Olá viajantes!

O Compartilhe Viagens voltou com sua programação normal e, é claro, não poderiam faltar os roteiros enviados pelos nossos viajantes colaboradores. Hoje publico o mini roteiro de Cape Town enviado pela jornalista Rebeca Correia, produtora da afiliada da Globo em Natal. Rebeca curtiu a Cidade do Cabo por 25 dias e dá todas as dicas para a gente. Gostei tanto que já inclui a cidade na minha bucket list pós Volta ao Mundo!

Boa viagem!

Cape Town por Rebeca Correia

Seis meses se passaram e a cada dia eu tenho mais certeza de que não fui eu que escolhi a África do Sul, mas foi ela que me escolheu. Embora cafona, a frase é totalmente verdadeira.

Minha ida para Cape Town (Cidade do Cabo, em português) foi totalmente acidental. Resolvi arriscar e não me arrependi sequer por um segundo. Em uma semana resolvi tudo. Comprei um curso de intercâmbio de quatro semanas, tomei a vacina de febre amarela (necessária para entrada no país), comprei as passagens e fui embora.

Para início de conversa fiquei completamente deslumbrada com a organização, limpeza e modernidade encontrada por todos os lugares que passei.

A chegada

Desembarquei em Cape Town numa tarde de segunda-feira de inverno e já de cara fui recepcionada com o friozinho que adoro. A cidade está localizada ao sul do país, no final do continente e recebe diretamente o vento antártico, consequentemente sempre gelado.  Caso prefira aproveitar o verão se prepare. Em dezembro e janeiro a temperatura atinge facilmente os 35 graus.

De colonização britânica, a cidade herdou muitos costumes da terra da rainha. Mão inglesa, chá a toda hora, fish and chips e uma arquitetura fofa de influência vitoriana. Não há como passear pela downtown e não se encantar com os prédios…

Farra

Rand é a moeda local e, para a noooossa alegria, ela é extremamente desvalorizada frente ao real. Um rand custa em média R$ 0,24. É bem fácil chegar lá e se perder nas compras. Os maiores shoppings da cidade tem lojas de grife e os preços lá são muito bons.

Bebida alcoólica é outra coisa bem barata. Ou seja, se você é adepto a um bons drinks aproveite as doses de tequila a 5 rands (pouco mais de R$ 1).

Cada cenário é um cartão postal

O mais encantador são as paisagens naturais. Cercada pelo Parque Nacional da Table Mountain, a Mother City, como eles chamam por lá, fica “imprensada” entre a montanha e o oceano atlântico. As várias montanhas estarão sempre em suas fotos.

Como o próprio nome sugere, Table Mountain é uma gigante plana com mais de mil metros de altura. Para chegar lá existem duas opções: escalar ou subir num teleférico parecido com o bondinho do Rio. Sugiro gaste um pouquinho mais e vá de cable car. A subida é super rápida e sobra mais tempo para você caminhar pelas trilhas lá em cima e se deslumbrar com as imagens maravilhosas.

Outro passeio muito procurado é a escalada Lion’s Head, uma montanha menor e bem mais fácil de subir. Muita gente gosta de fazer o percurso no fim da tarde para assistir o por do sol lá de cima. Eu não fiz (não sou adepta a esse tipo de brincadeira), mas recomendo!

África para turistas

O Apartheid – regime de segregação racial que durou de 1948 até 1994 – acabou recentemente e, logicamente, é bem fácil de se ver ainda alguns sinais dele. Aliás, os sul-africanos tem muito orgulho de sua história de que quanto lutaram pela liberdade e igualdade.

Por se tratar de uma cidade extremamente turística e aberta a outras culturas, às vezes Cape Town se assemelha a uma babilônia. São ONZE línguas oficiais! Uma das coisas mais divertidas é entrar numa van e escutar o povo conversando em dialetos impossíveis de compreender. Mas fique tranquilo! Inglês é a língua principal.

Opções não faltam para quem quer turistar. Aquários, estádio de futebol (onde houve jogos da Copa de 2010), shoppings, comércio de rua, museus, parques e mais parques…

Entre os lugares indispensáveis eu sugiro o jardim botânico Kirstenbosch, um lugar lindo e colorido, mesmo no inverno.

Mandela e a resistência

Óbvio que Mandiba (toda metida a íntima dos africaans) é o maior herói nacional. Em todos os lugares há referências a seu governo, sua luta. É uma espécie de inspiração para todo mundo.

Um passeio muito disputado é a visita a Robben Island, ilha transformada em cadeia onde Nelson Mandela foi mantido prisioneiro por anos. Patrimônio da humanidade, o lugar é uma espécie de memorial para que o Apartheid nunca seja esquecido.

Lugar onde vivem os mais pobres, as Townships foram os principais focos de resistência contra a segregação. Lá rolam muitas festas e eventos para reunir estrangeiros e mostrar como vivem. Não fui a nenhuma por um único motivo: sou brasileira e pobreza pra mim não é ponto turístico. Não acho certo explorar quem precisa em troca de algumas moedas, principalmente as crianças. Mas os europeus adoram esse tipo de “lugar exótico”.

Comidas

Esqueça o feijão!  A pedida aqui é se jogar nos pratos diferentes.  Um bom lugar é o restaurante Mama Africa, onde você pode comer todas as carnes típicas de savana. Pedi, claro, o carro-chefe da casa, que tem cinco tipos diferentes de bichos esquisitos: Kudu e springbok (são dois tipos de antílopes), avestruz, crocodilo e veado. Amei de paixão as três primeiras e odiei com a mesma força a carne de crocodilo, mas a experiência foi super válida. Lá  também você assiste shows de bandas que fazem aquelas músicas tribais.

Ande em bando! É mais seguro e mais barato

Transporte público não é lá uma maravilha. Os ônibus possuem poucas linhas e bastante curtas. As vans são um tanto confusas para quem vai fazer uma visita rápida. Quanto ao trem eu não tem o que dizer, não utilizei. Mas uma coisa é importante dizer. Tudo limpo, novinho e bem cuidado.

A melhor opção aqui e mais segura é andar de táxi. Lá existem muitos carros grandes, daqueles que cabem até sete pessoas. Então, na maioria das vezes é melhor juntar colegas e seguir para o mesmo destino.

Para sair à noite o táxi é a única opção!

The end

Enfim, não há como não se encantar. Cape Town é mágica! O povo é extremamente amigável, o clima é gostoso e tem muita coisa para fazer. Meu conselho é descobrir que tipo de turista você é e traçar um bom cronograma de viagem. Vivi intensamente meus 25 dias lá, fiz amigos para a vida toda e não vi tudo que queria. Se eu vou voltar? Alguém aí ainda duvida?

 

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