lado da Finca Ocaso, no Vereda Palestina, a uma caminhada entre 45 min e 1h do centro. As visitas são feitas todos os dias até às 17h. É só chegar.

Depois de 40 minutos de caminhada, com muita poeira, chegamos à finca e fomos recebidos por Dom Elias, um senhor muito simpático. Depois começamos o tour, que não foi feito com ele, mas com um jovem chamado Carlos.

A fazenda de Dom Elias tem 22 anos e é considerada pequena, com 8 mil pés de café, distribuídos em 4 hectares. Toda a produção é orgânica. E são produzidos dois tipos de café: arábico e colombiano.

O período de colheita acontece de abril a maio e de novembro a dezembro. Oito pessoas, sendo duas delas da família, trabalham na colheita, que é feita de forma manual. Aliás, todo o processo de produção da finca é feito de forma manual e é apresentado durante o tour.

Por colheita são produzidos 3 a 4 mil kg de café. A produção é vendida aos turistas na própria finca e para algumas empresas dos arredores de Salento.

A visita dura em torno de 45 minutos. É tudo muito simples e o processo parece ser algo bem antigo. Mas o fato de ser tudo orgânico e manual aumenta a qualidade do café.

No finalzinho da visita é hora de degustar o café.

Dom Elias estava no sofá ao lado, dando um cochilo, de boca aberta. Quando acordou, pedi para fazer uma foto. E ele disse: mas eu tô “borracho”! hehe

Na volta, conseguimos vir em um willy que estava com um grupo maior e pagamos 3.000 COP por pessoa.

Onde comer

Salento recebe muitos turistas de todo mundo e, por isso, está bem preparada para o turismo. A cidade tem vários bons restaurantes, que oferecem um cardápio com opções locais e internacionais.

Um dos que merecem uma visita, sem dúvida, é o Beta Town. O ambiente, o antendimento e, especialmente, a comida, é tudo muito bom. O preço é um pouco salgado, mas vale a pena.