Cuba é um país paradoxal. Ao mesmo tempo que parece que a ilha parou no tempo, lá pelos anos 1950, está em constante mudança, especialmente nos últimos meses, depois da reaproximação com os Estados Unidos. Antes de viajar para a ilha, em setembro, fiz muita pesquisa e perguntas a amigos que tinha visitado o país pouco tempo antes e, quando chegamos lá, muitas coisas já estavam diferentes do que eles tinham me dito. Então, para facilitar a viagem a Cuba pela primeira vez, fiz uma lista de coisas que você precisa saber antes de ir.

1- Brasileiros precisam de visto para visitar Cuba, que pode ser tirado no aeroporto de embarque (Brasil ou, no nosso caso, México), que sai por 20 dólares americanos por pessoa, ou no aeroporto de chegada em Cuba. Neste caso, custa 25 dólares. Se for emitir o visto no aeroporto de saída, o ideal é ter a quantia correta do pagamento em dólar americano, pois alguns países não dão troco ou fazem uma cotação mais baixa.

2- A moeda usada pelos estrangeiros em Cuba é o CUC (Pesos Cubanos Conversíveis), que sempre é o equivalente a 1 dólar americano. Para fazer o câmbio, o ideal é levar Euros, pois, apesar da reaproximação de Cuba com os Estados Unidos, o dólar americano continua sendo taxado em 10%.

Cuba tem duas moedas: CUP para os moradores (acima) e CUC para os turistas
Cuba tem duas moedas: CUP para os moradores (acima) e CUC para os turistas

3- Visitamos Cuba em setembro de 2015 e fazia pouquíssimo tempo que os caixas eletrônicos permitiam saques de cartões de estrangeiros. Encontramos caixas eletrônicos em várias cidades que visitamos e conseguimos sacar. Mas o ideal é não contar com isso e viajar com dinheiro em espécie. Ainda são raríssimos os estabelecimentos que aceitam pagamentos cartões de crédito ou débito.

4- A maneira mais econômica e, na minha opinião, mais interessante de se hospedar em Cuba são nas pousadas domiciliares. São casas de cubanos que foram regulamentadas pelo governo para receber turistas. Essas acomodações são simples, mas confortáveis. Uma das exigências é de que os quartos sejam suítes. Os preços variam entre 20 e 30 dólares a diária por casal, dependendo da cidade. O ponto alto desse tipo de hospedagem, para mim, é que facilita o contato com os cubanos.

Nosso quarto em pousada domiciliar em Havana
Nosso quarto em pousada domiciliar em Havana

5- Em Havana, boa parte dos carros antigos funcionam como táxis coletivos. É só acenar com a mão e esperar algum parar, dizer o destino e perguntar se o motorista está indo para o mesmo caminho. A passagem custa 0,50 de CUC por pessoa. Se o motorista cobrar mais, negocie.

Maioria dos carros antigos em Havana são táxis coletivos
Maioria dos carros antigos em Havana são táxis coletivos

6- O melhor jeito de experimentar a culinária cubana é frequentar um “Paladar”, restaurantes frequentados pelos moradores. Em geral, os preços são cobrados em CUP (Pesos Cubanos), moeda usada pelos moradores, mas eles aceitam CUC. Não se assuste se vir no cardápio que uma refeição custa 30, por exemplo. Na verdade, é pouco mais que 1 CUC ou dólar. O prato típico cubano geralmente inclui arroz, feijão, abacate, salada e uma carne.

Prato típico de um Paladar cubano
Prato típico de um Paladar cubano

7- Para viajar pelo país é possível ir de ônibus, que saem dos terminais rodoviários, ou fretar um carro. Em geral, o preço dos carros sai quase o mesmo valor da passagem do ônibus por pessoa, multiplicado por quatro, que é a capacidade máxima. Se optar por fretar um carro, observe as condições do veículo, pois muitos quebram durante a viagem e também se não terá que esperar lotar, o que pode levar algumas horas.

8- Já existe wi-fi nas ruas das principais cidades de Cuba, mas ainda não é gratuita. Essa é uma novidade dos últimos meses. Fiz um post explicando como funciona o sistema de wi-fi em Cuba.

Cartão de acesso à wi-fi em Cuba
Cartão de acesso à wi-fi em Cuba

9- Em Cuba é muito difícil comprar qualquer coisa que não seja artesanato. Quase não se encontram mercados ou lojas. Além disso, devido ao embargo, vários produtos praticamente são inexistentes na ilha ou ficam em falta por um tempo. Quando estivemos lá, até comprar água mineral foi difícil em alguns dias. Portanto, leve o que for precisar como produtos de higiene pessoal, protetor solar…

10- Em Cuba, as pessoas têm o básico de tudo: comida, moradia, educação, saúde, mas a maioria tem que se contentar só com o básico. E um simples sabonete pode ser um supérfluo. Nos dez dias em que estivemos em Cuba, praticamente ninguém nos pediu dinheiro para comprar comida, mas perdi as contas de quantas vezes nos pediram sabonete.

11- Em geral, Cuba é um país muito seguro. É possível viajar pelo país com tranquilidade, caminhar nas ruas da cidade até à noite sem medo. Também você não vê pessoas nas ruas usando drogas. Mas é bom tomar cuidado com os golpes a turista que, em geral, são apenas “inflacionar” os preços dos produtos e serviços. Se estiver hospedado em uma casa, pergunte sempre ao dono os preços das coisas e serviços para ter uma ideia antes.


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