Chegamos em Myanmar pela antiga capital, Yangon.  As primeiras impressões são as melhores possíveis. Yangon tem um aeroporto moderno e, agora, há sim ATMs por toda parte, mesmo com muito deles em manutenção. Na entrada da cidade, os outdoors anunciavam a chegada dos cartões de crédito e o retorno da Coca-Cola, que há seis décadas não era vendida no país.

Mas logo percebemos que Yangon é feita de contrastes. E que a transição entre o antigo e o moderno é um longo caminho que está apenas começando e a passos curtos.

A cidade de dezenas de pagodes dourados, belos parques, luxuosos hotéis e campos de golfe é também das ruas enlameadas, da falta de iluminação pública (em Myanmar há cortes de energia praticamente todo dia) e, claro, como em todo o país, há muita pobreza.

Shwe Dagon
Shwe Dagon

Chegamos em junho, no período das monções, e nos três dias que estivemos na cidade, a chuva não dava trégua.  Mas, mesmo debaixo de muita água, fomos às ruas.

Trem circular

Um jeito interessante de conhecer Yangon é pegar o trem circular. Não é nenhum passeio turístico, mas o próprio trem utilizado pelos moradores e que passa por toda a cidade e arredores. Pagamos 1 dólar cada e passamos 3 horas dentro do vagão com olhar fixo na paisagem e em tudo que acontecia do lado de fora. Só a espera na Estação Central, de onde parte o trem, já vale o passeio.

Movimento na Estação Central de Yangon
Movimento na Estação Central de Yangon

Em um exercício rápido de observação é possível ver quantas peculiaridades há na cultura do país, que parece ainda ter sofrido poucas influências ocidentais: mulheres e crianças com tanaka no rosto, homens de longye, guardas de chinelo, monges por todo lado. Calça jeans parece uma grande atração, todo mundo, repara. Nas horas de trajeto é possível ver um pouco de tudo: a periferia da cidade, a zona rural, templos, barracos, casas luxuosas e, claro, o movimento intenso de pessoas, que descem e sobem do trem o tempo todo e ainda as que, pacientemente, aguardam de cócoras na estação.


Templos dourados

Também não há como ir a Yangon e não conhecer seus famosos pagodes. Mas são tantos que foi preciso escolher quais visitar. O mais impressionante deles é sem dúvida o Shwe Dagon. Acredita-se que o templo tenha sido construído há 2.500 anos e lá estariam guardadas as relíquias de quatro Budas, inclusive, oito fios de cabelos que teriam sido doados pelo próprio Buda Siddhartha Gautama. O Shwe Dagon foi construído no alto de uma colina. Sua stupa principal atinge 98 metros de altura e é coberto com milhares de placas de ouro. Em volta da stupa estão 64 pequenos pagodes.

Shwe Dagon
Shwe Dagon

Em toda Ásia já visitamos muitos templos, mas o Shwe Dagon me tirou o fôlego. E como em Myanmar ainda são poucos os turistas, o pagode é frequentado principalmente por fiéis. Assim, conseguimos visitar o templo com calma, fazer orações e observar de perto monges meditando e o jeito peculiar que os budistas têm de orar.

Shwe Dagon
Shwe Dagon
Shwe Dagon
Shwe Dagon
Shwe Dagon
Shwe Dagon

Também merece visita o Botahaung Pagoda. O templo é de bem menor que o Shwe Dagon, mas é possível visitar o seu interior, que é em boa parte de ouro. Lá também está guardado o que acredita-se ser um cabelo sagrado de Buda.

Ronda das Almas

Por diversas vezes, presenciamos a Ronda da Manhã ou Ronda das Almas, quando os monges e monjas, a partir dos 7 anos, saem às ruas silenciosamente, de cabeças raspadas e descalços, para receber doações, alimentos que irão consumir durante o dia. Uma lição diária de humildade e de generosidade. Uma das coisas mais emocionantes que vi na Ásia.

Pequenas monjas fazem Ronda das Almas
Pequenas monjas fazem Ronda das Almas
Ronda das Almas
Ronda das Almas

Centro da cidade

No centro da cidade, visitamos o Museu Nacional, que conta um pouco da história de Myanmar e a cultura local; passeamos pelo Bagyoke Park, um lugar lindíssimo, onde fica o lago Kan Daw Gti e o Karaweik Palace, construído em formato de barca real, só funciona à noite com restaurante e show de danças locais. Do lago do parque é possível ver o Shwe Dagon, que à noite fica iluminado. No Bagyok Park há ainda restaurantes, lanchonetes, mini zoológico. E nos arredores tem também aquário e um jardim zoológico maior.

Karaweik Palace
Karaweik Palace
Shwe Dagon visto do parque
Shwe Dagon visto do parque

Na mesma rua do Botahtaung Pagoda, há restaurantes que ficam às margens do porto. Fomos em um deles e de lá pudemos observar o movimento intenso de barcos no rio Yangon.

Movimento dos barcos no porto
Movimento dos barcos no porto

Para quem pretende fazer compras, recomenda-se um passeio no Bogyoke Market, que tem de tudo, de artesanato a jóias luxuosíssimas, mas com preços bem convidativos. O difícil é saber em que ocasião usá-las.

Bogyoke Market
Bogyoke Market

Ficamos em Yangon por dois dias, mas poderíamos ter ficado pelo mais um e conhecer um pouco mais dos atrativos turísticos e da infinidade de templos que há na cidade. Como chovia muito, andamos a maior parte do tempo de táxi, que por lá é muito barato. Mas não há taxímetro, então sempre pergunte antes o valor.

Outro transporte popular são os side-cars, a versão do tuk tuk birmanesa, que é puxado por bicicleta.

Esse foi só o começo da nossa viagem pelo país. De Yangon, seguimos para Bagan e Inle Lake e acredite: Myanmar surpreende a cada novo lugar.

Side cars
Side cars

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