Olá viajantes,

Hoje trago para vocês um Roteiro de 4 dias na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O texto é uma adaptação minha a um diário de viagem escrito pela zootecnista e mestranda da USP, Adja Medeiros, que também é Aventureira por Natureza (ApN), publicado originalmente no http://www.mochileiros.com. A viagem foi realizada na Semana Santa de 2010, entre os dias 2 e 6 de abril, e pasmem, ela gastou menos de R$ 700, incluindo passagem. Ou seja, dá para viajar e conhecer lugares incríveis gastando muito pouco!

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) foi declarado Patrimônio Mundial Natural da Humanidade (UNESCO). Criado em 1961, o Parque protege uma área de 65.514 ha do Cerrado de altitude.

Na Chapada dos Veadeiros são diversas formações vegetais, centenas de nascentes e cursos d água, rochas com mais de um bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza.

Boa Viagem!

Roteiro de 5 dias na Chapada dos Veadeiros (GO) por Adja Medeiros

1º dia

Saímos de Natal às 7h05 da manhã e nosso voo chegou em Brasília às 10h. Seguimos para a Chapada, por volta das 14 h e após 3h30 de viagem de carro, chegamos em Cavalcante, que é o município mais antigo da Chapada dos Veadeiros, com altitudes que variam de 360 m a mais de 1.600m, e possui mais de 60% da área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O município é cercado por cachoeirascânionsserras e veredas.

Sem hospedagem definida, fomos procurar um lugar para ficar com o preço mais acessível possível.

Ficamos no Camping Estância Solar, que era um lugar bem frequentado e tinha preço razoável para um feriado nacional. A diária custava R$ 15 por pessoa e o camping fica bem próximo de tudo, inclusive, da Pizzaria Roots, onde sempre tem alguma apresentação artística musical.

Camping Estância Solar - Cavalcante (GO)
Camping Estância Solar – Cavalcante (GO)

2º dia
Levantamos às 8h, e após tomar café da manhã, seguimos para o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) em busca de informações para chegar até a cachoeira de Santa Bárbara. A saída dos guias é por ordem de chegada, então a guia Dalila foi com a gente, já que ela tinha sido a primeira a chegar ai local. Os guias são da comunidade de quilombos Kalunga, que abriga hoje cerca de 4.500 pessoas, na zona rural dos municípios de Teresina de Goiás, Cavalcante e Monte Alegre.

Kalunga significa lugar sagrado, de proteção. Desde o período em que começaram a habitar aquelas serras, pouca coisa mudou. Com os seus ancestrais adquiriram os conhecimentos necessários para a sobrevivência no lugar. Isso é notado no cultivo das roças e na preservação da natureza. Atualmente, 93% do território kalunga ainda continua intacto.

Encontramos muita dificuldade no caminho, pois a estrada estava muito ruim, então seria interessante se a viagem tivesse sido feita em carro apropriado, 4×4.

No meio do caminho paramos em um mirante, para fazermos algumas fotos e observar tamanha beleza que havia lá embaixo. Na entrada do povoado, pagamos R$ 10 por pessoa. Dalila nos explicou que a maior fonte de renda do povoado vem da agricultura, mas que o turismo também ajuda.

Seguimos no carro até um pouco mais à frente da casa de Dalila, mas tivemos que seguir a pé, devido à passagem de um rio, que só é possível de carro 4×4. Tiramos os tênis para passar e caminhamos por 4 km.

Caminho pra Santa Bárbara. Tira tênis... bota tênis...
Caminho pra Santa Bárbara. Tira tênis… bota tênis…

Tivemos de passar por outro rio, com nível um pouco mais elevado, mas tinha um caminho de pedras.

No percurso, Dalila sempre ia falando sobre a vegetação nativa e suas propriedades. A nossa guia era muito boa, não parava de falar. Depois de muito caminhar, ao chegarmos em um determinado ponto, já dava pra escutar o barulho da cachoeira, um lugar que ninguém diria que havia cachoeira alguma. Mas sinais sonoros existiam. Continuamos a andar e… alguns passos a mais… a cor da água saltando em nossos olhos, refletindo a cor da natureza e nos preenchendo de emoções, fazendo valer cada minuto passado, cada obstáculo e cada passo dado.

Cachoeira Santa Bárbara (a primeira e menor). Enfim, chegamos!
Cachoeira Santa Bárbara (a primeira e menor). Enfim, chegamos!

