Uma pergunta é inevitável para quem faz a Volta ao Mundo: – do que você mais gostou? Eleger um lugar ou um momento em uma viagem longa e marcante como essa é praticamente impossível. Mas nos lançamos um desafio e resolvemos escolher os 10 momentos mais marcantes de nossa Volta ao Mundo.

A escolha não foi fácil e, claro, muitos momentos importantes ficaram de fora. Mas dá para ter uma ideia do que foi a viagem e dos textos que publicarei no decorrer dos próximos meses.

Os fatos estão por ordem cronológica e não de importância, pois escolher entre os dez já seria demais para nosso coraçãozinho.

1 – Campos de arroz em Banaue, Filipinas

Já declarei aqui e nas redes sociais inúmeras vezes todo meu amor pelas Filipinas. O país é para mim muito especial porque, além das belezas, tem um povo muito simpático e alegre que me lembrava muito os brasileiros. A nossa viagem pelo país foi cheia de momentos marcantes e histórias para contar. Por isso, escolhemos dois momentos no país.

O primeiro foi quando visitamos os campos de arroz em Banaue. O plano era conhecer o lugar em 3 dias, mas por uma série de trapalhadas acabamos fazendo em 1. Com isso, fizemos uma maratona, subindo e descendo montanhas, de oito horas até que conhecermos o limite do nosso corpo e chegamos ao esgotamento total a ponto de Fred pedir para “morrer” para acabar logo com aquilo. Acabamos recebendo a solidariedade de uma família de filipinos que nos deu carona em seu jeepney no trecho final, que seria de pelo menos mais 1h30, o que evitou que perdêssemos o ônibus e o avião que já estavam comprados.

Essa história completa eu já contei aqui.

Nos campos de arroz, a trilha parece fácil, mas a altitude aumenta e muito o cansaço.
Nos campos de arroz, a trilha parece fácil, mas a altitude aumenta e muito o cansaço
Família filipina que nos deu carona
Família filipina que nos deu carona

2 – Noite em ilha deserta em Port Barton, Filipinas.

Mais um desses dias inesquecíveis nas Filipinas foi sem dúvidas quando dormimos em uma ilha deserta em Port Barton. A praia, que fica na ilha de Palawan, não está entre as mais famosas da ilha, que tem ainda El Nido e o rio subterrâneo.

Fomos parar lá totalmente por acaso, seguindo um canadense (que depois se tornou um grande amigo), que conhecemos no dia anterior em um hostel em Puerto Princesa. Já no jeepney, fizemos novas amizades, com um casal, outro canadense e uma coreana. Juntos fizemos um passeio pelas ilhas de Port Barton e depois nosso barqueiro, o inesquecível Gaga, nos sugeriu que dormíssemos (em outro dia) em uma das ilhas pela qual passamos, pois teríamos que fazer uma longa viagem de 6h e a ilha estava no meio do caminho.

A pequena  “Ilha Alemã” era na verdade uma propriedade privada e Gaga conhecia o vigia que tomava conta dela. No lugar havia apenas uns quartinhos em construção e algumas redes. Além do cenário incrível.

Vista da Ilha Alemã
Vista da Ilha Alemã
Reunidos em torno da fogueira
Reunidos em torno da fogueira

Chegamos no final da tarde e fomos presenteados com um pôr do sol incrível, depois, céu estrelado, lua cheia, fogueira, música e até plânctons luminosos. E um detalhe: cada um deles, tomou 1 litro de rum! E eu, que neste dia não bebi, me acabava de rir!

Vê se dá para esquecer um lugar desses!

3 – Bagan, Myanmar

Myanmar divide com as Filipinas o título dos meus países queridinhos, também pelo povo que é muito especial e um dos mais genuínos do Sudeste Asiático. E um lugar mágico do país que nos rendeu dias perfeitos foi Bagan, a cidade de mais de 2 mil pagodas. Lá, alugamos bicicletas para andar pelos templos por dois dias, em companhia de uma inglesa que conhecemos. Os nossos únicos compromissos era apreciar o nascer e o por do sol, visto de alguns dos templos. E no espaço de tempo entre o amanhecer e o entardecer tínhamos muito contato com pessoas locais, principalmente crianças.

Bagan tem um cenário surreal
Bagan tem um cenário surreal
Com nosso amiguinho Komin, em Bagan
Com nosso amiguinho Komin, em Bagan

4 – Museu S-21 e Killing Fields do Camboja

Em 219 dias de viagem foram raros os momentos tristes, mas o dia mais triste foi sem dúvida quando visitamos o Museu S-21 e o Killing Field em Phnom Penh, Camboja, que são, respectivamente, a prisão e o campo onde foram mortas milhões de pessoas no chamado genocídio cambojano pelo regime do Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot, entre 1975 e 1979. Nesse período de quatro anos, foram executadas em torno de 2 milhões de pessoas, o que correspondia a 25% da população do país na época. Tudo era feito com muita crueldade, a ponto de bebês serem mortos arremessados em árvores. A nossa guia tinha sido uma das vítimas do regime. Foi escrava em uma fazenda e tendo perdido toda família. Chorei no início, meio e fim. Visitar esses lugares é muito, muito triste. Mas é algo que precisa ser lembrado para que histórias como essa não se repitam nunca mais!

