Não. Não ganhamos na Mega-Sena, não estamos ricos. Aliás, muito pelo contrário. Mas sim, vamos dar a Volta ao Mundo!!! Em abril, eu e o maridão, Fred Santos, partiremos para uma viagem de sete meses por esse mundão que Deus nos deu.

Como assim dar a Volta ao Mundo? Nós vamos fazer uma volta de 360º pelo planeta Terra, visitando todos os continentes, com exceção, é claro, da Antártida. Por enquanto! É óbvio que não vamos visitar todos os países, mas iremos passar por pelo menos uns 17, além de muitas cidades.

Conhecer o Mundo é o sonho de 10 entre cada 10 viajantes. E comigo não era diferente. Desde criança, os meus sonhos giravam em torno dos lugares que eu conheceria um dia. Mas eu sempre dizia: tenho que viver duas vidas para conhecer todos os lugares e fazer tudo que eu quero! Mas, ideologias e religiões a parte, como ninguém me garante que terei outra vida, resolvi viver os meus sonhos nessa vida mesmo. Pois já dizia Charles Chaplin: “a única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida”!

Não deixe seus sonhos serem sonhos! Realize-os!!

Bem, como vocês podem imaginar, não tomei essa decisão do dia para noite e nem sozinha! A primeira vez que cogitei essa possibilidade foi quando eu conheci (mesmo que virtualmente) a Fernanda Souza do blog Preciso Viajar. Ela também faz parte da RBBV (Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem) e fez uma volta ao mundo, viajando por um ano! Sozinha!!

Um belo dia, lendo o blog dela, comentei: “Admiro muito a sua coragem em largar tudo e dar a volta ao mundo. Mas com certeza o que você ganhou com isso não tem preço. Também tenho o sonho de conhecer esse mundão, mas acho que no meu caso, a volta ao mundo terá que ser feita aos poucos e ao longo de anos, mas quem sabe um dia, eu consiga. Virei sua fã!”. E olha só o que ela me respondeu: “Olha, em termos financeiros posso dizer que a volta ao mundo é possível sim. A minha foi feita com o valor de um carro popular (eu tinha 1 sandero). Com certeza, o que aprendi e vi não tem preço. Sei que é difícil largar tudo, mas vai que um dia você consiga uns 3 meses de licença…já dá para fazer muita coisa!!!”. Terminei o diálogo com a seguinte afirmação: “Quem sabe! Não vou perder as esperanças! Hehe”

E não perdi mesmo, desde esse dia, 21 de julho de 2012, fiquei com aquilo martelando na minha cabeça. Será? Mas para mim a coisa não era tão simples assim, precisava que Fred Santos apostasse na ideia.

E foi em um domingo de setembro que ele me deu a maior prova de amor que ele poderia dar: disse “Sim” (outra vez, depois do casamento)! E embarcou no sonho junto comigo. Falei para ele que três meses eram suficientes, mas ele olhou para mim e disse: por que não seis? E agora serão sete meses!! 🙂

Dentro de dois meses, eu e Fred Santos embarcaremos na maior viagem de nossas vidas!
Dentro de dois meses, eu e Fred Santos embarcaremos na maior viagem de nossas vidas!

Tomar a decisão (sonhar) foi apenas o primeiro passo. No dia que decidimos isso não tínhamos sequer R$ 1 sobrando. Pelo contrário, cartões de créditos com altos valores para pagar, empréstimos, balão de apartamento para quitar entre tantas contas.

Então, a partir daí, entramos numa operação de guerra para economizar. Quando digo economizar é desde os R$ 3 do estacionamento. Mas só isso não seria suficiente. E foi, então, que aprendemos a primeira lição de uma Volta ao Mundo, mesmo antes de embarcar nela: é preciso praticar o desapego!!!

Sim, para fazer a viagem iremos abrir mão do conforto do nosso lar, da presença dos nossos amigos e familiares, da nossa carreira (teremos que deixar nossos trabalhos), do nosso país, da nossa cultura, enfim, de muita coisa! Então, também precisaríamos encarar o desapego material e Fred Santos foi quem deu o primeiro passo e vendeu as coisas que mais gostava: iPhone, guitarra, Playstation, Tv, só para citar algumas coisas que tivemos que nos desfazer, além do carro, que vendemos essa semana e o apartamento que iremos alugar pelo período que estaremos longe!

Todo esse sacrifício para realizar um sonho? Sim! “No pain, no gain”. Sem dor não há ganho! Isso sem falar das preocupações que já tivemos em torno do projeto, da procura pelas passagens, tentativas de parceria, etc.

Mas durante todo o percurso até aqui, que é só o começo, tivemos o apoio dos nossos familiares e amigos. Ao contrário do que eu pensava, que a maioria ia me encarar com cara de “Pirou?”, temos recebido muito incentivo! Acho que todos sempre esperam uma maluquice da minha parte! A reação do meu pai, entretanto, foi a mais entusiasmada, afinal era de se esperar, pois herdei dele o gosto pelas viagens. Contamos a ele em um almoço quando estávamos em Buenos Aires, ele olhou e disse: “O que??? Eu vou com vocês!!!!” Depois raciocinou por 1 segundo, e falou: “se eu tivesse a idade de vocês, com a cabeça que tenho hoje, faria o mesmo!! Do que vocês precisam?” Esse é meu pai! Risos!

Minha mãe e os pais de Fred também apostaram na ideia e têm nos ajudado bastante. A mãe de Fred, inclusive, escreveu um cartãozinho lindo com a seguinte mensagem: “Eu sei que desistir de um objetivo difícil é mais cômodo do que persegui-lo. Por isso, admiro a coragem de vocês”.

Além dos nossos pais, muitos amigos têm ajudado como podem, alguns comprando o que colocamos à venda, outros ajudando com o roteiro e dando apoio durante as crises emocionais! hehe Agradeço a todos eles e principalmente a duas queridas, que ainda não conheço pessoalmente, mas que certamente já considero amigas: a Fernanda Souza (culpada por tudo isso!) e a Maria do Carmo, do Fast Pass Viagens, que têm me ajudado no que vocês possam imaginar!

Diante de tanta conspiração do Universo a nosso favor, compramos, em janeiro, nossas passagens de Volta ao Mundo, com saída de Londres para Cingapura, em 16 de abril. Ainda faltam as passagens Natal-Londres, por isso, ainda não temos a data exata de partida, o que deveremos resolver em breve.

No entanto, a partir de agora vocês poderão acompanhar cada detalhe do planejamento da nossa viagem, bem como o próprio desenrolar de nossa Volta ao Mundo. E disso tudo, só tenho uma certeza: partirei uma e voltarei outra! Pois, é impossível vivenciar uma experiência como essa e não mudar! Para melhor, estou certa!

Afinal, como cantaria Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.


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