Quando chegamos só havia um casal e o guia deles, então fomos tomar banho. A água suuuuper gelaaaaaada, se a pessoa não tiver coragem de mergulhar de vez, não mergulha e fica só olhando… mas depois de um tempo, o corpo se acostuma com a temperatura. Havia peixinhos nos beliscando o tempo todo. Enquanto tomávamos banho, muitas outras pessoas chegaram e outras continuaram a trilha. Daí, ficamos sabendo que essa era apenas a primeira cachoeira da Santa Bárbara, que havia uma maior mais à frente.

Continuamos a trilha para a segunda cachoeira de Santa Bárbara, a principal. Ao chegarmos lá, estava lotadas, mas isso, não interferiu no deslumbramento que ela causa diante de nossos olhos. A cor da água é, simplesmente, espetacular, algo que nunca vi em toda a minha vida! Quando vi uma foto da cachoeira, pensei que fossem efeitos, coisas de máquinas de outro mundo, ou mesmo, um fotógrafo muito bom, mas é a cor da água mesmo, é de verdade, gente!!! É um verde de pureza, que parece magia. Muito linda!!! Fomos tomar banho, mas parece que tava mais gelada que a anterior.

Cachoeira Santa Bárbara (a segunda e maior). Beleza maior não há!
Cachoeira Santa Bárbara (a segunda e maior). Beleza maior não há!

Acredito que em dias que não sejam feriados nacionais, sejam melhores para visitação por não estar tão lotado. Fizemos um lanche por lá e fomos até à cabeceira da cachoeira, onde pudemos ver tudo lá de cima. É muito lindo! Só em estar escrevendo sobre lá, me faz voltar no tempo, na memória, e lembrar toda a sensação que aquele lugar provoca. É algo indescritível. É algo que não se fala, não se escreve, apenas se sente!!!

Lá tem uma planta, Canela D’Ema, muito comum e que tem muitos espinhos. A comunidade utiliza para fazer artesanato, mas para pegá-la, deve-se manuseá-la de cabeça para baixo, para não pegar nos espinhos. Um amigo nosso encostou sem querer em uma e entrou dois espinhos no dedo dele, como não conseguimos tirar, ficou o incomodando o caminho inteiro.

Canela D'Ema. Tem que ter cuidado para não encostar nela
Canela D’Ema. Tem que ter cuidado para não encostar nela

Depois da Santa Bárbara, seguimos para a cachoeira da Capivara. Ao entrarmos na estrada que leva à cachoeira, encontramos com Seu Zé Pretinho, que nos informou que não era bom irmos até à cachoeira, pois estava chovendo muito na cabeceira dela e não daria para tomar banho lá.

Já estávamos dando a volta no carro para irmos almoçar, mas fomos insistentes e perguntamos a Seu Zé Pretinho se daria apenas para tirar fotos e observar, de longe. Ele disse que daria, mas que não aconselhava. Nooooossa!!! Essa cena não sai da minha cabeça: voltamos a direcionar o carro para a estrada que leva à cachoeira da Capivara e fiz um sinal de “legal” para Seu Zé Preto. Ele só fez olhar pra mim e retribuiu o sinal, como se tivesse imaginando que iríamos nos arrepender se fizéssemos isso.

Seguimos pela estrada, que tinham muitas partes ruins para o carro passar, pois estavam enlameadas, devido à chuva. Até chegar num ponto que dava pra passar por cima ou por baixo. Nessa hora, tudo aconteceu muito rápido. Uma das nossas amigas estava conversando com a guia, que, por sua vez, não prestou atenção no caminho, não dando tempo de dizer ao motorista que seria melhor passar por cima. Quando ela foi tentar dizer, já era tarde demais, já estávamos dentro de um enorme buraco, na parte enlameada da estrada, onde, provavelmente, outros carros já tinham sido atolados no mesmo local.

Atolamos. Que dureza!!!
Atolamos. Que dureza!!!

Sem nem pensar, todo mundo tirou os tênis e fomos procurar pedras para colocar em baixo dos pneus, para tentarmos desatolar o carro.

Tentativa em vão. Não fez nem "cócegas" no carro.
Tentativa em vão. Não fez nem “cócegas” no carro.

