Quanto mais você ama suas decisões, menos você precisa que os outros a amem
“Quanto mais você ama suas decisões, menos você precisa que os outros as amem”

Faltam menos de 20 dias para nossa viagem de Volta ao Mundo e esta semana me fizeram três perguntas que me levaram a refletir: “Você não está com friozinho na barriga?”, “Já se arrependeu da decisão?” e “Você não vai sentir falta da sua vida?”. Respondi as três prontamente: Não, Não e Sim.

Não estou sentindo friozinho na barriga, o que seria muito comum da minha parte até mesmo em situações bem banais, mas estou tentando viver os últimos dias um a um, resolvendo as pendências da viagem e de tudo que tenho que deixar organizado por aqui antes de viajar. Além disso, continuarei seguindo minha vida normalmente até o dia do embarque, com a mesma rotina que estou acostumada, apenas um pouco mais sobrecarregada com esses detalhes que tenho que resolver até o dia 9 de abril.

Sobre a certeza de minha decisão, dia desses li uma frase de um autor desconhecido que dizia assim: “The more you love your decisions, the less you need others to love them”, algo como “Quanto mais você ama suas decisões, menos você precisa que os outros as amem também”. Estou tão confiante de que o que vamos fazer mudará a nossa vida para sempre e para melhor, que não preciso mais da aprovação das outras pessoas. Apenas do meu companheiro de vida e de viagem, Fred Santos, que também tem se mostrado muito certo de sua decisão. E claro, a aprovação dos meus pais, que já tive. Mas peço um favor a quem vier falar comigo sobre a viagem, se for falar algo de mal, guarde o comentário para si. A partir de agora, só quero receber boas energias e levá-las comigo.

Se vou sentir falta da minha vida, da minha casa, do meu país, minha família? Claro que sim! A gente só sente falta daquilo que a gente teve e que nos faz feliz. E sou muito, muito feliz com a vida que eu tenho, mas não é por isso que vou deixar de seguir em frente.  Mas, como escreveu Dalai Lama “tudo é impermanente. Esta é a lei que rege o ciclo das existências”.

Não importa o que a gente faça, a vida sempre tem que seguir e cabe a cada um de nós escolher que caminho queremos percorrer. E desde o dia que tomei essa decisão, junto com Fred, tenho cantarolado uma canção que adoro “A Estrada” que diz assim: “você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui…percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei…”. Isso porque a gente nunca sabe o sacrifício que o outro teve que fazer para chegar até onde está. E às vezes, as coisas parecem mais fáceis do que realmente são.

Não será fácil deixar o apartamento que comecei a minha vida com Fred, não será fácil deixar a cidade que nasci e fui criada, não será fácil deixar os meus amigos, os lugares que frequento e principalmente a minha família! Sentirei muita, muita falta, dos meus pais,  irmãos, sobrinhos, cunhados, avós e toda a família. Mas ainda bem que existe Skype! 🙂

E também 7 meses não será assim uma eternidade. Quando eu chegar, tenho certeza que as pessoas vão olhar e dizer: “já?”. Mas aí não se preocupem que embarcarei em outra viagem logo! Assim, espero!

E também não há nada que nos obrigue a viajar os 7 meses, só permaneceremos na estrada enquanto estivermos nos sentindo bem. Além disso, esta não será uma viagem com roteiro a seguir, atrações para visitar o tempo todo, aquele ritmo frenético de turista. Não. Viajar será a nossa vida por 7 meses e esperamos fazer isso com calma, vivendo dia a dia, como a gente quiser e puder.

E será como diz a música:

“A vida ensina

E o tempo traz o tom

Pra nascer uma canção
Com a fé do dia a dia
Encontro a solução
Encontro a solução…

Quando bate a saudade
Eu vou pro mar
Fecho os meus olhos
E sinto você chegar
Você, chegar…”

 

 


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