Árvore mágica do Killing Field. Nessa árvore ficava um mega fone que tocava música toda vez que alguém seria morto para que os outros prisioneiros não ouvissem
Árvore mágica do Killing Field. Nessa árvore ficava um mega fone que tocava música toda vez que alguém seria morto para que os outros prisioneiros não ouvissem

5 – Bali, Indonésia

Já em Bali foi só alegria. Ficamos 7 dias na ilha e tivemos momentos divertidíssimos. Lá tivemos as companhias do espanhol Luís, que tínhamos conhecido nas Filipinas e seu namorado, Nick, italiano que estava trabalhando na Austrália. Vivemos momentos engraçadíssimos com esses dois, que se tornaram amigos que pretendemos levar para toda vida. Também em alguns dias tivemos a companhia da brasileira Fernanda Fagundes e da argentina, Nancy, duas simpatias. Mas a maior figura mesmo foi nosso guia Mário Bali. Com ele, viajar pela ilha é outra coisa! Além de nos levar a lugares lindos, contava histórias interessantíssimas e muito engraçadas sobre os costumes do lugar! Um dia eu conto tudo!

Comendo como os balineses com Luís (esquerda) e Nicky (direita) em um templo
Comendo como os balineses com Luís (esquerda) e Nicky (direita) em um templo
Com Nancy e Fernanda Fagundes em Bali
Com Nancy e Fernanda Fagundes em Bali

6 – Muralha da China

Acredito que para qualquer viajante irremediável conhecer a Muralha da China é um grande sonho e para nós não era diferente. Foi um dos lugares que eu precisava ser beliscada para ter certeza que eu não estava em um sonho! Estar num lugar tão grandioso, tão importante e tão distante foi realmente inacreditável. Acho que as fotos falam por si:

Trecho de Badaling da Muralha da China
Trecho de Badaling da Muralha da China

7 – Perseguição da baleia em Whitsundays, Austrália

Na Austrália velejamos por três dias pelas ilhas de Whitsundays, o paraíso na terra, com destaque para Whitehaven, uma das praias mais lindas do Mundo! Tudo foi muito incrível, mas o que marcou mesmo foi a perseguição da baleia. Foi assim: íamos todos fazer um passeio de caiaque inflável em duplas, eu e Fred fomos os primeiros a descer do barco e capitão disse: tem uma baleia por aqui, vocês podem ficar olhando do caiaque. Mas sempre que diziam que tinha uma baleia por perto, era visível, mas distante. Pouco tempo depois que descemos, depois de exibir muito sua cauda, a baleia jorrou água para cima e começou a vir em nossa direção, enquanto remávamos desesperadamente para fugir dela, os riso era geral no barco! O capitão disse que em sete anos nunca tinha visto uma baleia chegar tão perto.

No momento em que a baleia estava exibindo sua cauda
No momento em que a baleia estava exibindo sua cauda
Fugindo da baleia em Whitsundays
Fugindo da baleia em Whitsundays

8 – Grand Canyon, Estados Unidos

Viajando por 20 países, claro, que vimos muitos lugares incrivelmente lindos, mas o Grand Canyon foi um dos lugares que me tirou o fôlego!! E por mais que tenha visto fotos, filmes, só estando lá para saber a real dimensão do lugar, que é impressionante. Ficamos devendo só a descida, pois ficamos só nos mirantes. Na próxima, quero ir preparada para explorá-lo! Também lá acampamos, eu amo acampar desde criança e Fred nunca tinha acampado, então, foi divertidíssimo, apesar do frio.

Uma das vistas do Grand Canyon de tirar o fôlego
Uma das vistas do Grand Canyon de tirar o fôlego

9 – Grécia

Nessa viagem aprendi que quanto menor a expectativa, melhor a surpresa. A exceção fica por conta da Grécia que era o país que mais sonhava conhecer no mundo, número 1 na minha bucket list. A expectativa era enorme e a surpresa foi maior ainda. Foram 9 dias perfeitos em lugares incríveis: Zakynthos, Atenas, Delfos, Meteora, Santorini e minha cidade, Larissa. Ah! Visitar Larissa foi muito importante para mim, pois tinha feito essa promessa quando era pequena! Mas isso é outra história.

Em Navagio Beach, Zakynthos
Em Navagio Beach, Zakynthos

 

10 – Deserto do Saara

Dormir no deserto do Saara foi, sem dúvida, uma das experiências mais marcantes dessa viagem. Chegamos em um final de tarde e fomos recebidos pelos guias berberes, povo nômade do Marrocos. Escolhemos nosso camelo e seguimos em caravana pelo deserto, a tempo de ver o por do sol mais lindo da minha vida. Depois, no acampamento berbere fomos recebidos com um jantar com comida típica e dança. Subimos uma duna para apreciar as estrelas e o nascer da lua. Eu nunca vi tantas estrelas cadentes na minha vida! E eu não consegui fazer nenhum pedido, pois eu já tinha tudo que queria naquele momento. Dormimos na barraca e no dia seguinte voltamos em caravana, acompanhando o nascer do sol! Esse dia também tiveram muitos fatos engraçados, boa parte relacionados ao meu camelo, Michael Douglas, que era um rebelde e não queria de jeito nenhum seguir a caravana e escapava sempre que possível! Para completar o camelo de Fred, Jimmy Hendrix, fica me babando o tempo todo.

Em nossos camelos Jimmy Hendrix e Michael Douglas
Em nossos camelos Jimmy Hendrix e Michael Douglas
Amanhecer no deserto do Saara
Amanhecer no deserto do Saara

Durante a nossa Volta ao Mundo tivemos dezenas de outros momentos marcantes, histórias que irei contando aos poucos!! Aguardem os próximos posts!


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