O desesperador é que éramos três mulheres e apenas um homem (nessas horas os homens são bastante úteis… brincadeirinha!!!). Tentamos de tudo, colocamos pedras, tronco de árvore, mas o carro nem se saía do lugar. Até que tinha um carro voltando da cachoeira, já indo embora. Acenamos para o motorista parar o carro para nos ajudar, e, quando ele já tava indo embora, pois não queria encrenca pra ele, eu disse q era só pra ele pedir ajuda lá na comunidade. Então ele parou. Dalila conhecia o guia que tava com o casal do carro, e ele tinha uma corda com ele. O motorista do outro carro aceitou tentar puxar o nosso carro. O carro deles era um Siena e o nosso era um Focus.

Trabalho em equipe. Tentamos de tudo, pode ter certeza!!!
Trabalho em equipe. Tentamos de tudo, pode ter certeza!!!

Novamente, o nosso nem saiu do lugar. Então pedimos para o guia chamar ajuda pra gente. Esperamos… esperamos… esperamos mais um pouco… e enquanto a ajuda não vinha, continuávamos com nossas “engenharias” tentando tirar o carro de lá. Quando Thiago, nosso amigo motorista, abriu o capô da frente do carro, vimos que havia lama prendendo as peças da frente do carro, por isso o carro nem se mexia. Começamos a cavar, pra tentar tirar toda a lama que estava prendendo o carro, fizemos caminhos para tentar drenar toda a água que estava deixando a lama ainda mais mole, afundando ainda mais o carro, e atrapalhando nossas tentativas de tirar o carro de lá.

Outra cena que marcou essa aventura foi Dalila trazendo um cupinzeiro enormeeeeeee… A gente disse: “Cuidado, Dalila, isso é um cupinzeiro!”. Ela simplesmente jogou o cupinzeiro na lama e deu várias pisadas nele, pra quebrá-lo todo e jogá-lo no lamaçal. Ela fez isso, para o cupinzeiro embeber a água do lamaçal. Então, ela fez isso com 3 cupinzeiros. Até que teria dado certo, se o carro não tivesse preso pela lama, na parte da frente. Já estávamos quase desistindo. Nosso plano B seria voltar pro Engenho, ligar para o seguro do carro de Thiago, pegarmos algum transporte para Cavalcante e, no outro dia, voltarmos lá pra tentar tirar o carro. Passadas quase 3 horas, chega um caminhão. O amigo de Dalila disse que já tinha recebido o recado do pedido de ajuda há mais tempo, mas que foi almoçar, e pensava que já tínhamos saído.

Mas Dalila já tinha dito que ele era “Pé pesado”. A gente pensava que ela estava falando isso em relação a ele dirigir com muita velocidade, mas ela nos explicou que não, que era porque ele demorava a levantar o pé, pra andar… ou seja, morto de preguiça.. kkkkkkkkkkkkkkk…. Depois dessa demora, acreditamos nela. Ele tentou puxar o carro de Thiago com o caminhão, mas, novamente, nem se mexeu.

Voltamos na caminhonete. Em busca de alguma solução.
Voltamos na caminhonete. Em busca de alguma solução.

Então decidimos tirarmos nossas coisas do carro e ir direto pro plano B. Seguimos para o Bar de Seu Cirilo, para almoçarmos (ou jantarmos, já que já eram 19 h).

Ao chegarmos lá, contamos do acontecido pra todo mundo. Logo, um rapaz de lá, Clayton, nos animou, dizendo que iria tirar esse carro de lá, ainda naquele dia. Tive uma crise de riso tão grande, acho que eu estava muito nervosa, já estava chorando. Tive que respirar fundo, pra não chorar. Clayton foi chamar mais nove amigos, todos já estavam mais pra lá do que pra cá, pois estavam num churrasco, bebendo o dia todo. Mas aquela convicção, aquela confiança que Clayton passou pra mim foi tão grande, que eu tinha certeza que eles iriam tirar o carro de lá. Só fizemos entregar a chave do carro pra eles e fomos comer, pois estávamos com tanta fome, que nem fome era mais. Passados alguns minutos, lá vem um carro com o pisca alerta ligado. Saímos do Bar de Seu Cirilo com tanta felicidade, quando peguei a chave do carro, parecia que eu tava ganhando aqueles carros que são sorteados.

Com o carro de volta. Mas com os pneus empenados
Com o carro de volta. Mas com os pneus empenados

A gente perguntou pra eles como poderíamos retribuir o favor, então eles pediram o pagamento em cerveja. Pagamos R$ 100 de cerveja pra eles, no Bar de Seu Cirilo.

Mas nada paga a boa vontade daquele povo, o carinho, a força de vontade e a garra deles.

Na volta pra Cavalcante, demos carona à esposa e filho de um dos Kalunga , que mora em Cavalcante e trabalha pro CAT. Fomos pro camping, tomar banho e ainda fomos pra danceteria da cidade, mas não entramos, ficamos do lado de fora, comendo o churrasquinho na barraca de Seu Nilsinho, porque ele ta em todo canto, vendendo de tudo um pouco… ehehhee… Ele chegou a dizer pra namorada dele que era primo da gente… rsrsrsrsr… Ah! Vale salientar que Seu Nilsinho é tio de Dalila. Lá todo mundo é primo ou tio de alguém. Foi bem divertido. Então, fomos dormir.

Kalungas. Belo povo, bela história!!!
Kalungas. Belo povo, bela história!!!

3º dia

Acordamos e fomos desarmar as barracas para partir para São Jorge. Perguntamos à responsável pelo camping se tinha algum lugar que valesse à pena a gente ir, antes de irmos para São Jorge. Dentre os lugares que ela falou, o que a gente viu que seria melhor, foi a Cachoeira do Poço Encantado, pois era no caminho. Então seguimos em busca dessa cachoeira. Foi bem fácil encontrar, pois tem boa sinalização na pista. O caminho para chegar lá é pequeno e o espaço lá é bem aconchegante. É um espaço bem organizado, feito para receber turistas. A cachoeira é muito lindaaaa e o caminho para chegar lá é curto e bonito.

Cachoeira Poço Encantado. No caminho entre Cavalcante e Alto do Paraíso
Cachoeira Poço Encantado. No caminho entre Cavalcante e Alto do Paraíso

Mas, pra variar, o banho é bem gelado. Pra mim, foi a água mais gelada que entrei. Fizemos boas fotos e seguimos para São Jorge. Almoçamos em Alto do Paraíso. A estrada para São Jorge tava melhor do que a que pegamos para Santa Bárbara. No caminho, vimos dois lindos arco-íris, um em cima do outro, sendo um com cores mais fortes que o outro. Uma das paisagens mais lindas da viagem. É difícil dizer qual foi a mais bela, porque a cada minuto eram visões espetaculares.

Arco-íris. No caminho para São Jorge
Arco-íris. No caminho para São Jorge

Chegamos em São Jorge e fomos em busca de alguma pousada. Ficamos na que um funcionário do CAT indicou, Céu Azul, cuja diária tava R$ 40 reais por casal. Uma pousada simples, mas bem central e aconchegante, além do preço ser muito bom. Fomos comprar algumas coisas do mercado, para irmos para as Águas Termais. Compramos material para fazer sangria (vinho e maçã), sanduíche, tira gosto (queijo e presunto), além de velas e fósforos, pois lá, à partir das 22 horas, apagam as luzes. Seguimos para as Águas Termais Morro Vermelho, pois disseram que era a maior e mais profunda. Chegamos lá às 21h30, seguimos uma trilha curta até o local das piscinas termais. Acendemos as velas e fomos jantar. Thiago levou o violão, cantou algumas músicas e depois entramos na piscina.

Águas Termais Morro Vermelho
Águas Termais Morro Vermelho

Lembrar de quem for à noite, levar velas, pois depois das 22 horas eles apagam todas as luzes… rsrsrs… Sinistro!!!

3º dia

Dormimos muito, dessa vez, acordamos às 10 h e só fomos sair depois do meio-dia. Fomos para o Vale da Lua, onde andamos numa trilha de 600 metros até chegar naquela maravilha de lugar. Fizemos algumas fotos e tivemos que descer para um lugar mais seguro para o banho, pois estava chovendo na cabeceira do rio. Lá é um dos lugares mais perigosos para tomar banho, mas é só seguir as orientações das pessoas que trabalham lá que não tem perigo.

Vale da Lua. Muito lindo... mas perigoso para os desobedientes!!!
Vale da Lua. Muito lindo… mas perigoso para os desobedientes!!!
Vale da Lua. Belíssimas formações rochosas
Vale da Lua. Belíssimas formações rochosas

O banho é agradável e o lugar é belíssimo! Com formações rochosas diferentes de tudo que já vi, o nome representa bem o lugar, pois as rochas dão a aparência da crosta da Lua. Os espaços, por onde a água do rio passa, formam lugares entre as pedras e fica parecendo o funcionamento de uma máquina de lavar. Na época que não chove, as pessoas podem entrar nas rochas, onde forma um tipo de salão, mas não deu pra gente entrar, pois tinha muita água, tornando o ambiente muito perigoso. Então, só ficamos no lugar demarcado para banho. Mas, mesmo assim, foi muito bom! A pessoa só fica com vontade de voltar na época que não chove. Saímos e ficamos sabendo que tinha um lugar muito bom de assistir ao pôr do sol, num mirante próximo ao Parque Nacional. Chegamos ao que parecia ser o mirante, mas a visualização do pôr do sol seria ruim devido à presença de muitas árvores de grande porte. Então, resolvemos procurar um lugar melhor, e achamos uma antena bem alta.

Antena bem alta. Perfeito para ser um mirante improvisado...
Antena bem alta. Perfeito para ser um mirante improvisado…

Não era permitida a entrada de pessoas não autorizadas, era o que dizia uma placa no portão da entrada, mas o arame que cercava a área já estava rompido, então só fizemos entrar pelo local. Subimos a escadaria que levava aos andares de cima, na antena. E assistimos a um belíssimo pôr do sol.

Esperando ao pôr-do-sol
Esperando ao pôr-do-sol
Pôr do sol visto do nosso mirante improvisado
Pôr do sol visto do nosso mirante improvisado

 Quarto dia
Dormimos muito bem e acordamos logo cedo, pois, como seria o nosso último dia por lá, queríamos aproveitar ao máximo o que pudéssemos. Chegamos na entrada do Parque às 08h10, mas não havia nenhum guia por lá, então o funcionário chamou  um guia para nos levar aos Saltos I e II. O Cânion II não estava podendo ser visitado, pois o nível de água estava muito elevado. O funcionário do Parque disse que a visita ao Cânion II só é permitida durante 3 meses ao ano, durante o período que não chove na região.

Quando o guia chegou, por volta das 08h30, seguimos a trilha para os Saltos. Durante o percurso, vimos os lugares onde os garimpeiros exploravam os cristais da região onde hoje é o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Havia muitos cristais pequenos, espalhados nos lugares onde os garimpeiros ficavam, mas ninguém pode levar, pois fica em área de patrimônio mundial. Quando estávamos perto da cachoeira de 120 m, já dava pra visualizar uma grande névoa sobre a área.

Quando chegamos ao local, vimos que a névoa ali presente era devido ao grande volume de água do Rio Preto. Até o nosso guia, Nill, ficou admirado com o volume da água. Ele disse que havia passado ali dois dias antes e não tinha aquele volume de água e que fazia tempo que não aumentava tanto.

Grande névoa. Na trilha para os Saltos I e II - Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Grande névoa. Na trilha para os Saltos I e II – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Era algo realmente impressionante. Nill disse que, provavelmente, teria chovido muito na cabeceira da cachoeira durante todo o dia anterior. Tivemos de continuar a trilha pela parte de cima, pois a trilha que eles normalmente seguem já estava totalmente coberta pela água. As pedras eram bastante escorregadias, então tivemos de ter um cuidado redobrado. Ao chegarmos na cachoeira de 80 m (Salto II), também nos deparamos com um volume de água absurdamente alto. Geralmente os banhos são realizados nessa parte, mas não teve condições, pois seria um banho tenso.

Rio Preto. Com elevado nível de água
Rio Preto. Com elevado nível de água
Salto I. Cachoeira de 120 metros
Salto I. Cachoeira de 120 metros
Salto II. Cachoeira de 80 metros
Salto II. Cachoeira de 80 metros

Seguimos, então até as corredeiras, onde deu pra tomar banho bem tranquilo. Como os nossos corpos já estavam bem quentes, devido à longa caminhada, o banho gelado foi maravilhoso!!! Na minha opinião, foi o melhor banho de rio de todos que tivemos durante a viagem.

Corredeiras do Rio Preto. Com direito a banho seguro, diante de tanta água
Corredeiras do Rio Preto. Com direito a banho seguro, diante de tanta água

Fizemos algumas fotos muito bonitas, com borboletas, flores, cachoeiras Ficamos só meia hora para banho, pois teríamos de voltar logo já que nosso voo, saindo de Brasília, estava marcado para as 21 h. Quando chegamos de volta à entrada do Parque, depois de uma caminhada de 10 Km, era 12h15. Às 15 horas deixamos São Jorge em direção à Brasília. Depois de muito chão e muitaaaaaaa chuva, chegamos a capital federal, por volta das 18h30 para mais tarde regressarmos a Natal.

 

Fotos: Arquivo ApNs, Anastácia Vaz e Thiago

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